Fanfic: Namorada de Aluguel A&D | Tema: Portiñon

Peguei o primeiro taxi que passou na rua e fui direto pra casa dele, o homem do taxi ía lentamente e aquilo estava me irritando mais, estava quase no ponto de descer e sair correndo, mas finalmente chegamos e ele me esperava lá fora.

- O que aconteceu?? - perguntei completamente afobada assim que o vi. Ele me abraçou e continuou quieto- Fala Ucker, o que ela tá fazendo aqui?
- Fica calma, Dul. - o olhei e ele deve ter visto meu desespero porque falou- Calma, vem comigo. - foi me puxando pra dentro de casa.

Assim que o Ucker saiu me deitei na cama e as lágrimas vieram instantaneamente ao me lembrar de tudo que aconteceu e do que poderia ter acontecido se ele não tivesse chegado lá. Mas fui desperta pelo barulho da porta se abrindo, tentei limpar meu rosto pra que a mãe dele que entrava no quarto com o chá não me visse chorando.

- Aqui querida...pode tomar, só cuidado porque tá quente. - falou me entregando.
- Brigada. - falei me sentando e pegando o chá da mão dela.
- De nada, olha fique a vontade. - sorri pra ela que saiu em seguida do quarto, tomei um pouco daquele chá mas logo o deixei ali do lado, não estava com estômago pra aquilo. Apaguei a luz do quarto e me deitei de novo. 

Ucker abriu a porta do seu quarto devagar, assim que entrei vi a Anahi deitada na cama dele e o quarto todo apagado, o olhei e ele fez sinal pra mim com a cabeça me indicando que eu entrasse. Me sentei na cama ao seu lado e toquei em seu ombro devagar, ela estava virada de costas pra mim com o uniforme ainda.

- Annie..

Vi ela se virando pra mim e num movimento rápido se sentou na cama me abraçando pelo pescoço. A abracei também mesmo sem entender muito bem o que estava acontecendo, de repente ouvi ela começar a chorar, fiquei mais preocupada ainda.

- Ei, que foi? 

Perguntei tentando me desvencilhar do abraço mas ela me abraçou mais apertado ainda. Olhei pro Ucker que nada falou e ela continuava a chorar nos meu braços, vi ele saindo do quarto. Estava ficando cada vez mais preocupada, ela tremia.

- Annie, o que houve? Você tá me assustando assim, fala comigo. - sussurrava no seu ouvido fazendo carinho nos cabelos e nas suas costas, mas ela não me respondia- Annie, por favor, você tá bem? - finalmente ela se separou um pouco de mim, toquei em seu rosto pra secar as lágrimas e o senti quente- Seu rosto tá quente..
- Eu machuquei ele, nada demais.
- Machucou? - ela apenas afirmou com a cabeça, mas estava achando aquilo muito estranho, estendi minha mão pra acender o abajur mas ela me impediu, segurando no meu braço- Deixa eu ver.
- Não Dulce, não foi nada demais.
- Então deixa eu ver.
- Por favor...- ela pediu de novo, então desisti.
- Por que você tá chorando? - perguntei.
- Não é nada, só preciso dormir. - ela disse isso e se deitou, de costas pra mim de novo. 

A cobri e deitei ao seu lado, sem falar nada, aquilo tudo estava muito estranho mas o Ucker ía me explicar, ah se ía! Fiquei ali deitada só fazendo carinho nos seus cabelos até que percebi a respiração dela mais calma, olhei e vi que ela dormia. Dei um beijo na sua cabeça e me levantei devagar pra ela não acordar, saí do quarto e fui atrás do Ucker.

Ele estava na sala, falando no celular. Fiquei ouvindo a conversa esperando ele desligar.

- Entendeu cara? É pra trazer pra minha casa. - Ucker.
- Tá beleza, naquela praia né?
- É. - ele ía desligar mas..- Aí Beny!
- Fala.
- É pra trazer o carro intacto, do jeito que você achou. Sem gracinhas ouviu! - a voz dele ainda era fria.
- Coé brother, eu sei né!
- Tá, então não demora.
- Beleza, tchau.
- Tchau. - ele desligou e me olhou.
- Oi Dul. - mas antes de eu responder a mãe dele apareceu na sala.
- Filho, tô indo dormir...Dulce? - ela se virou me vendo.
- Oi tia, tudo bem? - perguntei a abraçando.
- Quanto tempo querida. - falou me dando um beijo no rosto- Você também é amiga da menina que foi assaltada? - assaltada? Então foi isso? Olhei pro Ucker buscando respostas, ele me olhou de volta e a respondeu.
- É mãe, ela também é.
- Tadinha né. Esse mundo de hoje realmente está perdido. - ela ficou se lamentando e eu a cada hora entendia menos.
- É, mas agora ela já está bem, mãe.
- É, eu sei. Eu pus um calmante no chá, ela já deve ter até dormido.
- Dormiu. - foi a única coisa que consegui responder.
- Que bom. Meu filho, vou dormir então, boa noite.
- Boa noite mãe. - ele respondeu lhe dando um beijo no rosto.
- Boa noite Dul, apareça.
- Pode deixar, Dona Marta. - respondi me despedindo dela que finalmente nos deixou a sós. Me virei pra ele perguntando- Assaltada Ucker? O que está acontecendo aqui??
- Calma Dul, vem senta aqui. - ele me puxou, me sentei no sofá e ele numa cadeira de frente pra mim. Só que ele não falava e aquilo estava me agoniando já!
- Fala Ucker!
- Vou falar, calma. A Anahi não foi assaltada...
- Não? - o interrompi de novo, aquela história ficava cada vez mais estranha.

- É Dul, olha fica calma, deixa eu terminar. - ele pediu e eu acenti com a cabeça- Ela estava na praia, no píer...- ele parou de falar coçando a cabeça, parecia que escolhia as palavras, me agoniando cada vez mais, suspirou antes de prosseguir- e o Rodrigo e o Nate estavam tentando se aproveitar dela.
- Se aproveitar? - perguntei tentando ter certeza do que ele falava, meio sem acreditar que tinha ouvido o certo.
- É Dulce, abusar, se aproveitar dela. E sinceramente eu não sei o que poderia ter acontecido se eu não tivesse chegado lá.

Ouvir aquilo me deu um ódio mas um ódiooo! Me levantei do sofá dando um murro na parede.

- Calma pequena! - ele veio tentar se aproximar de mim, eu estava de costas pra ele, quando senti o toque dele no meu ombro me virei, espumando de raiva.
- Calma Christopher?? - ao mesmo tempo que falei dei um murro no móvel em que estava encostada.
- Eu sei o que você deve estar sentindo, mas calma ela está bem.
- O que eles fizeram com ela? - perguntei ignorando o que ele falou.
- Nada. Quer dizer...nada muito sério, o Rodrigo deu um tapa no rosto dela - por isso ela não quiz deixar eu ver seu rosto- mas ela ainda deixou a boca dele sangrando rsrs. - ele falava e eu só ficava imaginando a cena deles a tocando e aquilo me deixava cega de ódio.
- Esse muleque tá fudido! - esbravejei.
- Ele vai ter o que merece, pode ficar tranquila. - ele respondeu me olhando e fiquei até com medo do que vi nos olhos dele.
- O que você vai fazer? - perguntei mas não deu tempo dele responder porque seu rádio tocou.
- Oi..tá, valeu...tô indo aí. - Ucker no rádio.
- Que foi? - perguntei.
- O carro dela, me trouxeram aí, vou lá pegar. Peraí. - falou e foi lá pra fora, fiquei ali o esperando.
* Lá fora...
- Me espera lá no galpão. - Ucker.
- Cara o que aconteceu? Que carro é esse? - Beny.
- Me espera lá, daqui a pouco eu tô lá. - o garoto saiu sem contestar mais suas ordens.