Fanfic: Monalisa, deusa com ar de menina | Tema: Monalisa

Estava realmente em total velocidade. Enquanto me preocupava em ler a mensagem, dizendo o tal endereço, tentava também me concentrar no caminho escuro a minha frente. Para a minha sorte não chovia tanto como antes. Porém, o céu parecia bem nublado, sinal de que viria uma chuva bem mais forte. Isso, e todos os outros fatores me fizeram ir ainda mais rápido. Logo pude finalmente chegar em um lugar suspeito e parecido com o que ela me descrevia na mensagem. Era um lugar afastado da cidade, com um enorme espaço aberto. Logo que reparei melhor o local, pude perceber várias motos enfileiradas, sinal de que haveria uma corrida, ou um "pega" talvez.

Deixei o carro um tanto afastado e segui a pé ao encontro das pessoas que pareciam fazer uma festa ali. Estava uma verdadeira bagunça. Algumas caixas espalhadas pelo chão, pessoas se drogando, bebendo e se pegando, algumas no chão mesmo, outras em cima das motos, e outras em alguns carrinhos de supermercado ou então de frente para a enorme caixa de som de um dos carros. Passei o olhar atentamente por todas aquelas pessoas a procura da Monalisa, mas não lhe encontrei. Passei então o olhar pelos carinhas que estavam nas motos e pude perceber que os mesmos estavam meio que entrelaçados com belas garotas. Elas estavam sentadas de costas para os mesmos e amarradas com algo que não pude ver direito. Enquanto reparava nisso, ouvi um sinal alto, e logo todos gritaram.

O "pega" havia começado. Eles corriam rápido demais em plena pista molhada. As garotas que lhe faziam companhia na moto gritavam assustadas, principalmente quando eles faziam manobras um tanto arriscadas. Confesso que também me assustei, e mais ainda quando percebi uma das motos quase cair. Todos calaram-se, parecendo ver a mesma cena que eu, mas ao perceber que estava tudo bem, voltaram a gritar animados.

E foi assim durante toda a corrida. Quando voltaram, a festa parecia ainda maior. Todos riam e gritavam animadamente enquanto as garotas, as que estavam com os caras da moto, se dividiam entre gritar e até mesmo chorar. Algumas pareciam assustadas demais para ter qualquer outra reação. Ao passar o olhar um pouco mais pela frente, pude ver novos motoristas com seus automóveis e suas parceiras. E lá, numa das últimas motos, avistei o Sandro. Me desesperei ao notar que a sua parceira era ela. Minha Monalisa. Um dos homens que estavam com eles, parecia lhe forçar a tomar algo, enquanto outro a amarrava com o parceiro.

Fervi de raiva e segui apressadamente em direção da moto. Porém, antes mesmo que pudesse chegar um pouco mais perto ouvi o barulho da sirene da polícia. Todos pararam de imediato o que estavam fazendo e ao perceberem o som mais nítido, correram. Alguns a pé mesmo, outros em suas motos e carros. Encarei a moto que faltava, a do Sandro. E pude ver os caras, que antes mexiam com a Mona, correndo. Já o Sandro deu partida em sua moto. E a Monalisa, que parecia não estar totalmente presa ao mesmo, caiu desajeitada. Corri rapidamente até a mesma enquanto já ouvia a sirene mais próxima. Alguns carros pararam ali perto, e alguns policiais seguiram correndo em direção ao grande grupo, passando de forma apressada por mim e pela Monalisa. Quanto a essa, estava desacordada, talvez pelo baque que teve em sua cabeça. Me desesperei e até lhe sacudi um pouco enquanto praticamente me deitava ao seu lado.

Bernardo: Monalisa, por favor, acorda! Fala comigo, meu amor - Pedi desesperado, ainda lhe sacudindo. Ela pareceu respirar fundo e então abriu os olhos vagarosamente, me fazendo tremer de alegria.

Respirei um tanto mais aliviado e lhe tomei nos braços, lhe beijando por instinto em seguida. Ela, que parecia tão fraca, envolveu uma das mãos em minha nuca, me fazendo sorrir entre o beijo.

Apesar de curto, o beijo foi bem intenso. Nos separamos aos selinhos, e em seguida, trocando olhares um tanto estranhos. Ela desceu a mão da minha nuca para a sua cabeça, resmungando algo muito baixo.

Bernardo: O que foi? Está doendo? - Perguntei apressado e preocupado, e logo a vi assentir vagarosamente. Lhe peguei no colo, já levantando e ajeitando-a. Ela voltou a envolver os braços em minha nuca, e encostou delicadamente a cabeça em meu ombro. Antes que pudesse ir para o carro, fui parado por um policial.
-XX-: O que estavam fazendo aqui? - Perguntou, e antes mesmo que eu pudesse dizer algo, continuou - Também estavam participando dessa bagunça?
Bernardo: Não, não. Não estávamos envolvidos. E na verdade, só vim salvar minha amiga - Disse, apertando firme a Mona em meus braços. Ela se encolheu em meu corpo, parecendo encarar sem jeito o policial. Já ele, ficou nos encarando por um breve momento - Por favor, podemos ir? Essa mocinha é pesada - Disse baixo, e logo senti a Mona beliscar meu braço. Lhe encarei, um tanto risonho - Qual é? Você é pesada mesmo - Provoquei, lhe observando fazer uma careta.
Monalisa: Não sou pesada - Reclamou, voltando a fazer careta, dessa vez misturada com dor - E se estar achando ruim, me coloca no chão - Voltou a reclamar, me fazendo revirar os olhos. Já ia reclamar também quando ouvi a voz do policial.
-XX-: Tudo bem. Podem ir, estão liberados - Falou, revirando os olhos e saindo de perto da gente. Suspirei aliviado e segui apressado para o carro, já sentindo uns pingos de chuva.