Fanfic: 1,2,3 em Paris | Tema: Romance,traição,
O cavaleiro
No dia seguinte, depois de passar em casa, Hanna encontra Betto na Torre. Ele esta com uma mochila grande, cheia de livros de feitiçaria e ingredientes para feitiços. Hanna só trazia na mão uma pequena caixa preta, onde pretendia guardar as cartas de baralho.
—Temos que começar a procurar... eles devem estar escondidos pelas vielas de Paris. Mas, por qual demônio devemos começar?
—Pelo primeiro! Carta um. O cavaleiro.—diz Hanna com a carta entre os dedos.
—O que sabe sobre essa carta?
—Coragem, noticia... atitude.
—Tem ideia de onde ele pode estar?
—Como posso saber?— diz Hanna sentando em um banco publico.
—Oras, você não lê cartas?
—Cavaleiro... imagino que seja um velho de cavalo, que vai chegar galopando e matando todo mundo.
—Calma, Hanna... vamos fazer assim, ficamos a procura, e o primeiro que acharmos, capturamos! Seja ele o cavaleiro ou qualquer outro! —diz Betto se sentando ao lado de Hanna.
—Você tem algum objeto pra detectar a presença de demônios?— diz Hanna curiosa.
—Tenho sexto sentido pra isso. Mas... eu trouxe uma pedra, essa pedra.—diz Betto tirando uma pedra verde pendurada em um cordão.
—Um colar?
—Tipo isso, quando o demônio estiver por perto, essa pedra fica negra.— diz Betto jogando a pedra pro alto e aparando com a mão.
—Acha mesmo que vamos encontrar alguma coisa? Esta tudo tão quieto em Paris.
—Se bem conheço esses seres, eles gostam de confusão. E mais cedo ou mais tarde... vão aparecer.
—Acho que, devemos ir ao Rio Sena.— diz Hanna.
—Porque diz isso? Sabe de alguma coisa?
—Eu tive alguns sonhos... muitas vezes eu sonho coisas estranhas. E essa noite eu sonhei com esse local.
—Pode ser... se eu não me engano, existe uma carta chamada de Navio, não é?
—Sim, existe sim, a carta três. —diz Hanna surpresa.
—Então, vamos!— diz Betto se levantando apressado.
Depois de alguns minutos, eles já estão na ponte do Senna, onde os cadeados chamam mais atenção do que o próprio rio. Eles logo de cara estranham a presença de um Navio, não tão grande, se aproximando lentamente seguido por uma neblina, logo no horizonte.
—Estranho, nunca vi aquele barco por aqui antes.— diz Betto puxando um binoculo da mochila e observando.
—Nossa, ate isso você tem nessa mochila?— diz Hanna surpresa pela usabilidade.
—Esta muito longe ainda o Navio. Coloque o colar com a pedra no meu pescoço. Se esse navio se tratar de algo sobrenatural, provavelmente a pedra vai ficar negra.— diz Betto tirando o colar do bolso e colocando ao redor do pescoço de Hanna.
—Você acha mesmo que tem algo sobrenatural nisso?
—Olha, olha...esta ficando negra a pedra.
—Ai, meu Deus. Tira isso de mim!
—Não se preocupe, ela só muda de cor, só isso! Vou começar preparar o feitiço. Vou precisar da carta, pra fechar o encantamento com chave de outro!
—Esta aqui a carta.— diz Hanna dando a carta para Betto.
—Não tire os olhos desse navio. Vou ficar aqui no canto, preparando o feitiço.
—Tudo bem...— diz Hanna olhando para o Navio.
Alguns minutos se passam, o Navio esta se aproximando muito rapidamente. Hanna fica meio desesperada pois Betto parece não ter terminado o feitiço.
—Betto, Betto! Já terminou?
—Não Hanna! Isso não é chá! Mas porque esta perguntando?
—O Navio Betto, ta aqui! Já chegou! Corre Betto!
—Ai meu Deus. Só falta o encantamento da carta. Já estou terminando.
—Rápido Betto!
—Pronto!— diz Betto catando todas as coisas do chão.
O Navio encosta na beirada, onde provavelmente subiriam pessoas, mas ninguém esta ali para entrar no Navio, a não ser Betto e Hanna. O navio solta um barulho agressivo como se estivesse convidando ambos a entrarem. Eles na cara e na coragem, resolvem entrar.
Lá dentro, tudo é muito bonito e luxuoso, e parece um salão de festas, e bem no centro, em baixo de um luminoso emaranhado de luzes, um homem de terno se levanta arqueando a sobrancelha.
—Olá? Quem são vocês?— diz o homem.
—É ele...— sussurra Betto ao observar como a pedra ao redor do pescoço de Hanna esta negra.
—Linda donzela... roupas estranhas, mas tão linda. Em que posso ajudar?
—Betto, eu to com medo...—diz Hanna em voz baixa.
—Meus queridos, quem são vocês? Não estou me ouvindo...?
—Esta sentindo esse cheiro Hanna?— diz Betto com cara de nojo.
—Sim, é cheiro de sangue...— diz Hanna.
—Ah, meu Deus...— diz Betto ao olhar para cima e se deparar com um cadáver colado no teto.
—O que foi?
—Não olha Hanna! Sai correndo Hanna... se esconde.— sussurra Betto.
—Ta bom. — diz Hanna andando medrosamente de costas.
—Não gostaram da nossa companhia? — diz o homem olhando pro teto.
—Desgraçado... você matou todos que estavam nesse cruzeiro?
—(risos) Mas é claro... eu precisa de um navio! E não importa o que façam, esse navio esta programado para seguir a sua rota.
—Você sabe quem sou eu?— diz Betto tirando algo do bolso.
—Sim, um maldito Wicha. Aquela criatura fez um grande favor pra todos nos. Trouxe diversão a Paris! — diz o demônio com sotaque francês.
—Maldito. Eu sou tão famoso assim? Que me conhecem pelo sobrenome?
—Não, seu idiota. O seu cheiro é de Wicha. Até um demônio que nunca ouviu falar sobre você saberia da sua linhagem maldita, ao sentir o seu cheiro.
—Cala a boca seu demônio patético.
—Como vai a sua vida? Como é saber que... nunca será feliz?— sussurra o demônio.
— Cala a tua boca!— diz Betto alterado.
—(risos) Não se preocupe, eu guardo segredo. Esse vai ser o nosso segredinho! Quer dizer, seu e dos meus irmãos! Sabemos do seu passado, seu Wicha de uma figa!
—Melhor você guardar esse seu discurso pra quando você ficar preso pra toda a eternidade.
—Preso? Preso onde?(risos)
—Aqui, otário. —diz Betto mostrando a carta numero três entre os dedos.
—O que pensa que vai fazer? Me enfeitiçar?
—Sim, otário.
—Tente, tente... comigo ou sem, o navio esta programado pra levar vocês para as ilhas.
—Ilhas? Que ilhas?
—Meu irmão tomara conta de vocês... vai alçar voo em cima de vocês e comer todos os seus órgãos a bicadas! (risos)
—Pena que você não poder presenciar isso! Pois vai estar preso!— grita Betto.
Betto taca a carta, como uma lamina na artéria do pescoço do demônio, o feitiço faz o demônio ser sugado pela carta que cai sobre o tapete do luxuoso navio, depois de sugar a fumaça negra liberada pela pulverização do demônio.
—Hanna! Hanna! Pode voltar, esta resolvido!
—Nossa, até que foi fácil! Mas... isso que ele disse, é sério?— diz Hanna voltando.
—Provavelmente, mas podemos subir ate a sala de controle do Navio pra ver se é verdade. Mas eu sinto que o navio ta sendo guiado por uma espécie de feitiço. Não vai ter jeito, vamos ser levados pra onde o navio quiser.— diz Betto se sentando em uma cadeira.
— Tem corpos aqui... — diz Hanna chorando.
—Calma Hanna... calma. — diz Betto abraçando Hanna e impedindo que ela veja as cenas chocantes ao seu redor e acima.
—Eu não quero morrer Betto. Eu não quero! — diz Hanna segurando Betto pelo colarinho.
—Eu não vou deixar que nada aconteça com você. Eu juro. — diz ele passando segurança.
—Que ilhas são essas? Do que se trata?
—Eu não sei Hanna, demônio maldito poderia ta mentindo também. Eu não sei! Ta tudo confuso.
—Quem será o próximo...
—Ele deu algumas dicas... disse que ele vai pousar em cima da gente e comer nossos órgãos a bicadas!
—Credo... serão os pássaros?
—Pode ser...— diz Betto olhando pro nada.
Ambos se olham, e um consegue ver a expressão de medo e confusão no rosto do outro. Betto tem vontade de abraçar Hanna e acariciar seus cabelos, e Hanna tem a vontade de fazer o mesmo com ele. O navio esta frio, e poderiam dormir juntos se esquentando. Mas nada disso é possível. Tudo que podem manter, é uma singela distancia. Mas não se sabe até quando.
Autor(a): Lost Angel
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