Fanfic: Era só pra ficar | Tema: Era só pra ficar

Assim que ele fechou a porta, caí no chão e me desabei em lágrimas. A dor que eu sentia era enorme e me dominava por completa. "Como pude ser tão burra? Como pude machucar o amor da minha vida?" As perguntas e a culpa não paravam de soar na minha cabeça, eu não conseguia aceitar. Me perdi nos pensamentos assim que ouvi a campainha tocar. Me levantei esperançosa e limpei rapidamente meu rosto. Segui até a porta e abri a mesma, dando de cara com o Otávio. 

Otávio: Oi - Sorriu tímido - Posso entrar? - Apenas assenti e lhe dei passagem. Assim que ele entrou, fechei a porta e lhe segui até o sofá. Ficamos por um tempo calados até que ele resolveu quebrar o silêncio - Me desculpa Lú, por favor - Fiquei calada, apenas olhando pra baixo - Eu sei que não podia fazer aquilo, mas... - Ele fez uma pausa e levantou o meu rosto delicadamente, fazendo com que eu lhe olhasse - Eu não consegui me controlar.
Luiza: Mas devia ter se controlado, Otávio. Você sabia que eu tinha namorado e... - Ele me interrompeu.

Otávio: Mas você gostou - Disse calmo - Tanto é que até correspondeu ao beijo. 
Luiza: Não. No começo eu tentei me soltar, mas você não deixou. E por isso eu continuei, porque... - Ele me interrompeu novamente.
Otávio: Você gostou - Ele sorriu. Eu não respondi nada, apenas revirei os olhos.
Luiza: Não estou com cabeça pra isso - Falei, me levantando.
Otávio: Desculpa - Disse, levantando-se também - Me desculpa mesmo, Lú - Ele segurou minhas mãos - Eu juro que não queria atrapalhar o seu namoro, não era essa a minha intenção.
Luiza: E qual era a sua intenção? - Ele ficou calado, apenas me observando. Desviei o olhar, soltei as suas mãos e segui até a porta, abrindo a mesma logo em seguida - Estou precisando ficar sozinha - Ele não disse nada, apenas assentiu e se aproximou de mim. Me deu um beijo demorado na testa e depois se afastou um pouco. 
Otávio: Desculpa - Ele disse e logo depois saiu. Respirei fundo e fechei a porta.

Segui para o meu quarto e me deitei. Fiquei observando o teto e me lembrando do Bruno. E foi assim que segui com o meu dia: amargurada no meu canto, chorando e pensando nele. Quando anoiteceu, o Math apareceu no meu quarto com uma expressão preocupada. 

Matheus: Tá melhor? - Balancei a cabeça em negativo. Ele mostrou um sorriso fraco e coçou a nuca - Então, como eu não entendo muito dessas coisas, acabei trazendo a Juliana aqui - Disse sem graça - Quem sabe ela te ajude um pouco, né? 
Luiza: Eu não quero falar com ninguém - Falei, desviando o olhar para o teto. 
Matheus: Mas Lú... - Lhe interrompi.
Luiza: Eu já disse, Matheus. Me deixa sozinha, por favor - Ele não disse mais nada, apenas saiu batendo a porta.

Ignorei e voltei a pensar no Bruno. E assim passou o resto do meu dia. Não almocei, nem jantei, nem tomei banho, nem mais nada. Não sentia frio, nem calor. Nem fome, nem sede. Só sentia dor. Aquela dor insuportável que invadia minha cabeça, meu corpo, meu coração. E foi assim que fiquei por um tempo, por bastante tempo por sinal. Vi o dia amanhecer enquanto ainda pensava nele, enquanto ainda derramava lágrimas por ele. Mas não me incomodei com isso, nem com nada. Fechei os olhos e os apertei, implorando pra que o sono viesse e me deixasse dormir, nem que fosse um pouco. E logo ele chegou. E assim caí no sono em meio as minhas lágrimas e com o meu travesseiro ensopado.