Fanfic: Era só pra ficar | Tema: Era só pra ficar

Domingo. Acordei por volta das quatro horas com uma enorme dor de cabeça e ânsia de vômito. Corri para o banheiro e coloquei tudo pra fora. Logo após, tomei um banho demorado, fiz minhas higienes e fui comer algo. Estranhei ao ver o Matheus com a cara emburrada, sentado na mesa da cozinha. 

Luiza: Ih, o que aconteceu? - Perguntei enquanto preparava meu sanduíche. 
Matheus: Briguei com a Juliana.
Luiza: Vixe. Por que brigaram?
Matheus: Porque ela é muito chata - Respondeu emburrado - Aff, por que eu tinha que me envolver logo com uma garota complicada, hein?

Luiza: Não é ela que é complicada, Matheus. É você - Respondi enquanto acabava de preparar o sanduíche e me sentava a mesa.
Matheus: Qual é? Até parece - Ele respondeu, revirando os olhos.
Luiza: O que você aprontou, hein? - Perguntei entre mordidas no meu lanche.
Matheus: Nada demais - Ele respondeu, fez uma pausa e logo continuou - Ontem eu saí pra beber umas de leve com meus amigos e ela acabou se estressando. Disse que eu tinha ido atrás de mulher e mais um monte - Comentou todo emburrado. Eu ri - E você ainda ri? - Ele revirou os olhos novamente. 
Luiza: E depois é ela que é complicada né, Math? - Ele ignorou - Você a deixou sozinha? - Ele assentiu - Caramba, que malvadeza. Como você deixa a sua futura esposa sozinha em casa em plena noite de sábado? - Ele ignorou novamente - E ainda mais pra beber com os amigos...

Matheus: E você queria o quê? Que eu ficasse em casa olhando para o teto? - Apenas ri e voltei a comer meu sanduíche - Eu mesmo não. Tenho mais é que sair e aproveitar minha vida.
Luiza: Custava levar a garota com você? - Perguntei entre uma mordida e outra.
Matheus: Você queria mesmo que eu levasse a minha futura esposa pra um barzinho só com homens? - Ele revirou os olhos - É lógico que não! - Eu ri novamente e me levantei, segui em direção ao balcão e preparei outro sanduíche - Que fome, hein? - Perguntou enquanto me observarva preparar o sanduíche.
Luiza: Tô mesmo. Faz tempo que eu não como - Falei enquanto agilizava na preparação. 
Matheus: Ah, claro. Mas como foi a festa, hein? - Respirei fundo enquanto lembrava de algumas cenas da festa.

Acabei de preparar meu sanduíche, me sentei novamente à mesa e lhe contei tudo sobre a festa e sobre a minha madrugada no banquinho na frente de casa com meus novos amigos. E assim passamos o resto da tarde. Conversando e comendo. Assim que anoiteceu, a vontade de vomitar voltou.

"Droga, nunca mais eu bebo desse jeito", pensei comigo mesma e enquanto corria para o banheiro. Depois de escovar os dentes e deitar na cama, fui invadida por lembranças dos meus momentos com o Bruno. Logo senti as lágrimas caírem, mas não deixei me abater. Logo limpei e segui para o computador, tentando ali me destrair. Assim que entrei nas redes sociais, o Carlos e o Otávio vieram falar comigo. Minutos depois, vi a plaquinha do Bruno subir. Cliquei na mesma sem pensar e logo senti meu coração acelerar ao ver a foto dele. Li seu subnick, onde havia: "É tão duro acordar e saber que não te tenho outra vez", e sorri. Pensei em falar com ele, mas desisti. Voltei a conversar com os meninos e depois de mais ou menos uma hora, saí.

Depois de um novo lanche reforçado e um banho demorado e regado de lembranças, segui para a minha cama. Fechei os olhos como tentativa de logo dormir, mas para o meu azar o Bruno novamente resolveu aparecer nos meus pensamentos. "Droga, droga, droga! Para, Luiza!", repeti para mim mesma enquanto sacudia a cabeça. Me virei na cama e tentei dormir, mas não consegui. Me levantei e fui assistir televisão. A cada cena que passava, principalmente de casais, eu me recordava dele. Pra falar a verdade, tudo me lembrava ele, exatamente tudo. Tentei afastar esses novos pensamentos com alguns biscoitos e um programa na tv, mas infelizmente logo surgiu um filme deprimente, me enterrando de vez naquela complicada situação.

Na segunda-feira, fui acordada com uns balanços do meu irmão. Abri os olhos com dificuldade e lhe observei fazer careta. 

Matheus: Sério mesmo que você dormiu aqui? - Perguntou, me fazendo dar conta que havia dormido no sofá. Assenti e assim que me levantei, senti uma dor nas costas.
Luiza: Ai minhas costas! - Reclamei enquanto fazia bico. 
Matheus: Quem mandou dormir no sofá? Agora tem que aguentar as consequências - Ele riu e eu apenas ignorei enquanto seguia para o meu quarto. 

Passei o restante do dia dormindo e comendo. Só a noite que foi meio diferente, pois o Carlos e o Rodrigo vieram me visitar. Conversamos bastante e eles conseguiram me animar um pouco. E assim passou a minha semana, nesse clima. O Carlos e o Rodrigo vieram todas as noites, e na quinta e na sexta, trouxeram as meninas, as mesmas que havia conhecido na festa.

Quanto ao Bruno, eu ainda não tinha lhe visto. A saudade apertava demais toda vez que lembrava dele e de todos os nossos momentos. Pensava sempre em ir lá na casa onde ele estava, em pedir desculpas, em implorar pelo seu amor, em tudo. Mas logo depois, me lembrava da Bianca, de como ele deveria estar bem com ela, daquela cena do beijo e tudo mais, e então desistia. Chorei bastante durante toda a semana, principalmente durante as noites. Quanto ao Otávio, ele havia vindo na minha casa na quarta-feira. Depois de me pedir desculpas várias vezes, acabamos voltando ao normal e esquecemos do que aconteceu. Passamos a tarde toda conversando e ele até se ofereceu para ir conversar com o Bruno, dizer que foi ele quem provocou o beijo, mas achei melhor não.

Quem também havia aparecido na minha casa era a Betina, a outra mãe do filho do meu irmão. Conversamos muito e ela me contou como andava a gravidez e até que já estava namorando com outra pessoa. Ao lhe contar do Math, ela ficou meio abalada, mas tentou não demonstrar isso. Quanto a esse, ele já estava melhor com a Juliana. E o melhor de tudo, havia encontrado um emprego.

Uma coisa que me deixou bastante preocupada durante a semana foram alguns enjoos. O Matheus me irritou dizendo que era por causa da bebida, mas acho que não, afinal, eu só bebi um dia, e nem foi tanto assim. Ignorei isso e esqueci. Quando chegou o sábado, fui obrigada a sair de casa. Ia ter um churrasco na casa do Carlos, e eles queriam muito que eu fosse. Eu não queria muito ir, pois a casa dele ficava perto da casa do Lucas, onde o Bruno estava. E eu não queria vê-lo, nem lembrar dele novamente. Estava meio decidida a esquecer dele e me recuperar, por mais difícil que fosse. Falei isso para os garotos, mas eles não deram a mínina e fizeram questão até de vir me buscar.