Fanfic: Monalisa, deusa com ar de menina | Tema: Monalisa

Eu andava de um lado para o outro em meu quarto enquanto tentava me acalmar, mas estava complicado. Eu sei que havia errado em ter dormido com a tal garota no quarto dos pais da Nathália, mas isso não era nada comparado ao que ela já havia feito comigo. E do jeito que eu era orgulhoso, não iria pedir desculpas nem morto. E além disso, ainda tinha a intrometida da Monalisa. Ela não tinha nada que me colocar nessa situação e ainda vir me dar lição de moral. "Afinal, quem era ela para querer fazer isso comigo?" Me desliguei desses pensamentos ao ouvir a campainha tocar, devia ser ela, a Nathália. Respirei fundo e me joguei na cama, encarando logo depois a janela e a chuva pesada que caia. Longos minutos se passaram e eu continuava ali, com o olhar perdido e o pensamento longe. Logo ouvi alguém bater na porta e então desviei o olhar para a mesma. A pessoa abriu um pouco e colocou a cabeça para dentro. Logo vi que era a Mona. Ela estava com a expressão sem graça, mas não se conteve em entrar e fechar a porta.

Bernardo: Eu não vou falar com ela - Falei sério enquanto sentava na cama.
Monalisa: Relaxa, a Nath já foi - Ela disse, aproximando-se e sentando na ponta da cama, um pouco distante de mim - Acabei dando um jeito lá e... - Ela mesmo se interrompeu, sorriu meio nervosa e abaixou o olhar - Bom, na verdade eu vim te pedir desculpas - Ela voltou a falar, voltando também a me olhar. Percebi seu jeito sem graça e logo sorri de lado - Sério, eu não podia ter me metido assim. É que sempre fui muito impulsiva, sabe? Aí acabei querendo consertar tudo - Ela balançou a cabeça enquanto dava um sorriso sem jeito e desviava o olhar - Enfim, você me desculpa? - Perguntou, fazendo bico.

Bernardo: Tudo bem. Só não faz isso de novo, beleza? - Pedi e logo a vi assentir - E desculpa por ter falado daquele jeito com você - Falei coçando a nuca enquanto ficava um pouco sem graça - É que tenho temperamento forte e odeio quando uma pessoa tenta se meter na minha vida desse jeito - Ela pareceu ficar mais sem graça e logo levantou-se.
Monalisa: Desculpa, não vai mais acontecer - Ela disse e logo virou-se para a porta. Antes de sair, a chamei.
Bernardo: Mona... - Ela virou-se um pouco e me encarou - Senta aqui - Pedi, batendo de leve no lugar vazio ao meu lado na cama. Ela arqueou a sobrancelha, confusa - Calma, eu não vou te agarrar - Falei, soltando uma gargalhada alta. Ela também soltou uma e logo se aproximou, jogando-se na cama praticamente. Sentou ao meu lado, esticando as pernas e logo me encarou - Que folgada - Falei, ainda rindo. Ela revirou os olhos e fez careta.
Monalisa: Fala logo o que você quer - Pediu e eu tratei em me apressar.
Bernardo: Então - Respirei fundo, controlando a risada e procurando as palavras certas - Eu sou muito curioso, muito mesmo. E... sei lá, acho que queria saber um pouco mais sobre você, sobre a sua família e tudo mais - Falei por fim. Ela ficou séria e calada. E ao ver que ia continuar assim, voltei a falar - Sério, isso tudo me despertou uma curiosidade. Toda vez que a gente fala algo sobre sua família, você muda de assunto, fica estranha. Naquele dia mesmo, chegou até a chorar. E eu sei que não foi por conta da bebida - Conclui assim que lhe vi se alterar.

Monalisa: Não tem nada de errado com a minha família, já disse - Falou irritada e logo se preparou para levantar, porém fui mais rápido e a puxei pelo braço.
Bernardo: Se não tem nada de errado, porque você não me conta sobre eles? Me conta, Mona. Como são seus pais? Você tem irmãos? - Ela respirou fundo enquanto fechava e abria os olhos rapidamente. Quando percebi que ela ia levantar novamente, a puxei rapidamente, lhe envolvendo em meus braços - O que foi? Vai fugir das minhas perguntas? Por quê? O que tem de errado? - Ela se afastou e me encarou com o olhar triste.
Monalisa: Não gosto de falar disso - Disse, tentando se levantar, porém foi em vão. Lhe puxei mais uma vez e fiquei lhe encarando - Por favor, Bê. Não adianta insistir. Eu não gosto e nem vou falar disso. Será que é difícil de entender? 
Bernardo: Tá, desculpa - Falei, lhe puxando para um abraço - Prometo que não vou mais tocar nesse assunto - Conclui, lhe apertando em mim - Mas se você quiser conversar algum dia, quiser desabafar e tal, pode contar comigo, beleza?

Monalisa: Tudo bem, obrigada - Ela agradeceu, afastando-se um pouco e me olhando - Sabe que se precisar, também pode contar comigo, né? - Assenti e fiquei lhe observando por um tempo. Não sei porquê, mas eu adorava fazer isso, admirá-la. Ela fez careta e começou a rir, me arrancando uma risada logo em seguida.
Bernardo: O que foi? - Perguntei um tanto curioso enquanto controlava a risada.
Monalisa: Não gosto quando as pessoas ficam me olhando assim, dá vontade de rir - Ela disse aos risos. Revirei os olhos e me aproximei mais dela.
Bernardo: E como eu estava te olhando? - Perguntei, observando sua expressão.
Monalisa: Com um olhar estranho, sei lá - Ela falou fazendo careta, ainda rindo. Ri junto e logo a vi se afastar um pouco, um tanto espantada, parecia lembrar de algo. 
Bernardo: O que foi? - Perguntei confuso enquanto lhe olhava levantar e ir em direção a porta.
Monalisa: O bolo! Deve tá queimando - Falou desesperada, quase aos gritos enquanto saia do meu quarto. Balancei a cabeça negativamente e caí na gargalhada mais uma vez.

Nove horas da noite e nenhum sinal dos meus amigos. Eu e a Mona tentávamos ligar para seus celulares enquanto comíamos seu delicioso bolo, porém, ninguém atendia.

Monalisa: Estou começando a ficar preocupada - Disse enquanto comia um pedaço de bolo encostada no balcão e encarava a chuva pela janela da cozinha. Me aproximei e logo me encostei no balcão também.
Bernardo: Relaxa, eles sabem se cuidar - Lhe observei. Ela virou um pouco pra mim e me abraçou de lado. De início paralisei, mas logo lhe aconcheguei. 
Monalisa: Eu sei que eles sabem se cuidar... Mas é que nessa chuva, sei lá, tenho medo de acontecer alguma coisa - Disse meio receosa enquanto encostava a cabeça no meu ombro. Lhe apertei e logo comecei a lhe acariciar.
Bernardo: Para de pensar negativo, Mona. Eles estão bem - Falei, me afastando um pouco e segurando sua mão, puxando-a para a sala.

Assim que sentamos no sofá, ouvimos a porta abrir e logo olhamos para a mesma. Os meninos tinham acabado de chegar e estavam todos molhados, e até sem camisas. 

Monalisa: Caramba, que demora de vocês - Levantou-se e seguiu em direção aos amigos - Por que não atenderam o celular ou avisaram que iam demorar? - Perguntou brava - Eu fiquei preocupada poxa.
Miguel: Que linda essa minha morena - Falou, abraçando-a de lado. Ela pareceu não se incomodar com seu corpo todo molhado e logo retribuiu o abraço. 
Gabriel: Desculpa Mona, é que tivemos uns imprevistos - Ele sorriu malicioso e logo continuou - Acabamos ficando sem contato e tal - Completou, ainda com o mesmo sorriso. Revirei os olhos e logo me aproximei, soltando um riso baixo.

Bernardo: Olha pra isso, nem me chamam, né? - Indaguei com uma expressão fingida de aborrecimento. 
Renato: Epa, a culpa foi dela - Falou, apontando para a Mona, e logo abriu seu sorriso malicioso - Falando nisso, o que tanto vocês fizeram durante todo o dia? 
Bernardo: Nada demais. Apenas conversamos - Respondi, dando de ombros. Os meninos me encararam ainda curiosos e ao perceber que eu não iria falar mais nada, eles voltaram o olhar para a Mona.
Miguel: Ele broxou de novo? - Ele perguntou, ainda abraçado a Mona. Ela riu enquanto negava com a cabeça.
Monalisa: Não, apenas ficamos conversando mesmo. E parem de pensar besteiras, ok? - Comentou, afastando-se um pouco do Miguel e lhe empurrando em direção a escada - E vão logo trocar de roupa antes que peguem um resfriado - Concluiu, empurrando logo em seguida meus outros dois amigos. Logo eles assentiram e partiram para o quarto, nos deixando a sós.
Bernardo: Foi até bom o Miguel tocar nesse assunto - Falei lhe encarando e me aproximando enquanto tentava prender o riso - Eu não esqueci, ouviu? - Ela arqueou a sobrancelha, parecendo confusa, e deu alguns passos para trás. Mordi meu lábio e me aproximei mais ainda - O broxante... - Sussurrei enquanto lhe observava se afastar e quase encostar na parede - Lembra que eu ia te mostrar o broxante? - Perguntei, dando meu último passo. Ela logo deu mais um para trás e encostou-se na parede. Sorri vitorioso e coloquei as mãos na parede, prendendo-a ali. Ela desfez a expressão nervosa e logo sorriu.

Monalisa: Isso é desculpa sua - Disse sem tirar o sorriso do rosto. Franzi a testa, começando a ficar confuso. Ela logou aproximou o rosto do meu e encarou meus olhos - É, você está caidinho por mim. Tá doido para me pegar e como não sabe como, inventou essa desculpa - Disse por fim, afastando o rosto. Soltei uma gargalhada alta enquanto revirava os olhos.
Bernardo: Que ilusão. Até parece que eu ia querer te pegar - Falei em tom de deboche, voltando logo depois a gargalhar alto. Ela mordeu o lábio e envolveu as mãos em minha nuca enquanto aproximava ainda mais o rosto do meu.
Monalisa: Tem certeza? - Perguntou num sussurro enquanto aproximava nossas bocas. Senti seu hálito doce me envolver e sua respiração se misturar com a minha. Respirei fundo e logo grudei meus lábios nos seus. Ao morder meu lábio inferior de leve, ela afastou-se um pouco com o rosto e soltou uma gargalhada baixa - E é porque não queria me pegar, né? - Indagou com um tom irônico, me fazendo revirar os olhos. 
Bernardo: Qual é? Você provoca e agora cai fora? - Perguntei também irônico enquanto voltava a aproximar nossos rostos - Que fraquinha - Comentei, mostrando um sorriso logo depois. Ela revirou os olhos enquanto ainda ria e tentou me empurrar. Foi em vão, lhe prendi mais na parede e encostei meu corpo no seu. 
Monalisa: Eu te fiz uma pergunta - Ela comentou, me fazendo lembrar da sua pergunta. Soltei um riso baixo e balancei a cabeça negativamente enquanto tirava meus braços da parede e me afastava.
Bernardo: Não, eu não quero te pegar - Falei, desviando o olhar e seguindo para a escada - Boba - Sussurrei e antes de subir o primeiro degrau, lhe encarei. Ela continuava encostada na parede e sorria, um tanto irônica e um tanto atordoada. Voltei a balançar a cabeça negativamente e logo sorri enquanto me virava para a escada e já subia.