Fanfic: Era só pra ficar | Tema: Era só pra ficar

Eu e o Otávio ficamos ainda por bastante tempo conversando, observando as pessoas e relembrando dos velhos tempos. Longos minutos depois o almoço foi servido. Almoçamos e conversamos mais um bocado. Conversei bastante também com meus antigos vizinhos e com os primos do Tavinho. Eles eram todos gente boa. O Henrique as vezes me olhava de um jeito diferente, mas eu não dava muita importância. Assim que começou a escurecer, decidi ir embora. O Otávio ia me levar em casa, pois, segundo ele, a rua já estava bem deserta e perigosa. Encostei no seu carro enquanto ele ia pegar as chaves. Logo apareceu o Henrique com um sorriso enorme. 

Henrique: Pena que não conversamos muito, né?
Luiza: Pois é - Sorri e o vi se aproximar. 
Henrique: Nem deu pra matar a saudade - Falou, tocando o meu rosto.
Luiza: E você estava com saudades de mim? Nossa, pensava que havia me esquecido - Disse irônica. Ele mostrou um sorriso safado. 
Henrique: Você acha mesmo que eu te esqueceria? - Perguntou, aproximando o rosto do meu. Revirei os olhos e fui mais para o lado. Ele também foi e colocou as mãos no carro, meio que me prendendo - Que foi? Está fugindo de mim? - Ele continuou com o sorriso e aproximou ainda mais o rosto. Virei o meu e respirei fundo.

Luiza: Sai daqui - Ele não respondeu nada, se aproximou mais e começou a beijar meu pescoço. Tentei sair dali, mas ele não deixou, me segurou firme - Me solta!
Henrique: Vamos relembrar os velhos tempos, que tal? - Perguntou no meu ouvido enquanto me apertava. 
Otávio: Solta ela, Henrique!
Henrique: Caramba, você tinha que atrapalhar, né? - Indagou, me soltando e voltando o olhar para o primo. 
Otávio: Deixa a menina em paz. Ela não quer nada contigo não. 
Luiza: Isso mesmo - Falei, seguindo para o lado do Otávio, já lhe encarando - Vamos? - Ele assentiu e logo o Henrique se afastou um pouco. 
Henrique: Nos encontramos por aí - Piscou. Revirei os olhos e entrei no carro. 

O Otávio pareceu falar algo com o primo, porém eu não escutei muito bem. Logo ele entrou no carro e deu partida.

Otávio: Desculpa - Lhe encarei confusa - Não podia ter te deixado sozinha.
Luiza: Tudo bem, Tavinho. Relaxe - Sorri, voltando o olhar pra estrada - Eu sei me cuidar.
Otávio: Ah claro, estava vendo. Se não fosse eu, você estaria aos beijos com o idiota do Rique agora - Eu ri. 
Luiza: Claro que não, eu tenho namorado. Não iria deixar ele me beijar, ora.
Otávio: Ele iria acabar te beijando a força e você ficaria sem saída. 
Luiza: Nossa - Lhe encarei - Então... Obrigada por me salvar, meu heroi - Ele me olhou de relance aos risos. 
Otávio: Boba.

Seguimos o caminho conversando. Assim que chegamos na porta da minha casa, me virei pra ele e lhe dei um beijo demorado na bochecha.

Luiza: Obrigada por esse dia maravilhoso. Foi muito bom - Ele sorriu. 
Otávio: Claro. Eu estava te fazendo companhia, não tinha como ser diferente, né? - Ele riu, convencido. 
Luiza: Besta - Revirei os olhos aos risos - Quer entrar? - Perguntei, apontando com o olhar pra minha casa.
Otávio: Quero não, pequena. Tenho que voltar pra casa, arrumar a bagunça que ficou lá.
Luiza: Olha, você está bem prendado, viu? - Ele riu e me puxou pra um abraço apertado.

Nos abraçamos e logo senti suas mãos acariciarem minhas costas, me arrepiei e me afastei um pouco. Ele me olhou com um sorriso bobo no rosto. 

Otávio: Precisamos nos encontrar mais vezes - Ele apertou meu nariz - Repetir o dia de hoje - Assenti, sorrindo. 
Luiza: É mesmo. Precisamos aproveitar enquanto você está de férias, né? Porque depois você vai ter que partir de novo pra fora do país e vai me deixar aqui sozinha - Fiz bico e ele riu.
Otávio: Que nada. Estou pensando seriamente em ficar por aqui mesmo. 
Luiza: Oba. Fica mesmo - Falei toda empolgada. Ele riu ainda mais.
Otávio: Vou poder morar na sua casa também? - Revirei os olhos aos risos. 
Luiza: Não. Não tem espaço pra você. 
Otávio: Poxa, só porque eu estava me empolgando.
Luiza: Ih, nem se empolgue - Ele assentiu.
Otávio: Chata - Desviou o olhar pra rua - Está esperando o quê pra ir embora?
Luiza: Valeu por me expulsar - Falei enquanto segurava o riso e saía do carro, batendo a porta.

Otávio: Qual foi? Ficou com raiva? - Ele riu, mas eu ignorei e andei até a porta da minha casa. Assim que abri a porta, senti sua mão puxar a minha.
Luiza: Ei, como você chegou tão rápido aqui? - Ele me ignorou. 
Otávio: Você sabe que eu não estava te expulsando, né? Estava só brincando - Eu ri do jeito que ele falou e da sua expressão - E não ri de mim - Ele revirou os olhos enquanto prendia o riso.
Luiza: Besta. Eu sei, estava só fazendo draminha.
Otávio: Caramba, pega leve da próxima vez, ok? Você quase quebrou a porta do meu carro - Falou, soltando uma risada. Acabei rindo junto. 
Luiza: Era pra ter quebrado mesmo.
Otávio: Estressadinha - Ele me puxou e deu um beijo demorado no meu rosto.
Luiza: Pronto, agora pode ir - Ele se afastou um pouco e me encarou. 
Otávio: Agora é você quem está me expulsando -  Assenti - Tá bom, tchau então - Ele acenou e eu acenei de volta. Ele se afastou um pouco e continuou acenando enquanto me olhava. Ficamos assim, acenando um para o outro durante longos segundos.
Luiza: Besta, vai logo - Ele riu e entrou no carro. Acenou mais uma vez e partiu.

Fiquei observando até o carro desaparecer. Assim que desapareceu, passei o olhar pela rua e vi um homem cambaleando. Assim que se aproximou mais, pude notar que era o Bruno. Ele parecia muito bêbado e segurava nas mãos uma garrafa. Corri até o mesmo e o encarei. Seu rosto estava vermelho assim como seus olhos. 

Bruno: Vo...Você - Tentou falar, apontando um dedo pra mim e cambaleando para o lado - N...Nã...Não - Ele tentava falar, mas parecia difícil. Envolvi seu braço pela minha nuca e segui andando com o Bruno até em casa. Ele tentava sempre falar algo, mas era em vão.

Assim que chegamos em casa, o levei pro quarto do Math, ainda com dificuldade. Ele se jogou na cama e começou a chorar.

Bruno: Vo...você me... - Me aproximei dele e o puxei, fazendo com que ele se levantasse.
Luiza: Você está precisando de um bom banho, vem - Lhe puxei. Ele cambaleou e eu tentei lhe segurar e lhe apoiar em mim. 

Fui levando o Bruno até o banheiro com bastante dificuldade e assim que chegamos, o sentei na privada. Tirei toda a sua roupa enquanto ele resmungava algo e chorava sem parar, apenas o deixei de cueca. Lhe puxei para baixo do chuveiro e tentei banhá-lo. Porém, foi bem complicado, pois ele estava muito bêbado e não parava de cambalear de um lado para o outro. Mas por fim, acabei lhe dando um banho digno e tirei aquele cheiro de cachaça. O Bruno até pareceu despertar um pouco, mas ainda cambaleava e chorava. Depois de chegar no quarto, lhe vesti com uma roupa confortável e segui para a cozinha. Preparei um café bem forte e voltei para o quarto. Ele agora dormia, mesmo assim, lhe acordei e fiz com que ele bebesse um pouco do café. O Bruno logo bebeu uns dois goles e voltou a dormir.

Me deitei ao seu lado e fiquei fazendo carinho no seu cabelo. 

Luiza: O que deu em você, hein? - Sussurrei e fiquei ali lhe acariciando por um bom tempo. Logo o Matheus chegou no quarto. 
Matheus: Ei, o que é isso aqui? - Lhe encarei.
Luiza: O Bruno se embebedou e eu estou aqui cuidando dele. Não pode? - Ele sorriu.
Matheus: Ah, tô ligado. Eu o vi bebendo todas lá no bar da esquina. 
Luiza: E por que você não o tirou de lá, idiota?
Matheus: Eu até tentei. Mas ele não quis vir comigo, então o deixei lá mesmo - Revirei os olhos e então ele continuou - O que você fez com o coitado, hein? Ele parecia estar bem furioso com você.

Luiza: Ora, eu não fiz nada - Falei, desviando o olhar para o Bruno.
Matheus: Hm, sei bem - Fiquei calada - Quer dormir aí com ele? - Lhe encarei assustada - Qual foi? Eu já sei que ele não vai acordar nem tão cedo mesmo, então logo não acontecerá nada e tal - Ele riu - Ou seja, não tem perigo - Revirei os olhos.
Luiza: Besta. Eu vou dormir aqui com ele.
Matheus: Pois bem - Ele pegou alguma coisa no guarda-roupa e depois saiu. 

Continuei acariciando o Bruno até ouvir meu celular tocar. Logo atendi, era o Otávio.

Luiza: Ih, não vai dizer que já está com saudades? - Eu ri.
Otávio: E se for mesmo isso? Algum problema? - Ele riu. 
Luiza: Não, imagina poxa. Mas me conta, já arrumou toda a bagunça por aí?

Ficamos conversando por bastante tempo, e até marcamos para sairmos juntos no meio da semana. Quando o sono começou a bater, me despedi dele e segui para a cozinha, onde fiz um lanche rápido. Voltei para o quarto do Math depois de um banho longo, já com pijama e me deitei ao lado do Bruno. Voltei a lhe fazer carinho e o sono desapareceu. Fiquei mais uns minutos naquela posição até que ele se mexeu. Parei na mesma hora e fiquei lhe encarando. Logo ele voltou a dormir profundamente e eu voltei com as carícias. Minutos depois finalmente consegui apagar.