Fanfic: Monalisa, deusa com ar de menina | Tema: Monalisa

Não sei ao certo se chegamos cedo ou se a tal festa realmente iria ser com poucos convidados. Ali haviam apenas o Renan e um dos seus amigos, e mais quatro amigas, tirando a Nathália. Assim que entramos, a moradora da casa veio nos cumprimentar. Deu um beijo no rosto dos meninos e um abraço apertado na Monalisa. Quando chegou em mim, ela mordeu o lábio e logo colocou um sorriso malicioso, me abraçando logo depois.

Nathália: Que bom que você veio - Sussurrou em minha orelha e logo depois mordeu a mesma - Vamos nos divertir muito - Me afastei rapidamente e a encarei. 
Bernardo: Tenho certeza que irei me divertir muito mesmo. Mas não com você - Falei, piscando logo em seguida. Ela revirou os olhos e quando ia falar algo, pulei fora dali. Me dirigi ao sofá, onde estavam as meninas e os meus amigos, que já se acomodavam. Me sentei ao lado de uma loira bem gata lá e desviei o olhar, procurando a Mona. Ela estava ali perto, no sofá um pouco afastado, conversando com o Renan. Soltei um suspiro pesado e encarei a garota ao meu lado - Então gatinha, qual o seu nome? 
-XX-: Não está lembrado de mim, Bernardo? - Perguntou, arqueando a sobrancelha. Sorri de lado, procurando uma resposta.

Bernardo: Você poderia me ajudar a lembrar, não é? - Perguntei, me aproximando cada vez mais da mesma e depositando um beijo no seu pescoço. Ela riu e passou a unha pela minha nuca, me deixando arrepiado - Aliás, adoraria recordar várias coisas em você - Falei, subindo os beijos para o seu queixo, e a mão para suas coxas. Ela pareceu suspirar e abaixou um pouco o rosto, para que seus lábios tocassem os meus. E assim iniciamos um beijo. 

O beijo foi repleto de desejo e malícia, e bastante duradouro. Ela sabia bem como provocar. Estava com uma das mãos na minha nuca, me arranhando forte, e a outra na minha calça. 

Miguel: Ei casal, tem um quarto lá em cima, ok? - Parei o beijo aos risos e encarei meu amigo.
Bernardo: Daqui a pouco estaremos lá - Falei, voltando a encarar a loira ao meu lado, essa que estava com um sorriso safado - Qual o seu nome mesmo? - Ela riu, revirando os olhos de uma forma engraçada.
-XX-: Beatriz - Ela sussurrou enquanto se aproximava - Vê se não esquece de novo, ok? - Pediu, mordendo de leve o meu lábio. Assenti de um jeito safado e voltei a beijá-la. Porém, esse beijo foi bem mais curto, pois o resto da galera pareceu chegar. Paramos novamente e eu logo me levantei para cumprimentar meus colegas.

A ``festa`` estava legal. Eu já havia até perdido a conta de quantos copos de whisky havia bebido. A Beatriz, a tal loirinha, não saia do meu lado. Grudou de vez, e isso me incomodou um pouco. Eu não gostava muito de garota assim, mas tentei relevar. Outra coisa que também havia me incomodado era o fato da Monalisa não ter parado de conversar com o Renan. Por incrível que pareça, eles não haviam ficado ainda, e o papo parecia estar ótimo, sem fim. E o que mais chamava a atenção, era que o Renan não era cara de passar horas conversando com uma garota, quando ele estava afim, pegava logo e depois largava, partindo pra outra. E com a Mona, ele parecia não querer agir assim, parecia querer fazer diferente. E isso me preocupava. Me preocupava e me incomodava. Bastante.

Beatriz: Não tem ninguém prestando atenção na gente - Ela sussurrou no meu ouvindo, me despertando dos pensamentos - A gente bem que poderia sair de fininho, não é? - Ela pediu maliciosa e eu mordi meu lábio, imaginando o que poderia acontecer logo em seguida.

Olhei em volta e não vi nada de incomum. Meus amigos conversavam com as meninas de boa, e ao lado o ``casal`` também conversava, animadamente. Desviei o olhar para a loirinha e pisquei, me levantando e a puxando logo em seguida. Saímos da varanda, onde todos estavam, e partimos para dentro da casa, já nos pegando. Eu conhecia bem aquela casa, afinal, frequentava bastante quando namorava com a Nathália, principalmente quando os pais dela não estavam. A Beatriz também parecia conhecer bem, pois foi me puxando e meio que me guiando até um certo quarto. Não reparei muito quando chegamos ao cômodo, digamos que estava preocupado com coisas melhores. Logo caímos na cama e demos início aos trabalhos.

Cerca de uma hora depois, quando já vestia minhas roupas, ouvi a porta se abrir. Olhei rapidamente para a mesma e dei de cara com a Mona, com uma expressão nada boa. Ela olhou para a cama, onde a Beatriz dormia nua, mas com um lençol por cima e depois pra mim. Seus olhos soaram tão pesados que senti até um arrepio. Ela balançou a cabeça negativamente e depois aproximou-se, me puxando pelo braço.

Monalisa: Você não presta, Bernardo - Ela disse, enquanto ainda me puxava para fora do quarto. Lhe segui em silêncio e logo chegamos na varanda. O clima estava estranho, bastante estranho por sinal. As pessoas já não conversavam e a Nathália parecia não estar por ali. O que mais me incomodou foram os olhares que me cercaram, assim que apareci. Sorri, tentando parecer indiferente, e logo pude ouvir a voz da Mona, se voltando para os meus amigos - Meninos, vamos? - Ela perguntou. Eles logo assentiram e levantaram, cumprimentando todos que ainda estavam ali. Também cumprimentei, e logo ouvi alguns comentários, alguns parecidos com lição de moral, outros com um tom de zoação. Tentei ignorar e dei meia-volta, me apressando para sair.

Juro que não aguentava mais aquela conversa toda. De um lado, a Mona brigava e reclamava comigo. Por outro, meus amigos me apoiavam e me defendiam. Eu estava cansado, com uma certa enxaqueca por causa da bebida, e o que eu menos queria naquele momento, era pessoas discutindo sobre o que eu tinha feito ou deixado de fazer.

Bernardo: Dá pra vocês pararem? - Pedi, já aos gritos. Eles se assustaram e pararam de falar. O Gabriel, que estava dirigindo o carro, chegou até a dar uma freada brusca, nos levando um pouco pra frente.
Miguel: Calma aí, quer matar a gente é? - Ele perguntou, com um tom animado. O Miguel, pra variar, era o mais bêbado dali. Levava na sua mão uma garrafa de vodka e mexia no cabelo da Mona, essa que agora me encarava feio.
Bernardo: O que foi? - Perguntei olhando para minha nova querida amiga, essa que estava no meio, entre mim e o Miguel. Ela não me respondeu, desviou o olhar sério para frente, e depois soltou um suspiro. Revirei os olhos e encarei a rua, pela janela embaçada pelas gotas da chuva. 

E assim seguimos nosso caminho, no silêncio. Ou melhor, quase no silêncio. Assim que começou a tocar uma música romântica internacional na rádio, o Miguel se animou e tentou cantá-la, mesmo tropeçando nas palavras. Acabamos, por fim, rindo. E isso meio que descontraio um pouco. Os meninos voltaram a falar, dessa vez não de mim, mas da Mona.

Renato: Quer dizer que você pegou o Renan? - Ele perguntou, enquanto virava um pouco para olhar para trás. A Mona pareceu revirar os olhos e riu.
Monalisa: Não, bobo. Só ficamos conversando e tal - Ela disse, sem dar muita importância.
Renato: Qual é? Vocês passaram a festa toda juntos, no maior clima, e não rolou nada? - Ele voltou a perguntar, meio desconfiado. Ela negou com a cabeça e continuou rindo. Quando ia por fim responder, o Gabriel a interrompeu.
Gabriel: Ela está se guardando pra mim, ora. Ou esqueceu que eu vou ser o primeiro? - Ele perguntou, arrancando uma risada de todos nós. Inclusive de mim. 
Bernardo: Até parece que ela daria trela pra você - Comentei meio que risonho, ainda encarando a rua pela janela.
Gabriel: Ué, ela deu trela até para o idiota do Renan, porque não daria pra mim? - Ele perguntou, risonho também. Voltamos a rir e logo a Mona resolveu se defender.
Monalisa: Tá bom gente, eu sei que vocês me amam e tudo mais... Mas não precisam ficar falando de mim, ok? - Ela comentou e voltamos a rir.
Bernardo: Que iludida. Até parece que alguém aqui te ama - Falei, voltando o olhar pra ela e dando um sorriso sarcástico. Ela revirou os olhos e deu de ombros.
Monalisa: Os meninos me amam - Ela falou rindo - Não é, meninos? - Ele concordaram com um "É" em conjunto. Ela riu mais ainda e me encarou, mostrando um sorriso lindo de canto - Tá vendo? - Dei de ombros e virei o rosto, ignorando.

Os meninos logo começaram a falar de outras coisas e a Mona acabou entrando na conversa. Fiquei calado durante todo o caminho. A dor de cabeça parecia só aumentar e tudo que eu mais queria naquele momento era a minha cama.