Fanfic: Uma Noite no Deserto AyA adaptada (finalizada) | Tema: AyA, Ponny

franmarmentini: No livro não fala a idade deles, porem o Alfonso é o filho do meio do rei. obrigada pelo comentario que bom que voce está gostando.

postando....

ALFONSO PENSOU sobre aquilo, incerto de como responder. Embora aquilo fosse algo de que normalmente não falasse. Sentiu – se compelido a ser honesto com Any. Contar-lhe a verdade. Largando o cabelo dela, deitou-se contra os travesseiros.

-Por treinamento, sou vulcanologista.

-Vulcanologista?  - Ela piscou – Está me dizendo que tem vulcões em seu país? Mas... você é da Arábia. Pensei...

-Lawrence da Arábia, dunas e camelos sem fim? Não. Temos desertos, mas nem tudo é areia. Por isso meu país chama- se Harrat...  que é o nome árabe para os campos de lava em volta de um vulcão – explicou ele.

-E são ativos?

Ele riu.

Em Harrat Salma não, há milhares de anos... embora tenha havido erupções no Yemen, uma em 2007 e outras no último século, e no mar Vermelho, um século antes.

-Você os estudou?

-No ambiente natural. Minha formação universitária é Geologia. – E meio doutorado em Vulcanologia. Mas ela não precisava saber essa parte. Sobre o fato de que ele tivera que abandonar os estudos, que amava, sem olhar para atrás. – Adorei cada segundo disso. Especialmente as viagens de campo ao redor do meu país. Lembro –me de uma incrível viagem quando passamos a noite dormindo na cratera de um vulcão. Podíamos ver os minerais faiscando à nossa volta sob a luz do luar. Era como dormir entre as estrelas.

- Um vulcanologista – disse ela admirada. – Isso é a última coisa que eu imaginaria. Quero dizer... não há sequer um vulcão na Grã-Bretanha.

-Na verdade, há – corrigiu ele. – Não ativos, mas Edimburgo foi construída sobre um vulcão extinto... Artur’s Seat.

-Onde fica o vulcão mais próximo daqui?

- Itália ou Islândia, - Alfonso acomodou-lhe a cabeça em seu ombro, enquanto enrolava as pontas do cabelo dela nos dedos outra vez. Havia tanto, tanto tempo que conversara sobre isso pela última vez. Mas tinha a impressão de que Any entenderia.

Ela também tinha paixão pelo que fazia.

- Adoro a Islândia – disse ele. – Ver o sol da meia- noite e os campos de gelo... os campos de lava.

-Primaveras quentes e hotéis gelados – murmurou ela.

- São espetaculares. E a aurora boreal. Mesmo quando você sabe como ela ocorre, ainda sim é uma visão magica, sobrenatural.

Ele lhe beijou o topo da cabeça.

Any aninhou- se mais ao seu corpo.

-Você se sente sobre vulcões da mesma maneira que me sinto sobre cozinhar.

Sim. Mas ele não podia seguir seu coração agora.

Seu dever era mais importante.

- Porém, não tenho mais tempo para isso.

Any ergueu a cabeça para olhá-lo.

-E você sente falta disso.

Sim, ele sentia. Tanto que reprimia o sentimento com trabalho e constantes festas de modo que não restasse tempo para pensar na sua vida anterior.

-Estou ocupado demais para sentir falta – respondeu ele.

-Eu realmente não esperava por isso. Um vulcanologista – comentou ela, fascinada.

-O que você esperava?

É obvio que há mais sobre você do que ser um festeiro assíduo. Pensei que trabalhasse com petróleo ou dinheiro.

- Nosso país é rico em petróleo – Alfonso a fitou. – Mas por que dinheiro?

- Pelo modo que você fala, eu diria que frequentou uma escola pública aqui. E que depois estudou em Oxford ou Cambridge... Imaginava sua formação em Economia ou Administração de Empresas. Talvez seguida de doutorado.

-Estou impressionado- disse Alfonso – Fora a minha formação universitária, você acertou. Fui para Eton e depois Cambridge. E fiz doutorado em Londres.

-Você gostou?

Alfonso deu os ombros.

-Gostei do desafio intelectual.

Mas isso não é como os vulcões. Não toca seu coração, toca?

comentem....