Fanfic: Caso ao acaso - vondy (finalizada/terminada)

 Ela disse marchando, tirando forças sabe se lá de onde.

Não! Ai! Não grita! Não xinga a coitada. Pense no que você faria se praticamente se declarasse pra um cara e ele focasse em outra coisa segundos depois? Você não pensaria que ele estava tentando fugir daquilo? Bom, ela pensou que sim e foi embora.

 Era absolutamente a melhor coisa que Dulce faria. Na realidade, agora ela percebia as coisas com maior clareza. Como? Bom, o destino havia lhe mostrado Christopher ne? Mas toda vez o destino o tirava do caminho de Dulce. Isso não era suficiente para um sinal? Quer dizer, se  destino colocava e tirava alguém de seu destino é porque não tinha certeza se ela e Christopher eram feitos um pro outro e se tem uma coisa que minha vó dizia (mentira, dizia nada) é que se não se tem certeza é melhor não arriscar pra não cair de cabeça.

 Dulce já tinha problemas demais, coisas demais pra resolver, muito que fazer pra adicionar Christopher sei la das quantas na sua lista.

 Tudo bem. Ok. Ela estava interessada nele, até tinha pensado nele algumas vezes, mas qual garota no mundo não havia pensado depois de cruzar uma ou duas vezes com ele?  Se bem que era quase de certeza absoluta que nenhuma delas havia tomado um fora como aquele.

 Voltou para o elevador onde ficou presa por sabe-se lá quanto tempo pouco se importando se ia ficar presa ali novamente, mas ainda assim soltou um suspiro aliviado quando as portas de metal se abriram no Terreo e ela saiu dali. Mesmo tentando se manter firme ela mantinha no fundo do coração a esperança de que ele corresse atrás dela e falasse o quanto gostava dela também antes de se beijarem fazendo aquele tipo de final feliz que a gente vê nos filmes, nos livros mas que nunca acontecem na vida real e quando acontecem, normalmente acontecem com pessoas descentes estilo princesas não com garotas atrasadas, distraídas e propensas a brigarem com toda e qualquer pessoa no planeta Terra.

 E advinha só gata... não aconteceu, obviamente não. Ela olhou para o próprio carro parado a uma certa distância, mas decidiu ir andando para clarear as ideias. Cruzou os braços contra o corpo, s equilibrou nos saltos finos e foi andando pra casa se sentindo nostalgicamente idiota. Cada passo, cada lugar, cada pessoa que cruzava seu caminho a lembrava do energúmeno que havia conhecido. Estava distante... tão distante que só voltou a si quando escutou no fundo de sua mente pessoas gritando “cuidado”.

 Ela logo estava no chão com o braço ralado mais uma vez. Ela bufou. Devia ser propensa a ter pessoas querendo mata-la.

- O que você acha energu... Christopher? –ela indagou quando viu o rapaz saindo do carro-

- Dulce! –ele exclamou sorrindo- Eu queria falar contigo.

- E por isso decidiu quase me atropelar? –ela soltou brava pondo as mãos na cintura. Olha a treta no ar!- Quando se quer conversar com alguém normalmente você manda um bilhete, ou fala pessoalmente, mas não... o Christopher não. Ele gosta de atropelar a Dulce! Que ótima maneira de me chamar para conversar!

- Dulce eu...

- O que você quer?

- Você vai me deixar falar? –ele disse irônico e ela revirou os olhos- Nós não terminamos aquela brincadeira.

- Ah por favor Christopher você quase me mata pela segunda vez pra dizer que a gente não terminou aquela brincadeira estúpida?

- Eu posso? Posso dar a minha ultima palavra nessa brincadeira?

- Não, você não pode. –sorriu irônica- Agora se você me dá licença.

 Ela ia saindo pela lateral direita quando colidiu o corpo numa parede de músculos.

- Que foi? Eu não tenho o direito de sair daqui?

- Não enquanto eu não puder falar.

 Dulce olhou pra baixo e mordeu o lábio antes de bufar. Então ela levantou o olhar e colocando as mãos ao redor da boca ela gritou:

- Sinto informar que a rodovia estará interditada pelos próximos mil anos. Toda culpa é do energúmeno  a minha frente. Que joguem os tomates!

- Ignorem-na! Ela é completamente maluca.

 Gritou Christopher assim que recebeu os primeiros olhares zangados.

- Ah isso sem dúvidas. Eu sou completamente maluca, afinal onde já se uma mulher em sã consciência se aproximar disso que é você.

- Será que dá pro casal acelerar a conversinha ai? Tem gente querendo passar. –gritou uma mulher-

- Passa por cima bujão! –Dulce gritou de volta- ou tá precisando do seu guindaste? Por que até onde eu estou vendo a senhora está a pé.

-  Dulce... –Christopher repreendeu-

- E você cale a sua boc... na verdade não. Fale logo o que você tinha de falar.

- Vai me conceder essa honra?

- É isso ou ouvir a Miss Bujão então...

 Christopher abriu um sorriso largo. Um, dois, três passos e ele estava perto dela a mão passando pela cintura da ruiva que já tinha perco o ar.

- Eu posso saber o que está acontecendo por aqui?

- Pu/ta que me pa/riu. –exclamou Dulce se soltando dos braços de Christopher-

- Tenha mais respeito com autoridade senhorita.

- Olha aqui Sr. Guardinha que se acha uma autoridade policial, eu e esse energúmeno precisamos terminar a nossa conversa então se o senhor puder escafeder como fumaça ia ajudar.

- Mal humorada. –resmungou o guarda antes de sair-

- Igual a senhora sua mãe depois que viu essa sua cara. –ela debochou e Christopher soltou uma risada elo nariz, atraindo a atenção de Dulce- E você... –ela apontou pra Christopher-

- E eu. –ele abriu um sorriso mais largo-

- Vai terminar sua porcaria de jogo?

 Como resposta o rapaz deu ombros e lhe estendeu a mão. Dulce caminhou devagar e sentiu a corrente elétrica lhe percorrer o corpo ao segurar a mão masculina.

- Em que parte paramos? –ele perguntou-

- Na parte que você me deu um fora.

- Ah, claro! –ele concordou e envolveu o corpo de Dulce com um braço- Pois bem Dulce María, que vejo que você é insuportável, bipolar, propensa a xingar e agredir pessoas, desastrada e completamente fora do normal. Vejo que mesmo que 90% da sua composição sejam de defeitos eu quero muito conhecer e disfrutar dos outros 10%.

- Se você atropelar mais uma mulher na sua vida, por favor passe por cima dela ok?

 Christopher somente sorriu e então palavras não eram mais necessárias. Os lábios do casal se uniram e palmas ecoaram pela rua cheia selando o final de uma história que mal tinha começado.

FIM