Fanfic: Meu primeiro e único amor -AyA (Adaptada) [Finalizada] | Tema: Romance + Hot

Anahí saiu da sala chorando, passando pelas famílias, como se elas não estivessem ali. Maite tentou segui-la, mas sua mãe a impediu. Saiu pelas portas, deixando-as abertas e apertou o botão para chamar o elevador, várias vezes, como se isso o fizesse subir mais rápido.

Alfonso ficou tão desnorteado com tudo aquilo e ao mesmo tempo tão nervoso, afinal ele tinha uma empresa multimilionária para dirigir e simplesmente não podia jogar tudo para cima como se fosse uma brincadeira, por um capricho de menina. Depois de alguns segundos de hesitação, ele a seguiu:

- Anahí! – ele chamou –  Anahí! – seu tom de voz não era amistoso.

Ela não se virou, nem o olhou e mesmo sabendo que todos poderiam escutá-lo, ele completou:

- Eu já havia imaginado que uma hora ou outra, eu iria ter que enfrentar os caprichos e mimos de uma adolescente, mas não imaginei que seria tão rápido!

Ela virou-se exasperada, mas não o olhou. Seus olhos procuraram por sua mãe e disse entre as lágrimas:

- Mamãe, estou voltando para o haras ainda hoje. E gostaria de desculpar-me com todos, pois não haverá mais casamento algum.

Terminado a frase, ela entrou no elevador que já se encontrava no andar. Poncho não a seguiu, virou-se e disse exacerbado

- Estou cansado demais para lidar com infantilidades agora. – e saiu batendo os pés para seu quarto, sem notar que também estava agindo como um garoto.

Todos se entreolharam e perguntando-se silenciosamente o que eles poderiam fazer para consertar aquilo. Como se houvesse escutado a pergunta, o Sr. Harry Herrera, respondeu:

- Não podemos fazer nada agora. Desculpem-me o que vou dizer, mas em minha opinião, foi melhor assim. Estava indo tudo rápido demais.

- Mas Harry, eles se amam e se conhecem há vinte anos – defendeu o “calado” Sr. Portilla.

- Eu sei Gordon, não há como negar o que eles sentem um pelo outro, mas a verdade é que eles não se conhecem realmente. Alfonso sempre enxergou Anahí como a uma irmã e Annie sempre o viu como um deus. Isso não são os sentimentos corretos para uma união duradoura como eles estavam planejando.

- O que você quer dizer é que você não concorda com esse casamento, Harry? – o pai de Anahí não estava gostando do tom do amigo.

- Não, Gordon, não é isso, de jeito nenhum. Eu adoro Anahí, você sabe disso e sei que um dia ela será uma excelente esposa, mas...

- Acho melhor você não completar essa frase... – Gordon já havia se levantado da cadeira, com um olhar ameaçador.

- Eu posso completar a frase, sim, amigo, pois por mais que sua imaginação fértil sugira que eu possa dizer qualquer bobagem como: Anahí não serve para meu filho, não passou nem perto do que eu iria falar. A minha opinião é que eles precisam de mais tempo, um tempo maior de namoro, convívio como um casal, para depois pensar em casamento...

- Eu sei que tem mais coisa aí, Harry. Então desembuche, homem!

- Eu somente acho que Annie é menina demais para casar. Simplesmente ela pode acordar um dia e ver que Poncho, não é o homem com que gostaria de viver o resto de seus dias e...

E todos começaram a contestar ao mesmo tempo:

A mãe de Annie dizia que sua filha era muito madura para a idade, que ela não era nenhuma deslumbrada, sempre soubera o que queria...

A mãe de Alfonso dizia que seu marido estava enganado. Que ela havia casado com ele quando tinha a idade de Anahí e que o casamento deles havia dado muito certo, que era feliz e amava o marido até hoje...

Maite olhava a tudo transtornada demais para poder sequer abrir a boca, nunca vira os pais discutindo com os Portilla por nada. Eles eram amigos a séculos...

Gordon dizia que sua filha amava Poncho desde sempre e que não era agora que ela iria descobrir que seu amor não passava de um capricho adolescente. E que ela era responsável, uma moça de família, enquanto Poncho era um conquistador, quase um pervertido, que trocava de namoradas como se trocava de cuecas e era ele que teria que se preocupar se sua filha iria ser feliz com um homem como aquele que tinha uma lista de mulheres em seu currículo...

Harry Herrera se sentiu ofendido com as palavras de seu amigo e já estava avançando sobre Gordon, quando ouviu a voz do filho, alta e clara, com toda a autoridade que havia adquirido durante os anos:

- Quietos! Todos vocês! O que está acontecendo aqui? O que é que há com vocês?

Quando eles estavam tentando explicar-lhe, ele ergueu a mão e continuou:

- Eu ouvi o que vocês estavam falando, não preciso desse tipo de explicação. Mas será que vocês não vêem o que está acontecendo. Vocês não podem discutir dessa forma, por algo que nem ao menos lhes dizem respeito...

Quando eles tentaram protestar, Alfonso continuou mais firme:

- Sim, não diz respeito a nenhum de vocês, apesar de vocês serem nossos pais. Eu vou fingir que não ouvi alguns dos absurdos que vocês falaram em respeito a vocês, pai e mãe e a vocês, que serão meu sogro e minha sogra. Eu e Annie iremos nos acertar. E somente para ficarem cientes: eu amo Annie e ela me ama e nada – Sam olhou para seu pai – e nem ninguém me impedirá de tê-la como minha esposa. Agora se vocês não se importam, eu gostaria de descansar... 

Todos constrangidos por estarem tendo aquele tipo de discórdia, depois de anos de amizade sólida, foram se retirando da casa de Alfonso pedindo desculpas:

- Desculpe-me, Harry, eu não suporto ver minha filha daquele jeito, acabei me descontrolando.

- Também me desculpe, Gordon, eu também estava preocupado com Poncho. Eu sei que ele a ama e que... Deixa para lá amigo, venha cá e me dê um abraço.

Os homens se abraçaram e disseram que era melhor mesmo deixar que os dois resolvessem aquela questão e Harry prometeu que não iria mais se intrometer, ficaria feliz de ter uma nora como Annie.

As mulheres que haviam concordado com o casamento desde o início, não entendiam até agora como aquela discussão havia começado.

Por fim, o pai de Annie pegou seu chapéu e falou a esposa:

- Melhor irmos embora agora, Joyce. Conversaremos com Anahí em casa.

- Mas nem sabemos para onde ela foi – se sentindo péssima por ter ficado ali, discutindo com aqueles dois cabeças duras e não ter ido atrás de sua filha que estaria precisando tanto de seu conforto.

- Ela deve estar em meu apartamento, tia. – falou Maite pela primeira vez desde que começara a discussão - Ela não trouxe a mala dela para cima, somente algumas roupas. Eu os levo até lá.