Fanfic: Férias Misteriosas | Tema: Rebelde

...

O resto do dia passa normalmente, almoçamos lá fora, conversando e brincando. Percebo que Poncho olha para mim constantemente com ar de preocupado, e eu o ignoro completamente.

Diego vem se sentar perto de mim.

- Como está a cabeça? Fez um galo feio. - ele diz.

- Sim, mas estou bem. Estraguei o jogo de vocês, não foi? - falo.

- É Poncho que sempre estraga as coisas com a atitude dele. Mas ele estava quieto desde que você saiu. - ele diz.

- Não quero falar disso, ok? - eu falo.

- Tudo bem. - ele sorri e continuamos conversando até que vejo Angie passar por nós e fechar a cara.

- Parece que a princesinha está caidinha por você. - eu falo e Diego revira os olhos.

- Ela só está tentando encontrar um brinquedinho novo já que Ucker só tem olhos para Dul. - eu vejo ele e Dul conversando animadamente.

- Eu acho que ela tem medo. - eu comento.

- Medo?- Diego parece confuso.

- Sim. Conheço Angia desde garotinha. Ela nunca gostou de nenhum cara, sabe? Ela sempre ficava com os garotos mais populares, mas nunca passava de uma semana, no máximo. - dou de ombros. - Ela pode estar com medo de identificar o que está sentindo por você.

Ele parece pensar nisso por um instante.

- Só tem um jeito de saber. - ele sorri.

- Como? - pergunto.

- Você me ajudaria? - ele pergunta com cara de pidão.

- Sim, mas com.. - ele não me deixa terminar, vem até mim e me beija, enlaçando-me pela cintura.

Ouço murmúrios do pessoal e passos vindo até nós. De repente, Diego já não está mais lá.

Poncho está com os punhos no colarinho da blusa de Diego, pronto para ataca-lo.

- Solta ele, seu estúpido! - eu grito e corro tentando afasta-lo.

- Não se mete nisso!- Poncho grita.

- O que houve, cara? O que eu fiz? - diego pergunta chocado com a atitude dele.

- Fique longe dela, ok?! Longe! - ele grita e joga-o na piscina.

Cerro os punhos e me aproximo dele, batendo em seu peito.

- Quem é você para dizer com que eu vou me relacionar?! Você não é meu pai entendeu? - eu grito e ele pega nos meus punhos.

- Você não entende! Nunca entende nada! - ele grita.

- Então me explica! - eu devolvo.

Ele se afasta de mim rapidamente.

O que foi aquilo?!

Dul e Mai se aproximam.

- Poderiam me explicar o que aconteceu aqui? - eu pergunto a elas.

-Ciúmes, querida. Era só isso. - Dul diz e eu começo a rir sem parar.

Quando Diego sai da piscina, Angie o está esperando na beirada e o empurra de volta.

- Idiota! - ela grita e sai.

Diego sorri e faz um gesto de ok com a mão para mim.

Ele achou divertido?

Na hora do jantar, todos pareciam mais quietos com os acontecimentos. Até Viviana deixou sua câmera de lado. Mai e Dul estavam cochichando quando terminaram e foram para a cozinha.

Deixei meu prato na cozinha e fui para fora, olhar as estrelas.

- Anne, me ajuda aqui. - Dul aparece.

-Claro que sim, em que? - me levanto.

- É que você é mais alta e preciso pegar o detergente que está na dispensa. - ela diz.

- Tudo bem, vou lá. - eu digo e a sigo até a dispensa.

Quando entro vejo que Poncho já está lá com o detergente nas mãos, rapidamente me viro.

- Dulce, já.. - a porta se fecha e ouço o trinco da tranca.

Bato na porta nervosamente.

- Dulce María! Você não fez isso! - eu grito batendo na porta.

- Fizemos sim. – Dul e Mai dizem.

- Abram a porta! - Poncho me empurra e tenta forçar a fechadura.

-Não adianta. A fechadura é bem resistente. - Mai diz.

- Isso é loucura! Abram já. - eu digo.

- Não enquanto vocês não se entenderem e pelo menos ficarem amigos. - Mai diz.

- Pelo menos? Vocês ficaram loucas? - ele diz.

Só o silencio.

Gemi e sento-me no chão e fecho os olhos respirando fundo. Eu odeio lugares apertados e com pouco espaço. Eu tive isso desde criança e vem piorando a cada ano. Minha respiração acelera e sinto Poncho se ajoelhar ao meu lado.

- Droga, esqueci da claustrofobia. - ele diz e volta a bater na porta várias vezes, mas parece que ninguém está escutando.

- Co-como você sabe? - eu pergunto abrindo os olhos.

Ele dá de ombros e se senta ao meu lado.

- Você está bem? Respire fundo. - ele diz e eu fecho os olhos novamente e dessa vez eu sinto seus braços me envolverem.

- Você me odeia. - eu digo com certa mágoa.

- Isso não é verdade. Eu sinto muito. Eu... eu sinto muito por tudo. Hoje cedo, aquilo foi um acidente. - ele diz.

Eu afirmo com a cabeça. Aquilo já não importa. Eu quero sair daqui.

- Eu quero sair. -eu respiro com dificuldade.

- Tente pensar em outra coisa. - ele diz rapidamente.

- Pensar em que? - pergunto.

- Nisso. - ele diz com confiança, segurando meu rosto e quando abro os olhos, sua boca desce na minha.

É como fogo, nossas bocas ardem uma na outra, nossas línguas se entrelaçando, seu corpo colado ao meu. Nesse instante esqueço tudo ao meu redor.

...