Fanfic: Monalisa, deusa com ar de menina | Tema: Monalisa

O relógio já marcava onze horas quando decidi sair daquele quarto. De início pensei em seguir para uma festa, mas logo meus planos mudaram. Eu não estava muito animado para aquilo e talvez, descansar um pouco mais fosse melhor. Decidi por fim ir comer algo. Assim que abri a porta dei de cara com o Miguel um tanto repreendido.

Miguel: Eu e os meninos vamos para uma baladinha agora. E aí, vamos com a gente? - Perguntou, já colocando um sorriso no rosto.
Bernardo: Não estou muito afim - Respondi seco e logo o vi revirar os olhos.
Miguel: Qual é? Vai ficar bravo comigo só por causa do meu comentário? 
Bernardo: Relaxa, não estou bravo com você - Comentei, desviando um pouco o olhar e respirando fundo.
Miguel: E com quem é? Com a Monalisa? - Ele perguntou, me fazendo revirar os olhos mais uma vez. Antes mesmo que pudesse responder, ele continuou - Na boa, eu já notei que rola uma coisinha entre vocês - Falou dando de ombros. Logo arqueei a sobrancelha e o vi sorrir travesso - Nem adianta mentir, beleza? Eu sei que rola.

Bernardo: Na boa Miguel, acho que a Mona tinha razão, você ainda está bêbado - Falei, lhe arrancando uma risada.
Miguel: Dizem que os bêbados falam mais verdades, não é mesmo? - Ele perguntou risonho. Balancei a cabeça negativamente e ri um pouco - Sério Bernardo, primeiro a Mona ficou morrendo de ciúmes de você... Agora é você quem está morrendo de ciúmes dela - Ele falou, tentando enumerar nos dedos - Além do que vocês andavam muito grudados! Você até deixou de ir para uma festa pra ficar com ela - Concluiu, um tanto perplexo nessa parte.
Bernardo: Ei, que história é essa? Eu não fui para a festa porque estava me sentindo mal, você sabe disso - Falei, tentando me explicar. Ele balançou a cabeça negativamente e soltou mais uma risada.
Miguel: Você não me engana, cara! Você queria ficar sozinho com a Mona... E por que será? - Ele perguntou, arqueando a sobrancelha, e me arrancando mais uma risada.
Bernardo: O efeito da bebida tá difícil para sair, não é? - Perguntei, voltando para a minha cama logo em seguida. Assim que me sentei, o vi negar com a cabeça.
Miguel: Bom, tenho uma balada top para curtir agora - Falou, já acenando - Mas depois, quero saber dessa história direitinho, ouviu? - Comentou por fim, me fazendo rir mais uma vez. Ele apenas revirou os olhos e então sumiu.

Fiquei mais um tempo em minha cama, revirando os pensamentos e tentando achar um motivo para a minha irritação de horas atrás. Porém, nada me veio a cabeça, e mais uma vez, tentei esquecer esses pensamentos. Levantei-me rapidamente da cama e segui em direção à cozinha. Depois de preparar e comer um lanche rápido, segui de volta para o meu quarto. Porém, antes que pudesse entrar, virei-me um pouco e percebi a porta entreaberta do quarto da Monalisa. A curiosidade tomou conta e me fez aproximar um pouco. Assim que olhei pela brecha, a vi deitada e com o olhar fixo no teto, ou nas estrelas brilhantes que existiam no mesmo. Ela ainda estava com a roupa que havia saído, até mesmo os sapatos, e parecia distante. Muito, por sinal. Dei dois toques na porta de leve e então senti seus olhos cruzando com os meus. Respirei fundo e abri um pequeno sorriso sem graça.

Monalisa: Não estou com cabeça para ouvir suas desculpas - Ela falou, praticamente num sussurro, voltando o olhar para o teto. Abri ainda mais o sorriso e então entrei em seu quarto. 
Bernardo: Eu não vou te pedir desculpas - Falei, já me aproximando e sentando um pouco ao seu lado - Afinal, não fiz nada de errado, então não tenho motivos para pedir desculpas. 
Monalisa: Como não? - Ela perguntou, soltando uma risada irônica logo depois. Dei de ombros e me mantive calado, apenas lhe observando - Você faz tudo errado, Bernardo. Tudo - Falou baixo, desviando os olhos para os meus - Ontem mesmo se aproveitou da situação, me embebedou e ainda me beijou! - Falou, demonstrando estar um tanto perplexa - Qual era o seu objetivo, afinal? Me levar para cama? - Perguntou por fim, me fazendo revirar os olhos.

Bernardo: Por favor, Monalisa! Eu não sou esse canalha que está na sua imaginação, beleza? E aliás, você até já devia saber disso. Afinal, desde que chegou aqui, eu fui o único que cuidei de você todas as vezes em que estava mal - Falei e logo a vi levantar-se um pouco, sentando ao meu lado e virando para mim. 
Monalisa: E por que me embebedou e depois me agarrou, hein? Qual era o seu plano? - Perguntou, me fazendo revirar os olhos mais uma vez.
Bernardo: Eu não queria te embebedar, e muito menos te agarrar. Apenas queria te fazer esquecer dos problemas, por isso resolvi pegar algumas bebidas. E outra, aqueles beijos só aconteceram porque você correspondeu, então não vem colocar a culpa em mim, beleza? - Pedi, vendo-a negar com a cabeça logo em seguida.
Monalisa: Eu só correspondi porque estava bêbada - Comentou, e antes mesmo que eu pudesse responder, ela voltou a falar - Se eu estivesse um pouco mais sóbria, não teria deixado aquilo acontecer. E você deveria saber disso - Falou, me encarando com uma expressão séria. 
Bernardo: Eu duvido, Mona. Duvido - Repeti, me aproximando mais um pouco - Você queria, e eu também - Sussurrei, chegando cada vez mais perto - E se eu te beijasse agora, completamente sóbria, você com certeza corresponderia - Sussurrei por fim, já colocando a mão em sua nuca e a trazendo mais para perto.

Ela ficou calada e completamente imóvel. Abri um sorriso travesso e aproximei ainda mais nossos rostos, e também nossas bocas, fazendo assim com que nossas respirações se misturassem. E assim aconteceu. Quando ia por fim tocar seus lábios, percebi seus olhos fechando, e então me afastei, soltando uma risada alta e bastante irônica. Ela abriu rapidamente os olhos e me encarou, um tanto surpresa.

Bernardo: Olha aí, estou dizendo. Você já ia corresponder - Falei, ainda rindo alto. Ela revirou os olhos e então levantou-se e partiu em direção a porta, nitidamente irritada.
Monalisa: Por favor, sai daqui! Eu já tive muito problema por hoje e não quero arrumar mais um - Falou, abrindo a porta e virando-se para mim. Prendi a risada, me levantei e então me aproximei, ficando a poucos centímetros do seu corpo.
Bernardo: Quer dizer que o Renan te deixou cheia de problemas? - Perguntei, ainda prendendo a risada. Ela ignorou e apontou para a saída. Acabei soltando uma risada e logo saí. Porém, antes que ela pudesse fechar a porta, lhe impedi - Contou para ele? - Perguntei por fim, um tanto irônico enquanto encarava seus belos olhos. Ela não disse nada de início, apenas assentiu. Poucos segundos depois, finalmente resolveu falar.
Monalisa: Contei e ele ficou bastante chateado comigo - Respondeu, desviando o olhar do meu - Acabamos brigando feio e... - Ela mesma se interrompeu e pareceu respirar fundo - Enfim... - Disse e então tentou fechar a porta, porém lhe impedi mais uma vez.

Bernardo: Desculpa - Sussurrei, me aproximando um pouco e encostando na porta - Sinto muito por vocês terem brigado e... - E então ela me interrompeu, soltando uma risada alta.
Monalisa: Por favor, me polpe das suas mentiras - Voltou a me encarar - Você estava doido para que isso acontecesse - Disse, balançando a cabeça negativamente. Não respondi nada, apenas desviei o olhar e respirei fundo - Ah, e só para ressaltar... Aquela sua cena na sala foi ridícula - Falou por fim, me fazendo revirar os olhos. Assim que ia lhe responder, ouvi sua voz pedindo mais uma vez - Sai daqui, por favor! - Respirei fundo mais uma vez e voltei a lhe encarar enquanto assentia.
Bernardo: Tudo bem, vou sair. Vou sair daqui e da sua vida - Disse e logo a vi arquear a sobrancelha - Não é isso que você quer? Pois bem - Falei, já me afastando um pouco - Só não vale ficar mal e vir querer chorar no meu ombro depois, beleza?
Monalisa: Não sou eu quem vou atrás, é você - Ela falou séria, parecendo querer prender meu olhar no dela - Afinal, olha só... - Ela pausou e soltou uma risada, me deixando um pouco confuso - Pelo que parecia, estávamos brigados... Mas você me surpreendeu e veio parar no meu quarto - Comentou, ainda risonha - Agora me diz, o que foi isso? Bateu saudades? - Perguntou um tanto irônica.

Ignorei e revirei os olhos novamente. Ao perceber que eu não ia responder, ela tentou fechar a porta mais uma vez, e conseguiu. Soltei um suspiro pesado, me virei e então segui em direção ao meu quarto um tanto pensativo.