Fanfic: Era só pra ficar | Tema: Era só pra ficar

Acordei no dia seguinte com uma baita dor de cabeça. Depois de um demorado banho, tratei de preparar um café da manhã reforçado. Assim que comi, voltei para o meu quarto e fiquei lá pelo resto do dia. Só saí para almoçar, jantar e tomar banho. O Matheus aparecia no meu quarto a cada dez minutos, perguntando como eu estava e se estava precisando de alguma coisa. E para variar, a minha resposta era sempre que não. No dia seguinte, foi a mesma coisa. Até que chegou sábado, e lá estava o Matheus de novo, no meio da tarde, perguntando como eu estava.

Luiza: Tô indo - Respondi, mostrando-lhe um sorriso fraco.
Matheus: Então - Ele falou, se aproximando - Eu trouxe novamente a Juliana aqui pra te ajudar - Eu já ia responder, quando ele continuou - E nem adianta falar nada, ok? Tenta conversar com ela, quem sabe ela te ajuda.

Fiquei calada e então ele sorriu, seguiu até a porta e chamou a Juliana. Ela apareceu e sorriu pra mim meia sem jeito, tentei retribuir, mas não consegui. O Math logo saiu e então ela se aproximou.

Juliana: Você me ajudou muito naquele dia - Disse, sentando ao meu lado na cama. Me levantei um pouco, sentando também - Acho que chegou a minha hora de retribuir, né? - Ela deu um sorriso sincero, e eu quase não acreditei que aquela fosse a Juliana. Assim como o Math, ela também havia mudado. E muito - Então... O Matheus já me contou toda a história... E sinto muito, de verdade - Fiquei calada, esperando que ela continuasse - O Bruno parecia te amar de verdade, e desde muito tempo. E mesmo com tudo isso que aconteceu, eu acho que ele continua te amando do mesmo jeito - Ela sorriu - Mas, o ódio e a mágoa que ele deve está sentindo deve ter tomado conta desse lugar. E não é pra menos, é assim mesmo que a gente se sente depois de uma traição. Principalmente quando a traição vem de uma pessoa que a gente jurava ser perfeita. O ódio e a mágoa nos invade, e só fica a frieza - Já podia sentir as lágrimas nos meus olhos, então abaixei a cabeça e logo ela continuou - Você errou e errou feio, Luiza. Mas eu não estou aqui pra te julgar, nem nada disso. Estou aqui pra te ajudar e tentar levantar esse seu astral - Ela pareceu sorrir, e então a encarei. 
Luiza: Acho meio difícil.

Juliana: Mas não é impossível, né? - Ela sorriu - Eu imagino como você deve estar se sentindo, mas você não pode ficar aí parada, chorando e deixando sua vida passar. 
Luiza: E você quer que eu faça o quê? Que eu saia por aí comemorando, bebendo e pegando todos?
Juliana: Ei, eu não falei isso! Eu quero que você levante dessa cama, erga sua cabeça e vá lutar pelo seu amor. Ou você vai deixar tudo acabar assim? - Desviei o olhar.
Luiza: Ele está me odiando. Não tem possibilidade dele querer nem me ver.
Juliana: E por causa disso você vai ficar aí parada? Sem nem tentar? - Lhe encarei - Pode levantando e indo se arrumar, mocinha - Disse, levantando-se e me puxando junto. Lhe encarei espantada, arrancando-lhe uma risada, agora mais a vontade - Ei, está esperando o que, hein?

Luiza: Não adianta, Juliana. Ele não vai querer me ver, nem falar comigo, nem nada - Falei, voltando a me sentar. 
Juliana: Ei - Ela me encarou - Você ama mesmo o Bruno? - Assenti - De verdade?
Luiza: Claro. Amo muito, mais que tudo.
Juliana: Então se levante e vá atrás dele. Vá reconquistar o garoto que você ama antes que seja tarde demais - Ela falou, me levantando novamente - Você não pode ficar aí e pensar que tudo vai se resolver como num conto de fadas. Não pode, você tem que se levantar, erguer a cabeça e ir atrás. Tem que lutar, tem que tentar, se arriscar, entendeu? É assim que tem que ser - Eu sorri, sem acreditar que era ela quem estava falando tudo aquilo pra mim - O que foi? - Ela ficou sem graça.

Luiza: Eu não sabia que você era assim. 
Juliana: Assim como?
Luiza: Assim, tão legal - Sorri e então ela se aproximou e me deu um longo abraço. Estranhei, mas logo retribui. Ela se afastou um pouco e me encarou. 
Juliana: Tá esperando o que pra ir reconquistar o seu amor? - Sorri confiante e me virei para o meu guarda-roupa. Peguei uma roupa qualquer e segui ao banheiro. 

Depois do banho e de tentar esconder minhas olheiras e a expressão acabada com a maquiagem, desci para a sala, onde encontrei o meu irmão conversando com a Juliana no sofá. Me aproximei e logo eles me olharam. A expressão do Matheus foi de surpresa e a da Juliana, de pura alegria. Ela se levantou e veio até mim. 

Juliana: Vai dar tudo certo, tá? - Assenti e lhe abracei.
Luiza: Obrigada... De verdade - Ela se afastou um pouco com um sorriso de canto.
Juliana: Vai lá e boa sorte - Mostrei-lhe um sorriso sincero e segui acenando para ela e para o Math até a porta, e logo depois saí.

Dei alguns passos e parei. "Onde ir?" Eu não sabia onde encontrar o Bruno, não sabia para onde ele havia ido, nem nada. "Será que ele havia voltado pra sua antiga casa?" "Não, não! Ele não iria querer morar com aquela priminha dele, claro que não!" Pensei enquanto tentava encontrar um caminho que me guiasse a ele. Logo lembrei de um dos seus únicos amigos, o Lucas. Segui o caminho da casa do mesmo enquanto pensava no que falar para o Bruno quando lhe visse.

Me perdi nos pensamentos quando parei em frente a casa. Aquela casa, onde eu havia sido tão feliz com o Bruno. Onde eu havia vivido a melhor noite da minha vida. Passei o olhar mais uma vez pelo lugar e logo percebi que havia alguém numa das janelas. Meu coração acelerou ao notar que era ele. O meu Bruno. Ele saiu rapidamente dali e então eu me aproximei da porta. Toquei a campainha e segundos depois ele apareceu.

Bruno: O que você está fazendo aqui? - Indagou surpreso.