Fanfic: Monalisa, deusa com ar de menina | Tema: Monalisa

Era incrível como não existia tempo ruim para os meninos. Mesmo com o clima pesado, além da chuva que ainda caia, eles decidiram seguir para uma festa badalada da cidade em plena terça-feira, deixando-me sozinho com a Monalisa naquela imensa casa. Tentei não pensar muito nisso e foquei na televisão em minha frente, porém nada parecia prender tanto a minha atenção quanto ela. Meu coração apertava ao imaginá-la ali sozinha no quarto, sendo consumida pela sua dor e apreensão, não apenas pelas minhas palavras que ainda deviam martelar em sua cabeça, mas também por todos os outros motivos, todos outros problemas do seu triste passado. Pensando nisso, resolvi deixar meu orgulho de lado e segui em direção ao seu quarto. Bati cerca de cinco vezes e nada dela aparecer. Ao bater pela sexta vez ouvi sua voz fraca dizendo para entrar. Hesitei por um momento mas logo entrei.

Bernardo: Mona... - Iniciei enquanto soltava um breve suspiro e adentrava seu quarto. Ela estava completamente encolhida em diversos cobertores e tinha o rosto pálido, assim como os lábios secos - Ei, o que houve? - Perguntei preocupado, já me aproximando apressado - O que você tem, pequena? - Perguntei quase em um sussurro, tocando-lhe o rosto levemente e sentindo por fim sua pele queimando - Monalisa, você está ardendo em febre - Suspirei pesado enquanto analisava sua testa e pescoço. 
Monalisa: Tá frio, Bê. Muito frio - Sussurrou, encolhendo-se ainda mais no cobertor. 
Bernardo: Fica quietinha aí, meu amor. Vou pegar um remédio e volto logo - Lhe dei um beijo rápido na testa e logo me afastei, seguindo apressado para a cozinha.

Depois de conferir sua elevada temperatura, lhe dei um remédio e logo depois lhe puxei para um banho morno. Apesar de ter comido um pouco durante o dia, seu corpo naquele momento parecia estar bastante fraco, o que me fez ter um cuidado redobrado enquanto tentava mantê-la em pé à medida que tirava sua roupa, e logo depois enquanto lhe banhava. Seus resmungos e solicitações para tira-lhe dali foram intensas, porém logo diminuíram quando o curto banho se aproximou do fim. Lhe troquei com roupas leves e sem pressa e a levei para o meu quarto, afinal, o seu estava uma bagunça e eu não poderia deixá-la lá. 

Monalisa: Não disse que era melhor eu morrer? Por que está cuidando de mim agora? - Perguntou em um sussurro enquanto se encolhia em minha cama. Lhe encarei incrédulo e pude observar sua expressão séria.
Bernardo: Por que não quero que você morra agora. Só depois, e provavelmente de muito amor e prazer - Soltei uma risada maliciosa e logo a vi tentar fazer careta. Lhe cobri com um lençol leve e me sentei ao seu lado enquanto controlava um pouco a risada - Esquece o que eu te falei hoje mais cedo, tá? Por favor.
Monalisa: Impossível esquecer - Sussurrou, deitando em seguida sua cabeça em meu colo. Passei a mexer lentamente em seus cabelos e logo a ouvi suspirar. Ela adorava aquilo. 
Bernardo: Estava de cabeça quente e por isso falei aquelas coisas sem nexos - Pausei, encarei seu rosto coberto por uma expressão ainda suave e pelos olhos distantes e então voltei a falar - Do mesmo modo que você também estava ao falar que havia se arrependido por ter nos conhecido. Até parece que isso seria verdade - Neguei com a cabeça e logo a vi desviar o olhar para o meu rosto - Você poderia até se arrepender de conhecer os meninos, porque vamos combinar, né? Quanto a mim, porém, você não se arrependeria. Sou o sonho de consumo de todas as garotas, e nenhuma delas seria doida o suficiente ao ponto de se arrepender por ter um garoto tão gente boa, lindo e gostoso em sua vida - Comentei risonho e convencido, arrancando-lhe a risada que senti tanta falta durante aquele dia.

Monalisa: Deixa de ser convencido, garoto - Bateu de leve em minha barriga enquanto ainda ria, parecendo divertir-se com aquilo. 
Bernardo: Não sou convencido, apenas realista - Sorri triunfante e a vi revirar os olhos, já controlando a risada - Sou realmente o sonho de todas as garotas, e você tem sorte em ter esse sonho só para ti - Pisquei por fim, vendo-a balançar a cabeça enquanto voltava a rir.
Monalisa: Ninguém iria querer um garoto tão chato e birrento como você, Bernardo. Acho que só a doida aqui mesmo - Confessou, fazendo um bico lindo em seguida. 
Bernardo: Ainda bem que essa doida me quer então, por que acho que não seria nada do que sou hoje se ela não estivesse ao meu lado aturando toda essa minha inconveniência - Comentei risonho, vendo-a sorrir sem jeito. 
Monalisa: Odeio quando você me faz rir quando estou com raiva de ti, sabia? - Perguntou, me fazendo sorrir também.
Bernardo: Boba, eu juro que não queria te deixar com raiva. Aliás, odeio te deixar e te ver assim - Confessei, vendo-a desviar o olhar enquanto parecia respirar fundo - Me desculpa por hoje, pequena? Me desculpa por esse meu jeito atrapalhado de falar tanta besteira? - Ela não disse nada, apenas voltou a me olhar e encarou por longos minutos meus olhos, sorrindo e assentindo por fim.
Monalisa: Não consigo ficar chateada contigo, mesmo você me falando um monte de besteiras - Confessou, alinhando seus dedos no meu cabelo, um tanto perto da nuca, e puxando um pouco em sua direção. Ao perceber o que ela queria, abaixei ainda mais o rosto e toquei seus lábios, dando-lhe um breve selinho - Me desculpa também?
Bernardo: Sempre - Sussurrei, tocando seus lábios mais uma vez - Não me deixa nunca, tá? - Pedi, observando no mesmo instante seu sorriso lindo se abrir - Eu amo você - Conclui e então tomei seus lábios novamente, iniciando dessa vez um beijo calmo e cheio de saudades.