Fanfic: Firmamento... Vondy | Tema: DyC/família

Pov Dulce

Poucos raios de sol entravam por algumas brechas da cortina, e justamente sobre os meu olhos. Acordei antecipadamente exausta, segunda-feria geralmente é um dia muito cansativo no hospital. Gemi rolando para o outro lado da cama com a intenção de voltar a dormi, mas o despertador tocou, e agora eu não poderia mais dormir.

—Desliga essa merda — meu marido resmungou virando para o outro lado da cama.

Fiz o que ele pediu e levantei da cama. Vesti um robe e abri as cortinas que dava uma bela vista para uma enorme jardim da minha casa. Voltei para a cama e balancei ele.

—Levanta Ucker, precisa levar as crianças pra faculdade — ele murmurou alguma coisa e sai do quarto batendo a porta para que ele despertasse.

Eu e Christopher éramos casados a vinte e dois anos. Nos conhecemos em uma festa no primeiro ano da minha faculdade e nos demos muito bem logo de cara. Três dias depois ele me pediu em namoro e um ano depois eu ja era sua noiva. Sempre fomos apressados, mas eu não tinha do que reclamar. Antes de terminar a faculdade nos casamos, ele já trabalhava na empresa de seu pai. Algum tempo depois o seu pai faleceu deixando uma
empresa e enorme fortuna para ele.

Nossa casa era grande, por isso os quartos eram bem distantes. Bati na porta do quarto que estava entreaberta. Ninguém respondeu, com certeza ainda estava dormindo.

—Bernardo? — perguntei colocando a cabeça para dentro do quarto — ainda esta dormindo?

—Não enche o saco mãe — resmungou cobrindo a cara com o travesseiro.

—O que passou por esse quarto? — entrei desviando de varias roupas e lençóis jogadas no chão, chutei alguns para poder andar, então um lençol me revelou uma imagem não tão agradável — Bernardo Uckermann o que significa isso? — perguntei segurando um saco de camisinha rasgado, coloquei a outra mão na cintura esperando resposta.

Ele tirou cabeça debaixo do travesseiro e olhou para minha mão.

—Um saco de jujubas — se apoiou com os cotovelos e riu abafado.

—Não ria, estou falando sério — apontei o dedo para ele — estou muito desapontada com você, não acredito que havia gente se rastejando na minha cama. — Falei em um tom de voz firme.

—Veja pelo lado bom, eu me previno — deu de ombros e sorriu safado como o pai.

—Ótimo, fico feliz com isso, — sorri forçada — porém vá se prevenir em outro lugar, não na MINHA casa — apontando para o meu peito.

—Não mãe, não é nada disse que esta pensando, não trouxe ninguém aqui, eu só não gosto de deixar essas embalagens por ai e trago pra jogar no lixo de casa — tentou me enganar, mas não consegue.

—Onde foi o tem?

—Em uma festa.

—Levanta agora, precisa ir, seu pai já esta se arrumando. — Vi ele da uma risada irônica enquanto jogava a embalagem no lixo ao lado da cama e sai do quarto.

Bernando é meu filho mais velho, tem dezenove anos. Como disse antes, eu e Christopher somos apressadinhos, e engravidei antes mesmo de casar. Acabou de terminar a faculdade de administração e trabalha em tempo meio turno na empresa do meu marido. Posso dizer que o único orgulho que me deu ultimamente é que passou na faculdade com ótimas notas.

Parei em frente a uma outra porta e bati, ouvi um "pode entrar" e fiz.

—Querida? Esta pronta? — Sophia saiu do closet com o cabelo enrolado na toalha só de calcinha e sutiã.

—Quase.

—Como foi a noite ontem? — perguntei sentando na sua cama.

Ela parou na minha frente e vi seus olhos lacrimejarem.

—Ele terminou comigo mãe — desatou a chorar se ajoelhando aos meu pés — porque ele fez isso mãe? Aquele canalha, quero matar ele. — Disse entre soluços enxugando as lagrimas na barra do meu robe.

—Ele não sabe o que perdeu querida — passei a mão sobre a cabeça dela.

—Eu odeio ele — ela suspirou e levantou sentando ao meu lado na cama.

—Por que terminou?

—Não sei — negou com a cabeça — ele é um babaca, não me deu explicações.

—Agora precisa continuar a viver, não pode ficar assim.

Ela olhou para mim, e novamente voltou a chorar jogando a cabeça no meu colo.

—Mas eu amava ele.

—Tudo vai melhorar. Agora você precisa se arrumar, ficar bem bonita para ir a faculdade e mostrar a ele o que perdeu.

—É você tem razão — suspirou e levantou a cabeça — obrigada — forçou sorriso com a cara inchada, com certeza passou a noite em claro.

—Não a de que. — Dei um beijo em sua bochecha e levantei caminhando ate a porta. — Se eu fosse você buscaria gelo para colocar no rosto — ela fez uma careta e sai do quarto revirando os olhos.

Sophia é a minha segunda filha. Tem dezessete anos, acabou de entrar para a faculdade de medicina, sempre quis seguir os passos da mãe. Ela muito sentimental e doce. Mimada ate demais pelo pai. Todo mês ela fica aos prantos depois de terminar o seu namoro com Eduardo, eles vivem indo e voltando.

E por último, suspirei antes de bater na porta rosa.

—PODE ENTRAR — ouvi gritos de dentro do quarto e entrei.

—Ei, não pense que vai para a escola com essa roupa — disse apontando para a mine saia que Rebeca usava.

—Aa mãe, esta lindo, a Renata que disse — disse fazendo bico.

—Seu pai não vai achar tão lindo assim. — Olhei para a cama ao lado e Renata ainda dormia. — Porque ela ainda esta deitada?

—Passou a madrugada no telefone com o namorado — dedurou a irmã e entrou no closet.

—Namorado? Renata, acorda agora, — dei uma palmada na bunda dela — vai se atrasar pra escola.

—Mãe estou com sono — resmungou.

—Não quero saber, levanta. Daqui a vinte minutos quero vocês la em baixou e depois quero saber sobre o namorado ok? — disse isso caminhando ate a porta e sai do quarto.

Rebeca e Renata são as mais novas, gêmeas. Rebeca é doce, educada e tímida, as vezes tenho medo de se deixar levar por Renata, é educada, mas muito solta e mais divertida. Elas tem onze anos e fazem o sexto ano na escola.

Depois de acabar o ritual da manhã, voltei para o meu quarto. Christopher não estava mais na cama. Entrei no closet e ouvi o barulho do chuveiro ligado. Separei uma roupa para me vestir e uma para ele, Christopher realmente não tem um bom gosto para roupas.

Ouvi o barulho do chuveiro desligar e sentei no banco que havia ali.