Fanfic: Namorada de Aluguel A&D | Tema: Portiñon

Dulce narrando:

Eu estava me preparando pra me levantar da cama, pra almoçar quando sinto meu celular vibrando. Peguei pra ver, imaginei que fosse mensagem porque não ficou tocando. Quando peguei, percebi que era uma mensagem mesmo, da Nanda.

msg: Sumiu mesmo hein! Saudades....

Não deu nem tempo de eu imaginar que poderia dar merda porque logo ele tocou, agora era a Anahi me ligando. Atendi e ficamos conversando até alguém bater na porta me chamando pra descer.

- Amor, tenho que ir, estão me chamando pra almoçar já.

- Tudo bem, vai lá. Depois você me liga.

- Tá. - estava quase desligando quando ela me chama.

- Vai contar pra sua mãe, da faculdade, amor?

- Tinha até esquecido, mas vou falar sim.

- Você acha que ela pode ficar chateada por você ter ficado? Perder a oportunidade e tal?

- Nada a ver, amor. Ela vai entender. Desencana disso!

- Ok. Fala com ela, depois me avisa.

- Tudo bem. Agora vou lá....beijos.

- Beijo, amor. Bom almoço.

- Brigada. - desliguei o telefone e desci, nem falei com ela da Nanda. Depois eu falava, agora não era hora, por telefone.

Desci e estava todo mundo lá sentado na mesa, todo mundo mesmo menos o Bê que estava na sala vendo televisão, ele já devia ter almoçado.

Nos servimos e minha mãe e o Gabriel conversavam meio que entre si, eu estava na minha, a Carol também. Até que minha mãe resolveu puxar assunto com ela.

- Já falou com a Julia do jantar, Carol?

- Fa...falei..- ela guaguejou pra responder de nervoso, não sei por quê?!

- E o que ela falou? - minha mãe, a Carol ficou muda.

- Ela vem, filha? - Gabriel.

- Temos que saber pra arrumar as coisas. - minha mãe voltou a falar e agora eu resolvi prestar atenção, levantei a cabeça tentando entender aquilo.

- Do que vocês estão falando? - perguntei.

- Ah, agora você quer falar com a gente? - minha mãe falou porque ela tinha tentado puxar assunto mas eu não estava nem um pouco afim.  

- Isso que vocês estão dizendo não é o que eu tô pensando não né? - perguntei querendo não acreditar no que eu estava entendendo!!

- Depende. Se o que você está pensando é que convidamos a Julia pra jantar aqui conosco, é isso mesmo. - quando minha mãe falou isso, eu surtei. Não podia ser!!

- Como é que é? - levantei quase gritando, desesperada e incrédula.

- Ela vem quando, Carol? - minha mãe me ignorou!

- Não sei se ela vem, Fátima...- Carol falou olhando meio de lado pra mim.

- Por que? - Gabriel.

- Por causa dela. - apontou pra mim.

- Pelo menos totalmente sem noção como eu pensava que ela era, ela não é! - falei soltando um leve suspiro de alívio ao final da frase.

- Por que ela seria sem noção? - Carol perguntou baixo mas me olhou ao falar.

- Você convidou essa garota pra jantar aqui, é isso mesmo, mãe? - perguntei ignorando a pergunta de Carol.

- Dulce, eu tô falando com você, te fiz uma pergunta. - Carol insistiu.

- Mas eu não Carolina, tô falando com a minha mãe! - e assim continuei olhando pra minha mãe.

- Vão começar?? - Gabriel nos olhos com um olhar cansado.

- Não! Ninguém vai começar nada, não!! Carol, você fala com a Julia que ela é muito bem vinda aqui sim e que fazemos questão da presença dela! E você, Dulce...- me olhou- abaixa a voz, senta que estamos na mesa pra almoçar!

- Assim?? - perguntei as olhando, gesticulando. Minha mãe me olhou- - Como se nada tivesse acontecido?? Você quer que eu sente e almoce como se fosse a coisa mais normal do mundo?? É isso mãe, que você quer??

- Se não for pedir muito...- minha mãe falou desviando o olhar pra baixo, pro seu prato. Com uma calma que eu não tinha.

- Mas é mamãe, é pedir demais!! Na verdade é extrapolar todos os pedidos!!

- Por que? - minha mãe voltou a me olhar ao perguntar.

- Por que?? Você está me perguntando mesmo isso, mãe? Você? Logo você que sabe tudo que eu passei!

- Sim, tô. - ela também levantou se aproximando de mim- Porque a garota que eu conheço, a menina que eu criei não é assim Dul. Eu sei que você sabe entender e perdoar a pessoa, por mais errada que ela esteja. Eu te ensinei a dar uma segunda chance e eu sei que você não vai me decepcionar né?

- Realmente, você me ensinou! A dar uma segunda chance...- desviei o olhar dela ao falar- pra quem está arrependido, realmente arrrpendido, mas não ela! Você não a conhece, não sabe do que ela é capaz!!

- Mas eu sei Dulce, eu a conheço e sei do que ela é capaz também! - Carol se levantou ao falar também, olhei pra ela.

- Se soubesse mesmo não estava com ela!! 

- Olha, por mais legal que possa parecer ver vocês brigando, eu já acabei meu almoço e preciso ir. Tchau meninas. - Gabriel se levantou- Tchau amor. - deu um beijo na minha mãe e saiu.

- Vocês estão vendo o que vocês estão fazendo?? Estão tornando essa casa um inferno!

- A culpa não é minha, é da sua filha! Que é cabeça dura demais!! - Carol falou e sentou-se novamente parecendo que voltaria a comer.

- Prefiro ser cabeça dura do que traíra! - falei a olhando. Ela revirou os olhos largando o garfo!

- Qual a parte do eu não te traí você não entendeu ainda?? - ela falou me olhando, recostada na cadeira.

- Ai gente por favor! O Bernardo!! - minha mãe.

- A parte que não é verdade!! E quer saber? Esse assunto pra mim já deu! - olhei pra minha mãe- Só um aviso, mãe! Se essa garota entrar por uma porta eu saio pela outra! - eu falei isso e saí, larguei a comida lá.

- Dulce mas...- minha mãe falou, eu ouvi, mas já estava longe.

- Deixa Fátima. Dulce, volta aqui!! - ouvi a Carol me gritando mas continuei subindo- Dulce!! - as duas subiram atrás de mim. Eu sei porque ouvi elas conversando, a minha mãe mandando a Carol me deixar dizendo que não queria mais brigas e ela chata e teimosa vindo atrás. Eu estava pra fechar a porta do meu quarto, quando ela impediu, colocando a mão na porta.

- Sai Carol! Deixa eu fechar!

- Não! Agora você vai me ouvir!

- Eu já ouvi! Dá licença?? - fui fazer um gesto com a mão e nisso perdi as forças e então ela conseguiu entrar. Fui pra dentro do quarto, me afastando delas.

- Nem no meu quarto mais eu tenho direito de ficar em paz??

- Eu quero conversar com você, Dulce.

- Meninas, por favor! Não aguento mais vocês brigando. Fora que seu irmão está lá embaixo sozinho.

- Vai lá nele, mãe.

- E deixar vocês duas aqui?? Vai que vocês se matam ou quebram a casa?

- Ninguém vai fazer nada disso, vamos conversar como duas pessoas civilizadas né, Dulce? - ela me olhou ao perguntar. Minha vontade era mandar ela pra Puta Que Pariu, mas me contive e afirmei com a cabeça- Viu Fátima? Tá tudo bem...

- Tem certeza, meninas? - ela perguntou mas demorou mais tempo me olhando, eu desviei o olhar e em seguida ela saiu. Talvez a Carol tenha sussurrado algo pra ela- Não se matem, por favor! E CALMA! 

Assim que ouvi a porta sendo fechada, virei meu corpo pra janela e fiquei olhando pra paisagem. Ouvi ela respirar fundo e o barulho que a cama fez, ela provavelmente sentou nela.

- Eu já te falei da minha mãe? - virei pra ela sem entender.

- O que isso tem a ver, Carol??

- Já?? - ela me olhava sentada na cama. Bufei antes de respondê-la.

- Não. - me virei de novo pra janela, cruzando os braços.

- Quando ela morreu eu era nova ainda, tinha dez anos, ela era médica assim como meu pai. Eu lembro que era raro estarem os dois em casa e tal...- ela respirou fundo- Enfim, eu sempre pedia uma coisa a ela mas ela dizia que ainda não podia, porque precisava de mais tempo. - não perguntei nada, apenas a olhei- Um irmão ou irmã, sei lá, eu só queria alguém pra brincar..... Mas ela nunca me deu, talvez tivesse sido mais fácil passar por tudo que eu passei se eu tivesse tido....

- Não tô entendendo porque você está falando isso!

- Tá sim! - ela me olhou. Eu suspirei, revirando os olhos- Eu não tive criança, pra ter depois de adulta. - ela caminhava na minha direção.

- Carol, esse assunto....- me virei de costas me apoiando no parapeito- Por que isso agora? - ela puxou meu braço, me fazendo olhá-la.

- Porque eu não consigo ver como você pode achar que eu te traí!! Você ficar puta no começo, tudo bem, eu entendo. Não gostar da Julia....também entendo. Mas me tratar dessa forma?? As coisas que você anda me falando..... Dulce, tem quase um mês! - fiquei olhando pra ela sem conseguir acreditar em uma palavra! Me soltei dela, me afastando completamente.

- Ah claro, eu que tô errada!! Você fica, namora a garota que acabou com o meu namoro, tudo isso escondido e quer que eu fique apenas puta, Carolina??? Foi isso mesmo que você disse???

- Dulce, pow, eu sei que eu errei mas eu não sei mais o que fazer pra você entender! Eu não fiz por mal, eu não sabia e....- interrompi ela.

- Não sabia no começo!! Depois você soube muito bem e escolheu ficar com ela, mesmo depois de saber de tudo que ela fez! Depois de saber que tudo que eu passei foi por culpa dela!!! E agora você quer que eu fique feliz e esqueça tudo??? Quer que eu cumprimente vocês pelo namoro maravilhoso tbm?? Que eu fique feliz com a felicidade dela??

- Talvez com a minha....- desviei o olhar, me virando.

- Se você é feliz assim.....com a infelicidade dos outros.....posso fazer nada então!!

- Infeliz?? - ela puxou meu braço pra olhá-la- Quem aqui está infeliz??

- Ninguém porque eu consegui ir atrás da Anahi mas se eu não tivesse eu duvido que vocês duas não estariam aí....da mesma forma que estão agora! Namorando e felizes!

- Você queria que eu estivesse infeliz é isso? Pra você poder me perdoar??

- Não disse isso!!

- Mas foi o que eu entendi! - respirei fundo me sentando na cama, escondendo a cabeça entre as mãos.

- Olha só Carol, sua escolha está feita! Você está com ela, bom pra você! Por que não me esquece? Me deixa em paz e vai viver a sua vida! - ela se agachou na minha frente, tocou na minha perna tendo a minha atenção.

- Porque não está sendo bom pra mim e nem nunca vai ser se eu não tiver minha amiga do meu lado! - cheguei a vacilar e acreditar por segundos nela, mas não!

- Foi a escolha que você fez! - me levantei, me afastando ao falar.

- Eu não fiz escolha! Aliás eu nem a tive, você me julgou sem nem me deixar falar!

- Eu não deixei você falar?? - me virei pra ela gesticulando- Eu?? Você falou Carol, aliás está falando de novo, apenas não me convence!

- Você não acredita em mim, é isso?? Acha que eu fiz tudo de caso pensado, é isso?

- Não te interessa o que eu penso ou deixo de pensar!

- Interessa sim, eu quero saber! - me puxou de novo- Fala!

- Eu acho que se fosse eu, pensaria em outra opção.

- Você teve outra opção quando se apaixonou pela Anahi, Dulce? - ela me olhou nos olhos ao perguntar. Abaixei o olhar.

- Não coloca a Anahi no meio, ela não tem nada a ver com isso!

- Tem sim! - ela puxou meu rosto pra olhá-la- É exatamente igual, eu me apaixonei pela Julia, assim como você se apaixonou pela Anahi.

- Dá pra não colocar a Anahi e a Julia na mesma frase?? Já pedi!!! - ela ficou me olhando por um tempo, depois sorriu.

- É isso então?

- Isso o que, Carolina?? - eu estava irritada já com tanta pergunta.

- Você está com ciúme? Acha que a Julia pode querer alguma coisa com a Anahi ainda???

- Não é nada disso! Se bem que eu não descartaria essa hipótese, da Julia, eu espero tudo!!

- Deveria confiar mais em você.

- Eu confio! Só não confio nela....ou em você! - a olhei ao dizer isso e percebi o olhar magoado que ela me dirigiu.

- Valeu Dulce, já entendi. Só que você está errada, muito errada mesmo mas essa foi a última vez...- quando ela falou levantei o olhar pra olhá-la- que eu tô vindo atrás de você pedindo pra você entender ou fazendo questão que você me entenda. Apartir de hoje eu desisto, porque eu não mereço isso que você está fazendo! Pensei que você era minha amiga, mas acabei de perceber que a amizade era só de um lado aqui!! - quando olhei pra ela, pronta pra retrucar, ela já estava na porta e começava a falar de novo- E só pra você saber, ela vai vir jantar aqui sim porque eu cansei de te poupar das coisas quando você não faz isso comigo, se é assim que você quer, apartir de hoje, você será apenas mais uma nessa casa pra mim. Tchau! - ela bateu a porta e me joguei sentada naquela cama, com a cabeça entre as mãos. 

Eu estava com dor de cabeça, irritada, minha cabeça parecia que rodava, eu puxava meus cabelos numa tentativa que melhorasse algo, porque eu já não aguentava mais aquela situação. Não aguentava mais ter que me fazer de forte, que nada disso me afetava, era mentira!!

Era óbvio que eu estava morrendo de saudades dela, de poder contar as coisas pra ela, de voltarmos a ser as amigas que sempre fomos desde que ela chegou aqui mas a Julia era demais pra mim!! Eu várias vezes, quando estava sozinha, pensava num jeito de ficar bem com ela mas aí vinha a imagem da Julia, ela no colo da Anahi aquela vez, tudo que eu passei. E saber que a Carol já estava com ela enquanto eu sofria....tudo isso me irritava novamente e a raiva vinha como nunca e eu não conseguia sequer olhar na cara dela!! 

* Carol saiu do quarto batendo a porta e desceu as escadas, lentamente. Não aguentava mais, sentia que tinha perdido a amiga mesmo e era uma sensação horrível, era como se alguém de sua família tivesse morrido, mas ainda pior porque Dulce estava ali, viva, morando com ela, ela apenas tinha escolhido não falar mais com ela e isso era horrível! Dizem que perder uma amizade e perder um amor podem se equiparar, e realmente era verdade, ela acabara de perceber isso. E a realização desse fato fez seus olhos marejarem.

- Carol, e aí? - ela olhou pra Fátima, tentando se segurar. Balançou a cabeça no sentido negativo pra tentar afastar qualquer tipo de pensamento.

- Desisto, Fátima. Não tem jeito mesmo.

- Ah, não me diga que brigaram de novo?

- Não sei se foi uma briga, acho que foi mais uma discussão, sei lá. De qualquer forma, ela acha que está certa e eu errada, ela nunca vai me perdoar e eu sinceramente, cansei de pedir, Fátima....- ela olhou pra Carol entendendo. Realmente, Dulce estava muito difícil de lidar, ultimamente.

- Te entendo, filha.... Mas ainda tenho fé que vocês voltem a ser amigas...

- Eu não! - Carol foi categórica- Mas isso não vai impedir de eu seguir minha vida, por isso, resolvi trazer a Julia aqui sim, pra jantar.

- Que notícia boa!

- Não sei se vai ser bom.....mas...

- Vai sim, vou programar tudo. E pra quando?

- Tanto faz....pode escolher.

- Pode ser sexta?

- Agora?? - Carol se espantou porque era em dois dias. Fátima fez que sim com a cabeça- Ok então, vou avisá-la.

- Tá. Depois eu falo com a Dulce também.

- Eu avisei, mas acho que seria bom você falar mesmo. - ela fez que sim com a cabeça- Agora se me dá licença, vou subir Fatima. Mais tarde vou sair.

- Vai? Pra onde?

- Combinei de sair com a Ju, a Mai e uma amiga. - falou amiga porque ninguém sabia de Maite e Priscila ainda.

- Ah sim, ah que bom, vai se divertir mesmo, Carol. Avisou seu pai?

- Não. Mas vou ligar pra ele, pode deixar.

- Tá certo então.

- Bom, vou lá tá? - Carol falou apontando pras escadas.

- Claro, vai lá. 

* Carol subiu, tentou se distrair lá mas não estava funcionando bem. Resolveu tomar banho e depois ligou pra namorada pedindo pra ir logo pra lá, não estava afim de ficar em casa mais. Então foi pra casa da namorada.

Bateu na porta antes de entrar.

- Oi.

- Oi amor. - Julia que estava sentada na cama quando a viu, bateu na cama pra ela se juntar a ela.

- Sua mãe pediu pra te avisar que o bolo que ela estava fazendo está pronto. - ela disse isso sentando na cama e lhe dando um selinho, depois voltou a sentar-se de frente pra ela.

- Ah tá. É um bolo de chocolate que ela estava fazendo... Quer?

- Agora não, depois de repente...

- Almoçou agora? - Julia perguntou.

- Mais ou menos. - Carol sorriu ao respondê-la.

- Como assim?

- Digamos que enquanto estávamos na mesa almoçando a mãe da Dulce perguntou quando você iria jantar lá em casa....daí você pode imaginar já o que aconteceu né....- Carol a olhou, inclinando a cabeça, com um sorriso triste de canto dos lábios.

- Mas por que a Fátima fez isso assim? Ainda mais na frente de todo mundo?

- Não sei amor...- ela respirou fundo- Eu acho que está todo mundo de saco cheio lá em casa dessa situação....

- Pudera também né...

- Pois é! Mas enfim, ela marcou o jantar pra sexta, tudo bem pra você? - Carol falou fazendo careta.

- Sério? Essa sexta, amor?

- Aham. Ah, vamos vai? - Julia a olhou por um tempo, Carol a olhava fazendo bico. Ela suspirou antes de falar.

- Tá né, não tenho outra opção. Vamos encarar hahah.

- Ah amor, vai ser ótimo, você vai ver....- Carol pulou no colo dela a abraçando.

- Vai...imagino. - Julia falou rindo.

- Vai sim. Agora mudando de assunto, vamos sair hoje né?

- Sim, por mim, sim.

- Ótimo. Falei com a Pri e tá tudo certo...- Carol a olhou sorrindo.

- Que foi?

- Nada. - ela fez não com a cabeça também, ainda sorrindo e se aproximou beijando a boca da outra. Julia a abraçou pela cintura correspondendo o beijo, inclinando a cabeça pra aprofundar mais o beijo. Abraçou mais Carol- Adoro teu beijo.....te beijar....- Carol disse ainda de olhos fechados, testas coladas. Julia sorriu lhe dando mais alguns selinhos.

- É tão bom ficar assim com você.....aqui eu tenho a impressão que eu posso te proteger de tudo! - ela estreitou mais os braços envolta de Carol que fechou os olhos dando vários beijos no seu pescoço.

- Te amo.

- Eu também. - elas deram mais um selinho.

- Agora vamos lá comer esse bolo que eu fiquei com vontade? - Carol abriu os olhos agora e a encarou rindo.

- Vamos. - as duas desceram pra comer, ficaram conversando um pouco com a mãe dela e nem viram passar a hora. 

* Dulce estava no quarto ainda quando a mãe resolveu ir falar com ela.

- Posso falar com você? - ela falou do pé da cama. Dulce estava deitada de bruços com a cara enfiada no travesseiro. Não respondeu, então a mãe se aproximou, sentou em sua cama- Você tem certeza que é isso mesmo que você quer fazer da sua vida? - Dulce a olhou sem entender- Fica você aí assim sofrendo e ela de outro lado. Eu não tô aguentando mais isso.

- Nem eu com vocês empurrando essa garota pra minha casa!

- Essa garota é a namorada da Carol! E essa casa é tão sua, quanto dela. O que você acharia se a Anahi não pudesse mais vir aqui?

- É diferente!

- Não, não é Dulce!! Você que está com a cabeça tão dura que não está enxergando, mas a Carol está certa. Chega de mimar você e te privar das coisas. A Julia vai vir jantar aqui, na sexta-feira, depois de amanhã.

- Eu não estarei!!

- Estará sim! E avisa a Anahi, quero todos aqui, como a família que somos.

- Mas mãe...- ela a interrompeu.

- Nada de mas, Dulce!! Quero você aqui, a Anahi e elas duas e tenho dito! - Dulce bufou revirando os olhos, se levantou da cama- Onde você pensa que vai?

- Sair! Ou nem isso posso mais??

- Pra onde?

- Na Anahi, mãe! Que saco!!

- Ok. - Dulce nem a olhou, saiu batendo a porta.

* Dulce passou a tarde com Anahi que conseguiu tirar ela de casa e do mau-humor que ela estava quando chegou na sua casa. 

* Mai e Pri acabavam de se arrumar e estavam saindo pra encontrarem Carol e Julia no bar. Ao chegarem lá as duas já estavam sentadas, deram um oi e sentaram-se em frente à elas, na mesa.

- Tá cheio hein! - Pri falou assim que sentou.

- Férias né...- Carol disse sorrindo.

- Boa noite. Querem beber algo? - garçom.

- Vai querer o quê, Mai? - Pri se virou pra ela perguntando.

- O que vocês estão bebendo? - Mai perguntou pras meninas.

- Cerveja. - as duas falaram.

- Cerveja então também. - Mai disse e Pri repassou o pedido pro garçom que logo saiu pra buscar os pedidos, voltando em seguida com as bebidas.

* De início ficou aquele silêncio meio chato, mas Carol e Pri começaram a conversar, logo Mai entrou na conversa também e aos poucos todas conversavam entre si. No final, todas se divertiram. A bebida também ía ajudando elas a se soltarem apesar de nenhuma ter exagerado.

Era por volta de meia-noite quando elas resolvem ir embora e Mai foi mandar uma mensagem pra mãe avisando que dormiria fora, na casa de Dulce, era apenas mais uma mentira pra poder dormir com Priscila, só que dessa vez ao contrário das outras a mãe falou não, Mai ía perguntar "por que" por mensagem mas resolveu ligar, seria mais prático.

- Eu já venho amor, vou falar com a minha mãe. - avisou baixinho e saiu. Ligou pra mãe.

- Alô.

- Oi mãe. Por que não posso dormir na Dul?

- Porque não Maite, você anda dormindo muito aí.

- Mas mãe, é a Dul! Fora que são mais de meia-noite já, está tarde.

- Mesmo assim, filha, é melhor vir pra casa, está abusando já. Pegue um táxi aí, eu pago quando chegar aqui se estiver sem dinheiro.

- O problema não é esse.

- Ótimo. Então até daqui a pouco.

- Mas mãe...- ela interrompeu a filha.

- Nada de mas, Maite, vem pra casa. - Mai bufou irritada e desligou o telefone em seguida. Voltou pra mesa com uma cara puta.

- Ela não deixou. - sussurrou pra Priscila que não entendeu muito bem o que ela falou.

- Que foi Mai, tudo bem? - Carol perguntou vendo a cara da amiga.

- Tá. É só a minha mãe! - ela suspirou de novo- Enfim, vamos?

- Vamos sim. - Carol respondeu e todas se levantaram.

- Já pagaram? - Mai perguntou sem entender, porque quando saiu da mesa não tinham pago.

- Já. - elas responderam.

- E o meu?

- Paguei, amor. Vamos? - Priscila pegou na mão dela e as quatro foram saindo do bar. Julia e Carol foram andando na frente. Priscila passou o braço no ombro da namorada- Que houve, amor?

- Ela não deixou eu dormir com você.

- Poxa, achei que ía dormir com você hoje....

- Pois é. Saco isso! - Mai estava muito irritada.

- Calma amor, outro dia você dorme lá...- Mai suspirou.

- Vão de táxi também? - Carol perguntou quando elas estavam lá fora já.

- Sim. - Mai.

- Podemos pegar o mesmo? Vai pra casa, Mai? - Carol.

- Vou né...- ela respondeu meio chateada- E você, vai pra casa?

- Sim, vai todo mundo pra casa hoje rsrs. - Carol.

- Hahahah. Vamos pegar esse táxi então. - Pri se adiantou fazendo sinal pro mesmo. O táxi deixou Julia primeiro, depois Carol e depois seria Maite que pediu pra Priscila descer com ela- Mas e a sua mãe, amor?

- É rapidinho. Vem, por favor? - Mai pediu fazendo bico e Priscila não resistiu mesmo sabendo que poderia ser arriscado, desceu ali com ela. Mai foi a puxando assim que saíram do táxi.

- Pra onde a gente está indo hein?

- Pra um lugar que você conhece muito bem...- Mai se virou pra ela com um sorriso no rosto ao falar. Logo Priscila reconheceu, elas estavam na casa da piscina dela, no mesmo lugar da outra vez. Mai se encostou na mesa puxando Priscila pela cintura.

- O que você está fazendo? - Priscila perguntou com a boca colada a dela.

- Te beijando! - Mai terminou de falar e puxou a cabeça dela, iniciando um beijo.

* Maite forçou a pasagem de sua língua na boca da outra a mantendo perto com uma mão na cintura enquanto a outra estava na nuca, sob os cabelos que ela puxava de vez em quando, durante o beijo. A temperatura corporal das duas ía aumentando à medida que o beijo também ía, Priscila forçava o corpo dela contra o da namorada e contra a mesa, elas estavam ficando sem ar já por isso Priscila desceu os beijos pro pescoço dela.

- Quero você...- Mai sussurrou no ouvido dela.

- Não faz isso..- Priscila pediu quase sem forças já mas resolveu bancar a adulta ali, respirou fundo tentando se controlar- A gente não pode, amor.... É melhor parar. - olhou pra Mai ao dizer.

- Tô com saudade de você! - Mai a puxou de novo pela cintura, colando seus corpos e a beijando novamente, apertando suas costas.

- Mai...- ela falou com os lábios colados, respirou fundo- pára...- pedia mas deixava ser beijada pela outra e correspondia também porque não era de ferro, também estava com saudade mas ali onde elas estavam era arriscado!

- Você não quer? - sussurrou com a sua pele do pescoço entre os dentes. Dava leves mordidinhas, depois beijava suavemente. Arrepiando completamente Priscila que respirava fundo tentando se controlar.

- Quero, mas aqui não vai dar certo, amor. Sua mãe...- ela parou de falar quando sentiu a mão dela nas suas costas, arranhando- Isso é maldade...- foram interrompidas pelo toque do celular.

- Ah, não acredito!! - Mai parou enfiando a cabeça no ombro da namorada. Priscila esticou a mão e percebeu que era o de Mai que tocava e mais, era sua mãe.

- É sua mãe, amor.

- Ah não! - levantou a cabeça do ombro dela, puta- Que saco, não vou atender não!!

- Sexto sentido de mãe é foda hahaah.

- Não sei por quê, não tô fazendo nada!!

- Tá mentindo pra ela. - Priscila abraçou ela, passando a mão por baixo da sua blusa, fazendo carinho na sua barriga enquanto beijava seu pescoço- É melhor eu ir embora, antes que ela resolva vir te procurar...

- Ah não, amor, fica! - Mai a puxou porque ela tinha se afastado mais.

- Amor, não dá. São uma hora da manhã já. Não podemos ficar aqui. - Mai suspirou cansada e resignada, sabia que ela estava certa.

- Tá né! Mas que saco a minha mãe!

- Relaxa amor. Amanhã você vai lá pra casa à tarde mesmo, pode ser? Que assim ela não vai reclamar e você pode voltar pra dormir em casa, que tal?

- Tá. - Mai respondeu sorrindo. Puxou ela a abraçando- Mas eu quero dormir com você também!

- Se ela deixar....você dorme. - deu um beijo no pescoço dela e depois se afastou- Agora eu tenho mesmo que ir...

- Tudo bem.

- Vamos lá fora comigo pra eu pegar um táxi? - Pri a puxou pela mão.

- Vamos. Mas antes...- Mai não concluiu, a puxou pela mão selando seus lábios. Priscila quando se tocou, retribuiu o beijo também mas as duas estavam pegando fogo com o beijo, por isso mais uma vez Priscila o parou.

- Eu vou embora antes que...- olhou pra ela negando com a cabeça, sorriu. Mai a olhava de um jeito safado também- Pára de me provocar, garota, senão não respondo por mim!

- Eu vou adorar....- Mai se aproximou da mesma forma, Priscila riu.

- Sua mãe também vai adorar, imagina, ela aparece aqui?

- Deus me livre!!

- Hahahah, pois é. Então, vem logo, me leva lá fora.

- Ok. - Mai suspirou resignada, não tinha outro jeito mesmo. Esperou o táxi dela chegar pra depois entrar em casa, nem viu se a mãe estava mesmo acordada, foi direto pro seu quarto, tomar um banho e dps dormir.