Fanfic: ❥ Pesadelo Pessoal ❥Vondy & Portirrone/ Ponny °•.♥.•° | Tema: Amor, comédia, lésbico, amizade, mentiras e etc ...

PvQ`s Dulce.

Quando você coloca na cabeça que realmente quer amigos, a primeira coisa que alguém pensa é -Como conseguir?-Eu passe minha vida toda esperando alguém que viesse falar comigo, ou que não me ignorasse, nem que não goste de mim, apenas alguém que não me olhe tipo " Olha a filhinha bastarda das sapatonas".

Ninguém escolhe a família que tem, e se escolhesse, pode ter certeza que nunca trocaria a minha.

Nunca me dexei abalar por palavras maldosas, até porque ninguém veio de Santa Gertrudes, ninguém nunca passou fome.

Você pensa que eu tinha cobertores? Que comia todos os dias? Que sempre tive calcinhas limpas? Eu só passei a ter isso quando Anahí entrou na justiça contra aquele orfanato. Quase 300 crianças voltaram para ruas. Mas eu sempre tive fibra, não larguei de Annie, e Maite me adorou no primeiro momento, ela não podiam engravidar e eu era perfeita para a ocasião. Não me sinto usada, mas sim especial, Você já parou para pensar em tudo que você tem ? Provavelmente, não.

Eu e meu incrível poder de sair do foco..

Bem, no momento estou parada no meio do refeitório, com uma bandeja na mão e pensando em todas as minhas opções.

Vamos ver .. Temos os Nerds, os roqueiros, os gordinhos, os "socialmente diferenciados`, os descolados, os populares, os encrenqueiros e por último, a equipe do futebol.

Futebol e Lideres? Fora de cogitação.

Timidamente, sentei na mesa dos "socialmente diferenciados" que me ignoram e sairam da mesa no mesmo segundo. Mordi o lábio inferior apoiando um dos braços da mesa, brinquei com a comida e descansei minha cabeça na outra.

                     { ... }

Na aula de Biologia, tentei fazer amizade com minha parceira, mas ela deu ombros e pediu pro professor troca-la de par.

...

No banheiro feminino, tentei me enturma com as meninas que retocavam a maquiagem.

-Ér ..Dá licença "querinha", ninguém te chamou na conversa. -Uma das garotas sorriu irônica e sairam do banheiro me chamando de maluca.

Essa é outra parte, você pode facilmente me encontrar apenas perguntando "Você viu a Bastarda?".

Bufei entrando em uma das cabines. Escorei na porta e desci escorregando até o chão, coloquei a cabeça entre os dedos e respirei fundo diversas vezes.

Aos poucos me senti tonta. Sabe aquela sensação de quem assopra muito e fica zonza? Então, eu estava desse jeito.

Cruzei as pernas e afastei as pulseiras do meu pulso, vendo as marcas de cicatrizes antigas, passei os dedos por elas sentido o relevo.

Costumava fazer aquilo quando virava o terceiro dia sem comer. Aliviava de um jeito inacreditável ..

Suspirei sentido as primeiras lágrimas traçarem um caminho longo até minha boca. Chorar sempre foi uma coisa que nunca me agradou.

O sinal tocou e eu não tive nenhuma coragem de me levantar e ir para a sala, peguei uma canetinha preta no estojo e fiz arames farpados na parede. Aprendi essa mania com Maite, quando ela descobriu sobre meu problema, me sugeriu a arte como um jeito de relaxar, acabei gostando da coisa, agora, toda vez que vejo uma pequena gilete, e aquela sensação de necessidade me ataca, eu pego cabetinhas, alguns lápis e essa terrível angústia passa.

E no final desses pensamentos, terminei o desenho. Guardei o estojo e encarei o arame perdido entre diversas pixações.

Repirei fundo e sai do banheiro. De relance, pude perceber meus olhos avermelhos .. Iria passar, tudo nessa vida passa.

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