Fanfic: Era só pra ficar | Tema: Era só pra ficar

Por volta das dez horas da noite decidimos seguir para o tal clube onde aconteceria a festa. A entrada estava muito cheia, porém, logo conseguimos encontrar o Otávio e suas primas, e o Henrique também. Nos cumprimentamos e logo entramos. Tinham várias pessoas ali, algumas dançavam animadamente, outras bebiam, outras se pegavam. 

Bruno: Faz um favor pra mim? - Me perdi nos pensamentos ao ouvir sua voz tão próxima ao meu ouvido. Lhe encarei e vi sua expressão de raiva - Pede, por favor, para o Otávio parar de te olhar desse jeito porque se não eu mesmo faço ele parar de olhar - Disse todo irritado. Sorri e desviei o olhar para o Tavinho, esse que me olhava fixamente. Mostrei um sorriso e ele retribuiu sem graça - E você ainda dá trela, né? - Lhe olhei e o vi revirar os olhos. Sorri e abri a boca pra lhe responder, porém, ele saiu dali sem falar nada.

Até tentei ir atrás dele, mas desisti. Me encostei num balcão que havia ali perto e pedi uma bebida forte ao barman. Ele logo trouxe e eu virei com tudo, pedindo outra logo em seguida.

Otávio: Não sabia que você bebia - Falou, se encostando no balcão ao meu lado. 
Luiza: Nem eu - Falei, pegando o copo cheio de bebida que o barman acabara de trazer. Virei com tudo novamente e fiz uma careta. O Tavinho riu e eu ignorei.
Otávio: O que deu em você? 
Luiza: Nada - Falei, me virando para o balcão - Ei cara - Falei, chamando o barman - Mais uma, por favor! - Ele já ia se virar quando o Otávio lhe impediu.
Otávio: Não, não precisa! A mocinha aqui já bebeu demais - Disse, desviando o olhar pra mim.

Luiza: Eu só bebi dois copos até agora. Isso é beber demais? - Dei uma risada alta, fazendo-o revirar os olhos. Me virei novamente para o barman - Por favor, bem forte, ok? - O Tavinho ia falar de novo, mas eu coloquei a mão na sua boca, lhe impedindo. Ele riu e mordeu o meu dedo - Ai - Gritei e tirei a minha mão. 
Otávio: Besta - Ignorei e virei meu rosto para pista de dança. Passei o olhar por algumas pessoas que dançavam ali e logo encontrei o Bruno. Ele me encarava com uma expressão fechada. Balancei a cabeça negativamente e sorri. Logo vi uma loira se aproximar dele e falar algo no seu ouvido. Ele deu uma risada e começou a falar com ela, me fazer arder de raiva. Fiquei reparando na tal loira e logo notei que era a Priscila, prima do Otávio. 
Luiza: Aff - Resmunguei raivosa enquanto me virava pro balcão. A minha bebida já estava lá, peguei e virei com tudo mais uma vez.

Otávio: Essa foi a última, ok? 
Luiza: Não mesmo! Comecei agora - Falei sorrindo e lhe puxando pra pista de dança. Comecei a dançar animadamente e fiquei assim por um bom tempo. As vezes olhava discretamente para o Bruno e o via sempre olhando pra mim, com a mesma expressão. Tentei não me incomodar com isso e nem com a presença da Priscila ali ao seu lado, mas tava difícil.
Otávio: Ei, você não cansa não? - Ele perguntou, logo desviei o olhar pra ele e sorri. 
Luiza: Não! E para de reclamar Tavinho, vamos aproveitar!
Otávio: Quem tá reclamando aqui? - Perguntou sorridente e voltando a dançar.

Ficamos ali mais um tempinho e depois voltamos para o balcão. Pedi mais uma bebida e logo o barman trouxe.

Estava bebendo tranquilamente e olhando para o Bruno quando o vi sair com a Priscila. Meu sangue ferveu e eu tive que respirar fundo pra me controlar. Porém, não consegui. Comecei a pensar besteiras e logo senti meus olhos se encherem d`água.

Otávio: Ei, o que foi? - Ele perguntou, parando na minha frente. Limpei os olhos rapidamente e me virei para o balcão. 
Luiza: Nada - Falei, bebendo o resto da minha bebida. Ele tirou o copo da minha mão e colocou em cima do balcão.
Otávio: Vamos sair daqui! - Segurou em minha mão e logo me puxou dali. 

Saímos do clube e nos sentamos na calçada. Abaixei a cabeça, essa que começava a doer, e deixei que as lágrimas caíssem sobre o meu rosto. 

Otávio: Poxa pequena, por que você está chorando? - Acariciou minhas costas.
Luiza: Por que eu sou uma idiota! - Disse, levantando a cabeça e lhe olhando - O Bruno é um idiota também. Ele é um idiota, a Priscila é outra. Ah, e você também é - Ele riu - Todo mundo é idiota - Falei, voltando a chorar e abaixar a cabeça.
Otávio: Sério, eu acho que você está bêbada - Ele ria. Desviei o olhar pra ele e tentei fazer uma cara séria.

Luiza: Eu não estou - Falei, enxugando as lágrimas logo em seguida. Desviei o olhar pra frente e fiquei observando a rua. O Tavinho me puxou mais pra perto dele e então lhe olhei. 
Otávio: O que está acontecendo, hein pequena? Você e o Bruno brigaram? Foi isso? 
Luiza: Não, não brigamos - Falei, fazendo bico - Mas, sei lá, acho que ele está me traindo - Ele riu e eu revirei os olhos - Não ri de mim.
Otávio: Desculpa - Disse, tentando segurar o riso e me puxando para um abraço. 

Lhe abracei e fiquei com ele ali durante poucos segundos. Logo ele afastou um pouco o rosto e me olhou. Percebi que meu rosto estava a poucos centímetros do seu e fiquei sem graça, já ia me afastar quando ele segurou o meu rosto, me impedindo.

Otávio: Me desculpa, mas eu preciso fazer isso - Disse, aproximando-se ainda mais.

Não deu tempo de pensar em mais nada, pois ele colou nossos lábios e deu início a um beijo. Me lembrei do Bruno rapidamente e tentei me afastar, porém ele não deixou, me puxou mais pra ele e intensificou o beijo. Acabei me deixando levar e me entreguei. O beijo estava bom, diferente, mas nada comparado ao do Bruno. Paramos ao ouvir algo se quebrar e então nos afastamos. Olhei para o lado e vi a expressão fria do Bruno me encarando. Senti um aperto no peito e me levantei rapidamente, porém, me veio uma tontura e eu quase caí, a sorte foi que o Otávio me segurou. 

Luiza: Bruno, me escuta - Pedi, me aproximando dele. Ele se afastou rapidamente.

Bruno: O que você vai dizer? Que ele te agarrou a força? Que ele te forçou a beijar? - Eu ia responder, mas ele continuou - Eu não sou cego, ok? Eu vi que você correspondeu e... - Lhe interrompi.
Luiza: Ah Bruno, vai dizer que você também não estava me traindo com a Priscila? - Ele arqueou a sobrancelha enquanto limpava rudemente algumas lágrimas que caiam sob o seu rosto - Eu vi, ok? Eu vi vocês conversando bem empolgados. E depois saíram do nada. Pra fazer o quê? - Perguntei, já gritando - Posso não ter visto, mas não sou burra a ponto de... - Ele me interrompeu.
Bruno: Eu não te traí! Eu saí da festa com a Priscila pra lhe ajudar com o menino que ela queria ficar - Falou, apontando pra um certo lugar. Olhei para o lugar e vi a Priscila se agarrando com um garoto. Desviei o olhar pra ele e quando ia responder, ele continuou - Ah, e não sei nem porque ainda estou falando isso. Eu não te devo mais explicações, nem nada!

Luiza: Como assim você não me deve mais explicações? - Perguntei enquanto limpava as lágrimas que insistiam em cair. 
Bruno: Não entendeu? Deixa eu te explicar então - Gritou seco - Eu não sou mais o seu namorado! Acabou. Você está livre pra fazer o que quiser - Disse enquanto se virava em direção ao seu carro, mas logo voltou a me olhar - Inclusive, beijar esse aí - Ele apontou para o Otávio, esse que havia ficado calado durante toda a discussão. 
Luiza: Bruno, por favor, não faz isso comigo - Falei, me aproximando dele e lhe abraçando forte - Por favor, não deixa o nosso amor acabar assim - Ele afastou-se um pouco e segurou os meus braços enquanto me encarava. 
Bruno: Você já fez o favor de acabar com tudo, Luiza - Ele me soltou e virou-se, seguindo em direção ao carro. 
Luiza: Não Bruno, por favor - Falei entre lágrimas. Ele me ignorou e entrou no seu carro, partindo logo em seguida. Caí no chão com tudo e me desabei em lágrimas.

Otávio: Pequena - Ele falou, tentando me levantar.
Luiza: Sai daqui! - Gritei enquanto me encolhia no meio da rua. Ele me ignorou e me puxou. 
Otávio: Vem, vou te levar pra casa - Eu ia dizer que não, mas os soluços do meu choro não me deixaram dizer nada. Me levantei com sua ajuda e partimos pra minha casa no seu carro.

Fui o caminho todo chorando e ouvindo o Otávio me pedir desculpas. Porém, não liguei muito pra ele. Na minha cabeça só existia o Bruno. Eu não parava de pensar nele.