Fanfic: Namorada de Aluguel A&D | Tema: Portiñon

Dei o banho na Dul, ela estava mal mas pelo menos não vomitou de novo. Deitou na cama, ou melhor se jogou né, depois que eu botei a roupa de dormir nela.

- Mô, tá muito enjoada? - perguntei deitando ao lado dela de barriga pra baixo, a olhando de frente. Ela só balançou a cabeça dizendo que sim- Vai melhorar tá? - falei tocando no seu rosto, fazendo carinho- Você vai ficar bem aqui?

- Por que, onde você vai? - ela perguntou meio desesperada, me olhando.

- Lá embaixo, pegar um café pra você.

- Ah não amor, não quero. Odeio café.

- Mas tem que tomar Dul, é pra você melhorar. Amanhã você vai me agradecer rs.

- Vou estar morta de dor de cabeça e enjoada do mesmo jeito!

- Pelo menos vai estar menos. Já venho tá? - falei e dei um beijo na sua cabeça.

- Não demora então. - ela falou quando eu já estava em pé.

- Tá. Vê se consegue ficar acordada. - falei mas sabia que ela não conseguiria.

- Tá. - ela respondeu e eu saí do quarto. Desci e estava um clima meio esquisito, todo mundo do lado de dentro e a Mai num canto com o Chris, provavelmente tem a ver com o beijo, mas amanhã eu me preocupo com isso, agora ía cuidar da Dulce.

- E aí Annie, como ela tá? - Carol.

- Tá deitada, dei um banho nela.

- Dormiu? - Paty.

- Não, mas provavelmente vai.

- Ela está sozinha lá? - Carol- Não é bom alguém ficar lá caso ela passe mal de novo?

- Tá. Eu desci pra pegar um café pra ela, é bom né? - falei mais perguntando- Mas realmente.....é bom mesmo.

- É bom sim. - Ucker respondeu.

- Eu vou lá. - Carol falou e subiu pra ficar lá com ela.

- Tá. E alguém sabe fazer café? - perguntei rindo porque eu não sabia mesmo. Todo mundo se entre olhou rindo, a Pri e a Mai estavam cada uma em um canto, não tinham falado nada ainda.

- Sei lá, a gente pode tentar. - a Paty falou rindo indo pra cozinha junto comigo.

- Mas vocês sabem fazer? - Rafa perg vindo atrás também.

- Vamos tentar. - respondi olhando pra eles, a porta da cozinha estava aberta então dava pra ver tudo, da onde eles estavam.

- Coitada. A menina já tá passando mal, ainda vão dar café estragado pra ela. - Chris veio rindo de lá de dentro. Eu olhei de relance pra dentro porque eles tinham tomada a rédea de tudo, vi minha prima olhando pra Mai que fingiu que não viu.

- Deixa eu faço. - Mai se levantou vindo pra perto de nós- Pode deixar.

- Você sabe? - perguntei.

- Sei. - ela respondeu meio seca e começou a fazer, ouvi a Pri bufando e indo lá pra fora.

- Bom, vou lá ver como é que tá. Depois vocês levam lá? - pedi e a Mai disse que sim, então subi- Oi e aí? - perguntei ao abrir a porta.

- Dormiu. - Carol respondeu sentada na beira da cama.

- Imaginei. - me aproximei da cama e agachei perto dela, passando a mão na cabeça dela.

- E o café? - Carol.

- A Mai está fazendo, vai trazer depois.

- Ah tá. - ela respondeu concordando com a cabeça, ficamos em silêncio e ela bocejou.

- Com sono? - sentei-me atrás da cabeça da Dul, na cama.

- Um pouquinho.

- Se quiser deitar Carol....

- Não, eu espero. - ía responder mas a Mai abriu a porta com o café, ela e o Ucker.

- Aqui. - ela se aproximou com a xícara.

- Dormiu é? - Ucker.

- Aham. - respondi e me virei pra ela pra acordá-la, foi difícil mas ela acordou só que ficou enrolando a beça pra tomar- Gente, se quiserem descer, podem ir lá.

- Não quer ajuda? - Mai.

- Não, tá tranquilo. - respondi e eles se despediram e desceram- Amor toma mais um pouco vai? - pedi. Ela estava com a cabeça encostada na parede, sentada, de olhos fechados.

- Tô com sono, não quero. - ficamos nessa por um tempo até ela beber um pouco e eu desistir.

- Amor vou lá embaixo rapidinho tá? Já venho. - ela só acentiu e virou pro lado.

Desci porque eu queria levar aquele café e falar que ía ficar lá com ela. 

* Lá embaixo enquanto as duas estavam lá em cima.

Mai num determinado momento resolveu ir lá pra fora pegar um ar, estava se sentindo sufocada mas quando saiu viu Priscila lá fora fumando. Ía sair no mesmo momento sem ela ver mas acabou fazendo barulho e Priscila se virou, os olhares se cruzaram e Mai saiu quase correndo de lá mas Priscila a chamou.

- Mai. Vamos conversar? - ela não se virou mas parou, ficou de costas- Por favor. Olha desculpa...- então ela se virou.

- Por que você fez aquilo? Você não tinha direito e..

- Eu sei, eu sei. - respondeu e se aproximou dela fazendo Mai recuar o mesmo tanto- Pára, não faz isso. Não precisa ficar assim, eu não vou fazer nada que você não queira. - Mai a olhou e deu uma risada sarcástica, Pri olhou pra baixo.

- Me esquece cara! - ela deu alguns passos pra se afastar dela e Priscila não aguentou, afinal estava se sentindo mal com tudo mas Mai a estava tratando como se ela tivesse feito um mal terrível a ela, tudo bem ela não querer mas não precisava ser assim.

- Quer saber? Eu pensei melhor de você!

- Como é que é?? - Mai se virou atônita pela acusação, não esperava esse tom dela.

- É mesmo. Você está agindo assim comigo por quê? Já pedi desculpas pelo que eu fiz, me deixei levar sei lá. Desculpa! Me perdoa cara! Mas também não é pra tanto, se você não quer eu me afasto mas não vem agir como se eu tivesse te causado um grande mal!

- Não é pra tanto??

- Você me beijou também Maite! Eu estava lá, eu senti. Senti o mesmo que você.

- Não tem nada pra sentir Priscila! Tchau! - ela saiu de lá irritada e Priscila ficou lá irritada também.  

Quando cheguei lá embaixo estavam todos menos minha prima lá.

- Bebeu? - Mai perguntou ao me ver descendo.

- Mais ou menos. Gente, eu vou ficar lá com ela mas vocês podem continuar a festa.

- Fica tranquila amiga, relaxa lá. - Paty.

- Sabe onde tem as coisas né? - perguntei pra ela- Você sabe também Pri. - falei quando a vi entrando.

- Sei, claro. - Paty respondeu e Pri concordou com a cabeça.

- Até porque acho que está quase todo mundo morto rs. - Carol.

- Vão querer dormir já então?

- Eu acho que vou. Vamos amor? - Paty perguntou ao Ucker.

- Vamos.

- Bom, vocês que sabem. Eu vou subir, até dormiria nos meus pais mas não vou fazer a Dul levantar agora. Rafa se incomoda de dormir lá?

- Não, tranquilo. - ele falou.

- Paty e o Ucker podem ficar no quarto de hóspedes, agora só sobra mais um quarto o que a Pri está pra vocês três... - falei olhando pra elas meio sem jeito mas eu ía fazer o que? Os outros eram casais, não dava pra juntar.

- Elas podem ficar no meu quarto, eu durmo na sala, no sofá. É grande o suficiente pra mim. - Pri.

- Não precisa Priscila, o quarto é seu. Eu durmo na sala. - Mai falou e ficou aquele clima.

- Eu já disse que durmo na sala. - a gente só olhava elas naquela briguinha, ninguém falava nada, até que o Chris resolveu.

- Ai gente por que essa palhaçada? Dorme todo mundo no quarto ué. - Chris.

- Por mim....- Pri deu de ombros.

- Tudo bem então. - Mai.

- Ótimo, já que está tudo resolvido eu vou dormir porque tô com sono! - Chris- Vamos amor?

- Aham, vamos. - Rafa respondeu e eles subiram.

- Bom tem um colchão lá no armário, você sabe né Pri? - falei com ela que confirmou com a cabeça- Beleza então.

Resolvido tudo e subi junto com o Rafa e o Chris, os outros ficaram. Entrei e ela devia estar dormindo pelo silêncio do quarto, troquei de roupa e em seguida me enfiei embaixo das cobertas com ela. Ela se remexeu e acordou porque falou.

- Você vai ficar aqui?

- É claro. - respondi e a abracei.

- Acabei com a sua festa né, amor?

- A minha festa tá aqui. - dei um beijo na nuca.

- Eu passando mal é a sua festa? - ela sorriu mas logo parou gemendo de dor.

- Não. A minha festa é estar com você, independente de como. - dei mais vários beijos no pescoço a apertando mais.

- Te amo.... - ela falou virando só o rosto pra mim.

- Também. - dei um selinho e em seguida ela sorriu- Agora vê se você consegue dormir, pra ver se melhora.

- Tô muito enjoada.

- Eu sei amor, mas vai passar tá.... Eu vou ficar aqui. - dei um beijo na cabeça e fiquei lá deitada com, quietinha. Ela pegou no sono rápido mas eu acabei apagando também, afinal já era quase umas cinco da manhã. 

* Lá embaixo....

- Gente, vamos dormir, vocês vão ficar aí? - Paty perguntou pras três. Carol olhou pras duas de relance, já sabia o que tinha acontecido, Priscila tinha lhe contado.

- Vou também. - ela respondeu logo pra não ter que ficar ali sozinha com elas.

- Também. - Mai logo se levantou quando viu que todo mundo iria e ela ficaria ali com Priscila sozinha.

- Boa noite então. - Paty e Ucker disseram, se despediram todos e subiram, só Priscila ficou ali na sala.

* Lá em cima Carol pegou o colchão e disse que ía tomar banho, Mai resolveu fazer o mesmo só que no outro banheiro, do corredor. Carol até pensou em perguntou algo mas desistiu, estava cansada e sabia que Mai não estava pra conversa.

Foi tomar seu banho e quando voltou nada de Mai ou Priscila aparecerem, resolveu deitar-se no colchão pra não dar problema e deixaria as duas se resolverem, ficou esperando mas acabou pegando no sono, estava mega cansada.

Depois de um bom tempo Mai voltou do banheiro e viu só a cama pra elas mas Priscila não estava ali, a princípio ficou preocupada dela aparecer mas depois resolveu deitar e qualquer coisa fingiria que estava dormindo quando ela viesse, Carol pelo visto estava dormindo. Ela tentou pôr a cabela no travesseiro e dormir mas não estava conseguindo, a lembraça do beijo vinha a sua cabeça e estava a incomodando e mexendo com ela, causando sensações desconhecidas. Às vezes boas outras de revolta, mas pra ela era um absurdo Priscila a ter beijado apesar de no fundo ela saber que também correspondeu. Ficou nessa agonia por um bom tempo até que acabou sendo vencida pelo cansaço e dormiu. 

* Priscila estava lá na sala, deitada no sofá e tentando entender tudo. Tentando entender onde foi que ela cedeu, não era pra ter acontecido e muito menos assim, afinal a menina é hétero, deveria ter sido com mais jeito e nunca bêbada do jeito que ela estava. Mas a vontade falou mais alto, ela já estava há uns dias tentando resistir e acabou fraquejando sendo ajudada pelo álcool também, mas de qualquer forma nunca esperava uma reação daquela de Mai, isso a tinha magoado também, a forma como ela agiu.

A casa estava no maior silêncio, foi lá fora fechar as janelas e percebeu o céu clareando um pouco. Suspirou e por mais que ali não tivesse o mais confortável e apesar dela sentir um pouco de frio resolveu ficar por ali mesmo, não iria forçar sua presença e deitar na mesma cama que ela, porque pelo pouco que conhece Carol tinha certeza que ela tinha pego o colchão, foi pensando nisso que ela adormeceu.

Só não soube por quanto tempo pois sentiu um toque no rosto, abriu os olhos devagar e viu Mai agachada ao seu lado, chegou até a achar que estava sonhando.

- Mai?

- Acorda, vem dormir direito, vem. - se levantou estendendo a mão pra ela. Priscila ficou tão surpresa que nada disse então Mai fez o gesto de "vem" com a mão de novo.

- Você não dormiu? - Pri perguntou se sentando.

- Um pouco mas não te vi na cama e vim te procurar. Vem, vamos lá. - ela andou um pouco esperando que Priscila a seguisse.

- Não precisa, eu fico aqui.

- Pára de bobeira Priscila. Somos duas adultas. Que mal há em dormirmos na mesma cama?

- Mas eu pensei que.....

- Vem que você deve estar cheia de dor aí. - Priscila a seguiu.

- A Carol dormiu? - perguntou.

- Aham. Acho que todo mundo dormiu já, só nós que estamos acordadas.

- O sol está nascendo já né?

- Verdade. - Mai respondeu e estavam subindo, no primeiro degrau da escada quando Mai se tocou da luz da sala acesa- Tem que apagar a luz né? - ela falou isso e se virou ao mesmo tempo que Priscila esticou o braço pra apagar a luz, as duas se encontraram por causa da virada que Mai deu, Prisicila a segurou pela cintura pra ela não cair no que bateu nela.

* A casa estava escura, só a luz do corredor lá de cima iluminava. As duas ficaram se olhando, estavam muito perto, Priscila desceu o olhar pra boca dela subindo em seguida e encontrando seu olhar, desceu de novo e viu Mai olhando pra sua boca também. Respirou fundo chegando o rosto mais perto (se é que era possível rs), pode sentir a respiração da outra acelerada também, olhou mais uma vez pro seu rosto, Mai não a olhava mas não saía também nem nada dizia. Priscila encostou os narizes e sussurrou próximo a sua boca.

- Eu não vou parar Mai, não se você não pedir. Só vou parar se me obrigar...

* Mai não falou nada e Priscila não se segurou, elas se beijaram. Selou os lábios a princípio mas depois ela segurou Maite pelo pescoço com uma mão enquanto a outra a mantinha perto pela cintura, o beijo foi acelerando e acelerando mas Mai se mantinha imóvel, sem tocá-la, sem saber o que fazer, deixava a outra guiar mas estava tão sem fôlego quanto ela.

Se separaram com um leve empurrão da morena no fim do beijo, tanto que seus corpos se separaram um pouco. Dessa vez Priscila também não falou nada e não pediu desculpas, sabia que ela a tinha beijado também e com vontade senão poderia ter parado, afinal ela lhe deu essa oportunidade.

- Vou subir. - foi a única coisa que Mai disse, Priscila acentiu e subiu logo em seguida que recuperou o ar. Assim que entrou viu Mai já deitada, se deitou também o mais afastada que pode virada pro outro lado, se cobriu com o travesseiro em seu rosto pra evitar a tentação e viu o sol nascer ainda antes de conseguir pregar o olho novamente.