Fanfic: Monalisa, deusa com ar de menina | Tema: Monalisa

Passei completamente o dia todo jogado na cama e pensando na vida. Ou melhor, pensando nela, na minha Mona. Por mais que tentasse esquecê-la e me afastar, sentia a falta da mesma, e queria acabar com aquilo. Porém, sabia que não podia fazer aquilo... não podia mais me intrometer como antes, o que era uma tristeza para mim. E foram com esses pensamentos que acabei pegando no sono.

Acordei apenas ao ouvir a campainha tocar. Levantei um tanto já estressado e encarei o relógio. Já passavam das onze horas da noite, o que me assustou um pouco ao perceber que havia perdido boa parte do sábado dormindo. No mesmo instante, a campainha soou mais uma vez. Apressei-me em descer e logo que abri a porta, dei de cara com uns desconhecidos segurando a Monalisa. Ela tinha o rosto borrado pela maquiagem, cabelo completamente bagunçado e os olhos bastante vermelhos. Meu sangue ferveu mais uma vez e logo a puxei para dentro de casa, colocando-a nos meus braços logo em seguida. Ela riu alto e abraçou minha nuca.

-XX-: Antes que pergunte, não fomos nós que a deixamos assim - Disse um loirinho apressadamente - Apenas lhe encontramos nesse estado na praça aqui perto e como sabíamos onde morava, resolvemos trazê-la - Explicou, me fazendo assentir rapidamente.
Bernardo: Ela estava sozinha? - Perguntei e logo os vi assentindo. Assenti de volta e tratei de agradecer - Obrigado - Disse baixo, e em seguida fechei a porta.

Foi complicado levar a Mona para o seu quarto. Afinal, ela não parava de mexer-se em meus braços. Lhe segurei ainda mais firme e logo ouvi seus resmungos. Ignorei e logo segui o caminho, chegando em seu quarto em poucos segundos. Assim que lhe deitei na cama, percebi um cheiro forte misturado com o da bebida. Era um cheiro que eu conhecia bem, o cheiro da droga. Respirei fundo e balancei a cabeça negativamente enquanto lhe observava e pensava em algo para fazer com a mesma. Depois de mais alguns segundos, decidi então lhe dar um banho. Peguei-a novamente em meus braços e segui para o banheiro. Depois de lhe sentar na privada, comecei a tirar sua roupa, e então percebi seus olhos abrindo rapidamente.

Monalisa: Não, não - Gritou, empurrando minhas mãos de forma apressada - De novo não - Gritou mais uma vez, dessa vez com a voz um tanto embargada.
Bernardo: Fica quieta, Monalisa - Falei, segurando firmes suas mãos - Eu não vou fazer nada. Só vou te dar um banho - Disse e logo ouvi seus resmungos mais uma vez. Ignorei e tratei de tirar sua blusa e short, deixando-a apenas de roupas íntimas. Depois disso, lhe puxei para o chuveiro e abri o mesmo rapidamente. 
Monalisa: Tá fr-fr-fria - Gaguejou, tentando sair debaixo d`água. Segurei firme em seus braços, impedindo-a. Ela resmungou mais algumas coisas, mas logo acalmou-se.

Depois do banho, voltei a lhe deixar no quarto, separando umas roupas confortáveis para a mesma. Assim que ia saindo, pude ouvir sua voz me pedindo para ficar. Confesso que foi a vontade que tive, mas não fiz isso. Ignorei e segui apressadamente para o meu quarto, caindo na cama do jeito que estava. Custei a dormir naquela noite, e não era para menos, afinal, ainda continuava preocupado com a Mona, e o fato de ter dormido bastante antes, tirava o meu sono. No momento, quase quatro horas da madrugada, como marcava o relógio, eu me encontrava com o olhar perdido no teto e com os pensamentos nela mais uma vez. Foi então que ouvi seus gritos. Senti um aperto no peito, como todos aqueles dias passados, e a vontade de ir ajudá-la e acalmá-la aumentou. Porém, continuei na minha até não ouvir mais grito algum.

Depois disso, tentei me concentrar mais uma vez no sono, e até consegui um pouco. Logo, já estava dormindo. Acordei no dia seguinte, domingo, com um certo carinho em meu rosto. Pelo cheiro que invadia o quarto e pelo toque da sua mão macia, poderia jurar que era ela. E ao abrir os olhos pude confiar minha suposição. Seu rosto estava sereno e seus olhos traziam um certo ar de arrependimento. Abri ainda mais os olhos, de forma preguiçosa, e logo vi um sorriso lindo surgir em seus lábios. Sorri de volta, um tanto sem graça, e então me levantei um pouco, sentando na cama e fazendo-a afastar sua mão. Sua expressão agora estava sem graça e ela mordia seus lábios, mostrando um pouco da sua apreensão.

Bernardo: O que você está fazendo aqui? - Perguntei baixo, encarando seus belos olhos.

Monalisa: Eu vim te agradecer - Falou no mesmo tom, me fazendo franzir a testa, um tanto confuso - Por ontem - Explicou, e eu logo assenti apressadamente. 
Bernardo: É só isso? - Perguntei seco e a vi assentir - Então já pode ir - Falei, e logo a vi ficar ainda mais sem graça.
Monalisa: Eu ainda não terminei - Disse, me fazendo assentir e ficar calado - De verdade... Fico feliz em saber que você ainda se importa comigo mesmo depois de... - E então lhe interrompi. 
Bernardo: Faria isso por qualquer um - Disse apressado, já me levantando da cama - Enfim... É melhor você sair - Ela me encarou confusa e ficou assim por alguns segundos. Por fim, levantou-se e veio em minha direção.
Monalisa: Eu vim conversar numa boa com você, e é assim que sou tratada?
Bernardo: Ué, não foi você quem pediu para eu não falar mais, nem chegar perto de você, e tudo mais? Então, é o que estou tentando fazer - Disse frio e logo a vi revirar os olhos.
Monalisa: Realmente, você é um idiota - Disse mais para si mesma e logo se pôs a sair do quarto, porém, lhe puxei rapidamente e lhe encostei na porta.

Bernardo: Eu sou o quê? Repete - Pedi, já encostando meu corpo no seu. Ela paralisou e encarou meus olhos, tentando transmitir um pouco da sua insegurança.
Monalisa: Idiota - Repetiu, ainda me encarando. Grudei ainda mais meu corpo no seu e aproximei meu rosto. 
Bernardo: O idiota que você gosta - Sussurrei, encarando seus olhos, esses que agora fechavam-se lentamente.
Monalisa: Gosto... - Sussurrou, cambaleando com a cabeça e um pouco com o corpo. Lhe segurei imediatamente antes que a mesma caísse, e então a vi fechar os olhos por completo. 
Bernardo: Mona? - Perguntei preocupado e um tanto alto, ainda segurando-a nos meus braços. Ao perceber que ela não abria os olhos, me desesperei - Monalisa, acorda! - Pedi, pegando-a no colo e levando-a para a cama - Acorda, Mona. Acorda - Pedi mais uma vez, já com a voz embargada enquanto analisava seu pulso. Sua pulsação estava fraca, assim como a respiração.

Me desesperei ainda mais e então gritei, chamando pelos meus amigos. Para a minha sorte, eles logo apareceram, e ao ver a cena, se espantaram. 

Miguel: O que houve? - Perguntou, aproximando-se da cama e observando a Monalisa. Os meninos logo aproximaram também e encararam a mesma.