Fanfic: Era só pra ficar | Tema: Era só pra ficar

Tentei me afastar, fugir dali, bater no Felipe e tudo mais... Mas foi tudo em vão. Ele me colocou dentro de um carro e logo depois me vendou com uma faixa preta. Segui o caminho todo rezando e implorando para que nada de ruim acontecesse. Assim que chegamos, ele me tirou do carro e me guiou até um certo lugar. Parecia ser uma casa, e bem familiar por sinal. Ouvi o barulho de trinca e logo depois o senti tirar a venda.

Assim que abri os olhos dei de cara com a Bianca vestida de preto. Não só ela, como as outras pessoas que estavam ao seu lado, todas desconhecidas. E o lugar realmente era muito familiar... Era a antiga casa do Bruno. Porém estava muito diferente. A sala estava pintada com uma cor escura e as luzes eram poucas. Ao lado não havia nenhum móvel, apenas uma maca no centro da sala. E ao lado da maca havia alguns equipamentos... "De médico, talvez?" Senti meu corpo estremecer e logo voltei a lhe encarar.

Bianca: Podia ser tudo tão mais fácil, não é querida? - Perguntou, se aproximando - Eu pedi para você se afastar dele, pedi. Mas você não me ouviu - Ela continuava, ainda se aproximando. Tentei dar um passo pra trás, mas senti as minhas costas batendo na porta. Me virei rapidamente e tentei abrir, mas estava trancada. Respirei fundo e voltei encarar a Bianca - Agora não tem mais como fugir - Sorriu vitoriosa - E agora o seu filhinho vai pagar por tudo isso - Minhas pernas falharam e me fizeram cair no chão. Aquilo era demais pra mim.
Luiza: Por favor, não faz nada com o meu filho! - Pedi, já derramando as lágrimas - Por favor, Bianca - Implorei enquanto abaixava a cabeça e chorava, soluçando cada vez mais alto - Se você quiser que eu me separe do Bruno, tudo bem, eu faço isso. Se quiser eu até sumo! Vou morar em outro estado, outro país... Mas, por favor, não me tira o meu filho! - Pedi enquanto voltava a lhe encarar.

Luiza: Você é louca, Bianca. Louca! - Gritei, vendo-a se afastar aos risos. 
Bianca: Podem começar - Ordenou.

Meu corpo estremeceu mais uma vez. Eu não acreditava que estava prestes a perder o meu filho num aborto, e sem ao menos poder fazer nada. As lágrimas voltaram a invadir o meu rosto e eu comecei a me mexer na maca. 

Luiza: Não matem o meu bebê, não matem - Pedi enquanto chorava e me balançava na maca. Dois homens vieram até mim e me seguraram firme. Logo um terceiro homem se aproximou com uma injeção na mão e me encarou. 
-XX-: Pode ficar tranquila, você não vai sentir nada - Falou, aplicando a injeção no meu braço.

Tentei gritar, reclamar mais uma vez, mas nada saiu da minha boca. Tentei até me mexer, mas parece que o meu corpo não atendia mais a mim. Meus olhos começaram a fechar, mesmo sem eu querer, e eu senti uma enorme vontade de dormir. Mas não podia, não podia deixar o meu filho morrer, não podia. Gritei no pensamento e implorei por forças, por energias positivas. Eu tinha que ser forte, por mim, pelo Bruno, pelo nosso filho. Eu não podia deixar, em hipótese alguma, nada acontecer a ele. Mas estava difícil, cada vez mais o sono me dominava e eu me aproximava da escuridão. O medo, a angústia e a tristeza tentaram me dominar, mas eu continuei com meu pensamento positivo até o fim, até infelizmente apagar.

Bruno: Vai ficar tudo bem, meu amor. Prometo a você - Acordei com a voz chorosa dele ao meu ouvido. Abri um pouco os olhos e passei o olhar por aquele lugar, ou melhor, por aquele carro. Parecia muito com uma ambulância e ao ouvir o barulho da sirene percebi que realmente era.

Luiza: Bruno - Sussurrei enquanto já sentia meus olhos ficando úmidos. Ele me olhou rapidamente e sorriu. Assim que ia falar, eu lhe interrompi - Tá tudo bem com o nosso bebê? Diz que sim, por favor - Falei já me exaltando enquanto sentia que meus olhos queriam fechar.
Bruno: Calma, meu amor - Ele pareceu não saber muito o que falar e eu chorei ainda mais. Ele logo me abraçou e sussurrou no meu ouvido - Vai ficar tudo bem com ele, não se preocupe, só volte a dormir - Continuou, e logo começou a me acariciar.

Luiza: Não, eu não quero dormir, não quero! - Chorei e senti algo molhado nas minhas partes de baixo. Passei a mão pelo meu corpo até chegar lá, e pude perceber que eu não estava com a minha roupa, estava com algo parecido com um vestido. Passei os dedos pelas minhas pernas e assim que levantei a mão para ver o que era, vi sangue. Meu coração acelerou ainda mais e acabei chorando alto enquanto gritava - Eu tô sangrando, Bruno! Eu estou sangrando - Ele tentou me acalmar, me abraçando. 
Bruno: Calma meu amor, por favor. Acredita em mim, vai ficar tudo bem - Ele falava, tentando não chorar.
Luiza: Eu não quero perder o meu bebê - Falei, lhe apertando - Não quero, não quero, não quero! - Falei, e logo vi um homem se aproximar. Ele aplicou uma injeção em mim e se afastou um pouco - Eu não quero dormir - Falei para o Bruno, esse que me deu um beijo demorado na testa e me pediu para ficar tranquila. Logo fui fechando os olhos e senti o sono voltando a me dominar.