Fanfic: Monalisa, deusa com ar de menina | Tema: Monalisa

Monalisa: O que você quer? - Perguntou seca, me lançando um certo olhar furioso misturado com tristeza. Arqueei a sobrancelha, um pouco confuso, mas logo voltei com a expressão séria.

Bernardo: Eu quem deveria perguntar isso. Afinal, você quem foi me procurar - Disse, encarando seus olhos, esses que agora pareciam ainda mais tristes.
Monalisa: E cheguei numa péssima hora, não? - E antes mesmo que eu pudesse responder, ouvi sua voz com um tom frio mais uma vez - Pensei que iriam ficar apenas como amigos.
Bernardo: E somos amigos. Só que... - Pausei, procurando as palavras certas - Sei lá, acabou rolando um beijo, e... - Pausei mais uma vez, porém, antes de completar, ela resolveu falar.
Monalisa: E quase que rolava algo mais - Falou de forma irritada, me surpreendo um pouco.
Bernardo: Pois é. Algum problema nisso? - Perguntei curioso e logo a vi dar de ombros enquanto negava com a cabeça.

Monalisa: Não, Bernardo. Não tem problema nenhum! Você fica, beija e faz o que quiser e com quem quiser - Disse seca, me surpreendendo novamente - Agora sai daqui, eu quero ficar sozinha - Pediu, já com um tom de voz alto. Ignorei seu comentário enquanto também negava com a cabeça.
Bernardo: Qual é, Mona? Não estou te entendendo - Confessei confuso, observando seu olhar raivoso, assim como a expressão - Por que está tão irritada?
Monalisa: Não estou irritada - Respondeu com o mesmo tom de antes, revirando os olhos. Prendi o riso e então assenti. 
Bernardo: Beleza, não está - Comentei irônico, e antes mesmo que ela pudesse manifestar-se, continuei - E o que você queria? 
Monalisa: Ah - Suspirou, afastou-se um pouco e seguiu em direção a uma das cômodas. Depois de pegar algo, virou-se para mim, e então percebi que era a certa caixinha enrolada no papel de presente. Ela logo aproximou-se e me passou o presente - Está aqui o meu segredo com o Miguel - Confessou, ainda fria. Fiquei ainda mais confuso, mas nada disse. Peguei a certa caixinha, tirei o papel que lhe envolvia, e notei por fim, a capa com a imagem de um celular. Lhe encarei no mesmo instante e percebi sua expressão suavizar. Agora um sorriso se formava em seus lábios, assim como acontecia nos meus.

Bernardo: Nossa... Não precisava! - Disse ainda surpreso, voltando a encarar a tal caixa.
Monalisa: Claro que precisava, Bê. Eu quebrei o seu, então, nada mais justo que te dar outro, não é? - Perguntou, parecendo me olhar - Ah, e chamei o Miguel para me ajudar a escolher pois ele conhece mais o seu estilo e tal... - Tentou explicar, parecendo envergonhada. Lhe encarei e notei o pequeno sorriso ainda ali - Me desculpa? 
Bernardo: Eu realmente estava precisando de um celular - Disse risonho, fazendo-a sorrir ainda mais - E eu já te desculpei boba, relaxa - Lhe tranquilizei enquanto adentrava seu quarto e colocava a caixinha sob o móvel que estava. Ao voltar a lhe encarar, percebi seu sorriso se desfazendo - Obrigado Mona, mas não posso aceitar. 
Monalisa: Como não, Bernardo? - Perguntou surpresa, aproximando-se de mim.
Bernardo: Bom, eu percebi que você ainda não pagou o aluguel da república desse mês. Talvez esteja precisando do dinheiro, e... - Ela logo me interrompeu.

Monalisa: Pode ficar tranquilo, eu logo vou pagar - Falou envergonhada, seguindo em direção a cômoda e voltando a pegar a tal caixa - Já estou a procura de um emprego, e logo pagarei. E quanto ao presente... - Pausou, voltando-se a parar na minha frente - Eu quero que você aceite - Disse por fim, estendendo a certa caixa. Logo me manifestei para falar, e então ela continuou - Por favor, Bernardo. É uma forma que vejo para pedir desculpas. Por favor, aceite.
Bernardo: Tudo bem - Disse por fim, soltando o ar pesado e pegando a certa caixinha da sua mão. Depois de colocá-la sob a cama, voltei a lhe encarar, percebendo então seu sorriso lindo. Porém, em poucos segundos, o mesmo se desfez, me deixando confuso.
Monalisa: Agora você pode ligar e falar a vontade com suas peguetes. Ah, e com a Manuela também, lógico - Disse de forma fria, me arrancando uma risada alta. Sua expressão ficou ainda mais pesada, assim como seus olhos.
Bernardo: Ih, que ciúmes todo é esse? - Perguntei risonho, fazendo-a revirar os olhos.
Monalisa: Não é ciúmes - Disse fria, seguindo em direção da porta - E já pode sair, ok? - Comentou, me lançando um olhar irritado. Prendi o riso e logo me aproximei, abraçando-a em seguida.

Seu corpo ficou imóvel, e continuou assim por longos segundos. Aos poucos, ela foi amolecendo e retribuindo o abraço.