Fanfic: Monalisa, deusa com ar de menina | Tema: Monalisa

Andamos um pouco pela praia e quando finalmente estávamos longe o suficiente do lugar que ocorria o luau, resolvemos sentar. Ela sentou-se ao meu lado e logo encarou o mar. Fiquei admirando-a enquanto pensava em algo para falar, porém nada me vinha a cabeça.

Monalisa: Odeio esse meu jeito - Ela disse enquanto encarava o mar, me fazendo ficar confuso - Sério, odeio muito esse meu jeito. Jeito sensível e de pessoa fraca - Ela voltou a dizer, mordendo o lábio logo depois, como se quisesse segurar o choro. 
Bernardo: Realmente Mona, você é bem sensível mesmo. Chora por tudo - Comentei, lhe arrancando um sorriso sem graça - Mas fraca... Fraca você não parece ser - Ela me encarou enquanto balançava negativamente a cabeça. Assim que percebi a mesma se manifestar, voltei a falar - Na boa, Mona, eu sinto que você é cheia de problemas, mas nem por isso deixa com que as coisas te afetem - Ela desviou novamente o olhar para o mar, um tanto sem graça - Sabe... Você tenta esconder toda essa dor e esses problemas por trás do seu sorriso. Passa o dia todo assim, sorrindo e parecendo feliz. Mas eu sei... Ou melhor, eu sinto que as coisas não são bem assim.
Monalisa: E realmente não são - Ela disse num sussurro. Mas logo me olhou e deu um pequeno sorriso - Você é um ótimo observador - Sorri meio sem jeito com seu comentário e acabei desviando o olhar.

Bernardo: Na verdade, não sou muito de observar as pessoas - Comentei, admirando o mar - Acho que isso acabou acontecendo porque você me despertou uma certa curiosidade. E a partir daí eu passei a prestar mais atenção em você e... - Eu mesmo me interrompi, dando-me conta do que havia acabado de dizer. Voltei a sorrir sem jeito e lhe olhei, um tanto envergonhado.
Monalisa: Pode continuar, Bê - Ela pediu, sorrindo sem jeito também. 
Bernardo: Enfim... Desde o dia que você chegou, eu venho tentando desvendar os seus mistérios - Comentei, tentando descontrair um pouco - E você bem que poderia me ajudar, não é? - Ela logo revirou os olhos e soltou uma risada baixa.
Monalisa: O que você quer saber de mim? - Ela perguntou, voltando a me encarar nos olhos. Tremi ao sentir a intensidade daquele olhar e sorri. 
Bernardo: Tanta coisa - Comentei e logo a vi fazer careta enquanto desviava mais uma vez o olhar para o mar - Mas por enquanto, acho que fico satisfeito em saber apenas o motivo do seu choro agora a pouco.
Monalisa: Ah - Ela suspirou e abaixou um pouco o olhar - Aquela música me trouxe uma lembrança - Ela comentou e logo abriu um pequeno sorriso enquanto parecia novamente ter essa lembrança em pensamento - Lembrança da minha infância - Ela falou por fim, com a voz um tanto embaçada. Logo sorri e lhe puxei para mais um abraço.

Ficamos assim por longos minutos, quando finalmente nos separamos, pude notar seus olhos vermelhos. Levei uma das minhas mãos ao seu rosto e enxuguei delicadamente algumas lágrimas que ainda caiam.

Bernardo: Quer desabafar? - Perguntei, ainda com a mão em seu rosto. Ela encarou meus olhos e sorriu de lado, parecendo sem jeito.
Monalisa: Vou acabar chorando ainda mais e não vai ser nada legal - Ela disse descontraída, enquanto soltava uma risada baixa - Falando nisso, meu rosto deve tá horrível agora. Todo vermelho e inchado - Ela continuou, virando o rosto para encarar o mar e meio que o escondendo entre suas mãos - Não me olha agora, tá? Deixa eu me recompor - Ela pediu por fim, me arrancando uma risada alta.
Bernardo: Deixa disso, Mona. Eu não me importo com seu rosto vermelho nem inchado - Falei risonho, dando de ombros e segurando seu rosto, virando-o pra mim logo depois - E além disso, você continua linda do mesmo jeito - Comentei, deixando-a envergonhada. Ela abaixou um pouco o olhar enquanto balançava a cabeça negativamente e sorria.
Monalisa: Bobo - Ela sussurrou, suspirou e logo voltou a falar, dessa vez mais alto - Estou estragando a sua noite, não é? - Ela perguntou, voltando a me olhar.

Bernardo: Não, boba - Falei, desviando a mão para uma das mechas que havia ali em seu rosto e afastando um pouco - Estou gostando de ficar aqui com você - Voltei a falar, deixando um sorriso bobo escapar.
Monalisa: Gostando de fazer companhia para uma chorona? - Ela riu com seu próprio comentário e eu logo assenti, voltando a dar de ombros - Ah Bê, não mente pra mim. Eu sei que você preferia mil vez estar bebendo e pegando todas agora do que estar aqui me consolando - Ela comentou e logo depois riu, de um jeito divertido. Acabei rindo junto.
Bernardo: Não tem problema, vou ter muito tempo pra fazer isso. Hoje prefiro ficar aqui mesmo, consolando minha chatinha - Comentei, lhe puxando para um abraço de lado. Ela me abraçou de volta e logo pareceu sorrir.
Monalisa: Sua chatinha? - Ela perguntou, me fazendo lembrar do que havia dito. Respirei fundo e tentei sorrir descontraído enquanto tentava não transparecer a minha falta de jeito naquele momento. Porém, não teve jeito, ela pareceu perceber e logo abriu ainda mais seu sorriso, me encantando mais uma vez.

Bernardo: Eu e essa mania de falar as coisas sem pensar - Bufei, enquanto tentava controlar minha vergonha. Ela me apertou em seu abraço e soltou um suspiro pesado, enquanto parecia segurar a risada - E você e essa mania de querer me deixar sem jeito, não é? - Perguntei, e logo a vi me encarar com um sorriso lindo estampado em seu rosto. 
Monalisa: O garoto frio e insensível sem jeito? Como pode? - Ela perguntou risonha, enquanto arqueava a sobrancelha, me fazendo rir. 
Bernardo: Pois é, parece que você tem o dom de me deixar assim - Comentei rindo e logo a vi controlar a risada, um tanto sem graça. 
Monalisa: Besta - Ela desviou o olhar para frente e ficou encarando o mar - É melhor irmos, os meninos devem estar nos procurando - Ela disse, afastando um pouco e levantando. Assenti e me levantei logo em seguida - Ainda estou com cara de choro? - Ela perguntou, enquanto ajeitava seu cabelo e virava para mim. Lhe observei e logo sorri.
Bernardo: Um pouco, mas nem tem nada. Os meninos devem estar tão bêbados essa hora que não vão nem perceber - Comentei risonho, lhe puxando logo em seguida. Logo ela veio para perto, me abraçou de lado e seguiu comigo de volta para o luau.

Assim que voltamos ao certo lugar, encontramos com nossos amigos. Eles pareceram perceber o rosto vermelho da Mona, porém não falaram nada. Logo fizemos uma rodinha entre nós, perto da roda geral, e ficamos conversando. Bebemos pouco naquele dia e conversamos bastante. Assim que amanheceu o dia, resolvemos voltar para casa.