Fanfic: Namorada de Aluguel A&D | Tema: Portiñon

* Na segunda-feira, ela havia acabado de dar aula e saía da sala junto com Natália, porque tinha dado aula pra ela. Conversavam besteiras quando se deparam com Maite, quase no portão da faculdade, a morena logo saiu.

- Espera. - Priscila gritou e ela parou.

- Depois a gente se fala.....tchau Mai...- Natália falou e não obteve resposta, então saiu.

- Não vai atrás?! - Mai perguntou a olhando e Pri fez que não com a cabeça.

- Quero falar com você.

- Fala. - Mai cruzou os braços.

- Aqui não. Vamos lá pra casa?

- Na sua casa?? Não, claro que não! - Mai falou assustada e Priscila a olhou, se aproximou um pouco erguendo a sobrancelha- Eu não vou!

- Por que?

- Não quero Priscila! Fala aqui se quiser....

- Não é assunto pra se conversar no meio da rua.

- Por que não?

- Quando você me ouvir vai saber.

- É pra falar que você vai embora? - Pri fez que não com a cabeça- Pra dizer que você tá com a Natália? - agora ela sorriu e negou mais uma vez com a cabeça- Fala logo!

- Aqui não. Vem. - puxou ela pela mão e fez sinal pro taxi que passava, praticamente a empurrou pra dentro e quando ela deu o endereço Mai soube que era a casa dela.

- Priscila, eu já disse que não vou pra sua casa! - o motorista as olhou.

- Pode ir moço. 

* Foram em silêncio até a casa dela, Mai olhava pela janela. Estava nervosa, cada dia mais via seu auto controle diminuindo perto dela. Não imaginava o que ela poderia querer conversar.

Achou que chegaram rápido demais no destino.

Assim que chegaram Priscila pagou e saiu.

- Você não vem? - olhou pra Mai que continuava dentro do taxi. Ela suspirou e saiu.

- Isso é considerado sequestro, sabia?! - a morena saiu resmungando, Priscila sorriu e foi entrando na frente dela.

* Abriu a porta e a esperou entrar. Mai assim que entrou sentiu seu coração disparar, estar ali de novo era.....demais.....

Olhou pra Priscila e ela sorria.

- Vai falar agora? - cruzou os braços. Ela se sentia acuada e com medo do que poderia vir, não sabia mais por quanto tempo poderia agüentar.

- Senta....

- Não quero, tô bem aqui.

* Priscila andou até o sofá e se sentou.

- Ok. - suspirou cruzando os dedos na frente do seu rosto tentando pensar em como começar a falar, decidiu por fim falar de uma vez- Você devia ter me falado que sua mãe estava te ameaçando....- ao fim da frase a olhou.

* Mai ficou tão perplexa que não conseguiu emitir som algum, apenas a olhava, quase em choque.

Priscila a olhou e ela estava branca, os braços caídos ao longo do corpo.

- É o que? 

- Sua mãe. Por que não me disse que ela estava te ameaçando e chantageando?

* Maite ía ficando cada vez mais perplexa e nervosa! Como ela sabia disso??

- Do que você tesá falando?? Tá maluca?! - ela andou uns passos na direção de Priscila e a olhou.

- Eu tô maluca?! Sua mãe não tá te ameaçando? - Priscila aumentou o tom de voz.

- Não.

- Ah não?! Então sua mãe não falou que ía me entregar na faculdade, me denunciar por você ser menor de idade e eu professora se você não terminasse comigo? Não disse que te mandaria pra outra cidade? Ela não te disse isso, Maite?!?

- Nã...o. - Mai guaguejou.

" Como era possível que ela soubesse disso? Exatamente como minha mãe disse? Só se a Carol.....não, não era possível.....ela prometeu!"

* Priscila a olhou.

- Você mente muito mal! Aliás, deve ser de família né!

- Família? Como assim? - Mai a olhava perdida. Priscila perdeu completamente a calma.

- Pára de fingir!! - se levantou irritada- Pelo amor de Deus, Maite! Será que você não pensou nem por um segundo que as ameaças da sua mãe eram infundadas, não pensou na gente?? Nem por um segundo passou na sua cabeça confiar em mim, no nosso amor?? No que eu te prometi, você lembra? Eu disse que estaria com você pro que fosse e que você podia contar comigo pro que fosse!! Você lembra disso??

* Priscila a olhava ao falar, as duas estavam com os olhos marejados.

- Hein?? Você tem noção do que eu passei, de quantas noites eu só chorei tentando entender o que eu fiz de errado?? Tentando entender que horas vco êdeixou de me amar?? - Mai não conseguia mais controlar as lágrimas- Por que? Me diz, por que??

- Eu só quiz te proteger....- sussurrou lutando contra as lágrimas.

- Nao preciso da sua proteção, eu nunca pedi pra você me proteger!! Eu queria você, só!!

- Não me interessa se você pediu ou não! Eu prefiro morrer do que ter feito você passar por isso, do que ver você sofrer!!!

* As duas gritavam entre lágrimas.

- Então você deveria estar morta, porque mais do que eu sofri por você, impossível!!

* Mai ficou a olhando, não controlava mais as lágrimas. Pensou estar fazendo o melhor pra ela....mas pelo visto não.

Priscila respirou fundo e depois meio que se arrependeu pelo que falou, abaixou a cabeça apoiando as mãos na bancada. Mai se virou de costas com a mão no rosto.

- A Carol não podia ter feito isso comigo.....ela prometeu....

- Ah não? - Priscila a puxou pelo braço- Era pra eu ficar sem saber e você ir embora?? E eu, como eu ía ficar sem você? Me diz..... 

* Mai não conseguia falar nada, só chorava. Podia depois de muito tempo desabafar....

Priscila tirou a mão do seu braço e a levou até o rosto da morena, a segurando firme pela nuca.

- Quando você vai entender que por você eu faço tudo?? Que nada mais importa?? - elas estavam próximas, as testas quase coladas.

- Mas a minha mãe...- Priscila a cortou.

- Eu não tenho medo da sua mãe, Maite! Entende isso!!

- Mas ela pode acabar com tudo....- Mai abaixou a cabeça.

- Olha pra mim. - ela pediu puxando seu queixo pra olhá-la- Você me ama?

* Mai a olhava na dúvida, não sabia o que era melhor dizer. Mentir? Mas não conseguiria, não assim....

- Você sabe que sim....

* Priscila sorriu de uma forma que não sorria há muito tempo....

- É só o que eu preciso saber....

- Mas.... 

* Priscila a calou com um beijo

Um beijo urgente, apesar de terem ficado algumas vezes nesse tempo, agora era diferente, agora Priscila sabia de tudo e a morena não precisava mais fingir. Priscila a puxou pela cintura colando seus corpos, Mai levava os dedos ao cabelo dela, a puxando pra si, não se contia de tanta saudade dela....

Pararam com vários selinhos, nenhuma das duas querendo se afastar. Priscila tinha as duas mãos no rosto dela.

- Eu te amo! Eu quero você! - Priscila falou e elas ainda estavam com as testas coladas. Mai respirou fundo fechando os olhos novamente pra depois ao abrir, se afastar.

- Eu não posso....

- Claro que pode! - Priscila a puxou de novo, colando seus corpos- Mai, eu não tenho medo da sua mãe, esquece ela....

- Mas ela não esquece você.

- Problema é dela! Não tenho medo....

- Você não entende né? - ela agora se afastou mesmo, virando-se de costas- Ela não está brincando! - olhou pra Priscila ao falar.

- Eu não tô nem aí!

- Ah, não tá nem aí de perder seu emprego? De ter a policia batendo na sua porta??

- Que policia o que?! Por favor né Mai!

- Você acha que ela não iria?! Você não conhece ela!

- Ela pode ir no papa Maite que ninguém vai poder fazer nada. A única coisa que pode acontecer é eu perder meu emprego.

- Você sabe que a gente errou. Você é professora Priscila, não podia, e eu era menor de idade mesmo!

- Mas ela não sabe e nem tem como saber, e outra que eu não sou sua professora, nunca fui! Essa historia dela te mandar pra outra cidade ela também não pode, você tem mais de dezoito anos, só vai se quiser!

- Não manda em mim mas eu moro com ela, dependo dela. Ela que me banca.

- Vem morar comigo! Eu te banco. - Mai a olhou e riu, balançando a cabeça.

- Você fala como se fosse tudo muito fácil....- ela havia sentado na poltrona.

- E é Mai. - Priscila foi até ela, se agachando na sua frente- A sua mãe tá fazendo isso pra fazer a gente desistir, mas eu não vou desistir de você! Eu quero você, eu te amo. E eu já disse uma vez, vou repetir, eu enfrento tudo isso por você!

- Mas você vai perder seu emprego. E aí, vai fazer como?!

- A gente não sabe se eu vou perder mesmo, se sua mãe vai mesmo denunciar, a gente não sabe de nada. - Mai deu uma risada irônica olhando pra baixo.

- É claro que ela vai Priscila. Você não conhece ela.

- Não. Ela que não me conhece. - Priscila se levantou, ficando na altura do rosto de Mai- Olha pra mim. - puxou o rosto dela com a mão- Eu não vou desistir de você, ouviu?! Eu....não...vou! - falou bem pausadamente.

- E a gente vai fazer o que depois que você perder seu emprego?

- Nem sabemos se eu vou perder....

- Claro que vai Priscila! Ou você acha mesmo que vão deixar você continuar dando aula depois dessa?

- Eu não sei....- ela deu de ombros e Mai balançou a cabeça negando- Parece até que você não quer.....

- Eu quero Priscila, só que eu tô olhando as coisas como elas realmente são! Você vai viver de que depois disso??

- Mai, meus pais tem dinheiro, não vou morrer de fome se perder meu emprego.

- Ah, e você quer depender dos seus pais depois de anos morando sozinha e tendo sua independência?! Ainda quer que eles me sustentem também??

- Tá bom, eu não sei, porque não sei o que vai acontecer, mas eu quero tentar, tô disposta a arriscar. Até porque tem uma coisa aí na ameaça da sua mãe que quebra ela.

- O que?

- Eu nunca te dei aula, você nunca foi minha aluna, então ela vai me acusar de quê? Eu nunca me envolvi com aluno nenhum meu! Ela vai me acusar de que? De namorar a filha dela?? Isso é discriminação! Fora que eu conhecço a diretora da faculdade há um tempo, posso conversar com ela....

- Você faz parecer tão fácil....

- Porque é. O que não é fácil é ficar sem você, eu não vou aguentar ficar sem você de novo, amor. Não me pede isso.

* Elas ficaram se olhando por um tempo, as duas estavam próximas. Mai respirou fundo antes de levar a mão até o rosto de Priscila.

- Eu também não aguento mais ficar sem você....- os olhos dela lacrimejaram e Priscila sorriu. Sentou no colo da morena de frente pra ela.

- Então vamos parar com isso e enfrentar tudo mas juntas....- Mai fez que sim com a cabeça, algumas lágrimas rolavam pelo rosto dela- Eu te amo muito. - Priscila limpou algumas lágrimas do rosto dela antes de aproximar seus rostos e beijá-la. 

* Mai abaixou a cabeça e Priscila estranhou.

- Que foi?

* Mai respirou fundo e levantou a cabeça devagar a olhando.

- E a Natália, Priscila?

* Agora foi a vez da outra suspirar.

- O que tá rolando?

- Não tá rolando nada porque eu amo você. Ela está atrás de mim desde que terminamos praticamente mas eu não quero nada com ela, nunca quiz.

- Por que se beijaram então?

- Porque eu estava com raiva de você, achando que você só estava comigo de sacanagem, se aproveitando do que eu sentia por você, e sei lá, quiz te ferir de alguma forma. Por isso fiz isso, porque sabia que ela não recusaria.

* Mai respirou fundo olhando pra baixo, sabia que não podia cobrar muito também, afinal não estavam juntas e se tudo isso aconteceu, ela tinha grande parte de culpa também.

- Mas eu não quero nada com ela, inclusive já conversamos, ela entendeu. - ela respirou fundo não gostando muito mas fazer o que né....

- Ok.

- E você também estava de conversinha com aquele garoto lá que eu vi!

- Nada a ver amor. É só meu amigo.

- Sei. - Priscila olhou pro lado e logo depois a olhou- Espera. Do que me chamou? - Mai sorriu antes de falar.

- De amor. Meu amor! - Priscila deu um sorriso de ponta a ponta.

- Você não tem ideia de quanto tempo eu esperei pra ouvir isso de novo....- Mai também sorriu- Nunca mais faz isso, nunca mais se afasta de mim assim?

- Nunca mais. - elas tinham aproximado os rostos e Priscila tinha a mão no rosto dela. Deu um selinho mas logo se levantou- Que foi?

- Vem cá. - deu a mão pra Mai que pegou, elas foram caminhando pelo corredor. Entraram no quarto e Priscila a encostou na parede- Quero você, na nossa cama, de onde você nunca deveria ter saído.

* Mai sorriu e elas se aproximaram iniciando mais um beijo.