Fanfic: Uma Noite no Deserto AyA adaptada (finalizada) | Tema: AyA, Ponny

Ele viu o desejo nos olhos dela e murmurou:

- Habibti, assim você arruinará todas as minhas boas intenções.

-Café. –disse ela. – Precisamos de café.

-Em vez de café eu preferiria tirar suas roupas novamente.

-Ele olhou para a mesa de tampo de granito e depois para ela. – Tenho romã no refrigerador.

Uma imagem de si mesma deitada sobre a mesa de tampo de granito, sementes de romã espalhadas pelo seu corpo... enquanto Alfonso as comia uma por uma, se formou na mente de Any, até que ela estivesse tão excitada...

-Café –disse ele. – E acho melhor você não tomá-lo perto de seu trabalho, porque se eu tocá-la... mesmo um leve roçar de dedos... não me responsabilizo por minhas ações.

Any suspirou, lutando para controlar-se.

-Não faço essa espécie de coisa, Alfonso. Não é do meu feitio.

-Eu sei. Hayley falou que você é casada com a sua cozinha.

-Ele tomou um gole do café, depois praguejou suavemente em árabe. – Isto não está ajudando. Por cinco anos, me diverti e trabalhei muito, e sempre consegui manter trabalho e vida social separados. Neste momento, eu não daria a mínima para os negócios. Quero leva-la para a cama.

-Foi você que mencionou romã.

-Vá para a sala. Agora. E não se sente perto de mim – avisou ele -, porque parece que perdi meu autocontrole temporariamente.

Quando eles se sentaram na sala de estar, o laptop sobre a mesa baixa, ambos recuperam o controle. Quase.

-Então, pode me dar uma ideia do seu trabalho? Preciso de informações para planejar o tipo certo de menu. Eu não serviria a mesma coisa em um bufe, digamos, financistas do que serviria para pessoas ligadas a arte.

-Por que não?

- Porque financistas não olham para o que estão comendo e artistas olham... eles notam cor e estilo; portanto, a comida precisa ser um pouco mais intricada – explicou ela.

- Entendo. – Então Alfonso ficou silencioso por tanto tempo que Any imaginou que ele havia mudado de ideia. Até que pareceu a chegar a uma decisão.

- Tudo bem. Meu pai colocou-me em uma função de desenvolver o turismo e investimento de Harrat Salma.

-E é por isso que estas pessoas estão vindo? Porque investirão ou construirão hotéis e tudo mais?

-Sim. Eu as escolhi a dedo nos últimos meses... Pessoas cujo trabalho eu gosto, e cuja as crenças combinam com as minhas. Pessoas que acreditam em mais do que apenas lucro; que querem dar algum retorno enquanto recebem. Quero especialistas locais... engenheiros e construtores, assim como designers, e quero pessoas da região administrando os hotéis também.

- Então, fale-me de Harrat Salma – pediu ela. – Não sei nada sobre seu país... exceto desertos e vulcões.

Ele riu.

- Há muito mais do que isso em meu país. Temos uma grande indústria de mineração... zinco, cobre e pedras preciosas.

Meu povo tem longa tradição em perícia profissional.

Any gesticulou para as tapeçarias nas paredes.

-Tais como estas?

-E tapetes de chão, é claro. Bonitos tapetes feitos a mão.

-Ele indicou o que estava no centro da sala. – Além de trabalho em metal, joalheria, escultura, temos herança marítima. Temos os souks... o mercado de especiarias, o mercado da seda, o mercado de frutas e verduras, onde você pechincha com os comerciantes enquanto toma chá de menta. E temos até mesmo shoppings ultramodernos para os turistas estrangeiros que não podem viver sem suas lojas globais. Mas quero que nosso turismo seja tão neutro quanto possível.

-Como assim?

- Temos uma paisagem muito especial, que merece conservação. Não permitirei jipes nas dunas. É uma diversão muito popular em alguns de nossos países vizinhos, mas em Harrat Salma está permanentemente proibido.

Any nunca o ouvira tão altivo. Por um breve momento, raiva brilhou nos olhos dele, mas, então, desapareceu em seguida.

-Por que você é tão contra jipes na areia?

-Um jipe descendo em alta velocidade do topo de uma duna não é algo seguro, mesmo que esse tipo de esporte pudesse trazer mais riqueza para o país – replicou ele- Pessoas fazem isso sem o menor respeito... pela terra ou pelo povo. Sem mencionar o estrago que possa causar.

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