Fanfic: Era só pra ficar | Tema: Era só pra ficar

Amanheci um tanto preguiçosa no dia seguinte, quinta-feira. Depois de passar boa parte na cama, resolvi agir. O Fernardo chegou logo no início da tarde e não perdemos tempo em fazer toda a matéria a limpo. Ele parecia ser aquele tipo de aluno que não prestava atenção na aula e que fica voando na explicação, mas não. Ele me explicou tudo bem direito e com cautela, e por incrível que pareça, logo acabei aprendendo a matéria. Depois de longos minutos de concentração e estudos, escutei a campainha tocar. Me levantei em um pulo e logo fui ver quem era. 

Luiza: O que você quer? 

Bruno: Pedir desculpas por ontem.
Luiza: Hm, tudo bem. Era só isso? Já pode ir - Falei fria.
Bruno: Luiza... - Ele ia falar, mas paralisou ao avistar algo atrás de mim. Desviei o olhar para trás e percebi que o Fernando estava um tanto perto. Me virei de volta para o Bruno e o vi me lançar um olhar furioso - O que esse cara está fazendo aí?
Luiza: Você não falou para eu pedir explicação da matéria a ele? Então - Ele negou com a cabeça, parecia não acreditar naquilo.
Bruno: Não perdeu tempo, né? - Assenti e então o vi encarar o Fernando - Já pode ir, deixa o resto comigo.
Luiza: Ele já me explicou tudo - Ele me ignorou e voltou a falar com o Fernando.
Bruno: Está esperando o que para sair?

Fernando: Nossa, que medo da boneca - Comentou com deboche e se virou para mim, me dando um beijo no rosto - Depois a gente se fala, meu amor. 
Luiza: Obrigada pela explicação - Ele sorriu e saiu. 
Bruno: Que bonito, hein Luiza? - Indagou, me fazendo encarar sua expressão ainda furiosa.
Luiza: Quem? O Fernardo? É mesmo, bonitão - Comentei séria.
Bruno: Quer parar com isso? - Ele deu um murro na porta, me deixando um tanto assustada.
Luiza: Não entendo porque está todo bravinho. Não foi você quem mandou eu fazer isso?
Bruno: E você vai e faz, né? Estava doidinha pra isso. Estava doidinha para aumentar a minha fama de corno.

Luiza: Não aconteceu nada, ele apenas me explicou a... - Ele me interrompeu.
Bruno: E você acha que eu acredito?
Luiza: Realmente, você não acredita. Você não confia em mim - Ele ficou calado - E acho melhor a gente parar com essa história de ficar... Está atrapalhando a nossa amizade.
Bruno: Não, não vamos parar com nada.
Luiza: Vamos sim, já está decidido - Ele ficou calado novamente - E sai daqui, não quero mais falar com você - Eu já ia fechar a porta, mas ele não deixou.

Depois de puxar o meu corpo para si, ele me abraçou forte e me apertou contra seu corpo. Tentei me soltar, mas foi em vão. Ele me prendeu ainda mais e então me beijou. Eu estava com muita raiva do Bruno, mas acabei cedendo e me entregando àquele beijo.

Bruno: Aguenta mais um tempo - Falou assim que afastou nossos lábios com um selinho demorado - Vamos ficar só mais alguns dias para essas pessoas esquecerem de vez de mim, e depois a gente volta ao normal com a nossa amizade, tá? - Ele me deu outro selinho e afastou um pouco o rosto.
Luiza: Não tinha ninguém aqui, por que você me beijou? - Perguntei dengosa, arrancando-lhe uma risada. 
Bruno: Não resisti - Confessou enquanto me abraçava - Senti que a sua boca chamava pela minha. 
Luiza: Não mesmo! Prefiro manter distância dessa sua boca, isso sim - Falei aos risos.
Bruno: Ah, é? - Ele me soltou enquanto também ria - Então nunca mais te beijarei. 
Luiza: Poxa... E como vou ficar sem os seus beijos? - Perguntei risosnha - Desse jeito eu morro - Ele balançou a cabeça em sinal de negativo e então voltou a me abraçar. 
Bruno: É muito amor.
Luiza: Não é nada, pode parando - Me afastei um pouco e logo lhe puxei para o sofá. 

Ficamos conversando pelo resto da tarde, e já ao anoitecer, fomos interrompidos com a chegada do Matheus. 

Matheus: De novo aqui? - Revirou os olhos enquanto fechava a porta.
Luiza: Não liga pra ele - Falei baixinho para o Bruno, esse que sorriu sem graça.
Matheus: Cochichando? Que coisa feia, Luiza.
Luiza: Math, sai daqui.
Matheus: Não. Ficarei aqui com vocês - Ele sentou do meu outro lado no sofá. Lhe encarei furiosa - O que foi, maninha? Estou atrapalhando algo?
Luiza: Sim. Dá para sair, por favor? - Ele apenas negou com a cabeça - Ok, então saíremos - Me levantei e logo puxei a mão do Bruno. 
Matheus: Ei, pra onde você vai?

Luiza: Para o meu quarto e espero que você não atrapalhe - Disse, enquanto me afastava dali com o Bruno. Assim que entramos no meu quarto, fechei e tranquei a porta.
Bruno: Precisa trancar? - Perguntou risonho enquanto me abraçava por trás.
Luiza: Precisa - Me afastei um pouco e logo me sentei na cama - E se aquieta - Ele riu e sentou ao meu lado. 
Bruno: A culpa é sua que fica me provocando aí.
Luiza: Eu fico te provocando? - Perguntei, segurando o riso.
Bruno: Fica sim. Vou começar a te provocar também - Caí na risada - O que foi? Está duvidando? - Ele se aproximou um pouco, me deitou na cama e deitou por cima de mim - Depois não reclame - Abriu um sorriso malicioso, me assustando um pouco. 

O Bruno então começou a beijar o meu pescoço devagar enquanto passava a mão pela lateral do meu corpo. Fiquei totalmente paralisada. Ele subiu a boca até a minha, encostou nossos lábios e ficou por ali, brincando com eles. Eu já estava doida pra lhe beijar e não aguentei, lhe puxei mais para mim e quando ia dar início ao beijo, o vi se afastar aos risos. Senti meu rosto esquentar e lhe encarei sem graça. 

Luiza: Chato - Disse envergonhada enquanto me sentava na cama.
Bruno: Estava doidinha para me beijar, né? 
Luiza: Nem queria, tá? - Revirei os olhos.
Bruno: Duvido - Fiquei calada - O que foi? - Ele chegou mais perto.
Luiza: Nada - Lhe olhei sem graça - Já está tarde, né?
Bruno: Ih, está me expulsando? - Não respondi - Qual é, Luiza? O que eu fiz?

Luiza: Nada... Só estou com sono e quero dormir - Desviei o olhar.
Bruno: Não sabe nem mentir - Ele riu e me puxou para o seu colo.
Luiza: Não estou mentindo - Lhe encarei - Estou morrendo de sono. 
Bruno: Você vai dormir uma hora dessas, Luiza? - Assenti - Beleza então, já vou - Disse tristonho. Sorri de canto e lhe abracei apertado.
Luiza: Eu te odeio - Sussurrei e logo ouvi sua risada.
Bruno: Eu também te amo - Ele me deu um selinho e se afastou, e então saiu. 

Minutos depois fui para a cozinha preparar o jantar. O Math estava lá.

Matheus: Sua amiguinha, ops, seu amiguinho saiu sozinho do quarto. Por que você não foi levá-lo até a porta, hein? Cadê a educação?
Luiza: Math, dá para você calar a boca um minuto?
Matheus: Nossa, quanto estresse - Ele riu e eu apenas ignorei.