Fanfic: Atras de mim | Tema: Levyrroni - Vondy - Ponny

William chegou na casa de Dulce, e Maite já estava esperando ele no portão, com Malu em seu colo toda embrulhadinha dentro de seu cobertor. Por um momento ele pensou que provavelmente essa garotinha ainda daria muitas dores de cabeça, se herdasse o caráter tão teimoso de sua mãe. Mas seu pensamento se desvaneceu, assim que Maite falou algo que ele não entendeu, por que ela falou muito baixo.
William: -O que?
Maite: -O que aconteceu?
William: -Ah... Olha, isso vai ser um pouco... Hmm... Digamos que impactante depois de tanto tempo, mas eu vou soltar de uma vez. Maite, Victoria acordou e... Não se lembra de nada.
Maite: -Como?!
William: -Vem, aqui tá frio, entra no carro. -William abriu a porta pra ela, que entrou no carro com cuidado para não acordar Malu. Logo depois ele entrou também, e começou a dirigir. -Uma enfermeira ligou pra casa, dizendo que Victoria acordou e que era melhor que alguém que a conhece fosse vê-la por que está muito confusa, e não sabe nem sequer quem é. Um dos médicos tentou esclarecer as coisas mas... Não deu. Apartir do momento que seu nome foi citado, ela não quis mais escutar por que não conhecia ninguém e estava nervosa. Por isso que eu vim te buscar.
Os olhos de Maite se encheram de lágrimas, e ela não disse nada.
William: -Tá tudo bem? Olha, eu sei que é meio óbvio que você esteja um pouco estranhada depois de tudo. Mas, se você não quiser ir lá hoje eu peço pra avisarem que...
Maite: -Não. Eu vou. -Logo, ela olhou para William e deu um pequeno sorriso. -Afinal, ela tem que conhecer a neta dela. Por mais que não se lembre de ninguém... Mas... A enfermeira disse se é um estado permanente?
William: -Na verdade não. Eu perguntei mas ela disse que o doutor já tinha ido embora, e só era possível perguntar pra ele ou pra outro doutor que estivesse sabendo de seu estado.
Maite: -Entendo...
William: -E como vai tudo com Dulce?
Maite: -Triplamente ocupada. Com Amanda, Christopher e o Orelinha, além de seu trabalho e a casa estão deixando ela bem cansada. Acho que ela começa a se arrepender de não ter comprado um hamster. -Então os dois riram.
William: -E minha princesinha? Se comportou bem?
Maite: -Muito. Ela dorme como uma pedra, igualzinha à você.
William: -A mim? Por que? Você também quase tem que levar um copo de água na cara pra levantar as vezes.
Maite: -Isso se chama preguiça. Não sono pesado. -E ela mostrou a lingua pra William como uma criancinha, fazendo com que ele sorrisse.
William: -Ok. Eu desisto. Você ganha. Mas só dessa vez.
Ao chegar no hospital, Maite foi direto ao quarto de sua mãe e nesse instante um médico saiu de lá.
Doutor: -Você deve ser Maite, certo?
Maite: -Sim...
Doutor: -Bom, Victoria acordou faz algum tempo e ainda está muito confusa, por isso é melhor que você fale as coisas pouco a pouco, e cuidado com o que for falar também por que ela entrou faz pouco tempo numa crise de nervos.
Maite: -Está bem. -O doutor foi embora, e Maite ficou olhando pra porta, tomando coragem para abri-la e ver sua mãe. William logo a alcançou e rodeou sua cintura com seu braço, beijando seus cabelos e abrindo a porta. Ao entrar, Victoria olhou para os três e sorriu.
Pareciam uma familia, pensou Victoria. Mas não conseguia compreender o por que eles estavam ali... Bom, não se lembrava de ninguém assim que podia ser que conhecia aquelas pessoas. A mulher que levava um bebê em seus braços estava com seus olhos muito abertos, como se estivesse em um estado de shock, e seu... namorado? Marido? Irmão? Primo? Quem sabia... estava muito apertado à ela, dando segurança. Como se uma mulher no estado em que ela estava pudesse fazer algo contra pessoas que nem conhecia... O médico já tinha explicado quem era, onde estava, e por quanto tempo tinha estado em coma. Mas ainda sim faltavam muitas coisas. De verdade se chamava Victoria? E seu acidente tinha acontecido por que? Poderia estar até mesmo longe de sua casa, ter parado em um lugar desconhecido, mas não se lembrava, e isso a enchia de impotência.
Victoria: -Quem são vocês?
Maite então engoliu seco. Sabia que escutaria essa pergunta, mas não sabia que iria se sentir tão mal por isso. Victoria não tinha uma aparência já tão soberba, parecia... vulnerável. Ainda que não tinha mais as marcas que o acidente tinha deixado, tinha um estado de cansaço, suas olheiras e sua maneira de respirar diziam muito sobre isso. E cada vez que Maite pensava que a culpa tinha sido sua...
Logo respirou fundo, e resolveu se aproximar, e se sentar ao lado da cama, soltando-se do abraço de William.
Maite: -Mã... Mãe. -Seus olhos se encheram de lágrimas novamente, e dessa vez deixou que algumas escorressem.
Victoria: -Você é... minha filha?
Maite: -Sim... Sou eu, Maite.
Victoria: -Então quer dizer que... essa menininha linda que está no seu colo é minha neta? -Maite assentiu. - E esse rapaz bonito é seu marido?
Maite: -Não legalmente. Mas sim, estamos juntos. Alias... Como você sabe que é uma menina?
Victoria: -A roupinha dela é rosa.
Maite: -Ah, claro.
William: -Agradeço pelo `rapaz bonito`, mas... Você também não se lembra de mim?
Victoria: -Na verdade... Não.
William: -Eu sou seu assistente, William. Ou bem, era... Agora eu sou assistente da sua sócia, que está fazendo tudo funcionar na empresa.
Victoria: -Empresa? Como...?
Maite: -Eu acho melhor a gente conversar sobre isso depois. Agora... -Maite se levantou um pouco, e entregou Malu pra Victoria. -Eu acho que é hora de vocês se conhecerem... Mãe, essa é Malu, sua neta. -Victoria a segurou e acariciou o rostinho de sua neta. Por mais que ainda não tinha lembrado de nada muito concreto, recordou nesse instante quando ela também segurava dois bebês, e a enfermeira a felicitava por seus filhos. Mas... então por que só Maite tinha ido visita-la?
Victoria: -Maite... Você tem um irmão? Eu tenho outro filho?
Maite: -Não. Eu sou filha única.
"Que estranho!", Victoria falou pra si mesma. Provavelmente era sua mente pregando uma peça com ela.

Fim do capitulo 57.