Fanfic: manual da comquista

Se fosse uma garota moderna e extrovertida que não hesitava em se aproximar de um homem quando ele lhe parecia interessante, dulce  salviñon teria chamado o representante do Federal Express e se apresentado a ele em vez de permitir que saísse de sua sala, outra vez, sem saber que ela existia.

dulce  suspirou. Jamais seria moderna nesse sentido. Jamais teria coragem para tomar a iniciativa. Não que fosse tímida ou algo assim, Esse seu problema estava relacionado apenas aos homens. Talvez por ter vivido sempre entre mulheres no colégio, em casa e na faculdade.

Capacidade não lhe faltava para administrar seu apartamento e suas finanças e para fazer parte do departamento de criação de produtos em uma importante fábrica de brinquedos. Ela conseguia até mesmo consertar seu carro dependendo do defeito que ele apresentava. Não tinha, porém, absolutamente nenhuma idéia quanto ao modo de conduzir um flerte.

O jovem alto e musculoso estava entrando no elevador naquele instante. Ela ficou olhando para ele até a porta fechar. Depois suspirou, esquecida do seu sanduíche de alface e tomate, embora ainda o tivesse nas mãos.

— Você está outra vez com aquela cara, chère amie.

 dulce  ergueu os olhos e viu any, sua amiga e assistente, de pé na soleira da porta.

— Estou com a cara de sempre — dulce  protestou.

any balançou a cabeça e entrou na sala. Sua mesa ficava ao lado da de dulce .

— Aposto que o representante do Federal Express esteve aqui. — any olhou em direção ao fundo da sala. Ao ver os pacotes empilhados no chão, soube que estava certa. — Sim, ele esteve aqui e você, como das outras vezes, não conseguiu sequer cumprimentá-lo.

dulce  concordou com um gesto de cabeça. any vivia incentivando-a para que conversasse com os homens que conhecia sobre outro assunto que não fosse negócios. Mas any era francesa e flertar deveria estar em seu sangue. Talvez tivesse a ver com os genes, com seus cabelos prateados e seus olhos azuis. , any  recebia mais olhares de admiração por parte dos homens do que a maioria das mulheres que dulce  conhecia, inclusive ela própria.

— É um absurdo, dulce  — any censurou-a com bondade e impaciência ao mesmo tempo. — Você está com vinte e seis anos, é linda como uma flor e, no entanto, não tem ninguém. Quando pretende mudar esse quadro?

O que sobrou do sanduíche foi para o lixo.

 — Não há o que fazer, any. Meu destino é morrer virgem. Talvez coloquem meu retrato na capa de uma revista de curiosidades após meu enterro.

 — Então não aprendeu nada comigo?

 dulce  deu um sorriso.

continua=>

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