Fanfic: Era só pra ficar | Tema: Era só pra ficar

A rotina de sempre se repetiu naquele domingo de manhã: banho, café, nada para fazer. Durante a tarde, depois do almoço, decidi estudar um pouco. Assim que peguei nos livros ouvi a campainha tocar. Segui até a porta e ao abrir, logo pude avistar a Bianca. 

Luiza: O que você quer? - Perguntei mal-humorada enquanto colocava a mão na cintura.
Bianca: Te dar um aviso - Disse com cara de poucos amigos - E vou ser bem breve, ok? - Revirei os olhos - Fica bem longe do meu namorado - Eu ri.
Luiza: Que namorado? Ah, o seu namorado invisível? - Perguntei ainda aos risos. Ela revirou os olhos e logo me encarou séria.
Bianca: Se liga, garota! É bom ficar longe dele, bem longe.
Luiza: Se liga você, Bianca! - Gritei - Quem é você pra chegar aqui e dizer o que eu posso ou não fazer? - Ela ia responder, mas eu continuei - E eu não posso fazer nada se o seu "namorado" é quem me procura - Falei, fazendo aspas na palavra namorado. Ela soltou uma risada irônica.
Bianca: Pra que ele iria querer te procurar se já tem a mim? - Perguntou enquanto ainda ria.
Luiza: Vai ver ele não se contenta com resto - Pisquei e bati a porta na sua cara.

Ela ficou resmungando algo, bem alto, mas nem dei ouvidos. Voltei para o meu quarto e tentei me concentrar no estudo, porém, não consegui. Decidi dar uma volta, mesmo sem rumo. Segui um caminho diferente hoje, um que eu não conhecia. Me sentei em um dos bancos em que encontrei por ali enquanto desviava o olhar para frente, avistando algumas crianças brincando, algumas sozinhas e outras com seus pais. Sorri.

-XX-: Um dia vai ser você ali. Você, o Bruno e esse bebêzinho que você carrega - Olhei para o lado e vi o Carlos ali sorrindo pra mim. Desviei o olhar novamente para as crianças e respirei fundo.
Luiza: O que você está fazendo aqui?
Carlos: Estava indo para casa de uma... Uma amiga - Lhe encarei sorrindo - Enfim, estava indo pra casa dela e aí acabei te avistando aqui. 
Luiza: Hm, entendi - Respondi, desviando o olhar novamente.
Carlos: E você? O que está fazendo aqui?

Luiza: Não estava aguentando ficar em casa, então resolvi dar uma volta - Ele apenas se calou e manteve-se assim por longos minutos - Não vai para a casa da sua amiga? 
Carlos: Não quero te deixar sozinha.
Luiza: Não estou sozinha, estou com o meu bebezinho - Respondi, mostrando-lhe um sorriso.
Carlos: Eu sei, mas... - Lhe interrompi.
Luiza: Pode ir. Eu estou bem. 
Carlos: Ih, tá me expulsando mesmo, hein? Tudo bem, tudo bem. Já vou indo - Riu, me deu um beijo na bochecha e logo partiu.

Fiquei mais um tempo ali, observando aquelas crianças brincarem felizes da vida e sem se preocupar com nada. Deslizei a mão pela barriga e sorri.

Luiza: Um dia será você, meu amor - Falei enquanto desviava o olhar para a minha barriga e sorria - Um dia será você que vai estar ali, brincando e se divertindo. 
-XX-: Falando sozinha, moça? - Desviei o olhar para o lado e avistei um garoto, com aparentalmente sete anos, me observando. Assim que ia responder, ele puxou a minha mão - Vem cá, vem brincar com a gente! - Sorri e me levantei rapidamente, indo me juntar as outras crianças.

Passei o resto da tarde ali, brincando feito uma criança dentre elas. Assim que começou a escurecer decidi voltar para casa. Assim que cheguei na mesma, encontrei o Bruno, o Math e a Juliana, com expressões de desespero.

Bruno: Onde você estava? - Perguntou preocupado assim que eu entrei. Antes de responder, o Math me interrompeu.
Matheus: Você é louca, Luiza? Como você some desse jeito? 
Luiza: Calma gente! Eu só fui dar uma volta e... - O Math me interrompeu.
Matheus: E porque não avisou nada? Você podia muito bem ter deixado algum bilhete, ou ter ligado, ou... - Lhe interrompi.
Luiza: Eu estou aqui, ok? Pode ficar tranquilo! - Respondi e segui para o meu quarto, ouvindo ele resmungar mais algumas coisas.

Peguei uma roupa qualquer e segui para o banheiro. Assim que entrei no mesmo, a ânsia de vômito me dominou. Me abaixei em frente a bacia e coloquei tudo pra fora. Logo depois tratei de fazer as minhas higienes e tomei um banho bastante demorado.