Fanfic: Monalisa, deusa com ar de menina | Tema: Monalisa

Depois de longos segundos naquele mesmo abraço, fomos virando nossos rostos, esses que estavam colados, de forma involuntária. Enquanto sentia sua pele fria tocar a minha, fechava vagarosamente os olhos. Por fim senti sua respiração e seu hálito contra minha face, e em seguida seus lábios. Esses, que pareciam frios e trêmulos, roçaram nos meus de forma leve, me provocando um sorriso. Ela também pareceu sorrir, e logo depois envolveu suas mãos em minha nuca, acariciando-a de forma lenta. Me arrepiei instantaneamente com seu toque, e logo a prendi ainda mais em meus braços, já encaixando nossos lábios, e por fim, dando início ao beijo.

Era incrível a maneira como nossos lábios se encaixavam e se movimentam, além do ritmo que conseguíamos manter e mudar. Era incrível também a maneira como colocávamos todos nossos sentimentos em uma troca de salivas. No momento, enquanto dava um pouco mais de intensidade e lhe acariciava a cintura, sentia seus dedos ágeis entre minha nuca e meu cabelo, puxando-os de leve em certos instantes. Sorri entre o beijo, não deixando o mesmo atrapalhar em nenhum movimento, e logo em seguida pude sentir ela fazer o mesmo. Porém, logo pareceu paralisar. Seus movimentos travaram de imediato, e sua boca afastou-se da minha, me deixando um tanto surpreso. Tirei rapidamente minhas mãos do seu corpo, afastei-me um pouco e então lhe encarei. Sua expressão misturava-se em vergonha e irritação, e seus olhos que agora abriam vagarosamente, pareciam perdidos. 

Bernardo: O que foi, Mona? - Perguntei preocupado, passando delicadamente o dedo no canto da sua boca, lhe fazendo fechar os olhos de forma lenta - Tem alguma coisa errada? - Voltei a perguntar, já lhe fazendo abrir os olhos novamente. Ela pareceu respirar fundo e então me encarou.

Monalisa: Tem - Respondeu firme, voltando a respirar fundo - Tem você, Bernardo. Você - Completou nervosa, já afastando-se ainda mais.
Bernardo: Como assim? - Perguntei surpreendido enquanto observava atentamente sua expressão - O que eu fiz? - Ela não respondeu de imediato, apenas revirou os olhos e começou a andar de um lado para o outro. Por fim, parou e me encarou de forma séria.
Monalisa: Primeiro você beija a Manuela e agora vem me beijar! Que tipo de homem é esse? - Perguntou mais para si mesma, erguendo os braços e o olhar. Porém, logo voltou a me encarar mais uma vez - E quem você pensa que eu sou? - Perguntou nervosa e nitidamente irritada, me lançando um olhar raivoso misturado com tristeza. Antes que pudesse responder, ela continuou - Não me coloca no seu joguinho, ok Bernardo? Não quero servir de brinquedinho, nem... - Lhe interrompi, já me aproximando.

Bernardo: Não tem jogo nenhum, Monalisa. E você nunca vai ser um brinquedo para mim. Para com isso - Disse firme, me aproximando ainda mais - E o que aconteceu, tanto aqui como com a Manu, foi coisa de momento. Aconteceu de forma natural, não planejei nada, beleza? - Perguntei, e recebi apenas o seu silêncio e o seu olhar pesado como resposta. Quebrei a certa distância que restou, e logo levei umas das mãos ao seu rosto, acariciando o mesmo em seguida. Ela, por sua vez, logo afastou-se. 
Monalisa: Já pode ir. A Manuela deve está te esperando - Comentou de forma fria, indicando a porta com a mão - Vai lá. Vai beijá-la de forma natural - Disse irônica, dando uma risada com o mesmo sentido. Porém, logo voltou com a expressão séria - Nessa eu não caio mais. 
Bernardo: Qual é, Mona? Para com isso, por favor - Pedi, voltando a me aproximar. Ela afastou-se novamente, seguindo dessa vez para perto da parede ao lado da porta. Me aproximei mais um pouco, fechei a porta de forma brusca e então me aproximei da parede em que ela estava, encostando meus braços ao seu redor, e prendendo-a em seguida - Entende uma coisa... Não é ela quem eu quero - Disse alto, observando sua expressão. Ela logo pareceu ficar inquieta. Primeiro mordeu o lábio de forma apreensiva, e em seguida desviou o olhar.

Monalisa: E também não me importa quem seja - Disse fria, já tentando me empurrar. Firmei meus braços na parede e então encostei nossos corpos. Foi então que ela voltou a me encarar, cruzando imediatamente nossos olhares - Dá para me soltar? - Neguei com a cabeça, abrindo um pequeno sorriso. 
Bernardo: Você não tem nem curiosidade em saber quem é? - Perguntei, sorrindo travesso. Ela revirou os olhos, respirou fundo e então voltou a me olhar, dessa vez transmitindo uma enorme intensidade, um tanto pesada até.
Monalisa: Deve ser uma dessas piriguetes que você pega - Falou seca, ainda me lançando o mesmo olhar. Prendi o riso e aproximei rapidamente minha boca do seu ouvido. 
Bernardo: Você não parece ser uma piriguete - Sussurrei, soltando um riso baixo. Ela, por sua vez, pareceu paralisar. Afastei-me um pouco para encarar seu rosto, e vi o mesmo corado. Assim que parecia que ia manisfestar-se, ouvimos a porta abrindo. Encaramos a mesma e demos de cara com o Sandro um tanto confuso.
Sandro: Acho que cheguei na hora errada, não? - Perguntou, ainda com a mesma expressão. A Monalisa logo tentou me empurrar mais uma vez, conseguindo por fim. A mesma seguiu para o lado do "ficante" e negou apressadamente com a cabeça.

Monalisa: Não. Ah, e o Bernardo só estava... - Pausou, parecendo sem palavras. 
Bernardo: Só estava consolando-a pelo bolo que recebeu ontem - Respondi, voltando a abrir o sorriso travesso. A Mona logo me encarou, repreendendo-me pelo olhar, porém, ignorei - É feio deixar os outros esperando, sabia? Podia pelo menos avisar - Reclamei, prendendo um pouco o riso. Ele logo manifestou-se para falar, mas a Mona foi um tanto mais rápida.
Monalisa: Já pode sair, Bernardo - Disse de forma dura, ainda me encarando. Assenti apressado e então me aproximei da mesma. 
Bernardo: Obrigado pelo presente - Sussurrei perto da sua orelha, mordendo a mesma logo depois - Te espero na hora de dormir - Provoquei, deixando escapar uma risada.
Monalisa: Idiota - Resmungou baixo, me empurrando novamente. Me afastei, peguei meu novo presente que estava em cima do móvel, e então encarei o Sandro, esse que me observava com um semblante nada agradável. 
Bernardo: Até mais - Disse risonho, saindo logo em seguida.