Fanfic: Era só pra ficar | Tema: Era só pra ficar

Confesso que senti um certo medo ao observar a expressão fechada do Bruno assim que cheguei no colégio naquela terça-feira.

Luiza: Oi - Disse enquanto me sentava ao seu lado no banquinho de sempre e lhe dava um beijo demorado no rosto. Ele não me olhou, nem falou nada - Hm, aconteceu alguma coisa? - Seu silêncio prosseguiu. Segurei seu rosto e virei para mim - Estou falando com você.
Bruno: Olha a mensagem que me mandaram - Disse sério e logo me passou o celular, esse que mostrava a seguinte mensagem: ``A boneca do colégio virou corno" - Lhe encarei espantada.
Luiza: Quem te mandou isso?
Bruno: Não sei... Mas certamente deve ser alguém que está sabendo de alguma coisa.
Luiza: Sabendo do quê? - Perguntei inocente, mas logo depois me toquei - Epa, você não está achando que eu te trai, né?

Bruno: Não sei, né? Você e o Fernando sozinhos na sua casa ontem e tal. Pode ter sido que... - Lhe interrompi no mesmo instante. 
Luiza: Valeu pela confiança - Me levantei frustrada e antes de sair dali, me virei e o encarei - Ah, e só pra te lembrar, eu não tenho nada com você, ok? - Me virei novamente e comecei a andar. Logo senti suas mãos me puxando. 
Bruno: Tem sim... Estamos ficando! E eu não quero ter fama de corno, ok?
Luiza: Vocês são todos iguais, só ligam pra fama - Ele revirou os olhos - E não estamos ficando mais.
Bruno: Como assim? - Indagou surpreso enquanto me puxava para ele. Me afastei rapidamente. 

Luiza: Isso, vai procurar outra bestinha pra você usar.
Bruno: Para com isso, Luiza - Ele me puxou de novo e me abraçou forte - Para, não quero brigar com você - Tentei me afastar, mas ele me segurou firme.
Luiza: Me solta.
Bruno: Só se você me desculpar - Ele acariciou as minhas costas e logo me arrepiei.
Luiza: Tudo bem. Mas não desconfie mais de mim, eu odeio isso. 
Bruno: Desculpa - Ele se afastou um pouco e me olhou - E cadê o meu beijo?
Luiza: Quando tiver mais gente aqui eu dou, tá? - Falei um tanto sem graça.
Bruno: Chata, vem cá - Ele me puxou e me deu um selinho.

Tirando a parte chata do Fernando tentando puxar assunto comigo em meio as aulas, até que o dia passou tranquilo. Os cochichos em direção a mim e ao Bruno naquele dia no intervalo também não foram muito legais, mas tentamos relevar.  

Bruno: Ei gatinha - Desviei o olhar do sanduíche para seus olhos - Você vem sempre aqui? - Eu ri. 
Luiza: Só quando você está - Pisquei e ele riu. 
Bruno: Come logo esse seu sanduíche que eu quero te beijar.
Luiza: Oi? Como assim? Quer me beijar? - Perguntei espantada e logo o vi gargalhar alto.

Bruno: Quero, estou com saudade do seu beijo - Respondeu aos risos.
Luiza: Gamou, né? - Ele riu ainda mais e logo aproximou o rosto do meu. 
Bruno: Tem um monte de gente nos olhando, sabia? - Passei o olhar discretamente em volta e percebi que várias pessoas realmente nos encaravam.
Luiza: Devem estar se perguntando ``como uma menina tão linda dessas está ficando com esse menino feio, chato e bobo?`` - Ele sorriu e logo mordeu meu lábio.
Bruno: O amor é cego mesmo. 
Luiza: Amor? Que amor? - Me afastei dele rapidamente enquanto voltava a comer o sanduíche. Ele ficou meio sem graça, mas logo voltou ao normal.

Bruno: O amor que você sente por mim, claro - Falou entre risadas.
Luiza: Coitado. A única coisa que eu sinto por você é... É... É pena.
Bruno: Pena? - Perguntou surpreso e ainda aos risos - Por quê?
Luiza: Isso. Você é muito iludido e eu morro de pena de você por causa disso. 
Bruno: Sou? - Voltou a perguntar enquanto adquiria uma expressão fingida de tristeza, me arracando novas risadas. 
Luiza: Ainda pergunta? - Ele fechou a cara e desviou o olhar - Bobo. Vem, vamos para a sala - Disse, puxando-lhe pela mão. 

Assim que chegamos em sua sala, depositei um selinho de despedidas em seus lábios e acabei sendo surpreendida por um beijo. Fiquei totalmente sem reação, mas logo acabei retribuindo. Segundos depois, estávamos com sorrisos bobos no rosto. 
Bruno: Não entendo o motivo desse sorriso - Arqueei a sobrancelha - Ué, você disse que eu beijava mal e aí quando eu acabo de te beijar, você sorri. Deveria fazer cara de nojo, não? - Eu ri. 
Luiza: Bobo - Cheguei mais perto - Adoro o seu beijo - Sussurrei, sorrindo sem graça enquanto mordia seu lábio. 
-XX-: Pensei que você não gostasse de meninas atiradas - Me afastei do Bruno e encarei a dona daquela voz. Era a Juliana, a patricinha mais rodada do colégio.

Luiza: Atirada? Opa, desse mal eu não sofro. Já você... - Soltei uma curta risada. 
Juliana: Sai dessa, garota! - Falou furiosa - Como você conseguiu ficar com o Bruno? Se atirando, né? Então!
Luiza: Não, não! Não preciso disso para ficar com um garoto - Ela ia falar algo, mas lhe interrompi - E com lincença, já tem bastante plateia por aqui - Revirei os olhos enquanto observava algumas pessoas se aproximando.
Juliana: Está com medinho de apanhar na frente de todo mundo, é? - Eu ri. 
Luiza: Quem vai bater em mim? Você? - Ri ainda mais e logo a vi partir para cima de mim.

E assim começou a briga, parti para cima também. Enquanto ela puxava o meu cabelo, eu lhe dava uns tapas. Ouvi várias vozes gritando "briga``, enquanto outras nos pediam para parar. Deixei a raiva subir a cabeça e bati ainda mais, só parei quando senti uns braços me puxando. Era o Bruno. 

Luiza: Me solta, Bruno! - Ele me segurava firme.
Bruno: Você quer ser suspensa? Vamos sair daqui - Falou sério enquanto me puxava. Acabei indo com ele. 
Luiza: Ai, que raiva! - Exclamei enquanto íamos para um lugar mais aberto - Você viu? Ela me chamou de atirada.
Bruno: Lú, se acalma! - Pediu e logo passou a mão em meu rosto - Você não é isso. E também não é de briga - Comentou, lançando um olhar furioso para mim. 
Luiza: Ah Bruno, você queria o quê? Que eu ficasse parada deixando ela me bater? Não mesmo - Revirei os olhos. Ele riu e me abraçou.

Ficamos um tempinho lá e depois fomos para sala. Assim que cheguei na minha, a professora avisou que a coordenadora queria falar comigo. Fui direto para lá e ao entrar, dei de cara com a Juliana. A coordenaadora, depois de nos dar um belo sermão, nos deu uma suspensão de dois dias. Tratei de pegar rapidamente minhas coisas e logo segui para casa. Assim que cheguei, o Matheus me encarou surpreso. 

Matheus: Acabou cedo a aula hoje, hein? - Perguntou, ajeitando-se no sofá.
Luiza: Fui suspensa por dois dias - Ele então arregalou ainda mais olhos. 
Matheus: O que você aprontou?

Luiza: Briguei com uma menina lá, a Juliana, você até já pegou ela - Revirei os olhos - Ela me chamou de atirada, acredita? - Ele riu.
Matheus: Vocês brigaram por causa disso? 
Luiza: Eu não queria brigar. Mas ela me provocou, dizendo que eu estava com medo de apanhar e aí partiu para cima de mim... E eu não iria sair apanhada, né? 
Matheus: Opa, essa é minha irmã. Puxou a mim - Falou enquanto me puxava e me dava um apertado abraço. 
Luiza: Para, eu nem gosto de briga - Comentei dengosa e logo o vi gargalhar alto. 

Almoçamos juntos naquele dia em meio a muita conversa. Logo o Matheus seguiu para a faculdade e eu aproveitei para ler um livro. Depois de longos minutos ouvi a campainha soar. Ao abrir, dei de cara com um Bruno sorridente. 

Bruno: Quer dizer que você foi suspensa? 
Luiza: Como sabe? - Perguntei espantada.
Bruno: As novidades correm rápido naquele colégio - Ele riu, já entrando na casa.
Luiza: Folgado, nem te mandei entrar - Ele me ignorou e sentou no sofá.
Bruno: Como vou ficar dois dias sem você naquele colégio, hein?
Luiza: Vai passar rápido - Sentei ao seu lado e o abracei de lado. No começo ele ficou meio paralisado, mas logo me abraçou - Vê se não arruma outra ficante por lá, ok?
Bruno: Já estou satisfeito com a minha - Ele virou meu rosto para ele e aproximou. Quando já ia me beijar, me afastei.
Luiza: Epa, não tem ninguém aqui - Ele então abriu um sorriso sem graça.
Bruno: Desculpa, é o costume. 
Luiza: Bobo. Vamos assistir um filme? - Perguntei e logo o vi sorrir mais abertamente.

Preparamos a pipoca, colocamos o filme e nos sentamos abraçados no chão. O Bruno quem tinha escolhido o filme, era um de terror e eu morria de medo. Passei praticamente o filme todo lhe apertando e escondendo o rosto em seu ombro. Ele, por sua vez, só fazia rir. Já no final daquela trama, o Matheus chegou com uma expressão nada amigável.

Bruno: Acho melhor eu ir, já está tarde - Falou, se afastando um pouco de mim.
Luiza: Não. Fica aqui - Pedi, mostrando-lhe um bico. 
Matheus: Você não ouviu o ``garoto`` dizer que já está tarde? Então... - Comentou com deboche.
Luiza: Math, sai daqui - Lhe fuzilei, fazendo-o rir. Depois disso, ele acabou saindo. 
Bruno: Seu irmão não gosta de mim, né?

Luiza: Não esquenta. Ele não gosta de nenhum garoto que se aproxima de mim - Comentei enquanto tirava o filme - É aquele tipo de irmão ciumento, sabe? 
Bruno: Sei sim. Mas ele está certo, tem que ser assim mesmo - Eu ri. 
Luiza: Nada disso... Você não imagina o quanto eu sofro com esse menino, sério. 
Bruno: Boba - Ele me puxou - Quero meu beijo de despedida. - Sorri e logo lhe dei um beijo no rosto - Ele fez cara de decepção e se levantou. Me levantei também e o levei até a porta. Depois de um selinho bastante demorado, ele sorriu sem graça e então partiu.