Fanfics Brasil - Capitulo 3 Herança Fatal - Portiñon

Fanfic: Herança Fatal - Portiñon | Tema: Adaptada


Capítulo: Capitulo 3

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Dulce saiu do banheiro e fechou a porta. Voltou ao seu quarto e olhou-se no espelho da parede, sorrindo. Estava imunda, toda suja de lama. A lama do corpo da moça tinha sujado-a toda. Até em seu rosto tinha lama. Devia ser do cabelo dela, que encostara em seu rosto quando a carregara para dentro da casa. Ela  devia ter se assustado com o seu aspecto.


 


Separou peças de roupa para seu uso. Calças jeans desbotadas, camisa de flanela, meias e calcinha. Guardou o resto das roupas no armário, pegou a valise com os vidros de perfume, desodorante, sabonetes, pasta dental e shampoo e a colocou perto das roupas separadas, para levá-los para o banheiro. Pela porta aberta do quarto, viu a moça sair do banheiro já vestida, esfregando vigorosamente os cabelos com uma toalha. As roupas sobravam nas mangas e na barra da calça comprida. Ela tivera que dobrar a roupa nesses pontos, sem que isso a tornasse menos encantadora. Os chinelos de couro sobravam nos pés delicados. Tinha um encantador ar juvenil, com os cabelos louros alvoroçados. Ela a viu olhando-a e se aproximou, parando na porta, sorrindo.


 


-- Olá... que bom voltar a sentir-me limpa! Agora, sinto-me outra!


 


Dulce sorriu, pegando suas roupas e a mochila.


 


-- Agora, quem vai tomar banho sou eu! Estou imunda!


 


Ela a fitou sorrindo.


 


-- Posso descer para a sala de estar?


 


-- Claro, espere-me lá. Se quiser, pode ligar a televisão. - Respondeu Dulce, olhando para a massa de cabelos louros.


 


Foi para o banheiro e tirou a roupa suja, jogando-a na máquina de lavar. Entrou no box e abriu a torneira, suspirando de satisfação com a água quente caindo sobre ela. Pensou então que a moça nem tinha ainda lhe falado como se chamava. Parecia assustada e desconfiada, mesmo agora que estava em segurança . Pois iria desvendar o mistério dela.


 


Sorriu.  A  sua  velha   mania   de   ver  mistério   em  tudo,   devido   à  sua   profissão  de escritora de contos policiais. O melhor era se concentrar em seu banho.


 


Depois de um banho prolongado, enxugou-se e se vestiu. Penteou os cabelos ruivos e longos, perfumou-se e voltou ao quarto, onde pegou um par de tênis e o calçou. Desceu para o pavimento térreo,  pensando  que  estava  faminta. A moça estava parada perto do aparador, com  um porta-retrato  nas mãos, fitando-o  atenta. Ao ouvir seus passos voltou-se rapidamente e a olhou assustada, jogando o porta- retrato sobre o aparador, como que pêga em um ato reprovador. Dulce sorriu para ela, percebendo a tensão da moça.


 


-- Assustei-a?


 


Ela sorriu, parecendo descontrair-se.


 


-- Sim, estou ainda muito tensa.


 


-- Não há mais motivo, garota. Como se chama? Ainda não sei o seu nome -Disse, parando diante dela, com as mãos na cintura.


 


Ela pareceu hesitar, mas falou:


 


-- Oh, desculpe-me... meu nome é Giovana... Giovana Puente.


 


 


-- Giovana, estou com muita fome. Que tal comermos alguma coisa?


 


Ela assentiu, fitando-a com certa timidez. Dulce a fitou nos intensos olhos dourados.


 


-- Está mesmo se sentindo bem? Pode ajudar-me a apanhar as compras  que fiz, no carro?


 


-- Sim, claro...


 


-- Então, acompanhe-me.


 


Foram até o carro e apanharam os quatros sacos de mantimentos que Dulce havia comparado. A ruiva deu dois à ela para carregar e pegou os outros. A chuva fina havia passado e regressaram à casa sem contratempos. Dulce colocou os pacotes sobre a mesa da cozinha e começou a retirar os mantimentos, sob o olhar atento de Giovana.


 


-- Temos pão de centeio, aveia, bacon, hamburguer, ovos, frango, legumes e bolo de milho... o que quer comer? - Perguntou Dulce, fitando-a. Ela sorriu, um sorriso mais relaxado.


 


-- Qualquer coisa, Dulce. Você é muito gentil.


 


-- Que tal uma sopa e alguns sanduíches de hamburguer? O tempo está frio e uma sopa cairia bem.


 


-- Tudo bem.


 


Dulce separou cenouras, batatas, nabos e quatro hamburgueres. Colocou os legumes numa travessa e começou a descarcar as batatas. Giovana sentou-se em uma cadeira e ficou olhando-a em silêncio, atentamente. Dulce resolveu  interrogá-la:


 


-- Não vai me contar como foi parar naquela estrada, debaixo do temporal?


 


Ela pareceu se contrair.


 


-- Oh, desculpe-me... já devia ter explicado isso. Eu estava dirigindo uma motocicleta... o temporal desabou de repente. Tentei prosseguir, mas a motocicleta derrapou e caí.


 


-- Não vi nenhuma motocicleta na estrada - Declarou Dulce, encarando-a.


 


Ela a fitou com certa insegurança.


 


-- A motocicleta deslizou para o mato. Por isso, sujei-me de lama.


 


Dulce olhou-a, estranhando que uma mulher estivesse dirigindo uma motocicleta de saia, sem botas e casaco de couro, num clima frio como aquele. Não era adepta de motocicletas, mas sabia que quem as dirigia, homem ou mulher, usava a vestimenta própria para proteger-se do frio. E o capacete? E as luvas? Se ela os estivesse usando, não os perderia no acidente. Giovana estava mentindo. O por quê, não sabia.


 


-- Você estava indo para onde? - Perguntou, cética.


 


-- Estava descendo a estrada. Ia para a cidade.


 


-- Alguém está esperando-a? Se quiser, pode telefonar, avisando o que aconteceu. O telefone está na sala.


 


Ela baixou o rosto, fugindo do seu olhar.


 


-- Não, não há ninguem esperando-me. Estou de férias e estava passeando sem destino.


 


-- De onde você é?


 


Ela ergueu o rosto, fitando-a.


 


-- De Nova Iorque. E você, Dulce? Não mora aqui, não é?


 


-- Não. Sou da Filadelfia. Venho para cá quando quero ficar só, para ter


alguma idéia para meus livros.


 


Ela a fitou surpresa.


 


-- É escritora?


 


-- Sou, escrevo romances policiais. Tenho um contrato com uma editora de livros de bolso, que me obriga a escrever um livro a cada dois meses. É um trabalho cansativo, mas ganho razoavelmente.


 


Ela a fitou especulativamente.


 


-- Gosta do que faz?


 


-- Bem... eu gostaria de escrever algo mais literário, mas falta-me tempo e editor. Os livros de bolso são mais rentáveis, dizem. Formei-me em Administração, mas descobri que sentia-me mais realizada escrevendo, depois que venci um concurso na faculdade. E parti para isso. Mas um dia eu vou poder  dedicar-me à boa literatura. É o meu sonho.


 


Giovana sorriu, com admiração no olhar.


 


-- Aposto que conseguirá, Dulce.


 


Dulce olhou-a, curiosa. Queria saber mais sobre ela. Giovana a fascinava. Era linda, misteriosa. Os cabelos, agora secos, emolduravam o seu rosto perfeito como  uma coroa de ouro.


 


-- Você é só, Dulce?


 


-- Bem, tenho uma irmã, mas ela é casada e mora no Canadá.


 


-- Quantos anos você tem?


 


-- Trinta. E você?


 


-- Vinte e sete.


 


Sorriram uma para a outra. Dulce olhava aquele rosto angelical e sentia-se cada vez mais atraída. Ah, Giovana... Se soubesse de seu sentimento... Provavelmente fugiria de medo. Mas... quem era Giovana? O que fazia na vida? Por que mentira para ela, sobre como havia ido parar naquela estrada? Estava mesmo de férias?


 


Colocou a sopa no fogo. Fritou os hamburgueres na chapa e colocou-os em uma travessa. Então, sentou-se em uma cadeira e olhou para a loira. Ela a fitou sorrindo.


 


-- Giovana, quer uma dose de uísque? Acho que precisamos de uma bebida para esquentar. Está muito frio.


 


-- Aceito.


 


Dulce ergueu-se e apanhou a garrafa no armário e dois copos. Olhou-a.


 


-- Quer gelo?


 


-- Não, puro mesmo.


 


Dulce colocou o uísque nos copos e estendeu um para Giovana. Tornou a


sentar diante dela.


 


-- Ao nosso conhecimento - Brindou.


 


A loira ergueu o copo com um sorriso e depois tomou um gole.


 


-- Dulce, você já foi casada? Pelo que entendi, agora você está só.


 


Dulce a encarou séria. Tomou um gole da bebida, antes de responder:


 


-- Não, nunca fui casada.


 


-- Mas você é uma mulher bonita e atraente. Nunca amou alguém, com quem quisesse casar-se?


 


Dulce fitou-a com um sorriso irônico.


 


-- Já amei, sim. Mas não ao ponto de querer casar-me. E não com a intensidade que desejaria. Sempre faltou algo.


 


-- O que faltou? - Perguntou ela, com olhar atento.


 


Dulce desviou a vista daqueles olhos curiosos. O que podia dizer? Que as mulheres que tivera eram fúteis e vazias?


 


-- Não sei.


 


Tornou a olhá-la. Giovana agora a fitava gravemente, séria.


 


-- E você? - Jogou - Não tem alguém a quem ame?


 


-- Não... nunca amei alguém. Tive algumas experiências... mas amor de verdade, não. Não tive a sorte de sentir-me amada, ainda.


 


Dulce achou a voz dela amarga. Nos olhos dela pareceu ver lágrimas. Ela fechou os olhos, suspirou e tomou o resto do uísque. Colocou o copo sobre a mesa e a encarou com tristeza.


 


-- Nós somos duas mulheres solitárias, não é?


 


Dulce riu, à aquela declaração. Giovana a fitou surpresa.


 


-- Por que riu? Não é verdade?


 


Dulce ergueu-se, fitando-a divertida.


 


-- Quanto à você, não sei. Mas eu, solitária? Não é verdade. Estou sozinha por opção. Tem uma pessoa que insiste em ficar comigo, mas não quero. E nunca tive problema sobre interessar-me por alguém e não ser correspondida.


 



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Autor(a): lunaticas

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 29



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  • flavianaperroni Postado em 07/08/2015 - 03:02:46

    Super perfeita sua web,acabei de ler ela,amei de paixão,Você é uma otima escritora Parabéns

  • Postado em 07/08/2015 - 03:00:17

    Eii parabéns pela web,muito perfeita,esta realmente de parabéns,você é uma boa escritora

  • kaahs Postado em 17/09/2014 - 01:34:16

    Nossa, muito lindo esse final! *-*

  • anahivida Postado em 10/09/2014 - 23:25:58

    Final perfeito pra uma web perfeita. Amei S2

  • angelr Postado em 10/09/2014 - 23:20:55

    Ai que final lindo <3

  • angelr Postado em 09/09/2014 - 00:54:02

    hahaha ainda bem que a Anahi tava viva *__*

  • portion__laliter Postado em 08/09/2014 - 01:25:31

    posta mais na melhor parte vc não posta acho que isso foi tudo um plano da anahí desmascarar april e gary acho que ela não morreu e espero que seja ela pq se a web é portinon tem que acabar portinon

  • angelr Postado em 03/09/2014 - 23:22:54

    Nossa sua ordinaria kkkk posta mais hahaha para mim foi a Anahi nao aceito a morte dela ate agora acho q nao morreu

  • anahivida Postado em 03/09/2014 - 22:56:36

    Eu acho que quem ajudou a Dulce foi a Any... posta mais por favor!!!

  • angelr Postado em 31/08/2014 - 22:53:55

    Nossa que mulher ordinaria


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