Fanfic: Monalisa, deusa com ar de menina | Tema: Monalisa

Thiago: Quero você bem vestida e apresentável em quinze minutos, ouviu? - Perguntou sério enquanto jogava algumas peças de roupas em minha direção - E é bom ser uma boa garota.

E então a luz da pequena brecha se foi juntamente com a porta que acabara de fechar. Limpei as lágrimas que já molhavam o meu rosto e preparei-me para me trocar. Enquanto tirava minha roupa rasgada e ensanguentada recordava-me daquele final de semana terrível onde o Thiago e o Aleff voltaram a me violentar com mais ruindade. Todo o meu corpo estava dolorido e apresentava novas marcas, essas que tive que ser obrigada a esconder com bastante maquiagem para os ``clientes`` não perceberem nada. Os clientes, dessa vez, não pareciam ser mais tão gentis como antes... Foi o que pude constatar na noite de domingo, quando fui tocada por diferentes homens. Era triste e lamentável saber que eu havia voltado para aquela tortura, mas sentia-me um pouco aliviada ao saber que em troca estaria protegendo as pessoas que passei a amar... Os quinze minutos passaram voando e logo o Thiago estava ali mais uma vez. Ele me guiou até um novo quarto daquela casa e então me deixou livre com o cliente da vez. 

-XX-: Vejo que você está melhor do que da última vez - Comentou malicioso enquanto admirava cada parte do meu corpo. Fiquei calada, apenas observando o garoto musculoso e loiro em minha frente, tentando ao máximo lembrar do seu rosto - Será que está melhor na cama também? - Perguntou ao dar alguns passos em minha direção, tomando-me nos braços com rapidez. Paralisei por completo, sentindo a vontade de chorar me invadir - Continua medrosa? - Voltou a perguntar aos risos enquanto apalpava partes do meu corpo, deixando-me constrangida e rígida na postura - Acho que o Thiago não vai gostar de saber dessa sua resistência.
Monalisa: Por favor, não fala nada ao Thiago... - Comentei apressada enquanto sentia o medo me invadir - Eu vou dar o que você quer - Ele afastou o rosto e me encarou satisfeito e com um enorme sorriso, me fazendo engolir o choro que estava por vir. 
-XX-: Boa garota - Comentou malicioso e então me tomou nos braços mais uma vez. Fechei os olhos com uma certa força e deixei o meu corpo livre para mais um abuso.

Alguns dias passaram e perdi totalmente a noção do dia exato que estávamos. Muitas das vezes eu passava as madrugadas em claro com o pensamento fixo no Bernardo ou atendendo as necessidades do Thiago. Durante boa parte daquela semana o que mais pude ouvir foram os gritos do Thiago e do Aleff, eles pareciam viver brigando. E o estranho naqueles dias que passaram foram as novas atitudes do Aleff... Ele parou completamente de me abusar e passou até a levar comidas para mim. Aquilo realmente estava muito estranho e sentia que por trás de tanta bondade existia um plano... Mas qual seria? 

Aleff: Boa noite, filha - Adentrou o quarto com uma nova bandeja cheia de comida. Sentei-me cuidadosa no canto do quarto enquanto observava os seus movimentos em minha direção. Depois de chegar perto o suficiente, ele sentou ao meu lado e me passou a bandeja. Desviei o olhar das comidas para o seu rosto com um semblante confuso. Ele apenas ignorou e sorrio - Trouxe um pedaço do pudim que você tanto gosta.
Monalisa: O que você está querendo, Aleff? - Fui direta enquanto tentava lhe encarar firme. Ele continuou a sorrir e apontou para a comida - Essa comida deve estar envenenada - Tentei dizer em tom sério, mas minha voz falhava ao sentir o medo ainda mais presente. 
Aleff: Te trouxe comida todos esses dias e nenhuma estava envenenada. Então, por favor, coma logo - Pediu, já não tão sorridente. Respirei fundo e me pus a comer enquanto fitava-o curiosa - Acho que estou realmente me arrependendo de tudo que fiz. 
Monalisa: Não acredito em você - Disse apressada entre uma colherada e outra. Ele tentou mostrar um sorriso sem graça e então abaixou um pouco a cabeça - Sei que tudo isso é fingimento. 
Aleff: Por que seria? - Perguntou com a sobrancelha arqueada enquanto voltava a me encarar - Eu já tenho você presa aqui, sem possibilidade alguma de fugir nem nada do tipo... Por que fingiria? - Voltou a perguntar, me deixando um tanto balançada e confusa. Realmente, não havia motivos para ele querer fingir... Ou havia?

Tentei comer em silêncio, porém não foi bem isso o que aconteceu. O Aleff começou a contar histórias do Thiago, principalmente o modo como ele havia ficado depois que eu fugi, impressionando-me a cada palavra. 

Aleff: Eu nunca vi alguém tão transtornado como ele - Comentou, balançando de leve a cabeça em sinal de negativo - Já vi várias cenas do Thiago com extrema raiva... Mas as cenas que ele fez durante todo o tempo que você esteve fora foram impressionantes. Ele estava sendo consumido pelo ódio e descontava isso em tudo e em todos - Pausou, parecendo lembrar-se de uma das cenas - Ele já tentou até me matar.
Monalisa: Nossa - Sussurrei, não podendo imaginar que o Thiago seria capaz de matar seu cúmplice por tamanha raiva - E ele... Ele matou mais alguém?
Aleff: Sim - Deu de ombros e logo encarou a bandeja praticamente vazia em meu colo - Tinha dias que ele chegava completamente bêbado e drogado, trazendo junto a raiva que ainda sentia por você... Além disso, trazia também suas histórias. Ele procurava descontar toda a raiva acumulada nas pessoas. Ele, inclusive, passou a estuprar diversas garotas da cidade e de outras vizinhas, e quando era acusado tentava rapidamente mudar a situação mantando as provas... ou melhor, as pessoas. 
Monalisa: É triste ver a pessoa que o Thiago se tornou - Comentei baixo enquanto relembrava dos poucos momentos que éramos colados quando crianças. Senti meu sangue ferver ao lembrar também que boa parte da culpa estava relacionada ao cara que encontrava-se na minha frente. Cerrei os olhos e encarei com raiva aquele monstro - E a culpa disso é sua, Aleff. Se você não tivesse me tocado naquele dia e feito toda essa história mudar, hoje seríamos uma família feliz e a mamãe estaria aqui conosco - Falhei nessa última parte, lembrando do rosto sereno da minha mãe. Que falta ela fazia... 
Aleff: Sei disso, filha. E você não imagina o quanto eu me arrependo - Disse com a expressão cabisbaixa, me fazendo ter ainda mais raiva por tamanho fingimento. Sem pensar muito ergui meu corpo e lutei contra o seu, batendo-lhe firmemente e com todas as novas forças que havia criado. Ele parecia não esperar por aquilo - O que é isso, Monalisa? - Perguntou rude enquanto segurava meus pulsos e me colocava para o lado, me deixando no mesmo lugar de antes. Não disse nada, apenas abaixei a cabeça e deixei o choro vir - Filha... Eu sei que você deve me odiar bastante, mas... - Lhe interrompi, voltando a lhe encarar.

Monalisa: Você não tem nenhum direito de me chamar de filha. Nenhum - Disse firme, limpando rapidamente as lágrimas - Eu te amava como ninguém, via em você aquele pai herói que me protegia de tudo, que era o melhor contador de histórias do mundo e que cuidava de mim com o maior carinho... Mas você fez questão de acabar com todas aquelas minhas imaginações de criança inocente quando me tocou, quando resolveu arruinar a minha vida - Falei com certa dificuldade ao lembrar-me daqueles momentos tão sofridos - Você destruiu a minha vida, Aleff! Destruiu a noção de pai que eu tinha, destruiu a minha inocência e roubou a minha infância - Gritei, sentindo a raiva ainda maior. Minha vontade era de novamente batê-lo, mas preferi me manter firme e jogar na sua cara toda aquela amargura que carregava - E como se não bastasse, ainda colocou o Thiago no mesmo caminho... Aliás, o que danado você disse para ele naquele dia que o mesmo me encontrou sendo abusada? 
Aleff: Me desculpa, minha pequena. Eu só te toquei naquele dia por um fetiche idiota meu... Sempre tive esse desejo de saber como era ter um corpo de uma criança, e vi em você a oportunidade - Arregalei os olhos, perplexa com o que acabara de ouvir. As lágrimas caíram sem minha permissão e meu rosto deu lugar a uma expressão chocada e amargurada. O silêncio se fez, mas não por muito tempo - Eu realmente errei muito com você. Eu juro que não faria de novo... - Tentou iniciar, mas logo foi interrompido por minha voz falha.
Monalisa: Não venha querer dar uma de arrependido agora, eu não acredito no seu fingimento - Disse enquanto tentava manter um bom tom em meio as lágrimas e alguns soluços, vendo-o negar com a cabeça enquanto respirava fundo - Me fala, o que você disse para o Thiago naquele dia? 
Aleff: O Thiago nunca foi um santo... Desde menor ele já matava os passarinhos no quintal e fazia maldades com os colegas da escola. Com você ele não fazia tantas maldades porque parecia gostar da sua presença e da sua ingenuidade de irmã mais nova. Ele parecia querer cuidar de você mais do que o normal, mais até do que eu e sua mãe, e isso era um pouco estranho - Engoli em seco, ouvindo atentamente cada detalhe - Estranho mesmo foi quando cheguei um dia mais cedo em casa e encontrei o Thiago mexendo nas suas partes íntimas enquanto você dormia. Ele tinha seus recentes treze anos e já estava com os hormônios fervendo bastante - Comentou, me deixando ainda mais boquiaberta e assustada.