Fanfic: Era só pra ficar | Tema: Era só pra ficar

No sábado, fomos ao hospital juntos para vermos como estava o bebê. O médico disse que estava caminhando tudo bem nessas minhas seis semanas de gravidez, mas que era para continuar forte na dedicação para que nada desse errado. Durante a tarde seguimos para o shopping, almoçamos num dos restaurantes de lá e logo depois partimos para o cinema. Já de noite, depois da janta, que também foi no shopping, seguimos para a praia. A noite estava linda, com uma grande lua e cheio de estrelas no céu. 

Luiza: Está linda a noite, né? - Perguntei enquanto me sentava na areia.
Bruno: Verdade - Respondeu, sentando ao meu lado.

Ficamos em silêncio, admirando o céu e ouvindo o barulho as ondas. Depois de longos minutos o Bruno resolveu falar.

Bruno: O nosso filho vai ser muito sortudo - Lhe encarei curiosa.
Luiza: Por quê? 
Bruno: Porque ele vai ter a melhor mãe do mundo - Falou meio sem jeito - A mãe mais linda, mais simpática, mais inteligente, mais... - Ele se interrompeu enquanto desviava o olhar sem graça - Enfim... - Soltei uma risada baixa e então ele voltou a me encarar.
Luiza: E vai ter o pai mais bobo desse mundo! - Ele fez careta e logo depois soltou uma risada baixa.
Bruno: Pena que os pais não estão mais juntos, né? - Comentou, desfazendo o sorriso e colocando uma expressão sem graça no rosto. Desviei o olhar enquanto procurava palavras - Ih, já estou falando muito, né? Tudo bem, vou ficar calado. 
Luiza: Bobo - Falei, ainda sem olhá-lo. Ele ficou calado e logo se aproximou, me abraçando de lado. 
Bruno: Posso te confessar uma coisa? - Lhe encarei curiosa - Eu não consigo viver sem você - Falou, encarando meus olhos - Eu não consigo passar um dia sem poder te tocar, te abraçar... Sem pensar em você - Ele desviou o olhar sem graça - Desculpa estar falando isso... É que as vezes a gente não consegue guardar isso só pra gente - Completou, encarando agora o mar. Sorri e logo me aproximei mais, lhe abraçando de lado. 
Luiza: Temos tudo para sermos felizes juntos - Sussurrei perto do seu ouvido. Ele me encarou com um belo sorriso. Assim que ia responder, a Bianca lhe interrompeu.

Bianca: Ah, então você está aqui? E ainda mais com essa garota? - Gritou, parecia chateada. Ele ia responder, mas ela continuou - Em um dia você diz que não a quer ver por nada, e no outro já vem com esse amor todo? - Ela riu - Olha, se eu fosse você, não acreditaria muito no que ele fala não - Completou, agora me olhando. 
Bruno: Ei, pode parando com o seu teatrinho - Falou irritado, levantando-se. 
Bianca: Ainda nem comecei, meu bem - Lhe respondeu - Você não tem vergonha, não? Essa daí te traiu na maior cara de pau e agora você fica de chameguinho com ela? 
Bruno: Olha aqui, você não tem nada haver com a minha vida, ok? Então não se meta!
Bianca: Ah, na hora do bem bom, você fala mil maravilhas para mim, e agora... - Ele lhe interrompeu.
Bruno: Sai daqui!

Luiza: Não - Falei, me levantando - Acho que sou eu quem tenho que sair. Estou sobrando - Disse, segurando o choro e dando um sorriso sem graça. Assim que me virei, senti a mão do Bruno me puxando, me fazendo virar um pouco e lhe encarar.
Bruno: Não escuta o que essa menina está dizendo! 
Bianca: Por que ela não pode escutar, Bruninho? Ora, eu tenho que abrir os olhos da... - Ele a interrompeu. 
Bruno: E você ainda está fazendo o que aqui? Sai daqui, anda, sai! - Gritou e logo depois me olhou novamente.
Luiza: Me solta, por favor.
Bruno: Não - Desviei o olhar enquanto respirava fundo. 
Bianca: Solta ela, amor. E vem comigo que é melhor - Sussurrou com uma voz sensual. O Bruno ignorou e me puxou dali.

Depois de estarmos bastante afastados da Bianca, ele soltou o meu braço e parou na minha frente. 

Bruno: Luiza... - Lhe interrompi.
Luiza: Por favor, não fala nada - Pedi enquanto lutava contra as lágrimas - Ah, e quanto aquilo que eu disse, que tinhamos tudo para sermos felizes juntos... Então, esquece, eu estava enganada - Conclui, me virando em seguida. Ele novamente puxou o meu braço, me fazendo olhá-lo. 
Bruno: Temos tudo sim para sermos feliz juntos... Mas para isso é preciso que sejamos fortes para enfrentar tudo que vier contra o nosso amor, para lutar contra tudo aquilo que quer acabar com ele - Falou com os olhos pregados nos meus.

Fiquei calada por um momento e logo desviei o olhar, deixando finalmente que as lágrimas caissem. Ele se aproximou, me puxou e me abraçou forte. 

Bruno: Por favor, não chora - Pediu, me apertando contra o seu corpo e acariciando as minhas costas.
Luiza: Droga, droga, droga! - Repeti enquanto afundava o rosto no seu ombro.

Eu não queria chorar... Não ali, na frente dele. Desse jeito, eu só lhe mostrava o quanto eu era frágil. E eu não queria lhe mostrar isso. Pelo contrário, queria mostrar que eu era forte, principalmente nessa situação. Queria mostrar que iria saber lidar com isso, por mais difícil que fosse. Porém, as coisas se complicam e fica difícil querer enganar aos outros quando, nem ao menos, conseguimos enganar a nós mesmos.

Bruno: Ei, calma - Falou, agora acariciando os meus cabelos. Ficamos demorados minutos ali, eu apenas chorando e ele se desculpando e me acalmando. Por fim, quando meus olhos já doíam de tanto chorar, resolvi me afastar. Ao reparar seu rosto, percebi a sua expressão triste e e seus olhos vermelhos.
Luiza: Desculpa - Falei enquanto limpava o rosto - Eu não consegui me controlar - Ele deu de ombros e me puxou novamente, colando nossos corpos.
Bruno: Sabe o que mais dói nisso tudo? - Pperguntou enquanto me encarava nos olhos e começava a acariciar o meu rosto. Fiquei calada, esperando a sua resposta - Saber que eu sou a causa desse teu choro - Suspirei - Me desculpa meu amor, me desculpa mesmo - Pediu, agora segurando o meu rosto. Desviei o olhar e respirei fundo.
Luiza: Eu quero ir pra casa - Ele não respondeu nada, apenas soltou um suspiro pesado e alto, puxou a minha mão e começou a andar.

Passamos o caminho todo sem trocar uma palavra. Assim que paramos de frente para minha casa, ele me puxou para um abraço apertado. Ficamos assim por um longo tempo, até que nos afastamos. 

Bruno: Eu... - Lhe interrompi.
Luiza: Boa noite - Falei e me virei. Ele rapidamente segurou meu braço e o virou pra ele - Hoje não Bruno, por favor - Ele assentiu e soltou o meu braço. Me virei novamente e segui para casa.

Assim que entrei, parti direto para o meu quarto e me afundei na cama, deixando mais lágrimas virem à tona. E assim fiquei por bastante tempo até conseguir pegar finalmente no sono.