Fanfic: Herança Fatal - Portiñon | Tema: Adaptada
Chegaram até onde o carro dela estava estacionado. April entrou e abriu a porta para Dulce, que sentou ao lado dela, no luxuoso banco de couro vermelho. O BMW era novo, o modelo conversível mais moderno.
April deu a partida e movimentou o volante hidráulico com habilidade, fazendo uma volta convergindo para a estrada. Em pouco tempo, o carro desenvolvia alta velocidade.
-- Vamos até Long Island? – Perguntou April.
-- É um pouco longe. Que tal New Jersey?
-- Tudo bem.
April imprimiu mais velocidade ao carro, cujos comandos eram quase todos eletrônicos. Dulce olhava o belo painel, impressionada com o número de botões e luzes. Não pôde evitar a pergunta:
-- Esse carro é seu, ou de Antony?
April riu, olhando-a rapidamente.
-- Meu. Comprado com o meu dinheiro. Não o venderia para ajudar meu marido, se quer saber.
-- Desculpe-me. . .
-- Está desculpada.
April colocou um cd para tocar. A música encheu o espaço do carro, uma música linda.
Dulce achou-a familiar. Prestou atenção. Aquela música. . .
A lembrança veio como uma pancada em seu coração. Era a música que ouvira com Anahi no restaurante italiano que haviam ido no primeiro dia que passaram juntas em New York. A saudade veio dolorosa e fechou os olhos. Parecia ver Anahi traduzindo a letra, sorrindo e olhando para ela.
Começou a sofrer como nos primeiros dias da morte dela. Era uma dor profunda, que fez lágrimas incontidas deslizarem pelas suas faces.
April olhou para ela e viu-a chorando em silêncio.
-- Dulce! – Chamou surpresa – Está chorando! O que foi?
Dulce virou o rosto para a janela , para que ela não o visse. Não conseguia parar de chorar.
-- Dulce! Fale! Está sentindo alguma coisa?
A voz de April soou nervosa. Dulce voltou o rosto para ela.
-- É essa música. . . – disse, com voz trêmula.
April tirou o cd, olhando-a intrigada. Não podia parar, pois haviam pegado uma freeway e passavam pelo túnel sem acostamento.
-- Dulce, nunca pensei que iria vê-la chorar por uma música! Parece ser tão forte! Por que chora ouvindo essa música? Ela lhe traz recordações tristes?
-- Sim, lembro de Anahi. . . – confessou, envergonhada – ela traduziu essa música para mim.
-- Oh! Entendo. . .
April dirigiu um longo trecho em silêncio. Dulce passou as mãos nos olhos, enxugando as lágrimas, com raiva de si mesma por haver demonstrado seu sentimento para April.
-- Desculpe-me. . . – disse, finalmente – foi de extremo mau gosto eu chorar aqui com você. Foi uma recordação que passou.
April sorriu, com uma ponta de ironia.
-- Não tem nada demais. Simplesmente, você ainda a ama.
Dulce fitou-a. April parecia aborrecida. Sacudiu a cabeça, continuando em voz neutra:
-- É, reconheço que Anahi era uma mulher linda, especial. Pena que não chegamos a nos tornar amigas. Ela era muito fechada. Para mim, foi a maior surpresa saber do caso de vocês. Ela parecia tão convencional!
-- Por favor, vamos mudar de assunto. Não viemos passear para falar de Anahi.
April diminuiu a velocidade do carro e parou. Haviam saído do túnel e agora havia um acostamento. Voltou-se para Dulce com um olhar decidido.
-- Por que não falar? Coloque seus fantasmas para fora, Dulce! Chore, grite, mas coloque isso para fora!
-- Não quero, April! Vamos mudar de assunto!
-- Não! Fale em Anahi! – Gritou, pegando-a pelos ombros – Bote-a para fora! Vamos! Ela já morreu! Está morta, ouviu? Tire-a de dentro de si, ou não poderá ser feliz novamente!
-- Cale-se – Gemeu Dulce, soluçando – Não quero ouvir você dizer isso! Anahi ainda está viva, para mim!
-- Ela está morta, Dulce! Morta! – Gritou April, sacudindo-a pelos ombros com força. Dulce se desvencilhou e escondeu o rosto entre as mãos, começando a chorar incontrolavelmente. Chorou muito, durante muito tempo. April ficou em silêncio, deixando-a chorar.
Quando se sentiu vazia e aliviada, Dulce parou de chorar. April lhe ofereceu lenços de papel e ela enxugou as lágrimas e assoou o nariz, envergonhada. Jogou os lenços pela janela aberta, fitando April, desajeitada. Ela a fitava com um olhar impenetrável, séria.
-- Obrigada, April. . . foi muito paciente com minha crise – Agradeceu, com voz baixa.
-- Sente-se melhor?
A voz soou suave.
-- Sim. Eu precisava desse desabafo.
-- Eu sei. Você é humana, Dulce. Tem esse direito.
Dulce a fitou agradecida.
-- Você é muito compreensiva. . . é muito mais que uma mulher bonita.
Ela sorriu, fitando-a divertida.
-- É mesmo? O que sou mais?
-- É. . . maravilhosa, humana. . .
April riu, sacudindo a cabeça negativamente.
-- Não sou nada disso! Apenas apliquei a técnica que meu psicanalista utiliza em mim!
Dulce olhou-a surpresa.
-- O quê???
-- Isso mesmo! Fiz análise e meu psicanalista gritava para mim: “Ponha seus fantasmas para fora, April! Faça de conta que Tony morreu! Está morto! E o esquecerá! Grite, xingue ele!” E isso funcionou comigo! Então, deve funcionar em você!
Dulce começou a rir. April também. Riram alto, na solidão da estrada, até cansarem. April ligou o carro e olhou-a sorridente.
-- E lá vamos nós!
O carro arrancou velozmente. April dessa vez colocou um cd de rock e olhou-a de soslaio, sorrindo.
-- Não vá me dizer que Alanis Morissette também a lembra alguém, heim?
Dulce tornou a rir, olhando-a .
-Não!... April, você é demais! Adoro esse senso de humor seu! Com você, não dá para se ficar triste! – Disse, com sinceridade.
-- Só isso? Oh, que decepção! – Rebateu ela, em tom jocoso.
Dulce continuou a rir. Chegaram próximo a Nova Jersey em meia hora. April olhou para uma lanchonete na beira da estrada e fitou-a.
-- Vamos tomar um drink?
-- Numa lanchonete?
Ela entrou no acostamento e parou diante da lanchonete.
-- Vamos ver se eles têm uma garrafa de martini.
Desceram do carro e entraram na lanchonete. Os poucos frequentadores as olharam com admiração. Duas mulheres lindas chamam a atenção, ainda mais bem vestidas. O barman as olhou sorridente, quando se dirigiram a ele.
-- O que desejam, garotas?
April o encarou com um sorriso divertido.
-- Meu querido, queremos uma garrafa de martini. Tem aí?
Ele pareceu ir nas nuvens, ao ouvi-la chamá-lo assim.
-- Infelizmente, não vendemos bebida alcoólica aqui, beleza. Mas,vou dar um jeito... espere aqui.
Ele desapareceu por uma porta. Voltou minutos depois, com uma garrafa embrulhada e lhe passou sorrateiramente, dizendo baixinho:
-- Guardo para clientes especiais. São oito dólares, beleza.
April pegou o pacote, olhando-o nos olhos.
-- Obrigada, garotão. Fique com o troco – disse, dando uma nota de dez dólares a ele.
Autor(a): lunaticas
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Saíram da lanchonete e entraram no carro, rindo. April tirou a garrafa do saco e mostrou-a a Dulce. -- Viu, martini legítimo! Sei conseguir as coisas! -- Claro. . . chamando aquele homem de querido e garotão, ele lhe daria até a lanchonete toda! – Disse Dulce, rindo. April ligou o carro e pegou novamente a estrada. ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 29
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flavianaperroni Postado em 07/08/2015 - 03:02:46
Super perfeita sua web,acabei de ler ela,amei de paixão,Você é uma otima escritora Parabéns
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Postado em 07/08/2015 - 03:00:17
Eii parabéns pela web,muito perfeita,esta realmente de parabéns,você é uma boa escritora
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kaahs Postado em 17/09/2014 - 01:34:16
Nossa, muito lindo esse final! *-*
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anahivida Postado em 10/09/2014 - 23:25:58
Final perfeito pra uma web perfeita. Amei S2
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angelr Postado em 10/09/2014 - 23:20:55
Ai que final lindo <3
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angelr Postado em 09/09/2014 - 00:54:02
hahaha ainda bem que a Anahi tava viva *__*
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portion__laliter Postado em 08/09/2014 - 01:25:31
posta mais na melhor parte vc não posta acho que isso foi tudo um plano da anahí desmascarar april e gary acho que ela não morreu e espero que seja ela pq se a web é portinon tem que acabar portinon
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angelr Postado em 03/09/2014 - 23:22:54
Nossa sua ordinaria kkkk posta mais hahaha para mim foi a Anahi nao aceito a morte dela ate agora acho q nao morreu
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anahivida Postado em 03/09/2014 - 22:56:36
Eu acho que quem ajudou a Dulce foi a Any... posta mais por favor!!!
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angelr Postado em 31/08/2014 - 22:53:55
Nossa que mulher ordinaria