Fanfic: Era só pra ficar | Tema: Era só pra ficar

Assim que chegamos na festa, me surpreendi com a casa. Ela era enorme. As pessoas estavam todas espalhadas, algumas dançando, outras bebendo, outras se pegando. O Rodrigo sumiu logo no início, e então o Carlos se encarregou de me apresentar seus amigos. Logo me enturmei e fiz amizades com todos.

Meia-hora depois já estava na pista de dança com um copo de bebida na mão. Estava dançando animadamente quando senti uma mão na minha cintura. Me virei e vi o Carlos com um belo sorriso no rosto. 

Carlos: Tem um amigo meu querendo te conhecer - Falou, assim que se aproximou do meu ouvido. Abri um sorriso de lado e lhe encarei.

Ele logo apontou para o tal garoto, bem bonito por sinal, que estava encostado em um balcão me observando. Ele sorriu pra mim e eu retribui o sorriso meio sem jeito. Desviei o olhar para o lado e observei algumas pessoas, até que cruzei meus olhos com os dele. Senti meu coração acelerar e meu corpo todo se arrepiar.

"Que droga, o que o bruno estava fazendo aqui?" Ao seu lado, estava a Bianca, que falava com ele, porém, ele parecia não dar muito ouvido a sua conversa. Nossos olhos se cruzaram novamente, e eu pude sentir a tristeza e raiva que haviam ali. Desviei o olhar do seu rosto e logo vi suas mãos se fecharem em punho, não entendi muito bem no começo o porque disso, mas assim que senti alguém morder a minha orelha, descobri o motivo. Olhei para o lado e vi o tal garoto que queria me conhecer. Me afastei um pouco e lhe encarei.

Luiza: Eu não sou qualquer uma pra você vir com essas intimidades, ok? Eu nem te conheço e... - Ele me interrompeu.
-XX-: Opa, calma! - Falou, levantando as mãos como se estivesse redendo-se - Me desculpa - Mostrou um sorriso encantador e abaixou as mãos - Acho que não começamos bem, né? - Assenti, ficando meio sem jeito. Ele pegou minha mão, se abaixou um pouco e deu um beijo na mesma - Prazer, Hugo.
Luiza: Prazer, Luiza - Sorri de canto. Ele voltou a sua postura normal e me encarou. 
Hugo: A sua impressão sobre mim mudou, ou você continua achando que eu sou mais um galinha? - Lhe encarei espantada, arrancando-lhe um sorriso.

Luiza: Como você sabe que eu tive essa impressão?
Hugo: Dá pra ver pela sua expressão - Ele riu e ficou me observando. 
Luiza: E eu estou certa sobre essa minha impressão?
Hugo: Por que você mesma não descobre? - Indagou com um sorriso safado.
Luiza: Não preciso nem descobrir. Acho que já sei qual a resposta - Falei, piscando em seguida. Ele soltou uma risada meio alta e logo voltou a se controlar. 
Hugo: Ih, estou vendo que vou ficar com essa mau impressão mesmo, hein? Tudo bem, eu mudo isso. 
Luiza: Vai perder seu tempo - Sorri - Acho melhor vocês ir investir em outras, assim ganha mais.
Hugo: Prefiro as difíceis - Aproximou um pouco, e então segurou em minha cintura.
Luiza: E eu prefiro os não-galinhas - Falei, piscando e saindo dali.

Andei um pouco e logo encontrei o Carlos, esse que estava com alguns amigos, bebendo e dançando. Puxei seu braço e ele logo me encarou, não só ele, como também os seus amigos, esses que começaram a soltar gracinhas. O Carlos virou para os mesmos com uma cara de reprovação e logo eles pararam. Ele segurou minha mão e me tirou dali. 

Carlos: Gostou do Hugo? 
Luiza: Como você me apronta uma dessas? Aquele garoto é muito galinha! Ele nem me conhece e já chegou mordendo a minha orelha - Falei, lhe arrancando uma risada alta. Revirei os olhos e peguei a sua bebida, bebendo logo em seguida.
Carlos: Epa - Ele parou de rir e pegou sua bebida de volta. Lhe encarei confusa, vendo-o então sorrir sem graça.
Luiza: Ih, o que tem nessa bebida, hein?
Carlos: Nada que interessa a mocinha - Ele respondeu e pareceu procurar os amigos. Revirei os olhos e saí dançando pelo meio da festa.

Andei até um certo ponto e parei. Passei o olhar pelas pessoas, procurando alguém conhecido, e logo encontrei as amigas dos garotos. Segui para o tal lugar e me juntei a elas. Depois de dançar bastante, resolvi beber alguma coisa.

Me aproximei do balcão e logo pude ver o galinha do Hugo. Ele sorriu pra mim e eu apenas ignorei. Peguei uma bebida qualquer que havia em cima do balcão e logo me preparei para voltar pra pista de dança, porém, alguém puxou o meu braço e quando me virei, avistei o Hugo com um sorriso safado. 

Hugo: Opa, posso te fazer companhia?
Luiza: Não, já estou acompanhada - Falei e voltei a me virar, porém, ele puxou meu braço novamente. Me virei furiosa e ele logo se aproximou e envolveu os braços na minha cintura. Tentei me afastar, mas ele segurou mais forte - Me solta.
Hugo: E se eu não quiser? - Revirei os olhos e tentei me afastar novamente, porém, ele não deixou. Lhe encarei furiosa e ele abriu mais o sorriso. 
Luiza: Eu vou gritar.
Hugo: Ui, que medo - Ele riu e me soltou. Revirei os olhos e me afastei dali rapidamente.

Entrei na grande multidão que estava na pista de dança a procura das meninas. Logo as encontrei e quando ia seguir até as mesmas, senti um impulso nas minhas costas. Cambaleei um pouco, deixando com que a minha bebida caísse um pouco na minha blusa. Me virei já resmungando e quando vi que a pessoa havia se virado também, parei.

Nossos olhares se cruzaram mais uma vez e eu senti todo o meu corpo estremecer. Toda aquela intensidade no seu olhar e a proximidade fizeram meu coração acelerar. Ele parecia querer falar algo, mas nada saía da sua boca. Também queria falar, mas nada saiu. Meu coração batia em um ritmo acelerado demais e tudo o que eu mais queria naquele momento era um abraço, um beijo dele. 

Bruno: Desculpa - Pediu sem jeito, quebrando o silêncio. Fiz cara de confusa e ele logo apontou pra minha blusa. Olhei para a mesma e vi a mancha da bebida - Foi sem querer. É que me empurraram e... - Ele mesmo se interrompeu enquanto me observava meio nervoso.

Luiza: Ah, tudo bem - Falei, meio nervosa também. Ele sorriu e levou a mão a nuca, coçando-a logo em seguida.

Sorri do seu jeito sem graça e então o vi desviar o olhar, parecendo ficar mais sem graça ainda. Mordi o lábio como tentativa de prender o riso e logo o vi olhar novamente pra mim. Quando ia falar algo, a Bianca chegou, lhe interrompendo.

Bianca: Voltei amor - Falou, dando um selinho nele e me olhando logo em seguida. Desfiz meu sorriso na mesma hora e me segurei para não voar em cima dela - E você, perdeu alguma coisa aqui? - Indagou enquanto abraçava o Bruno de lado, esse que ficou imóvel o tempo todo. Não respondi, apenas revirei os olhos e me afastei deles. 

Passei pela multidão com bastante dificuldade e fui direto para o balcão. Sentei numa das cadeiras altas que havia ali perto e fiquei observando a festa. Observei as pessoas até chegar nele. Ele dançava, meio morgado, com a Bianca.

Logo me veio a cena do beijo deles hoje mais cedo e agora o selinho. Senti um aperto no peito e pisquei várias vezes pra não deixar as lágrimas caírem. E então logo me veio um pensamento: "E se eles estiverem juntos agora? Será que isso era possível? Não Luiza, não é!". Pensei comigo mesma e tentei acreditar nisso, mas tava difícil. Me virei rapidamente e abaixei a cabeça, deixando com que algumas lágrimas caíssem logo em seguida.

Não sei ao certo quanto tempo fiquei ali me derramando em lágrimas. Algumas pessoas que passavam por mim faziam caras de confusas, outras se ofereciam para me escutar e outras não davam a mínima. Assim que o Carlos apareceu ao meu lado, ele me encarou confuso e depois me abraçou forte. Retribui o abraço e chorei ainda mais. 

Luiza: Eu... Eu quero ir pra casa - Me afastei um pouco para lhe encarar. Ele assentiu e rapidamente me puxou dali, me levando para a parte de fora. Assim que saímos, demos de cara com o Rodrigo. 
Rodrigo: Ei, que cara de choro é essa? - Me encarou. Eu ia responder, mas o Carlos foi mais rápido.
Carlos: Vou levá-la em casa. Você vem também? - Ele assentiu rapidamente e deu meia volta, seguindo o caminho com a gente.

Eles seguiram falando palavras de apoio enquanto eu segui chorando. Em poucos minutos chegamos na minha casa, porém, eles não me deixaram entrar. Resolveram sentar no banquinho que havia ali na frente e eu me juntei a eles.

Rodrigo: Você prometeu que não ia mais chorar por ele - Comentou aos risos. 
Luiza: Não tem como... Quando lembro que perdi ele, que perdi aqueles abraços, aqueles beijos, aqueles... - Me interrompi enquanto desviava o olhar - Que droga, o que eu tô falando? Ele até já me esqueceu e eu aqui chorando - Falei enquanto voltava a chorar. 
Carlos: Poxa, Lú... Ninguém te avisou que quando a gente entra numa relação, tem que se arriscar a chorar e sofrer, não? Faz parte, afinal, o amor não vive só nas alturas, né? - Acariciou o meu cabelo.

Rodrigo: Ih, até parece que já se apaixonou alguma vez - Ele riu e o Carlos fez careta e logo depois riu, acabei rindo também. 
Carlos: Qual é? Já me apaixonei muito, e já sofri muito também. Por isso que hoje em dia eu nem me apaixono mais, nem nada - Disse aos risos.
Rodrigo: Olha aí Lú, por que você não segue esse caminho?
Luiza: Seria uma boa, né? - Perguntei, mostrando um sorriso de lado. 
Carlos: Claro que não mocinha, esse não é um bom caminho. Quer dizer... - Ele mesmo se interrompeu aos risos. Assim que eu ia responder, o Otávio apareceu.
Otávio: Ah, então quer dizer que você estava aqui? - Lhe encarei confusa.

Luiza: O que você está fazendo aqui?
Otávio: Eu vim te ver e... - Ele se interrompeu e passou o olhar pelos garotos, esses que lhe encaravam curiosos - Quem são esses?
Luiza: São meus novos amigos - Ele os observou por um tempo e logo voltou a me olhar.
Otávio: Não vai me trocar por eles não, né? - Indagou meio sem jeito enquanto sorria.
Carlos: Mesmo não sabendo quem você é, sinto lhe informar que ela já trocou - Ele falou todo humorado enquanto se levantava e ficava ao meu lado. 
Rodrigo: Isso mesmo. Ela já trocou tudo e todos por a gente. Agora ela é só nossa - Os encarei, soltando uma risada.

Luiza: Que história é essa?
Rodrigo: É a verdade - Disse como se fosse óbvio e revirou os olhos aos risos - Ou não?
Luiza: Não mesmo, iludidos - Ri e logo desviei o olhar para o Tavinho, esse que me encarava surpreso. 
Otávio: É bom ver que você já está melhor - Ele sorriu - Pelo menos eles estão cuidando bem de você, né? - Assenti sem jeito - Bem diferente desse amigo aqui... - Ele apontou para si mesmo - Que só faz atrapalhar, né? - Fiquei lhe observando por alguns segundos, meio sem reação - Então, eu já estou indo. Faz tempo que eu tô aqui te esperando e... - Ele fez uma pausa, sorriu e se virou - Esquece, tchau - Fiquei lhe observando seguir até o carro. Assim que ele ia abrir a porta do mesmo, lhe segui rapidamente e parei ao seu lado.

Luiza: Obrigada por vir aqui e por se preocupar comigo - Sorri e logo ele fez o mesmo. 
Otávio: Ainda está muito chateada comigo? 
Luiza: Muito não - Respondi sincera. Ele abriu mais um sorriso e logo me abraçou. Retribui o abraço e lhe apertei forte. Logo nos afastamos e então ele segurou minha mão e olhou para a mesma.
Otávio: Precisamos conversar.
Luiza: Precisamos? - Perguntei confusa. Ele me olhou e sorriu.
Otávio: Precisamos. Quero saber desses seus novos amigos - Ele riu - E de como está a sua vida e tal, enfim...

Luiza: Entendi - Sorri - Depois marcamos isso, ok? - Ele assentiu, me deu um beijo demorado na testa, soltou minha mão e logo entrou no carro.
Otávio: Fica bem - Falou e logo depois partiu. 

Voltei para o banquinho e os garotos me olharam curiosos. Acabei contando toda a história para eles, desde quando eu conheci o Tavinho até agora. Depois disso, conversamos sobre as vidas deles e as histórias. O clima estava tão bom e agradável que nem vimos o tempo passar. O dia amanhaceu e nós ainda estávamos lá, conversando. Por volta das seis horas da manhã, os garotos resolveram ir embora. Foi então que pude entrar, tomar um demorado banho e então dormir.