Fanfic: Namorada de Aluguel A&D | Tema: Portiñon

* Mai passou o sábado inteiro numa luta interna, falava ou não falava com Priscila, queria mas estava sem jeito. E se ela tivesse falado aquilo de vê-la por falar?? Ficou se remoendo com isso, mais no final da tarde resolveu mandar uma mensagem pois achou que assim ficava no meio termo.

msg: Já cheguei Pri, bjs.

* Esperou um pouco pra ver se ela respondia mas nada, resolveu então ir desfazer a mala e foi aí que notou a falta de um biquíni seu, resolveu ligar pra Carol, quem sabe não tinha ído na mala dela.

Carol tinha desligado a pouco com Anahi quando recebeu a ligação da amiga.

- Oi amiga.

- Oi Carol. Nossa, que voz. Tá tudo bem?

- Aham, quer dizer, mais ou menos.

- Por que, o que houve?

- Ah, tá maior confusão aqui em casa, a Dulce e a Anahi terminaram. Aí você pode imaginar né...- é claro que Carol estava preocupada com Dulce mas a voz dela não era só por isso, era por Julia também.

- Mas o que aconteceu agora?

- Não sei, a Dulce não quer falar.

- Nossa, ela deve estar mal hein. Vou ver se amanhã vou aí falar com ela.

- Vem sim, ela vai precisar.

- É...

- Mas você me ligou pra alguma coisa?

- Ah sim, é que não tô achando meu biquini, por acaso não foi na sua mala não?

- Nem vi Mai, pra te falar a verdade nem desfiz a mala ainda, ontem cheguei cansada e hoje foi essa história aí mas pode deixar que depois eu vejo e te falo.

- Tá, valeu.

- Tranquilo. Mas e você, tudo bem?

- Uhum.

- Falou com a Priscila?

- Rs....mandei uma mensagem.

- E ela?

- Não respondeu.

- Ainda! - Carol frizou.

- Rs, não sei. Mas enfim, te liguei só pra saber do biquíni mesmo, depois a gente se fala.

- Tá, eu vou lá tentar falar com a Dulce mais uma vez.

- Manda um beijo pra ela.

- Tudo bem, beijos amiga. Qualquer coisa me liga, quero saber os detalhes hahah.

- Rsrs, tá. Beijo. - as duas desligaram e Carol foi mais uma vez lá tentar falar com Dulce.

* Mai desistiu de procurar pelo biquíni e foi ver um pouco de televisão, um tempo depois recebeu uma ligação, era Priscila.

- Alô.
- Oi. Chegou né?
- Aham, ontem mas cheguei muito cansada, fui deitar um pouco.
- Ahm. Só vi a mensagem agora, estava esperando você me ligar. Não ligou por quê?
- Ah sei lá, achei que você poderia estar ocupada, não queria atrapalhar.
- Você não atrapalha.
- Ah não? - Mai perguntou e sorriu.
- Não. - as duas sorriram.
- E você está aonde?
- Tô aqui ainda, não cheguei ainda.
- Ah tá, pensei que já tivesse aqui. - Mai falou num tom meio decepcionado.
- Chego amanhã.
- Ah tá.
- E quando eu vou te ver? - Priscila perguntou na lata.
- Não sei ué, a gente marca.
- Pode ser amanhã mesmo, mais tarde?
- Já? Mas você chega que horas?
- De tarde. Podemos sair a noite, o que você acha?
- Tá. - Mai respondi e Priscila abriu um sorriso.
- Que bom. 
- Quer sair pra onde?
- Você que sabe, pode escolher.
- Tá. 
- Mai, agora eu tenho que desligar, tenho que terminar de arrumar umas coisas ainda.
- Tudo bem, beijos.

- Beijo, tchau. - desligaram. Mai ficou ao mesmo tempo feliz e ansiosa por não saber mesmo o que esperar desse encontro. Priscila por outro lado estava radiante, tinha termiando com Luisa e estava mais que anisosa pra ver a morena. 

Dulce narrando:

Eu não sei nem como mas eu consegui chegar em casa pouco tempo depois dela ter me deixado naquela praia, eu estava completamente devastada! Entrei em casa passando direto por todos, era sábado e o Gabriel estava em casa, ele e minha mãe estavam na sala quando eu passei, ouvi minha mãe chamando mas passei direto, não tinha condições de ficar ali ou mesmo de falar com qualquer um que fosse.
Me tranquei no quarto, me joguei na cama e chorei, chorei tanto que achei que ía desidratar e passar mal, doía mas doía muito, mais que da outra vez porque dessa vez ela falou: " eu não quero mais" Aquilo estava me matando! Parecia que estava acontecendo tudo de uma vez só, a carta da faculdade, aquela outra carta e agora a Anahi terminando comigo.
Fiquei muito tempo trancada naquele quarto ignorando todas as batidas na porta até que a Carol bateu pela milésima vez sei lá, eu estava pronta pra mais uma vez ignorar quando....

- Dul, abre. Dulce!! Falei com a Anahi, eu já sei de tudo. - quando ela falou isso eu paralisei- Tá bom então, vou ficar aqui até você abrir a porta. - eu sabia que ela era louca o suficiente pra isso, levantei pra abrir, pra ver se assim depois ela me deixava em paz- Oi. - ela falou assim que abri a porta e eu franzi os olhos pela luminosidade- Como você tá?
- Ótima, não tá vendo?
- Vamos conversar, deixa eu entrar. - ela apoiou a mão na porta querendo abrir mas não deixei, segurei.
- Não quero Carol, me deixa.
- Vai ficar trancada no quarto o dia inteiro? Sua mãe está preocupada.
- Fala pra ela que eu tô bem.
- Ah tá, tô vendo como você está bem. - agora quem foi irônica foi ela. Não respondi nada, fiz força pra fechar a porta mas agora quem impediu foi ela- Dulce, pára com isso. Vamos conversar, você ficar aí vai adiantar de que? Vai atrás dela meu Deus, pára de sofrer!
- A Anahi não me quer mais.
- Que não quer Dulce? Pára com isso.
- Não quer, ela falou. - fiz o movimento de fechar a porta e dessa vez ela não fez força contra.
- Dul...
- Tchau Carol. - fechei a porta e voltei pra minha cama.

O mundo devia estar acabando mesmo, Anahi falando com a Carol! Eu sei que o meu acabou no momento que a Anahi pronunciou aquelas palavras: " Agora quem não quer mais sou eu" e me deixou ali na praia! Voltei a fazer o que eu fiz hoje o dia inteiro, chorar!

Depois eu acabei cochilando, não sei que horas, sei que era de manhã já. 

* Carol com essa confusão toda acabou esquecendo mesmo de falar com Julia, quando percebeu já estava muito tarde, resolveu não ligar com medo dela estar dormindo mas mesmo assim antes de dormir mandou uma mensagem de boa noite.

Acordou no domingo tarde e a primeira coisa que fez foi checar o celular, pra ver se tinha alguma mensagem ou ligação de Julia, mas não tinha nada, estranhou. Se assustou com a hora que acordou também, já passava de meio-dia, resolveu descer e comer alguma coisa, queria ver como Dulce estava também.

Ela desceu e estava maior algazarra lá embaixo, seu pai brincando com Bernardo, os dois e Fátima tomavam café, não viu Dulce por ali.

- Bom dia gente, quer dizer boa tarde né. - comentou rindo enquanto se dirigia pra mesa, pra perto deles.

- Bom dia! - o pai e Fátima respondeu.

- Senta aqui Carol. - Fátima.

- Oi Cah. - Bê falou.

- Oi pequeno. - ela fez um carinho no cabelo dele ao sentar-se.

- Vocês estão comendo ainda? - ela perguntou por estranhar, pela hora.

- Já acabamos mas come aí, filha.

- Nossa, eu dormi demais..

- Estava cansada?

- Nem tanto..- deu de ombros- só dormi mesmo. E a Dul, cadê, não acordou ainda não?

- Não sei, eu sei que ela não saiu daquele quarto. - mãe dela falou- Tô ficando preocupada já.

- Calma amor, não é nada pra se preocupar, todo mundo passa por isso uma vez na vida. - Gabriel.

- Eu sei mas é que fico preocupada, você viu como foi da outra vez.

- Por isso mesmo que eu digo, já aconteceu uma vez e ela está aí. - ele falou e ela não disse mais nada mas estava preocupada com a filha, Carol tbm estava mas não quiz dizer nada pra não botar mais lenha na fogueira. Ficou na dela terminando de comer, um tempo depois Dulce desceu as escadas, estava com uma cara nada boa, abatida.

- Oi filha. - Fátima foi a primeira a falar.

- Oi. - Dulce resp secamente passando direto pra cozinha.

- Dú. - parou na porta da cozinha porque ouviu o irmão chamando, se virou pra ele- Vem vê. - ele chamou com a mãozinha apontando pra televisão que ele estava assistindo.

- Agora não tá? Outro dia eu vejo com você, tá bom? - ele fez que sim com a cabecinha, entendendo, voltou a ver seu desenho. Ela foi até a cozinha e voltou com um copo na mão, quando passou pela sala sua mãe falou.

- Vem comer filha, senta aqui com a gente. - Gabriel e ela apesar de já terem comido ainda estavam sentados à mesa junto com Carol.

- Tô com fome não mãe. - ela estava apenas bebendo a água.

- Como não está com fome filha? Impossível. Ontem você praticamente não comeu nada.

- Mas eu não tô.

- Mas tem que comer filha, desse jeito você vai passar mal.

- Quando eu passar mal eu como então.

- Dul..- Carol começou a falar mas ela a interrompeu.

- Ah não Carol, você também não né!

- Eu só tô falando porque você ficou o dia todo de ontem sem comer e isso não vai adiantar de nada, senta e come. Até porque não é ficando assim que você vai trazer ela de volta. - quando Dulce ouviu isso seus olhos encheram de lágrimas, ela olhou pro lado e falou.

- Tchau.

- Não filha, vem cá. - Fátima se levantou indo até ela- Come vai, por favor.

- Já disse que não quero mãe, quando eu quiser eu como ou então quando eu passar mal como você mesma disse.

- Pára de loucura Dulce! Até parece que eu vou deixar você passar mal, vem logo. - ela tentou puxar Dulce que tirou o braço.

- Não mãe, eu não quero.

- Mas vai. Anda, ou você quer que eu peça ao Gabriel pra te levar pro hospital e pôr soro na sua veia?

- Ah manhê, deixa de drama né! Eu já sou adulta, não preciso de babá! Não quero comer, quando quiser eu como, já disse! - ela falou e deixou a sala.

- Dulce!! - a mãe ainda tentou chamá-la mas ela nem deu ouvidos, continuou subindo as escadas, quem interveio agora foi Gabriel.

- Deixa amor, vem cá. - ele chamou e ela sentou com ele de novo- Deixa ela, como ela disse ela já é adulta o suficiente pra saber o que está fazendo, quando ela quiser ela vem.

- Mas eu fico preocupada Gabriel, ela não pode ficar assim sem comer. Não está certo isso.

- Eu sei amor - ele pegou na mão dela, fazendo carinho- mas calma, não vai acontecer nada, ela deve estar só querendo ficar sozinha, deixa ela.

- Não consigo, eu me preocupo.

- Deixa Fátima, eu vou lá falar com ela. - Carol disse se levantando.

- Vai lá então, qualquer coisa me chama. - Fátima.

- Pode deixar. - Carol a resp e foi em direção as escadas, deu uma acelerada nos passos pra pegar ela antes de chegar no quarto, Dulce ouviu os passos e sabia que só podia ser ela, então falou sem nem mesmo a olhar. 

- Nem vem Carol. - mas Carol não deu ouvidos a ela.

- Sua mãe está preocupada Dulce. - elas conversavam andando, Dulce na frente e Carol atrás- Por que você não me fala o que está acontecendo?

- Porque você já sabe, falou com a Anahi. - Dulce entrou no quarto e Carol foi atrás.

- Tá, mas eu quero saber como é que você está.

- O que você acha? - Dulce a olhou antes de deitar na cama. O quarto estava um breu, maior bagunça, cheio de coisas jogadas pelo chão.

- Me conta o que aconteceu.

- Por que você não liga pra Anahi e ela te conta, afinal viraram amiguinhas agora né? - Dulce falou num tom irônico e debochado.

- Não virei amiguinha de ninguém mas sua mãe estava preocupada contigo, aliás todo mundo está e você não saía desse quarto e não falava com a gente, por isso que eu liguei pra ela, pra ver se ela me falava alguma coisa. Por que, qual o problema deu falar com a Anahi?

- Nenhum ué, você pode falar com quem quiser.

- Ah bom, porque não teria nada a ver se você tivesse com ciúme disso né.

- Não estou com ciúme de nada.

- Você deveria parar de sentir pena de você mesma, sabia?

- Não tô com pena de mim! Ai Carol, me deixa cara, que saco! Só quero ficar aqui sozinha, é muito difícil isso??

- Pra que? Pra chorar mais um pouco e ficar se remoendo aí como você está fazendo desde ontem? - Dulce bufou virando o rosto- Por que você não vai atrás dela?? Pára de ficar trancada aqui dentro, tem uma vida lá fora sabia?? Vai viver, vai atrás dela, pelo amor de Deus.

- Porque ela não quer.

- Ah Dulce!

- Não quer mesmo, ela falou. Ela não me quer mais.

- E você vai ficar aí assim por causa disso??

- Aham. - Dulce respondeu se virando na cama, ficando de bruços- Fecha a porta quando sair. Depois dessa Carol se irritou e desistiu.

- Quer saber Dulce? Desisto. Quer ficar aí sentindo pena de você mesma? Fica. Tchau. - ela saiu batendo a porta, desceu e Fátima foi logo perguntando.

- E aí?

- E aí que ela não quer falar, está lá deitada de novo. Você acredita que ela ficou irritadinha comigo só porque eu liguei pra Anahi pra perguntar o que tinha acontecido? - Carol estava meio chateada.

- Vocês brigaram? - Gabriel.

- Não, mas eu desisto, parece que ela quer ficar assim. Não sei mais o que dizer.

- Mas o que aconteceu afinal? - Fátima.

- Não sei, ela não quer dizer. - Carol falou e deu de ombros, Bernardo estava ali ao lado e ouvia tudo.

- Mamãe, cadê a Dú? - ele perguntou vindo pra perto dela.

- Tá no quarto meu filho, está dormindo.

- Ela tá dodói?

- Não amor, ela está só um pouco cansadinha mas daqui a pouco ela vem aqui ficar com a gente tá? - falou com ele tentando explicar.

- Queria bincá. - falou todo tristinho.

- Eu brinco com você, pode ser eu? - Carol.

- Pode. - ele abriu maior sorrisão- Vem cá. - puxou ela com a mão e Fátima a olhou sorrindo, agradecendo. Bernardo a puxou pra um canto lá onde tinha seus brinquedos.  

Anahi narrando:

No dia seguinte, domingo, fui com meu pai buscar a Pri no aeroporto, minha mãe ficou em casa, diz ela que organizando o almoço. O Rafa e o Chris iriam almoçar conosco. Voltamos no carro conversando e quando chegamos os dois já estavam lá.

Meu pai disse que tinha que resolver um negócio do trabalho e minha mãe estava ajudando lá com o almoço, então ficou só nós quatro na sala conversando.

- Eu achei que a Dulce estaria aqui. - Chris começou o assunto que eu não queria falar.

- Eu também. - Rafa.

- Não. - respondi apenas, foi meio grossa a maneira que eu falei tanto que eles me olharam.

- Aconteceu alguma coisa? - Chris perguntou nos olhando. Ele estava sentado num sofá com o Rafa ao lado do meu, Priscila estava ao meu lado e estávamos todos perto.

- A gente terminou. - falei olhando pra baixo.

- Ah Annie, vocês terminam mas ficam se pegando toda hora. - Chris falou rindo e todos riram junto com ele.

- Dessa vez é sério, acabou mesmo. - falei séria e eles me olharam- Eu terminei, ontem.

- Tá falando sério? - Chris. Ele estava sério agora também. Eu apenas confirmei com a cabeça- Eu não estava sabendo de nada, você sabia? - perguntou olhando pro meu primo.

- Não. - Rafa.

- Nem eu. - Priscila.

- Ninguém sabia, só a Paty porque eu contei.

- E por que você não falou nada? - Chris perguntou e eu dei de ombros- E ela como está?

- Eu não sei mas ontem a Carol me ligou..

- A Carol te ligou? - Priscila me interrompeu me olhando surpresa.

- Aham.

- Tô bobo gente, cheio de novidade e eu não sabendo de nada. - Chris.

- Mas e então Annie, o que ela falou? - Rafa.

- Disse que a Dulce estava o dia todo trancada no quarto e não tinha falado com ninguém.

- Nem a Carol sabia? - Pri.

- Não.

- Então a coisa deve ter sido séria mesmo hein. - Chris- Vou ver se eu passo lá pra falar com ela e ver como ela está.

- É bom mesmo. - falei porque eu estava preocupada com ela.

- E como você tá? - Pri.

- Indo. - dei de ombros- Aprendendo a viver sem ela. - suspirei ao falar.

- Vocês vão acabar voltando... - Rafa falou sorrindo e com uma confiância na voz que eu não tinha mais.

- Vão. - Chris.

- Não, dessa vez não, agora é serio porque eu não quero mais do jeito que tá. Ou a gente volta a namorar ou eu não quero mais esse negócio de ficar num dia e no outro fingir que nem se conhece.

- Isso é foda mesmo! - Pri.

- Pois é, não quero mais. E como eu tô achando que ela não vai voltar, tô seguindo a minha vida, cansei de esperar.

- É foda mesmo mas eu te entendo. - Chris.

- É. E qualquer coisa pode contar comigo, não fica assim não. - Pri me abraçou ao falar.

- Com a gente também. - o Chris falou e o Rafa fez um carinho na minha mão porque ele estava mais longe.

- Brigada gente mas vamos mudar de assunto né? Não quero mais falar disso. - pedi porque esse assunti me fazia mal ainda- Fala aí prima, como estão as coisas, as novidades?

- Ah, novidade não tem ainda, vai começar a ter apartir de hoje.

- Ué, por que? - perguntei.

- Porque agora que vai começar tudo né? Vida nova, cidade nova, emprego novo....

- Uma morena aí também né...- Rafa falou brincando, se referindo a Mai e nós rimos, inclusive ela.

- Aí eu ainda não sei...

- Ué por que? - Chris.

- Ah sei lá Chris, não sei se ela quer, o que vai acontecer daqui pra frente...

- Já te falei, vai com calma que tudo vai dar certo. - eu disse e ela sorriu.

- Mas e quanto a morar, já sabe onde? Vai ficar aqui mesmo? - Rafa.

- Vou ficar aqui só até achar alguma coisa mas eu pretendo que seja logo.

- Por que você não mora lá com o seu irmão? - Chris.

- Eu já ofereci, ela não quer. - Rafa.

- Por que? - perguntei.

- Ai gente não é por nada não mas eu tô querendo morar sozinha, fora que vocês estão praticamente morando juntos lá, não quero atrapalhar.

- Ahh Priscila, até parece! Você não vai atrapalhar nada. - Rafa.

- Pois é, claro que não. - Chris.

- Mas eu prefiro um lugar só meu, vai dar pra alugar tranquilo com o salário que vou receber.

- Ah gente ela está querendo morar sozinha pra levar as mulherzinhas dela pra lá, deixa ela. - falei zoando e todos riram.

- Que mulherzinha o que? Eu sou uma pessoa muito séria tá. - falou rindo.

- Ah é, esqueci que agora você quer namorar né. - zoei ela mais uma vez, arrancando risada de todos. Ela só me olhou negando com a cabeça mas ria também.

- E aí gente, vamos almoçar? Tá na mesa. - meu pai.

Fomos almoçar, meus pais quiserem saber tudo também dela, de como seria e tal, ficamos um bom tempo lá conversando depois do almoço. Mais tarde o Rafa e o Chris foram embora e eu fiquei lá com a Pri, ela estava conseguindo me distrair, o que foi bom mas depois ela disse que ía descansar um pouco da viagem e fui pro meu quarto e fiquei lá pensando mais um pouco na Dulce, era só o que eu fazia mesmo. 

Mais a noite ela bateu no meu quarto dizendo que ía sair e perguntou se eu podia emprestar o carro, emprestei e ela desceu. Aproveitei que a casa estava vazia e fui atrás do meu pai, queria saber se ele tinha conversado algo com a minha mãe.

- Oi pai. - ele estava vendo televisão quando desci, minha mãe não estava ali.

- Oi filha. - ele abaixou o volume da televisão quando me viu.

- E aí, falou com ela? - perguntei me sentando ao lado dele no sofá.

- Sobre a viagem?

- É.

- Falei.

- Ela não quer deixar né? - perguntei porque pela cara dele....

- Ela está preocupada filha, aliás eu também. - suspirei revirando os olhos- Ah não faz essa cara, somos seus pais, temos o direito de nos preocupar.

- Não vai acontecer nada pai, eu já tenho mais de dezoito anos, sei me cuidar.

- Eu sei disso tudo mas pra gente você vai ser nosso bebê pra sempre. - abaixei a cabeça porque eu precisava muito sair daqui- Olha, vem cá, me conta direito essa história que você falou ontem que precisa sair daqui pra espairecer, disse q aconteceu alguma coisa, me diz o que é.

- Ah pai, é coisa minha. - me esquivei do olhar dela.

- Não pode contar pro seu pai? - o olhei- É algum garoto? - quando ele perguntou isso me deu vontade de rir, garoto? Rsrs. Mas não fiz, o respondi.

- É, mais ou menos isso.

- E você gosta dele?

- Aham.

- E você acha que saindo daqui vai melhorar as coisas?

- Tenho que tentar né pai. Fora que não é só isso, vai ser uma experiência legal, eu sempre quiz morar fora e Londres é muito bom.

- É, eu sei disso. - ele me olhou, suspirou em seguida- Olha Anahi, se eu concordar com isso vai ter que ser do meu jeito hein!

- Então você vai deixar eu ir? - perguntei abrindo um sorriso.

- Eu vou ver mas olha só: você vai ter que ligar pra gente sempre e se você cometer algum deslize que seja, você volta ouviu?

- Ai pai, brigada! - pulei no pescoço dele o beijando no rosto.

- Eu só tô fazendo isso porque sei que você mudou, está mais responsável, tô confiando em você mas se...SE qualquer coisinha acontecer você volta ouviu??

- Ouvi, brigada. - eu estava pseudo feliz, dentro do possível. Mas era até cômico ver como todo mundo percebia minha mudança menos quem mais me importava.....mas fazer o que, é a vida....

- Tá, eu vou conversar com sua mãe de novo e ver umas coisas aí. Tenho amigos em Londres e vou ver direitinho isso aí pra você e depois te aviso, pode deixar que eu cuido de tudo. Passaporte....passagem...essas coisas.

- Muito obrigada paizinho.

- De nada.

- Ah, mas continua sendo segredo tá? Por favor. Não quero que ninguém saiba.

- Você pretende viajar sem avisar a ninguém?

- Não sei ainda mas deixa assim por enquanto.

- Tudo bem. Bom, agora eu combinei de ir no cinema com a sua mãe mas quando voltarmos eu prometo que converso com ela.

- Tá.

- Fica bem minha filha. - me deu um beijo na bochecha- Agora vou lá apressar ela senão daqui a pouco vamos perder a hora desse cinema e nada dela descer.

- Tá. - respondi e ele se levantou subindo.

Fiquei feliz com isso mas aos poucos meu sorriso foi morrendo quando eu me lembrei de tudo e quando pensei que em alguns dias pode ser relamente o fim de tudo. Respirei fundo me levantando....

Tinha que ser assim agora Anahi. Falei comigo mesma pra me convencer.

Resolvi subir pro meu quarto, a Paty me ligou mais tarde querendo saber como eu estava, conversamos um pouco e depois fiquei lá até a hora de me dar sono e eu conseguir dormir.