Fanfic: Uma Noite no Deserto AyA adaptada (finalizada) | Tema: AyA, Ponny

OH, Socorro, pensou Any.

Ela havia entrado na sala apenas por alguns momentos- muito quieta e discretamente- para checar se Felicity estava feliz com tudo. Então pretendia voltar a cozinha e verificar os pudins. Com toda certeza, não tivera a intenção de deixar-se de se interceptada no caminho daquela maneira.

Mesmo que ele fosse o homem mais maravilhoso que Any tivesse visto na vida.

Ele estava vestido como o resto dos convidados homens, em um terno formal e uma camisa pregueada. A gravata borboleta de seda preta era visivelmente feita a mão.

 Uma rápida olhada para seus sapatos pretos a informou que eram feitas a mão, e o corte do terno era impecável e naturalmente muito caro, julgando pelo toque do tecido contra seus dedos.

Tudo nele alardeava riqueza.

Bem, só podia ser. Felicity Browne era poderosa em termos financeiros, assim como seus convidados.

Any havia conhecido alguns antes- até mesmo cozinhado para eles-, mas nunca o vira. Teria se lembrado. Ele tinha o mesmo sotaque dos homens na sala – um sotaque que ela reconhecia como de escola pública seguida de Oxbridge- e o cabelo quase negro era um pouco longo, com uma franja que prendia relaxada sobre os olhos. Definitivamente um playboy de alta classe.

Todavia, o tom de pele azeitonada e os olhos cor de âmbar eram toques exóticos demais para que fosse inglês.

-Eu realmente não deveria...-começou Any quando ele abriu as portas duplas, guiou para o terraço e fechou as portas novamente.

- Não se preocupe. Se Felicity falar qualquer coisa, eu lhe direi que fui eu quem te sequestrei e não foi culpa sua- assegurou-lhe ele.

-Mas...

-Shh- Ele colocou o dedo indicador contra os lábios dela, seu toque gentil, porém firme o bastante para lhe indicar que se calasse. -Sem mais protestos.

Então ele lhe segurou o olhar e traçou-lhe o lábio superior com a ponta do dedo. O mais leve e mero contato... impossibilitando-a de se mover. Ela não queria se mover. Algo naquele homem a atraia como um imã. Pela expressão no rosto dele, provavelmente tinha ciência disso.

Ela devia ir embora naquele exato momento. Se agisse pelo coração em vez pela cabeça, seria um desastre. Não poderia suportar a espécie de fofoca que indubitavelmente surgiria... fofoca que abalaria as bases do negócio que trabalhara tão duro para construir.

Mas, por Deus, não conseguia afastar-se.

-Qual seu nome? perguntou ele suavemente.

-Any.

-Alfonso- apresentou-se ele.

Exótico... Todavia, ele tinha aquele sotaque muito britânico.

Intrigante, na verdade.

E queria saber mais.

- Você é casada, envolvida com alguém?

Any sabia institivamente que, se dissesse que sim, ele a deixaria em paz.

Então ela poderia escapar de volta para cozinha. Considerou mentir, embora desonestidade fosse algo que normalmente desprezava. Mas neste caso, uma mentirinha seria a decisão mais sensata a tomar.

Mas seu corpo não estava ouvindo a sua cabeça. Any meneou a cabeça.

Com expressão aliviada, ele pôs o copo sobre a mesa, então pegou-lhe o copo da mão e fez o mesmo, olhando-a fixamente o tempo todo. Levou a mão de Any a boca, enquanto beijava cada dedo. Sem poder evitar, ela entreabriu os lábios e sua cabeça pendeu para trás em um leve oferecimento.

Alfonso viu o convite e aceitou-o, inclinando a cabeça de modo que a sua boca roçasse a dela.

Não era o bastante. Any queria mais. Muito mais.

Ele deslizou os braços em volta do pescoço dele, trazendo-lhe a cabeça na direção a sua. Mesmo enquanto fazia isso, sabia que ela estava louca.

Eles não se conheciam, tinham apenas trocado os primeiros nomes. Any não costumava fazer coisas como aquela.

Entretanto, lá estava ela, beijando um completo estranho. Tudo o que sabia sobre ele era que se chamava Alfonso e tinha a boca mais sexy do mundo.

E então ela parou de pensar quando o beijo se aprofundou, entrelaçando os dedos no cabelo dele, desejando-o mais perto. O cabelo de Alfonso era macio sob seus dedos e ela podia sentir o perfume exótico da loção pós – barba, uma mistura sensual de frutas cítricas. Simplismente maravilhoso.

Braços fortes a envolviam, uma mão descansando na curva do seu traseiro e a outra espalmada contra suas costas, puxando-a para mais perto.

 Any ouvira falar sobre pessoas que viam estrelas quando eram beijadas e sempre pensava nisso como exagero. Agora sabia exatamente do que elas falavam. Aquilo era diferente de tudo o que ela já experimentara: como fogos de artificio explodissem dentro de sua cabeça.

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