Fanfic: Monalisa, deusa com ar de menina | Tema: Monalisa

Praia. Esse era o lugar que realmente conseguia me acalmar, e era onde me encontrava no momento. Para a minha sorte, o lugar encontrava-se um pouco vazio naquele início de tarde, deixando o barulho das ondas soarem melhor aos meus ouvidos, trazendo a tranquilidade e liberdade que tanto desejava naqueles últimos dias. 

-XX-: Posso te fazer companhia? - Perguntou uma voz familiar enquanto envolvia as mãos em meus olhos.
Bernardo: Manu... - Sussurrei, sorrindo em seguida. Ela logo livrou meus olhos e sentou ao meu lado, sorrindo também - Sabia que era você.
Manuela: E como sabia?
Bernardo: Pela voz, o cheiro, o toque macio - Respondi, dando de ombros e vendo-a ficar completamente envergonhada. Abri um pouco mais o sorriso e desviei o olhar para o mar - E como sabia que eu estava aqui?
Manuela: Nossa, essa foi fácil - Comentou animada, parecendo dar de ombros - Você adora esse lugar, principalmente para refletir e buscar energias - Assenti, desviando rapidamente o olhar para o dela. 
Bernardo: Me conhece bem, não? - Perguntei risonho e logo a vi mexer no cabelo sem graça, parecendo ainda mais envergonhada - E acho que é só você mesmo - Suspirei, voltando a observar o mar.
Manuela: Ih, por que está falando isso? É por causa da Mona?

Bernardo: É - Assenti, sentindo a raiva voltar um pouco - Ela sabe que eu não gosto do idiota do Vinicius, mas nem se importou com a humilhação que eu poderia sentir ao saber que ele pagou parte da minha fiança. E ele ainda ficou soltando piadinha para o meu lado, me provocando, acredita? - Comentei incrédulo, voltando a lhe encarar - Insinuou que ele estava cuidando melhor da Mona e tudo mais - Neguei com a cabeça, soltando um riso irônico, mas sem graça alguma - E a Monalisa ainda quer que eu aguente tudo calado e de boa? E ainda quer que eu não peça para ela se afastar desse idiota? - Perguntava, não lhe deixando tempo de resposta - Ah, qual é? Não tenho sangue de barata. 
Manuela: Calma, Bê - Passou a mão em meus ombros, apertando de leve - Eu imagino que deve ser realmente complicado para você ver a sua namorada tão próxima desse garoto. Mas você também tem que entender o lado dela - Comentou, me fazendo negar mais uma vez - Claro que tem. Os meninos disseram que ela ficou bastante sozinha durante essa semana, e o Vinicius a ajudou bastante nessa questão, animando-a sempre. E talvez por isso eles ficaram ainda mais próximos, e ela meio que deve se sentir injusta com o garoto com essa ideia de afastar-se dele, entende?
Bernardo: Então eles realmente ficaram muito juntos durante essa semana? - Perguntei enquanto lhe encarava, ignorando o restante. 
Manuela: Sim. Os meninos me contaram que ela se aproximou bastante do Vinicius. Contou também que era ele quem a levava para casa depois do trabalho e que ficava, em algumas noites, conversando até tarde com ela em seu quarto. 
Bernardo: Como é? - Perguntei perplexo enquanto respirava fundo, tentando controlar a raiva e assimilar tudo aquilo - Eles ficavam conversando até tarde no quarto dela? É isso?

Manuela: É, Bê - Sussurrou, voltando a acariciar meu ombro - E além disso, er... - Pausou, mordendo de forma apreensiva o lábio - Enfim, esquece.
Bernardo: Não - Quase gritei, assustando-a um pouco - Se começou, agora termina!
Manuela: Então... - Suspirou pesadamente, afastando um pouco a mão - Os meninos me contaram também que teve uma noite, depois da discussão de vocês, que ele chegou até a dormir com ela no quarto - Paralisei, sentindo a raiva e o ciúmes tomarem conta de mim. 
Bernardo: Isso só pode ser mentira - Neguei apressado mais uma vez com a cabeça, inconformado com a ideia de que pudesse ter um fundo de verdade em toda aquela história - Ela não dormiria com aquele idiota depois que eu lhe falei coisas a respeito dele, depois de eu demonstrar que a não queria perto dele. Qual é? Por que ela fez isso? Para me provocar? - Perguntei, levantando em seguida - Que raiva - Resmunguei furioso enquanto chutava a areia junto com o vento, observando logo depois a Manuela em pé ao meu lado. 
Manuela: Fica calmo, Bê - Tentou me tranquilizar, abraçando-me em seguida - Eles não devem ter feito nada. Deve ter sido apenas conversas. 
Bernardo: Você acha então que eles fizeram alguma coisa? - Perguntei, desabraçando-a apressado - Será que ela faria isso comigo? - Perguntei novamente, dessa vez mais baixo por conta da minha voz que começava a ficar dificultada pelo nó na garganta que encontrava-se ali. Ela não respondeu nada, apenas voltou a me abraçar de forma mais apertada.