Fanfic: Monalisa, deusa com ar de menina | Tema: Monalisa

O restante da semana passou tranquila, assim como o mês. O Thiago recuperava-se de forma rápida e surpreendente até, e a partir daquele novo mês já receberia a alta para finalmente seguir para a cadeia. Ele ficou em um lugar específico e separado no hospital, sob total controle da polícia. Quanto ao Aleff, o mesmo havia realmente sumido, não deixando rastro algum. Até a casa que moravam estava abandonada, servindo apenas para a perícia da polícia que buscava sempre novas provas para o inquérito¹. Além disso, alguns inquéritos de estupros e mortes de pessoas da região que antes estavam apenas arquivados por insuficiência de provas passaram a ser reabertos conforme as investigações prosseguiam. Éramos sempre avisados diante de novas provas e também sobre a construção daquele processo, deixando-nos ainda mais esperançosos.

Os meninos continuavam os mesmos: sempre em festas e despreocupados com a vida. Porém, dessa vez tinha uma nova exceção, o Miguel. Ele já não saia tanto quanto antes para festas, apenas para lugares do tipo cinema e restaurantes, e além disso, andava sempre com um sorriso no rosto mesmo não estando bêbado, o que era comum antes. Desconfiamos de início de um romance e não perdemos tempo em investigar. Em menos de uma semana descobrimos, conforme nossas suspeitas, que o Miguel estava envolvido com uma garota do seu curso de arquitetura, uma tal de Tereza. É claro que não perdemos a chance de zoar com o mais novo apaixonado da turma, mesmo que ele negasse sempre tal efeito. Uma outra pessoa que estava começando a se envolver era a Nathália, minha ex-namorada, e pelo que diziam, parecia ser realmente sério. Agradeci infinitas vezes por aquilo, afinal, ela agora pararia finalmente de pegar no meu pé.

¹ O inquérito destina-se a investigar a existência de um crime, determinar os seus agentes e responsabilidades dos mesmos assim como descobrir e recolher as provas para se chegar à decisão sobre uma eventual acusação pelo Ministério Público, onde este decide sobre uma acusação ou arquivamento do inquérito, conforme a suficiência ou não das provas obtidas.

Quanto a mim e a Monalisa, apesar de certos ciúmes devido a Manuela e também o Vinicius, continuávamos firmes, fortes e cada vez mais apaixonados. Nossas brigas haviam diminuído bastante e o nosso amor estava bem maior e mais leve. Além dos nossos bons momentos de consolo, apego e paixão, tivemos ainda naquele mês que passara duas noites bastante especiais. Não apenas pela entrega e transbordamento de prazer e desejo de ambas as partes, mas devido também a superação que sentia na Monalisa cada vez que tocava em seu corpo e que observava sua maior segurança. Sentia-me feliz com aquilo, em poder lhe proporcionar momentos pelos quais ela parecia não querer mais viver devido ao seu medo e trauma. Sentia sua esperança voltar e aumentar, e isso também me fazia bem.

Uma outra novidade naquele mês era o estágio que havia arrumado no escritório de advocacia. Meus pais pararam de vez de mandar o dinheiro, alegando que não teriam mais nada com a minha vida desde o incidente da prisão, e então tive e estou tendo que me virar com o meu pequeno salário. A Monalisa estava me ajudando nisso, aliás, ela recebia um salário parecido com o meu e me ajudava a administrar um pouco. E assim o mês passou e chegou um novo, maio. Junto com ele vieram as provas da faculdade. As duas primeiras semanas passaram bem tensas e pesadas devido a carga que demos para os estudos, e como forma de relaxamento depois de pesados dias de estudos, resolvemos fazer um jantar particular na república para os amigos mais chegados na segunda sexta daquele mês. Na verdade, a ideia de jantar não foi bem do grupo em geral. Se dependesse do Gabriel e Renato, a república naquele dia estaria sendo palco novamente de uma das ótimas festas da cidade, porém, eles acabaram sendo vencidos pelos votos da maioria para fazer o jantar: o meu, o da Mona, e por incrível que pareça, o do Miguel. Ele parecia agora finalmente se aquietar.

Bernardo: Por que vocês mulheres demoram tanto para se arrumar? - Perguntei intrigado enquanto adentrava o quarto da Monalisa sem ao menos bater na porta, pegando-a de surpresa. Seus olhos voltaram-se de imediato para o meu rosto enquanto o meu olhar percorreu cada parte do seu corpo coberto apenas com as roupas intimas. No momento, uma de suas pernas estava sob a cama, e ela parecia passar um certo hidratante na mesma - Nossa!
Monalisa: Não sabe bater na porta não? - Perguntou em resmungos enquanto desviava o olhar para a perna, voltando a passar o hidratante.
Bernardo: E você não consegue parar de ser chata não? - Perguntei de volta enquanto me aproximava e lhe cercava a cintura, abraçando-a por trás. Passei de leve a pontinha do meu nariz pela região da sua nuca e pescoço, me deliciando com seu cheiro. Ouvi seu suspiro baixo e logo depois a vi se arrepiar ao sentir o beijo leve que acabara de depositar em sua nuca - Amo esse teu cheiro. 
Monalisa: Sei disso - Sussurrou enquanto jogava um pouco sua cabeça para o lado e encolhia seu corpo - Você ama tudo em mim - Completou divertida, me fazendo soltar uma risada baixa e abafada perto do seu ouvido, provocando-lhe novos arrepios. 
Bernardo: Amo até esse teu convencimento todo - Disse aos risos enquanto virava seu corpo para o meu. Nesse momento sua perna, que antes estava sob a cama, agora juntava-se a outra, ficando firmes no chão. Ou quase firmes - Não consegue nem se aguentar em pé com a minha presença - Ri debochado e a vi revirar os olhos enquanto bufava. 
Monalisa: Você me pegou desprevenida, apenas isso - Respondeu de volta, dando de ombros e soltando uma risada baixa, me provocando uma também - E para de me atentar, preciso me vestir ainda.

Bernardo: Não posso fazer nada se você me provoca - Respondi, selando brevemente nossos lábios - Fica nesses trajes e ainda quer que eu fique quieto... Impossível - Completei, subindo lentamente os dedos pelas suas costas, parando finalmente no fecho do seu sutiã. 
Monalisa: Epa, Bernardo - Reclamou enquanto tentava puxar meus braços - O pessoal já deve estar chegando e ainda tenho que acabar de me arrumar - Continuou, afastando-se de mim no momento seguinte. Tentei lhe puxar de volta, mas foi em vão - E quanto ao mocinho, pode dando meia-volta e saindo do meu quarto. 
Bernardo: Vai me expulsar mesmo? - Perguntei com o tom e a expressão fingida de tristeza. Ela apenas assentiu risonha e se voltou para o vestido vermelho que encontrava-se em cima da sua cama - Beleza então, vou descer... Aliás, a Manuzinha já deve até ter chegado, vou aproveitar para lhe fazer companhia - Provoquei enquanto me dirigia para a porta, ainda lhe encarando. Ela parou imediatamente seus movimentos e desviou o olhar para mim.
Monalisa: Ah, é? Pois se você encontrar com o Vinicius lá embaixo, pede para ele subir para me fazer companhia, tá? - Revidou, piscando em seguida. Revirei os olhos, bufei e por fim lhe encarei com uma expressão e um olhar furioso - Ih, não me olha assim... Foi você quem começou - Completou risonha, voltando mais uma vez a atenção para o vestido. 
Bernardo: Não precisava continuar - Resmunguei e logo depois me sentei na cama, observando seu belo corpo ser coberto pela roupa vermelha que lhe caia tão bem.
Monalisa: Só dei o troco, bobão - Voltou a rir, me arrancando um novo revirar de olhos. Ela se aproximou rapidamente, segurou em meu rosto e tocou de leve meus lábios. No momento que eu iria iniciar um beijo, a vi se afastar com um sorriso bobo - Eu amo você, ciumento.