Fanfics Brasil - Capitulo 6 Herança Fatal - Portiñon

Fanfic: Herança Fatal - Portiñon | Tema: Adaptada


Capítulo: Capitulo 6

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Dulce sentou-se em outra poltrona e sintonizou no canal. O apresentador do tele-jornal falava sobre as eleições para o senado. Depois, a notícia seguinte foi sobre um desastre de um avião bimotor no Texas. E então, o apresentador noticiou:


 


-- Agora, vamos à notícia do sequestro de Anahi Portilla.


 


Giovana falou com voz tensa:


 


-- Dul, mude de canal. Estou cheia de ver notícias violentas.


 


Dulce a olhou surpresa.


 


-- Não gosta de noticiário? Espere um pouco... só vou ver essa notícia.


 


Voltou a fitar a tv. Um repórter estava diante de uma mansão imponente. Ele explicou:


 


-- Há mais de uma semana, saindo dessa casa, Anahi Portilla foi sequestrada por dois homens e até hoje não se sabe de seu paradeiro. Os familiares não querem falar com a imprensa e pediram à polícia para não interferir no caso, para facilitar as negociações com os sequestradores. Na tela da tv apareceu o rosto de uma mulher em close, enquanto  o repórter continuava:


 


-- O sequestro de Anahi Portilla vazou para a imprensa devido ao depoimento de um empregado, que presenciou o sequestro. Anahi Portilla é a herdeira principal da Portilla Corporation e sua fortuna é avaliada em  dez bilhões de   dólares.


 


Dulce olhava, estática, atônita. O rosto de Anahi Portilla era o mesmo de Giovana!


 


A foto mudou para outra, com Anahi Portilla numa piscina. Nem duas irmãs gêmeas seriam tão idênticas. O mesmo olhar, o mesmo sorriso, as mesmas  feições. A ruiva olhava as imagens petrificada. À custo conseguiu desviar a vista da tv para Giovana ao seu lado. Ela olhava para a tv com os lábios trêmulos, pálida, com ar de culpa. E se Dulce tinha alguma dúvida se elas eram a mesma pessoa, essa se desfez quando Giovana a fitou com visível temor. Ela era Anahi Portilla,  não havia dúvidas!


 


A notícia mudou para um tiroteio entre palestinos e judeus. Mas Dulce nem via mais a tv. Seus olhos olhavam para a moça ao seu lado com raiva. A raiva de ter sido enganada. Ergueu-se e se plantou diante dela, furiosa, com as mãos na cintura. Ela a fitou com receio e ar de culpa, encolhendo-se no sofá.


 


-- Muito bem! - Disse Dulce, sentindo-se usada e enganada - Conseguiu enganar-me muito bem, Anahi Portilla! Não sabia que a minha hóspede era tão importante e mentirosa! É divertido representar, mudar de identidade, mentir,  enganar?


 


Ela ergueu os olhos em súplica, tremendo.


 


-- Eu ia lhe contar! Mas tinha de conhecê-la melhor, antes! Tinha de adquirir confiança em você! E já estava começando, mas a notícia veio antes do que eu  esperava!


 


-- Mentira, você não ia me falar nada, estava se divertindo às minhas custas! Uma vítima de sequestro! Onde estão seus sequestradores? Ah, todo mundo vai pensar que eu a raptei! Você meteu-me numa confusão, está usando-me! - Gritou Dulce, irada.


 


-- Deixe-me explicar! - Gritou a moça, com os olhos cheios de lágrimas.


 


A ruiva deu um soco no sofá, inclinando-se e a fitando de perto, nos olhos, com raiva.


 


-- Comece, então! Mas fale a verdade! Já mentiu demais!


 


Anahi Portilla começou a falar, com voz trêmula, olhando para o chão:


 


-- No dia em que fui raptada, estava saindo com meu carro para ir ao cabeleireiro. Quando os portões de minha residência se abriram e eu avancei, um carro parou diante do meu. Foi tudo muito rápido. Dois homens saltaram do carro com meias no rosto, empunhando armas. Abriram a porta do meu carro e tiraram-me à força, arrastando-me. Fui empurrada para dentro do outro carro e eles arrancaram em alta velocidade.


 


O homem ao meu lado apertou um lenço em meu nariz com algo que me fez desmaiar. Acordei horas depois em um quarto estranho, parecia ser uma casa abandonada. Era muito sujo e só havia um colchão no chão, um vaso e um lavatório. A única janela estava toda pregada com tábuas.


 


Fiquei ali durante dias, os raptores nunca apareciam. Só passavam comida por uma abertura embaixo da porta. Eu chorava, gritava, mas não adiantava. Eu estava desesperada, ali presa, sem comunicação com alguém, naquele quarto imundo e escuro, esperando o pior.


 


 Então, numa noite, a porta abriu e um dos raptores entrou. Ele parecia drogado e queria estuprar-me. Agarrou-me e eu lutei com ele. Em desespero, notei durante a luta que ele tinha na cintura uma faca, em uma bainha de couro. Tirei-a dele e o esfaqueei. Ele deu um grito e caiu no chão.


 


Aproveitei e saí correndo pela porta, que ficara aberta. Desci dois lances de escadas e vi que a casa ficava no meio do mato, perto de um pântano. Com medo do segundo homem vir no meu encalço, embrenhei-me no pântano e andei no meio da   lama por horas, por isso fiquei toda suja de lama.


 


Alcancei uma estrada mas fui andando pela margem dela, no meio do mato, com medo de ser encontrada pelo segundo homem. Andei o dia todo, escondendo-me no mato dos carros que passavam, com medo que fosse um deles. Desorientada, peguei um atalho que foi sair naquela estrada onde você encontrou-me.


 


Eu já estava no final de minhas forças, sem comer ou beber nada. E então, o temporal desabou. Fiquei apavorada, temendo ser atingida por um raio, ou ser arrastada pela torrente que descia das montanhas. Decidi que devia pedir ajuda a qualquer carro que passasse. Só me lembro que vi a luz dos faróis de um carro e acenei, já sem me importar com quem pudesse ser. Era você, que encontrou-me.


 


Dulce a olhava já sem qualquer raiva. Estava comovida pelo sofrimento que ela havia passado. Agora dava razão ao medo que ela sentia, a entendia.


 


-- Agora eu a entendo, Anahi. Mas, por que mentiu? Sabia que eu não lhe faria nenhum mal. Não sou uma malfeitora.


 


Anahi a encarou. Seus olhos estavam úmidos e sombrios.


 


-- Você era uma estranha. Como lhe contar o meu problema? Você poderia não acreditar em mim e mandar-me embora. Ou acreditar, ficar com medo, não querer se envolver e também mandar-me embora. A única opção minha foi mentir. Mas pretendia lhe contar tudo, assim que você me conhecesse melhor.


 


Dulce a fitou gravemente.


 


-- Eu ainda sou uma estranha para você. Mal me conhece.


 


-- Não, Dul. Eu agora acho que a conheço bem.


 


-- Engano seu. E outra coisa: sua família deve estar desesperada, sem notícias suas. Por que não vai logo ao encontro deles? Por que queria ficar aqui vários dias?


 


-- Dul, você não os conhece! Não menti quando falei neles, mas não contei que são pessoas frias e egoístas, sem nenhum calor humano. Meu pai nomeou-me em testamento sua herdeira principal, porque sabia disso. E meu irmão não se conforma com esse fato. Minha mãe é uma fraca, dominada por um homem vinte anos mais novo que ela, que só sabe gastar dinheiro. E a mulher de meu irmão só pensa em seus prazeres. Minha vida naquela casa é um inferno. Cada um fechado em seus próprios prazeres. Não tenho vontade de voltar para lá.


 


-- Anahi, você esfaqueou um homem. E se ele morreu? Você tem de ir à polícia depor os fatos. Não pode ficar aqui, fingindo que não aconteceu nada.


 


-- Dê-me tempo para enfrentar isso tudo, Dul! Por favor! Sinto-me tão bem aqui com você! Só uns dias! Preciso recuperar-me do que passei!


 


Dulce a fitou pensativa. Anahi Portilla. Uma mulher riquíssima, herdeira de um império industrial. Será que conseguiria tratá-la como antes? Falou o que sentia:


 


-- Sua riqueza intimida-me. Você não é mais Giovana Puente. É Anahi Portilla, e isso muda tudo. Não sei mais como tratá-la.


 


Ela ergueu-se e a encarou, olhando-a nos olhos. Dulce viu a sinceridade neles.


 


-- Dul, você é a primeira pessoa que tratou-me com carinho e atenção sem saber que sou rica. Isso é muito importante para mim. Por favor, continue me tratando como antes. Esqueça que sou Anahi Portilla. Agora que estou apreciando a simplicidade da vida, não me discrimine. Estou adorando tudo aqui. Já conheço o mundo, mas os jantares em ambientes de luxo, as festas em Paris, as temporadas de esqui em Gstaad, os fins de semana em Palm Spring, nada se compara ao que estou vivendo agora. Porque aqui estou sendo mais feliz que nesses lugares.


 


Dulce a olhou séria, sentindo uma doce emoção à aquelas palavras. Via nos olhos de Anahi sua sinceridade e emoção. Sorriu.


 


-- Está bem. Mas não posso mais chamá-la de Giovana. Eu sei agora que você é Anahi. Mas vou esforçar-me para tratá-la como antes. E devo dizer que você também não me conhece como acha. Eu também tenho os meus segredos.


 


Ela a fitou firme nos olhos.


 


-- Eu sei o seu segredo, Dulce. Eu percebi. Nem foi por causa daquele quadro. Foi o seu olhar.


 


Dulce não desviou a vista. Ficou fitando-a em silêncio, sem receio ou vergonha. Sentia que naquele olhar Anahi entendia e não reprovava seu modo de ser. Era a hora da verdade, sem culpa ou dissimulação. O olhar ela se tornou terno.


 


-- Gosto de você, Dul. Sinto que em você eu posso confiar. Nunca conheci alguém antes em que depositasse o mínimo de confiança. Quando se tem dinheiro, as pessoas se aproximam com interesse. Nos bajulam, mas sabemos que por trás de tudo há o interesse. Os homens são lindos, sofisticados e nos chamam de princesa, mas no fundo estão de olho em nosso dinheiro. É muito triste isso.


 


Dulce a encarou emocionada. Estava entendendo Anahi. Era uma pessoa só, perdida, sem ter em quem confiar. Porque seu mundo era dominado pela ambição do poder do dinheiro.


 


-- Eu a entendo, Anahi. Para descontrair, depois dessas revelações, vamos dar um passeio por aí? Está um dia lindo e é um crime ficarmos aqui dentro - Propôs, para agradá-la.


 


Aahi sorriu. Pegou-a pela mão.


 


-- Vamos.



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Autor(a): lunaticas

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 29



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  • flavianaperroni Postado em 07/08/2015 - 03:02:46

    Super perfeita sua web,acabei de ler ela,amei de paixão,Você é uma otima escritora Parabéns

  • Postado em 07/08/2015 - 03:00:17

    Eii parabéns pela web,muito perfeita,esta realmente de parabéns,você é uma boa escritora

  • kaahs Postado em 17/09/2014 - 01:34:16

    Nossa, muito lindo esse final! *-*

  • anahivida Postado em 10/09/2014 - 23:25:58

    Final perfeito pra uma web perfeita. Amei S2

  • angelr Postado em 10/09/2014 - 23:20:55

    Ai que final lindo <3

  • angelr Postado em 09/09/2014 - 00:54:02

    hahaha ainda bem que a Anahi tava viva *__*

  • portion__laliter Postado em 08/09/2014 - 01:25:31

    posta mais na melhor parte vc não posta acho que isso foi tudo um plano da anahí desmascarar april e gary acho que ela não morreu e espero que seja ela pq se a web é portinon tem que acabar portinon

  • angelr Postado em 03/09/2014 - 23:22:54

    Nossa sua ordinaria kkkk posta mais hahaha para mim foi a Anahi nao aceito a morte dela ate agora acho q nao morreu

  • anahivida Postado em 03/09/2014 - 22:56:36

    Eu acho que quem ajudou a Dulce foi a Any... posta mais por favor!!!

  • angelr Postado em 31/08/2014 - 22:53:55

    Nossa que mulher ordinaria


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