Fanfic: Monalisa, deusa com ar de menina | Tema: Monalisa

Assim que consegui finalmente sair da casa que ocorria a festa dei de cara com a Manuela. Ela logo sorriu, mas ao notar a minha expressão confusa, desfez o sorriso.

Manuela: O que aconteceu? - Perguntou preocupada enquanto me seguia. No momento, eu já dava a mão para o primeiro táxi que passava. Para o meu azar, ele passou direto - Bernardo, estou falando com você! O que aconteceu? Me diz, por favor - Falava apressada enquanto eu já dava a mão para o táxi seguinte - Você quer ajuda? - Voltou a perguntar, e finalmente o táxi parou. Me virei para ela e encarei seus olhos.
Bernardo: Quer mesmo me ajudar? - Perguntei apressado e logo a vi assentir - Então me faz esquecer dela - Pedi, percebendo sua expressão ficar surpresa. No mesmo instante, o taxista buzinou. E quando já me preparava para entrar, percebi a Manuela vindo junto. Sorri, e logo entrei.

Para a minha sorte ela não me perguntou nada durante todo o caminho. Enquanto olhava a paisagem pela janela, imaginava a cena que deveria estar ocorrendo agora na tal festa: "Todos aplaudindo o novo casal, que no momento, deveria estar aos beijos". Me desliguei desse pensamento ao ouvir a Manu me chamar. Logo paguei ao taxista e segui junto com ela para a república, e em seguida para o meu quarto, já aos beijos.

Caímos na cama juntos, e talvez, ao sentir o baque, voltei com o pensamento para ela. Minha Monalisa. Que nesse momento, parecia nem ser mais minha. Aliás, ela nunca pareceu ser minha. E isso me machucava demais. E me irritava também. Me irritava tanto que até cheguei a morder fortemente o lábio da Manuela durante o beijo, ouvindo seus resmungos em seguida. Despertei-me um pouco, e logo voltei ao foco: "Esquecer a Monalisa".

Virei a Manu na cama, já ficando por cima, e tirei-lhe a roupa num movimento rápido e um tanto rude. Ao voltar o olhar para o seu rosto, me deparei com a imagem da Mona, do rosto dela com uma bela expressão angelical. Foi inevitável não sorrir, e perceber também, a minha parceira fazer o mesmo. Logo, a imagem voltou para a real, e então desfiz o sorriso. Balancei negativamente a cabeça, tentando afastar tais alucinações, e em seguida, tirei-me a blusa, e logo depois, o short. A Manuela sorriu maliciosa, me puxando ainda mais para ela, e também para o início de um novo beijo. Porém, não consegui beijá-la, e para disfarçar, beijei-lhe o pescoço. No mesmo instante pude ouvir uns ruídos que pareciam vir de fora do quarto e travei totalmente. Virei um pouco o rosto para a porta e pude perceber que a mesma estava aberta, e que além dela, não havia nada, nem ninguém. Voltei então aos trabalhos. Porém, parei novamente ao imaginar o rosto da Mona, e até sua voz. Respirei fundo e então levantei-me, já me desculpando.

Bernardo: Desculpa, Manu - Pedi envergonhado, coçando a nuca - Me desculpa... Mas não posso deixar isso acontecer. Na verdade, você não deveria nem estar aqui.

Manuela: Mas... - Pausou, completamente sem graça, já corando - Realmente, eu não deveria estar aqui. Não deveria - Repetiu, já levantando também e colocando suas roupas. Fiquei um tempo calado, apenas observando-a vestir-se. Assim que acabou, se dirigiu a porta, mas antes de sair, lhe puxei.
Bernardo: Eu agi por impulso em te chamar para cá - Tentei me explicar ainda sem graça - Fracassei, confesso. Eu não queria te iludir ainda mais, nem... - Ela me interrompeu, negando com a cabeça.
Manuela: Esquece isso - Disse, dando um leve beijo em meu rosto e afastando-se - Acho melhor eu ir, você está precisando ficar sozinho. Mas, se precisar desabafar ou coisa do tipo, estarei aqui - Completou, sorrindo envergonhada.
Bernardo: Na boa Manu, você merece alguém muito especial - Disse, tocando em seu rosto, e lhe observando suspirar. Sorri e logo a vi fazer o mesmo. 
Manuela: Fica bem - Disse por fim, já saindo do meu quarto. Respirei fundo e voltei a me deitar, me sentindo completamente perdido.

Por mais que quisesse, não conseguia pregar os olhos e dormir. Havia uma grande angústia dentro de mim, esta que me fez rolar na cama diversas vezes. No meio da madrugada, ainda pude ouvir os gritos da Monalisa. Talvez fossem novos pesadelos. Respirei fundo e continuei imóvel naquela cama, um tanto perturbado com seus gritos, lógico. Queria abraçá-la e cuidá-la naquele momento, mas me via impedido. E foi com esse pensamento que ouvi seus gritos pararem, e em seguida pude finalmente pegar no sono. Acordei completamente cabisbaixo e tristonho naquela chuvosa manhã de sábado. Depois de um longo banho, pude despertar um pouco, mas não o suficiente. Logo segui para a cozinha e ouvi o final de uma conversa da Mona com os garotos.

Monalisa: Por favor, não comentem nada com ele, ok? - Pediu, me deixando um tanto curioso. Logo adentrei a cozinha e recebi seus olhares desconfiados. Não disse nada, apenas peguei qualquer besteira e me sentei à mesa junto deles. A Monalisa logo levantou-se, parecia irritada - Vou indo - Disse, beijando o rosto dos amigos.
Miguel: Cuidado lá - Disse um tanto apreensivo. Ela apenas sorriu e em seguida saiu. Revirei os olhos e voltei a comer, tentando parecer indiferente.

Passei o resto do dia trancado no quarto. Em meio aos estudos e pensamentos. O que mais estranhei foi o fato da Monalisa passar o dia todo fora, porém não comentei nada. A noite chegou apressada, assim como o Gabriel e o Renato pareciam estar por conta de uma tal festa.

Gabriel: Desce logo, Miguel - Gritou, já bufando - Está parecendo a Mona se arrumando.
Renato: Acho meio difícil alguém superar a demora da Monalisa, viu? - Perguntou risonho, me fazendo revirar os olhos ao escutar o nome dela - E quanto a você? Tá esperando o que para ir se arrumar?
Bernardo: Não vou agora - Disse, dando de ombros.
Gabriel: Beleza... Então vai com o Miguel, porque não dá mais para esperar - Disse, bufando novamente, e já seguindo até a porta. O Renato também seguiu, e logo os dois saíram.

No mesmo instante, ouvi meu novo celular apitar. Era uma nova mensagem, e para a minha surpresa, era dela, dizendo "Eu preciso de você". Respirei fundo enquanto já negava com a cabeça e encarava a televisão, tentando prestar atenção num certo programa. Alguns minutos se passaram, e novamente meu celular apitou. Nessa nova mensagem, ainda dela, dizia: "Por favor Bernardo, me ajuda". Meio que travei olhando a mensagem. Na verdade, eu não sabia muito bem o que fazer, ou até mesmo no que pensar.