Fanfic: Meu primeiro e único amor -AyA (Adaptada) [Finalizada] | Tema: Romance + Hot

Deixando os pensamentos de lado, ele pediu para Janice ligar para Gómez para buscar Belinda na hora combinada. Passado alguns minutos, Janice ligou de volta dizendo que Gómez já tinha um compromisso com a irmã dele para o almoço. E perguntou se poderia mandar outro motorista no lugar. Alfonso concordou e voltou ao trabalho, mas o pensamento que tinha algo mais, no simples pedido da irmã o estava incomodando. Passado mais de uma hora, mesmo trabalhando com afinco para por as coisas em ordem, sentia como se algo o estivesse oprimindo, mas o que poderia haver de errado em a irmã usar o motorista para o almoço: nada! Mas ele sabia que tinha algo errado, e quando seu cérebro lhe dava esse tipo de aviso era melhor não ignorar e resolveu ligar para a irmã e perguntar.

Discou o número de Maite e ficou esperando alguém atender.

- Maison Herrera, bom dia?

- Olá, Marcy, gostaria de falar com minha irmã, por favor.

- Bom dia, Sr. Herrera, ela está atendendo uma cliente, mas acho que poderá falar com o senhor.

- Obrigado.

Alfonso ficou aguardando e ouviu a voz da irmã.

- Estou ocupadíssima, Poncho, tenho apenas um minuto.

Poncho e Maite tinham um relacionamento excelente que os permitia ser sinceros e sem rodeios um com o outro, então ele foi direto ao assunto:

- Para que você precisa dos serviços de Gómez na hora do almoço? O que você está aprontando, querendo impressionar alguém?

Maite normalmente usava sua posição, ou as mordomias que disponha quando queria impressionar um novo namorado, que era quase sempre. Apesar que nos últimos meses, Poncho não a havia visto com ninguém.

Sem nem ao menos pensar o que estava falando, pois não tinha o habito de mentir, principalmente para o irmão, disse sorrindo:

- Não, não tenho ninguém novo para impressionar, Gómez irá buscar uma amiga no heli... – ah, droga, pensou Mai, agora já falei.

- Maite você não mente muito bem – isso era estranho, não era? Ele sabia que tinha algo mais e jogou – se tem uma amiga sua vindo para a cidade de helicóptero e você precisa dos serviços de Gómez, por que não usar o heliporto daqui do prédio? Facilitaria muito a vida de meus empregados.

Que adiantaria tentar inventar uma mentira agora. Annie me perdoe:

- Alfonso, Anahí está vindo para Dallas. E ficará comigo por uns dias.

Alfonso sentiu como se tivesse levado um soco no estômago, tal a contração no músculo.

Anahí,Annie,Annie.

Maite percebeu o silêncio prolongado do irmão e por um instante pensou que talvez Anahí não fosse tão louca como ela pensava:

- Poncho? Você ainda está aí?

Alfonso respirou fundo e tentou manter a voz o mais natural possível:

- Então, Anahí resolveu sair um pouco do haras? Bom para ela. E para que todo esse segredo, ela poderia muito bem usar o heliporto daqui, por que usar o do centro da cidade?

- Eu não sei – já tinha estragado tudo, mas não iria contar que Annie pedira segredo sobre sua vinda.

- Tudo bem – Alfonso tentava manter sua voz calma, controlada e sem perceber soltou – eu almoçarei com Belinda hoje, gostaria muito que Anahí a conhecesse, vamos almoçar juntos?

O que eu estou fazendo? – pensou ele -  Almoçar com Anahí?

- É, acho que tudo bem. Mas creio que Anahí já saiu de lá.

Annie vai me matar, pensou Maite.

- Não há problema, mandarei avisá-la do almoço e para o piloto pousar aqui, então passarei no ateliê para pegá-la, tudo certo, Mai?

- Acho que sim – pensou Maite, achando que não estava nada certo.

Alfonso pediu a Janice para entrar em contato com o helicóptero e mudar sua rota. Feito isso Poncho sabia que não conseguiria voltar ao trabalho, levantou-se e foi até a janela panorâmica olhar a cidade.

O edifício de escritórios tinha sido idéia dele. O pai tinha um pequeno prédio com seus escritórios que cobria uma área boa no centro empresarial de Dallas, então Alfonso dera a idéia de derrubarem o antigo prédio e construírem um edifício comercial alto e moderno que abrigaria também outras empresas, que comprariam o espaço ou alugariam dando um lucro significativo a Herrera. O pai concordou e hoje eles tinham esse escritório que ocupava os dois últimos andares do edifício com uma vista magnífica de toda a cidade e ainda alugavam o restante dos andares a grandes empresas que pagavam muito bem para estarem instaladas com elegância e excelente localização.

Mas Alfonso não estava pensando no lucro e nem ao menos enxergava a paisagem. Ele estava pensando em Anahí .

Quando tudo mudara, quando Anahí deixou de ser sua quase irmãzinha para virar sua obsessão proibida.

Ele lembrava-se do dia que vira Anahí pela primeira vez, ela tinha cinco dias de vida, sua irmã já estava com seis meses na época. Ele considerou-se um garoto de sorte, que agora ele não tinha somente uma irmã, mas duas. E ela era linda, um bebê gorducho, todo rosado, com imensos olhos azuis, sem cabelo.

Alfonso cuidara dela, realmente como a um irmão mais velho, assim como ele fazia com Maite, apesar de Maite sempre reclamar que ele era mais paciente, atencioso com Annie. Alfonso não achava isso, sabia que tratava as duas igualmente e que Maite apenas tinha ciúmes.

E ele via suas irmãs crescendo, Maite tornando-se uma menina bonita, mas desengonçada, ela era travessa, exigente, mimada, enquanto Anahí era independente, determinada, amorosa, espontânea e cada dia mais linda.

Poncho não entendia na época, por que às vezes, sentia um ciúme quase incontrolável de Anahí e o mesmo não acontecia com Maite. Hoje ele sabia a resposta.

Lembrou-se de quando ele estava para ir para faculdade, Anahí havia ficado na casa para dormir junto com a sua irmã. Ela acordara no meio da noite aos prantos, tanto ele como os pais dispararam para o quarto para ver o que houvera. Já na época ela não quis ninguém a consolá-la a não ser ele. Naquele dia Alfonso havia levado a namoradinha da época para o jantar de despedida que a mãe preparara e Annie mesmo com tão pouca idade, dissera que o via indo embora com a moça que estava no jantar e não voltava mais para brincar com ela. Alfonso a consolara e a fizera dormir novamente. Depois desse dia, inconscientemente, Poncho nunca mais levara mais nenhuma namorada para casa.

Lembrava-se da alegria da família quando ele voltava para passar as férias em casa e lembrava-se do sorriso luminoso que recebia daquela pequena menina.