Fanfic: Namorada de Aluguel A&D | Tema: Portiñon

Dulce narrando:

Depois daquele fim de semana perfeito, terça - feira quando cheguei em casa reparei um papel diferente ao lado da minha televisão, quando me aproximei pra abrir reparei que era um papel igual aquele daquela carta que recebi antes da viagem. Peguei pra abrir me sentando na cama e percebi que as letras eram da mesma forma, recortes de revista, mas os dizeres eram diferentes embora seguissem a mesma linha.

Na carta dizia: " Vai ficar bancando a otária e acreditando na sua namoradinha até quando??"

Fiquei parada olhando praquilo, afinal o que isso poderia querer dizer?? Estava começando a ficar encucada com aquilo, qual seria o significado daquilo afinal??

Fui desperta daqueles pensamentos com a minha mãe entrando no quarto com umas roupas de cama passadas, ía em direção ao meu armário pra guardar.

- Que foi filha, algum problema? - minha cara não devia estar das melhores olhando praquele papel.

- Não, nada não. - respondi levantando, dobrei aquele papel e guardei na gaveta.

- Hum.

- Vou me arrumar mãe, tem jogo daqui a pouco. - avisei me referindo ao basquete, agora eu não conseguia escapar mesmo de ir rs.

- Tá. Amanhã eu e o Gabriel vamos olhar umas casas pra comprar.

- Comprar?

- É né filha ou você acha que vai dar todo mundo lá na casa dele? Lá só tem dois quartos.

- É, eu sei. É que achei que ía demorar mais.

- Pra que esperar? Rs.

- É verdade.

- Vamos aproveitar que amanhã consegui uma folguinha no trabalho e vamos na hora de almoço dele. Até te chamaria pra ir conosco mas você está na escola na hora que vamos.

- Não tem problema mãe. 

- Mas antes de comprarmos fazemos questão que vocês três vejam. - ela falou se referindo a mim, Carol e meu irmão.

- Tá bom. - respondi sorrindo.

- Bom, vou te deixar se arrumar aí. - ela falou saindo do quarto mas antes de chegar na porta, parou se virando- Ah filha, o Gabriel comentou comigo de novo sobre seus óculos - a olhei- ele quer porque quer fazer aquela operação em você. Eu particularmente também acho que você devia operar.

- Ah...não sei mãe.

- Por que?

- Sei lá, eu tenho medo. Até porque não sei se vou me acostumar direito, eu uso óculos a vida toda.

- E o que tem isso minha filha? Aposto como você vai amar o resultado, vai ficar mais bonita ainda. - ela falou me olhando com um sorriso no rosto.

- Não sei....vou pensar.

- Tá bom então, pensa. Fala com a Anahi também. Bom, vai se arrumar depois você me fala.

- Tá. - respondi e ela saiu, fui me arrumar pra ir pro jogo. Eu já estava em cima da hora.

Era início de temporada por isso o jogo não tinha aquela pressão toda mas mesmo assim era importante, eles ganharam. Foi aquela festa toda, enfim...

Estávamos lá fora conversando encostadas no carro da Anahi. A Paty falava com o Ucker ali do lado mas nada demais porque estava todo mundo ali, na verdade elas estavam esperando os meninos saírem, o Ucker tinha acabado de sair.

Eu estava encostada na Anahi que se apoiava no carro, me abraçando por trás. A Mai, Carol e Chris estavam ali também. Pra falar a verdade eu nem estava prestando muita atenção na conversa, estava meio distraída com a cabeça encostada no ombro dela, foi quando vi a Mel passando. Ela me olhou sem desviar o olhar, me encarando mesmo e com um sorriso quase maquiavélico no rosto, juro que senti até um arrepio, puxei o braço da Anahi que estava na minha cintura pra me abraçar mais. 

- Que foi? - foi a pergunta que ela fez estranhando a minha atitude. Ela sussurrava.

- Nada. - respondi segurando a mão dela na minha cintura, olhei pra Mel e ela continuava a encarar da mesma forma. Não sei se a Anahi viu porque a Mel passou direto depois, não falando com ninguém. Fiquei encucada com aquilo.

- Tá com frio? - Anahi perguntou de novo porque eu não soltava a mão dela.

- Não, só fica assim, por favor. - pedi puxando mais o braço dela. Ouvi ela respirando fundo me apertando entre os braços dela, a Paty se aproximou também agora junto com o Luke e o Ucker, acabei sorrindo da cena rs mas eles voltaram a conversa e eu a me distrair. Aquele olhar da Mel e aquela carta estavam me deixando meio bolada com tudo, tanto que me distraí completamente só fui desperta pela voz do Chris me chamando.

- Hein Dul...Dul??

- Ahm, que foi?

- Tô falando contigo. Tá me ouvindo não?

- Ah desculpa, me distraí aqui. Fala.

- A gente vai sair pra comer, querem ir?

- Quer ir Annie? - me virei pra ela que continuava atrás de mim.

- Se você quiser ir, eu vou.

- Tô muito afim não e nem com fome também. - falei.

- Bom, então a gente vai. - Chris falou- Vamos meninas?

- Vamos. Tchau gente. - as duas falaram, se despedindo da gente em seguida.

- Quer ir embora? - Annie perguntou assim que eles saíram.

- Quero. - me virei pra ela- Fica lá em casa comigo?

- Mas e a sua mãe Dul?

- Não precisa dormir, fica só um pouco lá, por favor. - ela me olhou sorrindo, tocando meu rosto.

- Não precisa pedir por favor, eu fico se não tiver problema...

- Não vai ter. - falei.

- Então vamos.

Chegamos em casa e assim que entrei vi um bilhete em cima da mesa da sala, era da minha mãe. 

- Minha mãe saiu. - falei me virando pra ela com o bilhete na mão.

- E seu irmão?

- Com ela provavelmente, senão ela teria avisado.

- Hum.

- Vem cá comigo. - falei a puxando pro meu quarto, fechei a porta mas não tranquei, continuei a puxando pela mão até a cama.

- Dul...sua mãe..

- Ela não tá aqui e eu não tô fazendo nada.

- Mas ela pode chegar...- tapei a boca dela com um dedo, ela parou de falar e a puxei a abraçando, deitei a cabeça no colo dela. Logo ela levou a mão ao meu cabelo fazendo carinho.

- É tão bom ficar assim com você... - ouvi ela sorrindo, beijando minha cabeça.

- Tá tudo bem Dul?

- Tá, por quê? - levantei a cabeça pra olhá-la.

- Não sei, tô achando você quieta demais. - neguei com a cabeça dando um sorriso pra ela.

- Tudo bem linda. - respondi me encostando nela, apoiando minhas costas nela. Depois de um tempo em silêncio....- Annie...você também acha que eu devia tirar os óculos e fazer essa operação? - virei um pouco a cabeça pra olhá-la.

- O que você acha, você quer?

- Não sei, eu tenho medo, sei lá.

- Medo de que? - como eu estava quase no colo dela, falávamos de forma sussurrada.

- A da cirurgia em si, de não dar certo ou mesmo de eu não me acostumar. Sei lá amor.

- Mas tem perigo?

- Não sei, não conversei com ele sobre isso ainda.

- Então fala com ele. Quanto ao resto, eu acho que certo vai dar e é óbvio que você vai se acostumar Dul, por que não se acostumaria?

- Sei lá rsrs. Então você acha que eu devo fazer? - perguntei a olhando de novo.

- Acho que você tem que fazer o que você quer. Mas é claro que eu ía preferir sem óculos, ele esconde seu rosto.

- Você acha? - estava de frente pro rosto dela agora.

- Acho. - ela respondeu e eu sorri- Fala com ele, se você quiser até vou contigo. - adorei o que ela disse, sorri de novo lhe dando um selinho e em seguida deitei minha cabeça no colo dela de novo. Fiquei mais um tempo em silêncio e lembrei da Mel de novo, resolvi sondar. 

- Annie, você tem falado com a Mel?

- Falado o que?

- Sei lá....falado ué, você não é amiga dela?

- Ahm...sou, mas não, me afastei dela, você sabe.

- Eu sei mas é que... sei lá...

- Por que está perguntando isso?

- Ah, nada não. É que vi ela passando hoje e nem falou com vocês aí estranhei.

- Hum. Nem tinha percebido ela saindo.

- Hum. Mas não aconteceu nada não né?

- Não que eu saiba. Por que?

- Nada não, só pra saber mesmo. - falei dando um sorriso meio amarelo mas ela não viu, eu estava de costas, voltei a ficar quieta de novo e ela também. Ficamos mais um tempo assim até que ela disse que teria que ir porque estava ficando tarde, nos despedimos e ela foi embora. 

Uma semana já havia se passado desde então. Eu havia resolvido fazer a tal operação, conversei com o Gabriel e ele me tranquilizou mas pra operação eu precisava antes passar por uns exames pra ver se estava tudo ok, coisa rotineira, segundo ele. Por isso a cirurgia só poderia acontecer dentro de umas três semanas.

Outra carta daquela chegou falando mais ou menos a mesma coisa, eu não havia falado daquilo pra ninguém mas quanto mais eu pensava naquilo mais eu ficava encucada com aquilo tudo, e claramente aquilo estava afetando nosso namoro, porque volta e meia tínhamos umas briguinhas que talvez antes disso não acontecesse, como essa que estávamos tendo agora no meu quarto.

- E você vai? - perguntei puta.

- Vou. Qual o problema? É só um encontro que aliás fazemos isso sempre.

- Ah sempre Anahi?? Nunca ouvi falar disso!

- Dulce a gente está juntas a alguns meses, por isso você não sabia. Mas sempre fazemos só que não é todo mês. - bufei irritada, pra mim tinha história aí nisso. Encontro do pessoal do treino dela pra se verem? Se vêem todo dia, pra que isso???

- Vocês se vêem todo dia, pra que isso?? Já não basta???

- Sim, mas é diferente né Dul.

- Diferente por que?? O que vocês vão fazer que precisam sair, ir pra um bar, sei lá onde vocês vão!

- Nós vamos pra um bar. Dulce, é só pra encontrar as pessoas, quem já saiu da escola ou mesmo do grupo. - bufei- Cara, não tô entendendo. Qual o problema, afinal???

- Você sozinha num bar com um monte de garotas que eu não conheço, esse é o problema!!

- Você quer ir? Vamos comigo ué.

- Eu não. Não fui convidada. - falei e ela se aproximou de mim tentando me abraçar mas me soltei.

- Não te chamei porque só vai gente do time, sem ninguém de fora. Achei que você não ía querer ir por não conhecer ninguém até porque não vai ninguém de fora. A Paty vai também sem o Luke.

- Não quero saber da Paty, tô falando de você. Minha namorada é você!!

- Tá bom Dulce mas não tem nada a ver. A gente vai só conversar. - nessa hora meu celular começou a tocar- Alô. Oi Paty...aham...tá...passo aí sim, tá, beijos.- assim que ela desligou, se virou pra mim- Era a Paty.

- Eu ouvi. Então você vai mesmo? - ela coçou a nuca, se irritando claramente mas não gritava. 

- Me dá um motivo pra eu não ir. Porque até agora você não falou nada, só tá reclamando porque você nunca soube disso, mas sempre fazemos isso, é a pura verdade. Se não acredita em mim, toma, pega o celular - ela esticou o braço me entregando ele- e liga pra Paty. Ou nela você também não acredita?

- O problema aqui não é Paty!! - falei gritando.

- Qual é então? - ela perguntou se aproximando mas não respondi nada, ficamos nos olhando, as duas exaltadas. Ela tocou no meu braço- Fala Dulce! - ordenou gritando.

- É você Anahi!!! Quem disse que você está me falando a verdade??? - me descontrolei completamente e acabei falando o que eu tava lutando essas semanas pra não deixar transparecer.

- Você está dizendo que não confia em mim, é isso??

- Não sei. - falei e a mão dela que ainda segurava no meu braço afroxou e ela me soltou, ela me olhava como se não acreditasse. Se afastou dando alguns passos pra trás com um sorriso sarcástico no rosto.

- Eu preciso ir. - ela falou pegando a bolsa dela que estava em cima da cama e foi se dirigindo à porta sem nem me olhar mas antes dela chegar lá eu a parei. Me pus entre ela e a porta.

- Eu não vou deixar você sair daqui! A gente está conversando, você vai ficar!

- Pra que se você não acredita em nada do que eu falo mesmo? - a voz dela não era irônica mais, era magoada.

- Ah Anahi vai ficar se fazendo de vítima agora??? Pra cima de mim? Você acha mesmo que pode falar alguma coisa sobre confiância?? Logo você!!

- Se fosse a alguns meses atrás eu te daria razão, realmente. Mas eu mudei, mudei por você, pra você! E você...- ela parou uns segundos me olhando com o dedo apontado pra mim- você está sendo injusta comigo Dulce. Eu apenas vou me encontrar com as minhas amigas.

- Quem me garante isso? - ela continuava a me olhar daquele jeito, como se eu tivesse a ferindo. Demorou alguns segundos pra me responder.

- É...realmente, ninguém te garante já que a minha palavra e nada é o mesmo pra você. Tchau. - ela meio que me empurrou pra chegar até a porta e sair.

Ela foi embora resmungando alguma coisa que eu não entendi, bati a porta irritada. Merda de carta, merda de vida!! Se fosse antes talvez eu até não gostasse mas ía acreditar nela, agora eu não consigo!! Não totalmente, pelo menos.

Tentei me acalmar mas eu não tava conseguindo, minha mãe não estava em casa, ainda bem, se não teria ouvido a discussão! Resolvi sair pra rua pra me acalmar, precisava conversar com alguém, foi aí que me lembrei da Mai e como ela morava ali do lado, fui pra casa dela. Entrei pela entrada independente que estava aberta, ela estava deitada na cama e levou um susto quando ouviu o barulho da porta se abrindo.