Fanfic: Era só pra ficar | Tema: Era só pra ficar

Mil pensamentos circulavam em minha mente no caminho para a escola. Sentia-me extremamente ansiosa para lhe contar tudo e observar sua reação, mas isso logo passou quando cheguei no pátio do colégio e avistei uma cena não muito agradável. O Bruno estava lá, no nosso banco de sempre aos beijos com a Juliana. Pude sentir as lágrimas já caindo no meu rosto, mas não me deixei abater. Logo limpei e fui até eles. Assim que me aproximei, comecei a bater palmas, fazendo-os parar com o beijo para me encarar.

Luiza: Que bonito, hein? - Comentei enquanto parava com as palmas.
Juliana: Formamos um lindo casal, né? - Perguntou aos risos. Já o Bruno me encarou com uma expressão fechada. 
Luiza: Nossa, lindo casal!
Bruno: Er... - Ele encarou a Juliana - Depois conversamos, ok? - Ela ia responder, mas ele levantou-se rapidamente e me puxou pelo braço, me levando para um canto - O que você quer? - Perguntou, já soltando meu braço.
Luiza: Idiota! - Lhe dei um tapa forte. Ele colocou a mão no rosto e voltou a me encarar.

Bruno: Besta... Essa seria a palavra certa para me definir - Revirei os olhos.
Luiza: E é por que dizia que não gostava de menina atirada, né? Dizia que era diferente de todos aqueles homens metido a pegador... Mas não! Você é igualzinho a eles, você não presta! - Ele pareceu respirar fundo enquanto amenizava a expressão. Senti uma enorme vontade de chorar me invadir, mas logo tratei de controlar - Você é rápido, hein? E ainda disse que estava apaixonado - Eu ri - Nossa, imagine se não?
Bruno: Eu não falei isso - Falou sem graça aos sussuros.
Luiza: Falou sim... Falou para o Math - Ele então ficou totalmente sem jeito e desviou o olhar.
Bruno: Você não queria terminar com tudo? - Perguntou, voltando o olhar para mim - Então, agora eu sou um homem livre, posso fazer o que quiser, ok? Você não tem nada que ficar se metendo na minha vida - Fiquei calada - Era só isso? 
Luiza: Você não é o Bruno que conheci... E que aprendi a gostar.

Bruno: Como assim? Você está gostando de mim? - Ele ficou sem reação por um momento e logo depois me abraçou. Me afastei rapidamente e o encarei - Desculpa Lú, eu só fiz isso... - Lhe interrompi. 
Luiza: Não precisa me explicar nada. Você é um homem livre agora, faz o que quer, esqueceu? - Ele revirou os olhos. 
Bruno: Luiza - Ele segurou minhas mãos - Vamos esquecer tudo isso e ficar juntos. A gente se ama, e é isso que importa - Eu ri enquanto soltava as mãos. 
Luiza: Nossa Bruno, que amor, hein? Em uma discussão besta você já me larga e vai ficar com outra... Isso é amor?
Bruno: Ah, Luiza - Ele desviou o olhar e logo em seguida o sinal tocou - Conversamos no intervalo, ok?
Luiza: Não temos mais nada para conversar.
Bruno: Temos sim - Ele se aproximou e me abraçou forte - Eu amo você.
Luiza: Me poupe disso - Falei, já me afastando - Vai lá, sua nova ficante deve estar te esperando - Ele ficou calado, apenas me encarando sério. Revirei os olhos, me virei e logo saí dali. 

Estava sem cabeça para assistir as aulas, não conseguia me concentrar em nada. Fiquei desenhando na banca e logo depois acabei dormindo. Acordei com alguém me cutucando. 

Fernando: Acorda, Luiza - Levantei a cabeça e lhe encarei - Já está na hora do intervalo.
Luiza: Nossa... Dormi muito - Comentei enquanto passava a mão no olho. 
Fernando: Pois é - Ele puxou minha mão livre - Vem, vamos comer.

Acabei indo com ele. Compramos nossos lanches e sentamos em um banco. O Fernando começou a puxar assunto, mas eu nem estava dando muita bola, estava super distraída. 

Fernando: Lú... Você está me ouvindo? - Assenti - Olha pra mim - Eu ia olhar, mas o Bruno apareceu e então travei o olhar nele. Ele me viu e logo se aproximou. 
Bruno: Quero falar com você - Falou ao chegar mais perto.
Luiza: Hm - Encarei o Fernando - Já volto - Ele apenas assentiu.

Nos distanciamos um pouco dos outros alunos enquanto seguíamos para um lugar mais reservado, perto da portaria. 

Luiza: Então... O que você quer?
Bruno: Você.

Eu ri e então ele se aproximou e me beijou. Bati no seu ombro e tentei me afastar, mas ele me segurou firme e deu mais intensidade ao beijo. Logo acabei me entregando, como sempre. Depois de longos minutos afastamos nossos lábios. 

Luiza: Chato. Eu te odeio - Falei brava enquanto voltava a lhe bater. Ele riu e segurou meus braços.
Bruno: Quer mais um beijinho, quer? - Ele aproximou o rosto e eu afastei o meu. 
Luiza: Vai dar beijinho na sua nova ficante - Revirei os olhos e ele riu mais. 
Bruno: Não estou ficando com ela. Foi só um beijo - Fiquei calada e então ele controlou o riso e me abraçou - Eu estava morrendo de raiva, por isso que beijei ela.

Luiza: Raiva de mim?
Bruno: Não, raiva de mim mesmo. Raiva por ter me apaixonado - Fiquei calada e lhe apertei - Infelizmente a gente não escolhe, né? Acontece. 
Luiza: Infelizmente mesmo - Falei aos sussuros, me afastando logo em seguida. Ele passou a mão no meu rosto e encarou meus olhos.
Bruno: Me desculpa?
Luiza: Não é assim que as coisas acontecem, Bruno. Eu estou magoada com você e mesmo se dissesse que iria te desculpar, não iria ser de coração. Então, prefiro ficar na minha. 
Bruno: Tudo bem - Ele ficou sem graça - Não irei mais te magoar, prometo. 
Luiza: Não prometa o que você não pode cumprir - Ele revirou os olhos e riu.
Bruno: Chata.
Luiza: Besta - Ele parou de rir e fechou a cara.

Luiza: Ué, não é a palavra que te define? Então - Eu ri. 
Bruno: Não mais. Agora a palavra é outra. Ou melhor, são outras. 
Luiza: Quais? 
Bruno: Louco, alucinado, apaixonado... - Balancei a cabeça negativamente e revirei os olhos - Ei, é verdade - Eu ia lhe responder, mas a Juliana chegou bem na hora.
Juliana: Oi amorzinho - Falou enquanto lhe abraçava.
Bruno: Para, Juliana! - Exclamou enquanto se afastava dela e seguia para o meu lado - Eu já te falei que a garota que eu gosto é a Luiza - Ela revirou os olhos. 
Juliana: Não foi isso que você me disse hoje mais cedo... Pelo contrário.

Luiza: Com licença - Saí de perto e logo percebi o Bruno ao meu lado.
Bruno: Não escuta essa menina, ela não sabe o que fala! 
Luiza: E você? Sabe o que fala? - Perguntei um tanto alto enquanto parava de andar.
Bruno: Lú... - Lhe encarei - Eu não falei nada, cara. Você me conhece, sabe que... - Lhe interrompi. 
Luiza: Não Bruno, eu não te conheço. 
Bruno: Para com isso. 
Luiza: Para com isso você! Nem sei por que a gente ainda está aqui discutindo. 
Bruno: Realmente, estamos perdendo o tempo de fazer coisas melhores - Ele me agarrou e logo me beijou.

Me entreguei novamente ao beijo, porém não prolonguei muito, logo me afastei. 

Luiza: Para de ficar me beijando! - Ele riu. 
Bruno: Se você ficar brigando comigo, eu vou te beijar sempre - Fiquei calada e então ele se aproximou novamente. 
Luiza: Se você der mais um passo, eu... eu nunca mais falo com você - Disse e logo senti minhas bochechas esquentarem ao perceber o que acabara de falar.
Bruno: Boba - Ele riu e se afastou um pouco. Nesse mesmo instante, o sinal para o término do intervalou tocou. Ele me puxou e me deu um selinho - Boa aula - Não respondi nada, apenas fechei a cara e fui para sala.

As últimas três aulas foram mais rápidas. Assim que tocou, me levantei e parti logo para casa. Não queria ver e, nem falar com o Bruno. Assim que cheguei avistei o Matheus com uma menina no sofá. 

Matheus: Ah - Sorriu ao me ver - Essa é a minha irmã, a Luiza - Me aproximei e logo vi a menina se levantar - Lú, essa é a Betina. A mãe do meu filho.
Luiza: Ah, então quer dizer que essa é a doida? - Ao me dar conta do que falei, fiquei totalmente sem graça - Er... - Ela me interrompeu aos risos.
Betina: Pois é. Sou bem doidinha mesmo. 
Matheus: Então... Ela vai ficar aqui em casa com a gente - Ele coçou a nuca. 
Luiza: Ah... É? 
Betina: É - Ela sorriu sem graça - É que eu saí de casa, sabe? E aí o Thetheuzinho disse que eu poderia ficar aqui.

Luiza: Claro, claro. Seja bem-vinda - Olhei para o Matheus e o vi revirar os olhos - Acabou a festinha, né Math? - Ele me encarou com uma expressão nada boa.
Betina: Festinha? Não entendi - Lhe olhei. 
Luiza: Não é nada cunhadinha, esquece - Ela ia falar algo, mas seu celular tocou e então ela se afastou um pouco para atender. 
Matheus: Agora eu arrumei - Ele apontou com o olhar para a garota - O que eu faço para me livrar disso, hein?
Luiza: Ora, agora tem que assumir as consequências - Eu ri - Thetheuzinho! - Ri ainda mais e o vi fechar a cara.
Matheus: Para, coisa chata.

Luiza: O Thetheuzinho nem vai mais trazer as menininhas para casa... Coitadinho - Ele me ignorou e pegou as malas da garota. 
Matheus: Ela vai ficar no seu quarto, ok?
Luiza: Acho que ela prefere dormir com o Thetheuzinho.
Matheus: Se você me chamar assim de novo, eu... - A Betina lhe interrompeu. 
Betina: Thetheuzinho, vou dormir com você, né? - Caí na gargalhada e parti para o meu quarto.

Depois de almoçar, me sentei em um dos sofás para assistir televisão. Logo o Matheus apareceu com a Betina. Ela o levou até a porta, se despediu com um selinho e logo depois resolveu sentar ao meu no sofá. Começamos a conversar e só paramos ao escutar a campainha. Me levantei um tanto frustrada ao imagiar quem era. E sim, era ele, o Bruno.

Bruno: Por que não me esperou? - Revirei os olhos. 
Luiza: O que você quer?
Bruno: Que recepção, hein Luiza? - Ele entrou e ao ver a Betina, virou-se para mim - Quem é?
Luiza: Ah, essa é a Betina, namorada do meu irmão - Ela sorriu e ele logo fez o mesmo - Tina, esse é o Bruno, meu amigo.
Bruno: Amigo? - Perguntou enquanto desviava o olhar para mim - Não somos amigos, somos namorados.
Luiza: Não, não somos.

Bruno: Vai discutir na frente da menina? - Revirei os olhos e voltei a me sentar. Ele sentou ao meu lado. 
Betina: Opa, não quero segurar vela - Ela sorriu sem graça, enquanto levantava. Logo puxei seu braço. 
Luiza: Claro que não, Tina. Fica aqui - Ela voltou a sentar - O Bruno já está de saída, né? - Perguntei e logo lancei um olhar não muito agradável. 
Bruno: Eu mal cheguei e você já quer que eu vá embora?
Luiza: Quero - Ele revirou os olhos - Não sei nem o que você veio fazer aqui.
Bruno: Vim passar a tarde com você!
Luiza: Eu não quero passar a tarde com você - Ele fez bico - Não percebe que eu ainda estou chateada?
Bruno: Mas... - Lhe ignorei e virei o rosto para a Betina.
Luiza: Então... Onde estávamos?

Betina: Er... - Ela ficou sem graça - Acho melhor a gente conversar depois - Disse e logo levantou - Vou dormir um pouco, tá? - Ela não esperou a minha resposta e logo desapereceu. Olhei para o Bruno e vi seu sorriso bobo.
Bruno: Ela é uma gatinha, né? - Revirei os olhos - Nossa, seu irmão parecia ser tão mulherengo, não sei como resolveu namorar agora.
Luiza: Pois é. Ele foi fazer o que não devia, acabou dando nisso - Comentei enquanto olhava a tv.
Bruno: Hm, não entendi muito bem. O que ele fez?
Luiza: Engravidou a menina.
Bruno: Nossa! E os pais a expulsaram de casa?
Luiza: Não sei... Só sei que ela acabou saindo de casa e agora vai morar aqui. 
Bruno: Hm, opa - Lhe encarei perplexa e o vi segurar o riso.

Luiza: Você não vai para casa? - Ele balançou a cabeça negativamente - Pois bem, fique aí então - Falei enquanto me levantava. Ele me puxou e me sentou em seu colo. 
Bruno: Não faz assim, Luiza - Passou a mão no meu rosto - Você não imagina o quanto estou mal com tudo isso. 
Luiza: E você acha que eu estou como? - Ele não respondeu, continuou acariciando meu rosto - Sério, eu quero ficar sozinha.
Bruno: Deixa eu ficar aqui com você, prometo que não falo e nem faço nada.
Luiza: Não, Bruno. Qual a parte do "sozinha" você não entendeu? - Perguntei enquanto me levantava do seu colo.
Bruno: Chata - Ele levantou e foi até a porta. Antes de abrir, a campainha tocou. Ele abriu e logo depois me encarou com uma expressão raivosa - Visita para você! - Me aproximei e vi o Fernando.
Luiza: Oi, Fê - Falei sem graça -Chegou numa ótima hora - Encarei o Bruno - Você já estava de saída, né? - Ele não respondeu, revirou os olhos e foi embora. 

Fernando: Nossa, se eu soubesse que iria dar nisso, não teria nem vindo. 
Luiza: Tudo bem, relaxa - Lhe puxei e fechei a porta - Mas então, o que você veio fazer aqui? - Ele sorriu sem graça enquanto sentávamos no sofá.
Fernando: Percebi hoje mais cedo que você estava mal e então resolvi te fazer companhia agora para ver se dava uma melhorada nesse atral, entendeu?
Luiza: Obrigada - Agradeci sem jeito - Mas, preferia ficar sozinha, sabe?
Fernando: Ah - Observei sua expressão desanimar, mas logo depois voltou ao normal - Deixa eu te fazer companhia. Se você ficar sozinha, vai acabar piorando.
Luiza: Ah, não sei não - Comentei desanimada. 
Fernando: Por favor, Lú.

Acabei cedendo e então começamos a conversar. Falamos sobre várias coisas, o assunto vinha e logo depois já chegava outro. Passamos um bom tempo assim, até que a Betina acordou e juntou-se a nós. Preparamos um lanche e voltamos a conversar, só paramos quando o Matheus chegou. 

Matheus: Que festa é essa aqui?
Luiza: Exagerado.
Betina: Que saudade que eu estava do meu Thetheuzinho - Falou enquanto levantava e ia lhe abraçar. Ele revirou os olhos e deu um sorriso sem graça. 
Fernando: Bom, eu já vou - Me deu um beijo no rosto e levantou-se - Tchau gente - Acenou para Betina e para o Math e depois foi embora. 
Matheus: Não gosto desse sujeito.
Luiza: Qual é, Math? Você não gosta de ninguém - Ele fez careta e eu ri enquanto seguia para o meu quarto. 

Depois do banho e da janta, me juntei ao Matheus e a Betina para conversar.

Luiza: Já pensaram no nome do bebê? - Vi o meu irmão revirar os olhos e logo tentei controlar a risada.
Betina: Ah... Ainda nem pensamos - Lhe abraçou de lado - O que você acha?
Matheus: Vamos mudar de assunto?
Betina: Poxa Thetheuzinho, você não quer falar sobre o nosso bebê? 
Matheus: Não é isso, é que... - Lhe interrompi. 
Luiza: É que ele fica muito emocionado ao falar disso, sabe? E acho que ele não quer chorar na sua frente, deve ficar com vergonha - O Matheus me encarou furioso.
Betina: Quer dizer que meu Thetheuzinho é sensível? - Perguntou enquanto beijava seu rosto. 
Luiza: Nossa, você não imagina o quanto!
Matheus: Chega de falar de mim, né? - Ele se levantou e puxou a Betina - Vem, vamos para o quarto! Deixa essa chata aí - Fiz careta. 
Luiza: Vão me deixar sozinha? Que malvados. 
Betina: Depois a gente volta, cunhadinha - Ela me deu um beijo na cabeça e partiu com o Math para o quarto.