Fanfic: Monalisa, deusa com ar de menina | Tema: Monalisa

Dez horas da noite, era esse o horário que marcava o gigantesco relógio da sala. No momento, depois de um longo banho e um jantar rápido, estava abraçado com a Monalisa no sofá, sentindo suas carícias em minha barriga, mais especificamente no corte coberto pelo esparadrapo. O silêncio parecia ser o marco central naquela sala, mas logo foi quebrado com a chegada dos meninos, esses que traziam junto suas expressões desesperançosas. 

Renato: Não conseguimos achá-lo - Comentou cabisbaixo enquanto sentava na outra ponta do sofá, ao lado da Monalisa. O Miguel e o Gabriel sentaram nas pequenas poltronas, e logo passaram a nos encarar também. 
Gabriel: Mas é óbvio que ele está pela redondezas, logo a polícia encontrará - Comentou também, parecendo querer amenizar o sofrimento estampado no rosto da Mona - Fica calma, beleza? Vai dar tudo certo - Comentou com a mesma, fazendo os meninos logo assentirem. Ela deu um pequeno sorriso desanimado e alinhou-se ainda mais em meus braços. 
Monalisa: Vocês não deveriam estar passando por esse sufoco - Disse em um tom baixo e com os olhos perdidos também em meu curativo - Me desculpem por isso, ok? - Pediu no mesmo tom, desviando logo depois o olhar por cada um dos amigos.
Renato: Não tem nada que pedir desculpas, Mona - Respondeu, pegando a mão livre da mesma ao seu lado do corpo e apertando delicadamente, recebendo em seguida um belo sorriso da minha namorada - Estamos com você. 
Miguel: Estamos mesmo - Comentou também, chamando a atenção agora para si. E o engraçado naquilo foi a mistura entre sua expressão, tanto de certa seriedade, essa que ele queria melhor transparecer, como também de leveza - Pode vir quem quiser, o Aleff, o Thiago, não importa... Estaremos do seu lado, lutando contra eles e junto contigo. Vamos te ajudar nessa e em muitas outras, ouviu? - E então vieram os risos. O Miguel não era muito de falar coisas do tipo, e quando falava, era brincando. Mas agora não, agora ele tentava manter a expressão séria e ainda trazia tais palavras, o que, claro, não poderia provocar outra reação - Qual é? Não entendi o motivo da risada.

Gabriel: Você deveria ser comediante Miguel, na boa. Até sério você é engraçado - Riu, divertindo-se com aquilo. Rimos juntos, também nos divertindo. 
Miguel: Vocês que são uns bestas então, riem por tudo - Comentou com a mesma expressão séria de antes, mas já com um tom brincalhão. 
Renato: Ih rapaz, o único besta aqui é você mesmo - Comentou risonho, nos arrancando novas risadas - Mas e você? Está melhor? - Perguntou logo depois de um tempo de brincadeiras enquanto me encarava.
Bernardo: Tem como não melhorar com uma enfermeira dessas? - Comentei aos risos, observando em seguida a expressão envergonhada da Mona. Os meninos logo riram junto, deixando a Monalisa ainda mais sem graça.
Gabriel: Estou precisando de uma enfermeira também - Disse e logo depois soltou uma risada um tanto maliciosa, mas que no fundo tinha um tom brincalhão - Se você quiser me atender Mona, vou adorar.
Bernardo: Daqui a pouco eu lhe mostro o que você vai adorar - Comentei com leves sinais de irritação e logo vi o Gabriel rir ainda mais, acompanhado dessa vez pelos meninos e pela Mona - Nessa enfermeira aqui ninguém mexe, ouviu?
Gabriel: Tudo bem. Vou ter que me contentar com outra, fazer o que né? - Continuou com o tom brincalhão, me fazendo revirar os olhos e bufar - Como você aguenta um namorado desse tão ciumento, hein Mona? 
Monalisa: Vai saber... Deve ser muito amor mesmo, só pode - Riu junto enquanto me abraçava um pouco mais apertado.

Realmente não existe coisa pior do que ser acordado no meio de um bom sono. Naquele dia, porém, não era por conta dos pesadelos e gritos da Monalisa, mas sim devido ao som do telefone que insistia em tocar. Abri os olhos com certa dificuldade no início e logo percebi a chuva pesada que caia lá fora, deixando o início da manhã confundir-se com a madrugada. Desci um pouco com o olhar e logo pude notar a Monalisa dormindo tranquilamente ao meu lado na cama. Não pude deixar de sorrir. No minuto seguinte, porém, ela pareceu incomodar-se com algo, pois seus movimentos logo começaram a aparecer e seus olhos abriram-se preguiçosamente. 

Monalisa: Quem será? - Perguntou sonolenta enquanto passava a mão nos olhos, fazendo-me arquear a sobrancelha no mesmo instante. No segundo seguinte, porém, o som do telefone pareceu soar mais forte e me despertar.
Bernardo: Não faço ideia - Respondi, já depositando um beijo em sua cabeça e me levantando - Vou lá atender, volto logo - E antes mesmo que eu pudesse chegar na porta senti seu corpo ao meu lado, me provocando de imediato uma risada - Tá com medo de ficar sozinha é?
Monalisa: Bobo, claro que não - Sussurrou em meio a uma careta, colando em seguida em meu corpo. Descemos as escadas abraçados e quando chegamos finalmente no último degrau pudemos observar o Miguel no telefone junto com o Gabriel e o Renato. Os dois pareciam tão sonolentos quanto a gente, já o Miguel estava um pouco mais ativo, talvez devido ao que lhe falavam do outro lado da linha. Seu rosto não apresentava expressões claras e ele apenas assentia com a cabeça, dizendo as vezes palavras baixas. Por fim, desligou o telefone e encarou os amigos que lhe observavam com ares de curiosidade - Quem era?