Fanfic: Era só pra ficar | Tema: Era só pra ficar

Respirei fundo e me concentrei bastante antes de seguir até o quarto do Matheus. Quando finalmente me percebi calma o suficiente, bati na porta logo depois a abri, entrando em seguida. O Bruno estava sentado na cama, mexendo no celular. Ao me ver, ele parou.

Luiza: Custava falar com o menino? - Ele não disse nada, apenas voltou a mexer no celular - Bruno, eu estou falando com você!
Bruno: Eu estou escutando.
Luiza: Dá pra olhar pra mim? - Ele parou novamente de mexer no celular e me encarou - Pra quê tanto ciúme?
Bruno: Não é ciúme, é medo - Falou sério.
Luiza: Medo de quê? - Perguntei, me aproximando e sentando ao seu lado. 
Bruno: De te roubarem de mim - Respondeu enquanto virava um pouco pra mim.
Luiza: Eu já te falei que... - Ele me interrompeu.
Bruno: Você viu o que vocês estavam fazendo? - Ergui a sobrancelha.

Luiza: Ué, ele estava apenas me fazendo cócegas e... - Ele me interrompeu novamente.
Bruno: Não era só isso. Havia bastante intimidade entre vocês.
Luiza: Mas somos amigos, e é normal ter intimidade, não? - Ele ficou calado, então logo continuei - Sabe o que eu acho? Que você está fazendo uma tempestade num copo d`água... Não tem pra quê ficar assim, cheio de ciúmes bobos ou com insegurança.
Bruno: Não é ciúmes, já te falei. E insegurança pode até ser. Mas eu tenho os meus motivos, ok?
Luiza: Que motivos? - Ele revirou os olhos.
Bruno: Normalmente quando a amizade é assim, isso acaba dando em algo mais - Eu ia falar, mas ele continuou - Eu vi o jeito que ele te olhou ontem na praia. Vi o jeito como vocês se abraçaram, como falaram um com o outro. 
Luiza: Nos abraçamos e nos falamos normal, ok? Como velhos amigos que estavam com saudades um do outro, só isso.

Bruno: Não foi só isso, Luiza!
Luiza: Foi sim, Bruno! E para de querer complicar as coisas. Eu e o Otávio somos amigos - Falei, aumentando o tom de voz - E você é a pessoa que eu gosto, que eu amo e que quero ficar pra sempre, ok?
Bruno: Uhum, eu sou a pessoa que você gosta agora. Você fala isso e tudo mais, mas depois... - Lhe interrompi.
Luiza: Sinceramente? Estou perdendo a minha paciência - Ele ficou calado, me olhando. Desviei o olhar pra porta e fiquei olhando pra mesma. 
Bruno: Eu sou um idiota mesmo em pensar nessas coisas, né? - Continuei olhando pra porta - Até parece que você iria querer me largar por... Por qualquer um, ou qualquer coisa - Soltei uma risada baixa e lhe olhei. Ele me encarava, agora com um sorriso sem graça no rosto.

Luiza: Olha que eu largo, hein? - Sorri, me virando pra ele.
Bruno: Você não é doida de fazer isso - Disse, me puxando e me sentando no seu colo. 
Luiza: Quem disse que não? - Mordi o lábio e o vi sorrir.
Bruno: Eu estou dizendo - Ele falou - Você não consegue ficar um minutinho longe de mim. Não consegue mais viver sem os meus toques, sem os meus beijos, sem mim - Sussurrou enquanto encostava o nariz no meu pescoço e passava no mesmo devagar. Respirei fundo, sentindo meu corpo arrepiar. Ele pareceu sorrir e beijou meu pescoço, subindo logo em seguida pra minha orelha, onde deu várias mordidas - Concorda comigo? - Ele mordeu mais forte e então fechei os olhos, me arrepiando ainda mais.
Luiza: Concordar em quê mesmo? - Ele soltou uma risadinha baixa no meu ouvido e logo voltou a beijar meu pescoço, partindo logo depois para o meu rosto.

Logo senti seus lábios tocarem os meus e sorri. Ele sorriu também e logo deu início a um beijo calmo e duradoro. Nos separamos apenas para recuperar o fôlego. Ficamos com as testas coladas e os olhos fechados, apenas sentindo as respirações se misturarem.

Luiza: Eu amo você - Sussurrei ofegante - Eu não vivo sem você. Nem sem os seus toques, nem sem os seus beijos - Ele pareceu sorrir e apertou a minha cintura lentamente - Eu quero ficar com você pra sempre - Lhe dei um selinho - Pra sempre - Repeti e voltei ao beijo.

Dessa vez, o beijo foi mais intenso. Ele foi me deitando na cama e se deitando em cima de mim. Suas mãos estavam ágeis, percorriam todo o meu corpo com certa delicadeza. Já as minhas estavam nas suas costas, lhe dando leves arranhões. Ele levou suas mãos até a minha camisa e a levantou um pouco, só não continuou por ter escutado um barulho vindo da sala. Nos levantamos rapidamente e nos ajeitamos. Logo o Math apareceu no quarto com o rosto misturado de sentimentos. E o que mais acentuava a sua face, era a fúria.

Luiza: O que aconteceu? - Perguntei, me levantando e respirando fundo. Ele não disse nada, apenas começou a andar de um lado pro outro. Olhei para o Bruno e vi a sua expressão confusa. Aposto que a minha também estava assim. Me aproximei do meu irmão e lhe encarei - Conta logo, o que houve? A garota te deu um pé na bunda, foi? - Ele parou e me encarou. 
Matheus: Ela está grávida! - Paralisei. 
Bruno: Caramba, já engravidou outra? - Indagou, se levantando e seguindo para o meu lado. 
Matheus: Mas... - Lhe interrompi. 
Luiza: Não acredito, Math! - Quase gritei. Ele e o Bruno me encararam. E eu continuei ali, presa nos meus pensamentos, presa na hipótese que havia surgido. O Matheus havia mudado muito depois dessa garota misteriosa... E segundo a Juliana, o tal garoto pelo qual ela havia engravidado, também havia mudado. E não era só isso. A Juliana ficou toda nervosa e até mudou de assunto quando eu falei que o Math havia engravidado outra. Claro, tudo agora se encaixava. Lhe encarei séria e vi a sua expressão curiosa - Você... Você engravidou a Juliana?
Bruno: A Juliana? - Indagou espantado e desviando o olhar para o Matheus.

Matheus: Como você sabe que é ela? - Me encarou surpreso.
Luiza: Isso não importa - Falei enquanto lhe encarava - Como você pode cometer o mesmo erro, hein Math? Caramba, não basta ter engravidado uma? Não aprendeu não? - Ele revirou os olhos.
Matheus: Vai dar lição de moral de novo?
Luiza: Não, não adianta, você não aprende mesmo - Ele sentou na cama, abaixou a cabeça e a colocou entre as mãos - Agora me diz, como é que você vai sustentar dois filhos se nem trabalha? - Ele continuou com a cabeça baixa e ficou calado - Vou ligar para o papai. Quem sabe ele dê um jeito em você - Ele me encarou. 
Matheus: Nem pense nisso. 
Luiza: Ah, já ficou com medinho? - Ele revirou os olhos - Você... - Ele me interrompeu.
Matheus: Eu vou arrumar um emprego, ok? E essa discursão acaba por aqui. Agora sai daqui!
Luiza: Não acaba por aqui nada e não saio! - Quase gritei e então senti o Bruno me puxar.
Bruno: É melhor o deixar sozinho - Não falei nada, ele me abraçou de lado e saiu comigo do quarto.

Seguimos em direção a sala e sentamos no sofá.

Luiza: Esse menino não toma jeito mesmo! 
Bruno: Pois é. E você vai ligar mesmo para o seu pai? - Lhe olhei e assenti. 
Luiza: Vou sim. Tenho certeza que o Math não vai conseguir dar conta de sustentar dois filhos. E eu não vou deixar meus sobrinhos na mão, né? - Ele sorriu - Vou ligar para o papai hoje mesmo e ver o que ele resolve.
Bruno: E se ele tirar a casa de vocês? - Lhe encarei e ele coçou a nuca - Pode ser que ele fique com bastante raiva e mande vocês morarem com eles e tal, sei lá - Eu sorri.
Luiza: Acho meio difícil isso acontecer. Até porquê, eles nem tem uma casa fixa, vivem sempre viajando - Desviei o olhar - E além disso, o Math precisa ficar por aqui mesmo, pra cuidar dos filhos - Ele ficou calado - Hm, acho que nem vou ligar para o papai não - Lhe encarei e ele estava confuso - É, acho que nem vai adiantar nada. Ele nem liga pra gente - Engoli em seco e ele me abraçou de lado. 
Bruno: Ei, não fala assim - Ele beijou a minha cabeça e logo mudou de assunto - Nossa, dois filhos de uma vez só! Vai ser bem complicado pra ele.
Luiza: Vai mesmo - Encostei a cabeça em seu ombro e respirei fundo - Então era a Juliana a tal garota misteriosa... - Ele soltou uma risada enquanto mexia no meu cabelo.
Bruno: Inacreditável - Assenti e fiquei calada - Hm, vamos sair hoje? É bom pra você se distrair um pouco. 
Luiza: Vamos. Estou precisando.