Fanfics Brasil - Crônicas Vampiricas { Despertar} DyC

Fanfic: Crônicas Vampiricas { Despertar} DyC


Capítulo: 15? Capítulo

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Capítulo
Seis



 


26 de setembro


Querido Diário,


Sinto muito ter passado tanto tempo, e eu não posso
realmente explicar porque não escrevi – exceto que há tantas coisas que eu
tenho medo de falar, até mesmo com você.


Primeiro, a coisa mais horrível aconteceu. No dia que
Bonnie e Meredith e eu estávamos no cemitério, um velho foi atacado lá, e quase
morreu. A polícia ainda não achou a pessoa que fez isso. As pessoas acham que o
velho é louco, porque quando ele acordou ele começou a delirar sobre “olhos no
escuro” e árvores de carvalho e coisas. Mas eu me lembro do que aconteceu
conosco naquela noite, e me pergunto. Isso me assusta.


Todos ficaram assustados por um tempo, e toda a garotada
teve que ficar dentro de casa depois de escurecer ou sair em grupos.


Mas já se passou quase três semanas agora, e não houve
mais ataques, então a animação está se acabando. Tia Judith diz que deve ter
sido algum outro vagabundo que o fez. O pai de Tyler Smallwood até mesmo
sugeriu que o velho pode ter feito isso à ele mesmo – mas eu quero ver alguém
se morder no pescoço.


Mas na maior parte eu estive ocupada com o Plano B. Até
agora, está indo bem. Eu recebi diversas cartas e buquês de rosas vermelhas de
“Jean-Claude” (o tio de Meredith é um florista), e todo mundo parece ter
esquecido que eu já me interessei pelo
Christopher. Então minha posição social está segura. Até mesmo Caroline não tem
criado nenhum problema.


De fato, eu não sei o que Caroline está fazendo esses
dias, e eu não ligo. Eu nunca mais a vejo no almoço ou depois da escola; ela
parece ter se afastado completamente de sua antiga multidão.


Há somente uma coisa sobre a qual eu ligo agora. Christopher.


Até Bonnie e Meredith não percebem o quão importante ele
é para mim. Eu tenho medo de contar à elas; eu tenho medo que elas achem que eu
sou louca. Na escola eu uso uma máscara de tranqüilidade e controle, mas do
lado de dentro – bem, a cada dia só piora.


Tia Judith começou a se preocupar comigo. Ela diz que eu
não como o suficiente nos últimos dias, e ela está certa.


Eu não consigo me concentrar nas aulas, ou mesmo em algo
divertido como a festa para arrecadação de fundos Casa Assombrada. Eu não
consigo concentrar em nada além dele. E eu nem mesmo entendo porque.


Ele não falou comigo desde aquela tarde horrível. Mas eu
vou te contar algo estranho. Semana passada na aula de história, eu olhei para
cima e o peguei olhando para mim. Nós estávamos sentados há alguns assentos de
diferença, e ele estava virado completamente para o lado em sua mesa,
simplesmente olhando.
Por um momento
eu me senti quase assustada, e meu coração começou a golpear, e nós
simplesmente encaramos um ao outro – e então ele desviou o olhar. Mas desde
então aconteceu mais duas vezes, e em cada vez eu senti seus olhos em mim antes
que eu os visse.  Essa é a verdade
literal. Eu sei que não é minha imagianação.


Ele não é como qualquer outro garoto que eu já conheci.


Ele parece tão isolado, tão solitário. Apesar disso ser
uma escolha própria. Ele foi um sucesso no time de futebol, mas ele não anda
com nenhum dos garotos, exceto talvez Matt. Matt é o único com quem ele fala.
Ele não anda com nenhuma garota, tampouco, que
eu veja, então talvez o
rumor de policial da narcóticos esteja fazendo um bem. Mas é mais como se ele
estivesse evitando as pessoas do que elas estivessem evitando-o. Ele desaparece
entre as aulas e depois do treino de futebol, e eu nunca o vi uma vez sequer na
cantina. Ele nunca convidou ninguém para seu quarto na pensão. Ele nunca
visitou a cafeteria depois da escola.


Então como eu posso conseguir que ele fique em um lugar
onde não poderá correr de mim? Esse é o verdadeiro problema com o Plano B.
Bonnie diz, “Por que não ficar presa em um temporal com ele, então vocês terão
que se aninhar juntos para conservar calor corporal?” E Meredith sugeriu que
meu carro quebrasse na frente da pensão. Mas nenhuma dessas idéias é
conveniente, e eu estou enlouquecendo tentando bolar algo melhor.


A cada dia está piorando para mim. Eu me sinto como se
fosse um relógio ou algo do tipo, dando corda cada vez mais. Se eu não achar
algo para fazer logo, eu vou –


Eu ia dizer “morrer.”


 


 


A solução chegou à ela bem repentina e simplesmente.


Ela sentiu pena de Matt; ela sabia que ele se magoara com
o rumor Jean-Claude. Ele mal tinha falado com ela desde que a história vazou,
geralmente passando por ela com um rápido aceno de cabeça. E quando ela o
encontrou um dia em um corredor vazio do lado de fora de Escrita Criativa, ele
não encontrava os olhos dela.


“Matt—” ela começou. Ela queria dizer à ele que não era
verdade, que ela nunca teria começado a se encontrar com outro garoto sem dizer
à ele primeiro. Ela queria dizer à ele que nunca quisera magoá-lo, e que ela se
sentia horrível agora. Mas ela não sabia como começar. Finalmente, ela simplesmente
disse sem pensar, “Sinto muito!” e se virou para ir para aula.


“Dulce,” ele disse, e ela se virou. Ele estava olhando
para ela agora, pelo menos, seus olhos prolongando-se nos lábios dela, em seu
cabelo. Então ele balançou sua cabeça como se para dizer que ele era a piada.
“Esse cara francês é de verdade?” ele exigiu finalmente.


“Não,” Dulce disse imediatamente e sem hesitação. “Eu o
inventei,” ela acrescentou simplesmente, “para mostrar para todo mundo que eu
não estava aborrecido por causa
” Ela parou
abruptamente.


“Por causa do Christopher. Eu entendo.” Matt concordou,
parecendo tanto ameaçador quanto de algum jeito mais compreensivo. “Olha, Dulce,
aquilo foi bem babaca dele. Mas eu
não acho que foi pessoal. Ele é desse jeito com todo mundo–”


“Exceto você.”


“Não. Ele fala comigo, às vezes, mas não sobre nada
pessoal. Ele nunca diz nada sobre a sua família ou o que ele faz fora da
escola. É como – como se tivesse uma parede ao redor dele que eu não posso
passar. Eu não acho que ele já deixou alguém passar aquela parede. O que é uma
baita pena, porque eu acho que por trás dela ele está miserável.”


Dulce ponderou isso, fascinada por uma visão de Christopher
que ela nunca havia consderado antes. Ele sempre parecera tão controlado, tão
calmo e despreocupado. Mas também, ela sabia que ela mesma parecia desse jeito
para as outras pessoas.


Seria possível que embaixo de tudo ele era tão confuso e
infeliz quanto ela?


Foi então que a idéia veio, e era ridiculamente simples.
Sem planos complicados, sem temporais ou carros quebrando.


“Matt,” ela disse, lentamente, "não acha que seria
uma coisa boa se alguém fosse para trás daquela parede? Uma coisa boa para o Christopher,
quero dizer? Você não acha que essa seria a melhor coisa que poderia acontecer
à ele?


Ela olhou para ele intensamente, querendo que ele
entendesse.


Ele a encarou por um momento, então fechou seus olhos
brevemente e balançou sua cabeça em descrença. “Dulce,” ele disse, “você é
inacreditável. Você torce as pessoas com o seu dedo, e eu não acho que você ao
menos sabe que está fazendo isso. E agora você vai me pedir para fazer algo
para emboscar Christopher, e eu sou um bundão tão idiota que eu posso até mesmo
concordar com isso.”


“Você não é idiota, você é um cavalheiro. E eu quero te pedir um favor, mas só se você
achar que é certo. Eu não quero magoar Christopher, e eu não quero magoar
você.”


“Não quer?”


Não. Eu sei
como isso deve soar, mas é verdade. Eu só quero–” ela parou abruptamente de
novo. Como ela podia explicar o que ela queria quando nem ela mesma entendia?


“Você só quer todos e tudo girando ao redor de Dulce
Maria   Gilbert,” ele disse amargamente. “Você só quer
tudo que não tem.”


Chocada, ela deu um passo para trás e olhou para ele. Sua
garganta inchou, e calor se reuniu em seus olhos.


“Não,” ele disse. “Dulce, não fique assim. Sinto muito.”
Ele suspirou. “Tudo bem, o que eu tenho que fazer? Atá-lo e jogá-lo na sua
entrada?”


“Não,” disse Elena, ainda tentando fazer com que as
lágrimas voltassem para onde pertenciam. “Eu só queria que você fizesse com que
ele fosse para o Baile de Boas-Vindas semana que vem.”


A expressão de Matt era estranha. “Você só quer que ele
esteja no baile.”


Elena concordou.


“Tudo bem. Eu tenho quase certeza que ele estará lá. E, Dulce...
não há ninguém que eu queira levar além de você.”


“Tudo bem,” disse Dulce após um momento. “E, bem,
obrigada.”


A expressão de Matt ainda estava peculiar. “Não me
agradeça, Dulcea. Não é nada... mesmo.” Ela estava tentando decifrar isso
quando ele se virou e caminhou pelo corredor.


 


 


“Fique parada,” disse Meredith, dando ao cabelo de Dulce
uma contorção reprovadora.


“Eu ainda acho,” disse Bonnie do assento da janela, “que
ambos estavam maravilhosos.”


“Quem?” Dulce murmurou distraidamente.


“Como se não soubesse,” disse Bonnie. “Esses seus dois
caras que conseguiram um milagre de último minuto no jogo ontem. Quando Christopher
pegou aquele último passo, eu achei que ia desmaiar. Ou vomitar.”


“Ah, por favor,
disse Meredith.


“E Matt – aquele garoto é simplesmente poesia em ação...”


“E nenhum deles é meu,” Dulce disse categoricamente.
Debaixo dos dedos experts de Meredith, seu cabelo estava se tornando um objeto
de arte, uma massa suave de um vermelhotorcido. E o vestido era legal; a cor
violeta-gelo destacava o violeta em seus olhos. Mas mesmo para si mesma ela
parecia pálida e dura, não levemente corada com animação mas branca e
determinada, como um soldado muito jovem sendo mandado à linha de combate.


De pé no campo de futebol americano ontem quando seu nome
foi anunciado como Rainha das Boas-Vindas, havia apenas um pensamento em sua
mente. Ele não podia se recusar a
dançar com ela. Se ele fosse para o baile de algum jeito, ele não podia recusar
a Rainha das Boas-Vindas. E de pé em frente ao espelho agoa, ela disse isso
para si mesma.


“Hoje à noite qualquer um que você quiser será seu,”
Bonnie estava dizendo tranqüilizantemente. “E, escuta, quando você se livrar do
Matt, posso pegá-lo e confortá-lo?”


Meredith bufou. “O que Raymond vai pensar?”


“Oh, você pode
confortar ele. Mas, sério, Dulce, eu
gosto do Matt. E uma vez que você vai se concentrar no Christopher, o seu
ménage à trois vai ficar um pouco lotado. Então...”


“Oh, faça o que quiser. Matt merece um pouco de
consideração.” Ele certamente não está conseguindo comigo, Dulce pensou. Ela
ainda não podia exatamente acreditar no que estava fazendo com ele. Mas bem
agora ela não podia se dar ao luxo de duvidar de si mesma; ela precisava de
toda a sua força e concentração.


“Pronto.” Meredith pôs o último prendedor no cabelo de Dulce.
“Ora, olhe para nós, a Rainha das Boas-Vindas e sua corte - parte dela, de
qualquer jeito. Nós estamos lindas.”


“Esse é o ‘nós’ real*?” Dulce disse zombateiramente, mas
era verdade. Elas estavam lindas. O
vestido de Meredith era um arrebatamento puro de cetim vermelho-vinho, preso
apertadamente na cintura e fluindo em pregas no quadril. Seu cabelo escuro
estava solto em suas costas. E Bonnie, enquanto se levantava e se juntava às
outras na frente do espelho, era como uma presentinho cintilando em tafetá rosa
e lantejoulas pretas.


* do original `royal we`. É o uso do pronome `nós` para
se referir à uma única pessoa, alguém que tem um alto cargo, geralmente um
monarca, bispo, papa, reitor.


E quanto a si mesma... Dulce escaneou sua imagem com um
olho experiente e pensou novamente, O vestido é legal. A única outra frase que
veio à sua mente foi violetas
cristalizadas.
Sua avó tinha mantido um pequeno jarro delas, flores de
verdade mergulhadas em açucar cristalizado e congeladas.


Elas desceram as escada juntas, como tinham feito em cada
baile desde a sétima série – exceto que antes, Caroline sempre esteve com elas.
Dulce percebeu com débil surpresa que ela nem mesmo sabia com quem Caroline
estava indo hoje à noite.


Tia Judith e Robert – em breve tio Robert – estavam na sala
de estar, junto com Margaret de pijama.


“Ah, vocês meninas estão todas adoráveis,” disse tia
Judith, tão agitada e animada como se ela própria fosse ao baile. Ela beijou Dulce,
e Margareth levantou seus braços para um abraço.


“Você está bonita,” ela disse com a simplicidade dos
quatro anos.


Robert estava olhando para Dulce, também. Ele piscou,
abriu sua boca, e fechou-a de novo.


“Qual o problema, Bob?”


“Em. Ele olhou para tia Judith, parecendo embaraçado.
“Bem, na verdade, acabou de me ocorrer que Dulce é um nome lindo  . E por alguma razão eu estava pensando em
doce.”


.


“Bem, sim,” disse Robert, nãoa parecendo nem um pouco
feliz. Dulce não disse nada.


A campainha tocou. Matt estava no degrau, em seu familiar
casaco azul esportivo. Com ele estavam Ed Goff, o par de Meredith, e Raymond
Hernandez, o de Bonnie. Dulce procurou por Stefan.


“Ele provavelmente já está lá,” disse Matt, interpretando
seu olhar. “Escute, Dulce–”


Mas o que quer que ele fosse dizer foi cortado pela
conversa dos outros casais. Bonnie e Raymond foram com eles no carro de Matt, e
mantiveram uma corrente constante de gracejos todo o caminho até a escola.


Música fluia pelas portas abertas do auditório. A medida
em que Dulce saia do carro, uma certeza curiosa passou por ela. Algo ia acontecer,
ela percebeu, olhando para o volume quadrado do prédio da escola. O pacífica
marcha lenta das últimas semanas estava para engrenar em rápida.


Estou pronta, ela pensou. E esperou que fosse verdade.


Dentro, era um caleidoscópio de cor e atividade. Ela e
Matt foram cercados por uma multidão no instante em que entraram, e choveram
elogios para ambos.  O vestido de Dulce...
seu cabelo… suas flores. Matt era uma lenda em formação: outro Joe Montana, uma
aposta certeira para uma bolsa de estudos atlética.


No giro estonteante que deveria ser a vida e a respiração
para ela, Dulce continuou procurando por uma cabeça escura.


Tyler Smallwood estava respirando ofegantemente nela,
cheirando à ponche e champagne e chiclete Doublemint. Seu par parecia homicida.
Dulce o ignorou na esperança de que fosse embora.


Sr. Tanner passou com um copo de papel mole, parecendo
que seu colarinho estava estrangulando-o. Sue Carson, a outra princesa de
boas-vindas veterana, moveu-se esvoaçantemente e arrulhou-se sobre o vestido
violeta. Bonnie já estava na pista de dança, brilhando debaixo das luzes. Mas
em lugar algum Dulce via Christopher.


Mais um sopro de Doublemint e ela iria passar mal. Ela
cutucou Matt e eles escaparam para a mesa de refrescos, onde o Treinador Lyman
iniciou uma crítica ao jogo. Casais e grupos iam até eles, passando alguns
minutos e então se retirando para abrir espaço para os próximos na fila.
Exatamente como se realmente fossemos realeza, pensou Dulce  selvagemente. Ela
olhou para os lados para ver se Matt dividia seu divertimento, mas ele estava
olhando fixamente para sua esquerda.


Ela seguiu seu olhar. E lá, parcialmente oculto atrás de
um grupo de jogadores de futebol americano, estava a cabeça escura pela qual
ela estivera procurando. Inconfundível, mesmo nessa turva luz. Uma excitação
passou por ela, mais de dor do que qualquer outra coisa.


“E agora?” disse Matt, sua mandíbula imóvel. “O
atamento?”


“Não. Eu vou chamá-lo para dançar, é só. Eu esperarei até
termos dançado primeiro, se você quiser.”


Ele balançou sua cabeça, e ela foi em direção à Christopher
através da multidão.


Pedaço por pedaço, Dulce  registrou informação sobre ele a medida em que
se aproximava. Seu blazer preto era de um corte levemente diferente dos outros
garotos, mais elegante, e ele usava um suéter branco de caxemira por baixo.


Ele estava parado de pé, não se inquietando, um pouco
afastado dos grupos ao seu redor.  E,
apesar de poder ver somente seu perfil, ela pôde ver que ele não estava usando
seus óculos.


Ele os tirava no futebol americano, é claro, mas ela
nunca o vira de perto sem eles. Isso a fez se sentir tonta e animada, como se
isso fosse um baile de máscaras e a hora de tirar as máscaras tivesse chegado.


Ela se focou no ombro dele, na linha de sua mandíbula, e
então ele se virou em direção à ela.


Nesse instante, Dulce  estava ciente de que era bonita. Não era só o
vestido, ou o jeito como seu cabelo estava. Ela era bonita por si só: magra,
imperial, uma coisa feita de seda e fogo interior. Ela viu seus lábios se
separarem levemente, reflexivamente, e então ela olhou em seus olhos.


“Olá.” Era essa sua própria voz, tão silenciosa e segura
de si? Seus olhos eram verdes. Verdes como folhas de carvalho no verão. “Você
está se divertindo?” ela perguntou.


Agora eu estou. Ele não disse isso, mas ela sabia que era isso que ele estava pensando; ela
podia ver no jeito como ele a encarava. Ela nunca esteve tão certa de seu
poder. Exceto que na verdade ele não parecia que estava se divertindo; ele
parecia abatido, com dor, como se não pudesse suportar nem mais um minuto
disso.


A banda estava começando, uma música lenta. Ele ainda
estava encarando-a, absorvendo-a. Aqueles olhos verdes se escurecendo, ficando
pretos com desejo. Ela teve a repentina sensação de que ele poderia puxá-la
para si e beijá-la duramente, sem ao menos dizer uma palavra.


“Você gostaria de dançar?” ela disse suavemente. Estou
brincando com fogo, com algo que não entendo, ela pensou repentinamente. E
nesse instante ela percebeu que estava aterrorizada. Seu coração começou a bater
violentamente. Era como se aqueles olhos verdes falassem com alguma parte dela
que estava enterrada bem abaixo da superfície – e aquela parte estava gritando
“perigo” para ela. Algum instinto mais velho que a civilização estava dizendo à
ela para correr, para fugir.


Ele nunca se moveu. A mesma força que a estava
aterrorizando a estava segurando lá. Isso está fora de controle, ela pensou
repentinamente. O que quer que estivesse acontecendo aqui está longe de seu
entendimento, não era nada normal ou são. Mas não dava para parar agora, e
mesmo enquanto estava assustada ela estava se deleitando com isso. Era o
momento mais intenso que ela já tinha experenciado com um garoto, mas nada
estava acontecendo. Ele estava apenas olhando para ela, como se estivesse hipnotizado,
e ela estava olhando de volta, enquanto a energia cintilava entre eles como
lampejos de calor.


Ela viu seus olhos se escurecerem, derrotados, e sentiu o
pulo selvagem de seu próprio coração enquanto ele lentamente estendia uma mão.


E então tudo se rompeu.


“Ora, Dulce, como você está meiga,” disse uma voz, e a visão de Dulce foi ofuscada por dourado.
Era Caroline, seu cabelo castanho farto e lustroso, sua pele bronzeado com uma
cor de bronze perfeita. Ela estava usando um vestido de lamê de dourado puro
que mostrava uma inacreditável quantidade ousada de pele perfeita. Ela
escorregou um braço nu pelo de Christopher e sorriu preguiçosamente para ele.
Eles eram maravilhosos juntos, como um casal de modelos internacionais
visitando um baile de ensino médio, muito mais glamurosos e sofisticados do que
qualquer outro na sala.


“E esse vestidinho é tão bonito,” continuou Caroline, enquanto a mente de Dulce corria no
piloto automático.


Aquele braço possessivo casualmente ligado ao de Christopher
dizia tudo à ela: onde Caroline tinha estado no almoço nas últimas semanas, o
que ela estivera aprontando todo esse tempo. “Eu disse à Christopher que nós
simplesmente tínhamos que parar por um momento, mas não vamos ficar muito
tempo. Então não se importa se eu ficar com ele só para mim nas danças, se
importa?”


Dulce estava estranhamente calma agora, sua mente um
zumbido vazio. Ela disse não, é claro que não se importava, e observou Caroline
se afastar, uma sinfonia em castanho e dourado. Christopher foi com ela.


Havia um círculo de rostos ao redor de Dulce; ela se
virou deles e foi até Matt.


“Você sabia que ele vinha com ela.”


“Eu sabia que ela queria que ele viesse. Ela esteve
seguindo-o na hora do almoço e depois da escola, e meio que se forçando nele.
Mas...”


“Entendo.” Ainda presa naquela calma esquisita e
artificial, ela escaneou a multidão e viu Bonnie vindo em sua direção, e
Meredith deixando sua mesa. Elas tinham visto, então. Provavelmente todos
tinham. Sem uma palavra para Matt, ela se moveu em direção à elas, dirigindo-se
instintivamente ao banheiro das garotas.


Estava lotado com corpos, e Meredith e Bonnie mantiveram
suas observações radiantes e casuais enquanto a olhavam com preocupação.


“Você viu aquele vestido?” disse Bonnie, apertando os
dedos de Dulce secretamente. “A frente deve estar presa com super bonder. E o
que ela vai usar no próximo baile? Celofone?”


“Tiras,” disse Meredith. Ela acrescentou em voz baixa,
“Você está bem?”


“Sim.” Dulce pôde ver no espelho que seus olhos estavam
claros demais e que havia um ponto de cor queimando em cada bochecha. Ela
amaciou seu cabelo e se virou.


A sala se esvaziou, deixando-as em privacidade. Bonnie
estava ocupando-se nervosamente agora com o laço de lantejoulas em sua cintura.
“Talvez não seja afinal uma coisa tão ruim,” ela disse silenciosamente. “Quero
dizer, você não pensou em nada além dele por semanas. Quase um mês. E então
talvez seja para o melhor, e você pode se concentrar em outras coisas agora,
invés de... bem, perseguir ele."


Até tu, Brutus? Pensou Dulce. “Muito obrigada pelo
apoio,” ela disse em voz alta.


“Ora, Dulce, não fique assim,” Meredith interpôs. “Ela
não está tentando te magoar, ela só acha que–”


“E eu suponho que você também acha? Bem, isso é ótimo. Eu
simplesmente vou sair e achar outra coisa para me concentrar. Como outras
melhores amigas.” Ela deixou ambas encarando-a.


Lá fora, ela se jogou em uma roda de cor e música. Ela
estava mais resplandecente do que jamais esteve em um baile antes. Ela dançou
com todos, rindo muito alto, flertando com todos os garotos em seu caminho.


Eles a estavam chamando para subir e ser coroada. Ela
ficou de pé no palco, olhando para baixo para as imagens de borboletas
brilhantes. Alguém lhe deu flores; alguém colocou uma tiara de imitação de
diamante em sua cabeça.


Houve aplausos; Tudo passou como se fosse um sonho.


Ela flertou com Tyler porque ele estava mais perto quando
ela saiu do palco. Então ela se lembrou o que ele e Dick tinham feito com Christopher,
e quebrou uma das rosas de seu buquê e deu à ele.


Matt estava olhando da lateral, sua boca apertada. O par
esquecido de Tyler estava quase às lágrimas.


Ela agora pôde cheirar álcool junto ao hálito de menta de
Tyler, e seu rosto estava vermelho. Os amigos dele estavam ao redor dela, uma
multidão gritando e rindo, e ela viu Dick colocar algo de um saco de papel
marrom no seu copo de ponche.


Ela nunca esteve com esse grupo antes. Eles derem-lhe
boas-vindas, admirando-a, os garotos rivalizando por sua atenção. Piadas voavam
de todas as direções, e Dulce ria mesmo quando elas não faziam sentido. O braço
de Tyler circulou sua cintura, e ela só riu mais. De canto de olho ela viu Matt
balançar a cabeça e se afastar. As garotas estava ficando estridentes, os
garotos rudes. Tyler estava tocando seu nariz umidamente em seu pescoço.


“Tenho uma idéia,” ele anunciou ao grupo, abraçando Dulcea
mais apertadamente para si. “Vamos à algum lugar mais divertido.”


Alguém gritou, “Como aonde, Tyler? A casa do seu pai?”


Tyler estava sorrindo, um sorriso grande, bêbado e
imprudente. “Não, eu quis dizer algum lugar onde poderemos deixar a nossa
marca. Como o cemitério.”


As garotas gritaram. Os garotos acotevelaram uns aos
outros e fingiram socos.


O par de Tyler ainda estava de pé do lado de fora do
círculo. “Tyler, isso é loucura,” ela disse, sua voz alta e fina.


“Você sabe o que aconteceu ao velho. Eu não irei lá.”


“Ótimo, então, você fica aqui.” Tyler pescou as chaves
para fora de seu bolso e as chacoalhou para o resto da multidão.


“Quem não está com medo?” ele disse.


“Ei, eu estou pronto para essa,” disse Dick, e houve um
coro de aprovação.


“Eu também,” disse Dulce, clara e desafiando. Ela sorriu
para Tyler, e ele praticamente a tirou do chão.


E então ela e Tyler estavam liderando um grupo barulhento
e violento no estacionamento, onde estavam se amontoando nos carros. E então
Tyler estava abaixando o topo de seu conversível e ela estava entrando, com
Dick e uma garota chamada Vickie Bennett se espremendo no banco traseiro.


“Dulce!” alguém gritou, de longe, da entrada iluminada da
escola.


“Dirija,” ela disse à Tyler, tirando sua tiara, e o motor
rosnou à vida. Eles queimaram pneu no estacionamente, e o frio vento noturno
soprou no rosto de Dulce.


 




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Autor(a): lovedyc

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 21



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  • damonlsalvatore Postado em 19/12/2009 - 09:28:59

    Seu nome não é Maria. Seu nome é Elena. Seu nome não é Christopher. Seu nome é Stefan. Você viola direitos reservados! Diga seus nomes.

  • vondyforever01 Postado em 03/09/2009 - 22:47:12

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