Fanfic: Uma Noite no Deserto AyA adaptada (finalizada) | Tema: AyA, Ponny

- É adorável, mas não posso aceitar algo tão valioso.

Alfonso sorriu.

- É gesso, habibti, não um diamante. Você simplesmente cava no deserto.

-Você mesmo o cavou? – Então, antes que ele pudesse responder, ela ergueu uma das mãos. – É claro que sim. Disse ontem que um bom líder não tem medo de sujar as mãos.

-Precisamente.

Havia uma expressão melancólica nos olhos de Alfonso, mas desapareceu tão rapidamente que Any se perguntou se teria imaginado. Dentro de instantes, ele estava esbanjando seu charme urbano, questionando-lhe sobre texturas, cores, gostos dos alimentos. E Any sabia que Alfonso estava tentando entender o que ela fazia, como trabalhava.

Eles passaram o resto da manhã juntos, então ele lhe pegou a mão.

-Estou distraindo você, habibti. Essa coisa de aprendiz não vai dar certo, vai?

-Não – admitiu Any.

-Pena. – Alfonso roçou o polegar no dorso da mão dela – Você também me distrai, sabia? Devia ver a pilha de papelada em meu escritório.

Ela mordiscou o lábio.

-Então, o que está sugerindo? Que paremos de nos encontrar?

-Não. Porque, habibti, osúltimos dias me mostraram o quanto você é boa em administrar o tempo. Acho que temos condições de expandir um pouco.

- Em outras palavras, você ainda pensa que vou conseguir cozinhar para suas reuniões comerciais?

-Exatamente. Então vou lhe dar algum espaço para pensar sobre isso. Decidir o que quer fazer.

Deus, ele era persistente. Mas, pelo menos, estava lhe dando uma escolha. Talvez ela pudesse lhe dar algum tempo em seus dias livres, encaixar os elementos flexíveis de seu trabalho onde pudesse, e fazer o que queria. Ficaria muito ocupada durante aquelas semanas e perderia todo o seu tempo de pensar.

Mas, com Alfonso por perto, perdia seu tempo de pensar de qualquer maneira. Estava constantemente distraída ao seu lado, a mente envolvida em fantasias do que queria fazer com ele.

-Dê-me a sua resposta na segunda-feira – disse ele.

-Segunda?

- Quando você for almoçar comigo – relembrou-lhe. – Mandarei um carro.

-Sou perfeitamente capaz de...

-Sei que é perfeitamente capaz de cuidar de seu próprio transporte – interrompeu ele. – Ceda ao meu desejo uma vez.

Rafiq virá apanhá –la as 11h30 na segunda.

-Certo.

-Ótimo. – Ainda lhe segurando a mão, Alfonso a levou à boca, mas, em vez de dar-lhe um beijo educado no dorso da mão, virou-lhe o pulso. Tocou a boca onde a pulsação batia freneticamente.

Os joelhos de Any enfraqueceram.

Ele não podia parar ali. Por favor, não pare.  

A única coisa que Any tinha consciência era de Alfonso. O som da respiração dele. O aroma exótico da colônia pós – barba.

O jeito que sua pele esquentava sob a boca sensual.

E queria que ele continuasse. Queria desesperadamente.

Como se lesse sua mente, ele subiu a manga larga da blusa dela e provou-lhe o interior do cotovelo com beijinhos que a fizeram tremer inteira.

-Alfonso.

- Eu sei – murmurou ele, endireitando o corpo e fitando- lhe os olhos. – Acontece o mesmo comigo. Minha cabeça me diz para não fazer isso, enquanto meu corpo fala o contrário. E observá-la cozinhar, o modo que você se move... está me enlouquecendo.

-Não consigo parar de pensar naquele terraço. Sobre quando você me beijou. E quero...- Ela tremeu.

-Ah, Any. – Ele lhe segurou o rosto com ambas as mãos.

Então roçou os lábios contra os seus, muito de leve; entretanto, era como se tivesse sido queimada.

A próxima coisa que percebeu foram suas mãos entrelaçadas no cabelo dele. Braços fortes a envolviam e o beijo se aprofundava. De alguma maneira, Alfonso tinha se movido com tanta rapidez que ela estava sentada no colo dele de pernas abertas em um dos bancos altos.

Duas camadas de jeans entre os dois.

A excitação viril estava pressionada contra Any, e ela não pode evitar roçar o próprio corpo ali.

-Any, você me enlouquece – sussurrou ele com voz rouca.

Aquilo era mútuo. Ela não podia raciocinar com clareza. Queria a boca de Alfonso de volta na sua, então, mordiscou- lhe o lábio para fazê-lo abrir a boca e beijá-lo com ardor.

A pressão contra a sua feminilidade intensificou-se quando ele se moveu de leve. Any gemeu contra a boca de Alfonso, querendo mais.

E, então, subitamente, ele parou.

-Meu autocontrole está por um fio. Parte minha quer jogar a segurança ao vento. Quero remover nossas roupas e tomá-la aqui mesmo, nesse balcão de granito. – Ele pausou.

-Mas...  

 Any tremeu.

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